sábado, 11 de junho de 2022

 

Domingo, 12 de junho de 2022

 

XI semana do tempo comum

 

 

LITURGIA

 

 

 

DOMINGO XI DO TEMPO COMUM

SANTÍSSIMA TRINDADE – SOLENIDADE
Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. próprio.
L1: Prov 8, 22-31; Sal 8, 4-5. 6-7. 8-9
L2: Rom 5, 1-5
Ev: Jo 16, 12-15

* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Na Diocese de Coimbra – Ofertório para a Igreja Diocesana.
* Na Diocese do Funchal – Aniversário da criação da Diocese (1514).
* II Vésp. da solenidade – Compl. dep. II Vésp. dom.

Em Portugal – Na próxima quinta-feira ocorre a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. É dia santificado e feriado nacional.

 

Missa

 

Antífona de entrada
Bendito seja Deus Pai, bendito o Filho unigénito,
bendito o Espírito Santo, pela sua infinita misericórdia.

Diz-se o Glória.

Oração coleta
Deus Pai,
que revelastes aos homens o vosso admirável mistério,
enviando ao mundo a Palavra da verdade
e o Espírito da santidade,
concedei-nos que, na profissão da verdadeira fé,
reconheçamos a glória da eterna Trindade
e adoremos a Unidade na sua omnipotência.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


LEITURA I Prov 8, 22-31
Antes das origens da terra, já existia a Sabedoria


Leitura do Livro dos Provérbios

Eis o que diz a Sabedoria de Deus: «O Senhor me criou como primícias da sua actividade, antes das suas obras mais antigas. Desde a eternidade fui formada, desde o princípio, antes das origens da terra. Antes de existirem os abismos e de brotarem as fontes das águas, já eu tinha sido concebida. Antes de se implantarem as montanhas e as colinas, já eu tinha nascido; ainda o Senhor não tinha feito a terra e os campos, nem os primeiros elementos do mundo. Quando Ele consolidava os céus, eu estava presente; quando traçava sobre o abismo a linha do horizonte, quando condensava as nuvens nas alturas, quando fortalecia as fontes dos abismos, quando impunha ao mar os seus limites para que as águas não ultrapassassem o seu termo, quando lançava os fundamentos da terra, eu estava a seu lado como arquitecto, cheia de júbilo, dia após dia, deleitando-me continuamente na sua presença. Deleitava-me sobre a face da terra e as minhas delícias eram estar com os filhos dos homens».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 8, 4-9 (R. 2a)

Refrão: Como sois grande em toda a terra,
Senhor, nosso Deus!
Repete-se

Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,
a lua e as estrelas que lá colocastes,
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes? Refrão

Fizestes dele quase um ser divino,
de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés: Refrão

Ovelhas e bois, todos os rebanhos,
e até os animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos. Refrão


LEITURA II Rom 5, 1-5
Para Deus, por Cristo, na caridade que recebemos do Espírito


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos: Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual temos acesso, na fé, a esta graça em que permanecemos e nos gloriamos, apoiados na esperança da glória de Deus. Mais ainda, gloriamo-nos nas nossas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz a constância, a constância a virtude sólida, a virtude sólida a esperança. Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.

Palavra do Senhor.

ALELUIA cf. Ap 1, 8
Refrão: Aleluia. Repete-se
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,
ao Deus que é, que era e que há-de vir. Refrão


EVANGELHO Jo 16, 12-15
«Tudo o que o Pai tem é meu.
O Espírito receberá do que é meu, para vo-lo anunciar»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora. Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que está para vir. Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vo-lo anunciará».

Palavra da salvação.

Diz-se o Credo.

Oração sobre as oblatas
Santificai, Senhor nosso Deus,
os dons sobre os quais invocamos o vosso nome
e, por este divino sacramento,
fazei de nós mesmos uma oblação eterna para vossa glória.
Por Cristo nosso Senhor.

Prefácio O mistério da Santíssima Trindade

V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.


Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte:
Com o vosso Filho unigénito e o Espírito Santo,
sois um só Deus, um só Senhor,
não na singularidade de uma só pessoa,
mas na trindade de uma só natureza.
Tudo quanto revelastes acerca da vossa glória,
nós o acreditamos também, sem diferença alguma,
do vosso Filho e do Espírito Santo.
Professando a nossa fé na verdadeira e sempiterna divindade,
adoramos as três Pessoas distintas,
a sua essência única e a sua igual majestade.
Por isso, Vos louvam os anjos e os arcanjos,
os querubins e os serafins,
que Vos aclamam sem cessar,
dizendo (cantando) numa só voz:
Santo, Santo, Santo.

Antífona da comunhão Cf. Gl 4, 6
Porque somos filhos de Deus,
Ele enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho,
que clama: Abbá, Pai.

Oração depois da comunhão
Concedei-nos, Senhor nosso Deus,
que a participação neste divino sacramento
e a profissão de fé na santa e eterna Trindade
e na sua indivisível Unidade,
nos alcancem a saúde do corpo e da alma.
Por Cristo nosso Senhor.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 LEITURAS:: Prov 8, 22-31 : A Sabedoria não é só um bem muito desejável. É mais do que isso. É uma pessoa viva, cuja origem é anterior à criação de todas as coisas. Intimamente unida a Deus, mas, ao mesmo tempo, distinta d’Ele, assiste-O na obra da criação, manifestando-se ativamente criadora. Proveniente de Deus, pertence ao âmbito divino. Contudo, ela vem ao encontro dos homens, no desejo profundo de com eles estabelecer relações de amizade. Nesta Sabedoria de Deus, assim descrita no Antigo Testamento (o qual, sem nos dar uma revelação precisa do mistério trinitário, nos vai introduzindo, pouco a pouco, nos segredos da vida íntima de Deus), vê a tradição patrística, a partir de S. Justino, o Verbo de Deus, Jesus Cristo, Sabedoria e Palavra criadora de Deus, pelo Qual «tudo foi criado» (Jo. 1, 3).

Rom 5, 1-5: A vida cristã mergulha as suas raízes no mistério de um Deus uno, Sua essência e trino em Pessoas, tal como se revelou em Jesus Cristo. Pelo Sacrifício de Jesus, nós fomos, na verdade, introduzidos nessa comunhão de vida e amor, que é a Trindade Santíssima.
Reconciliados com o Pai, justificados mediante a fé, passámos de um estado de inimizade com Deus à posse de uma amizade, que nos transforma em imagens e filhos de Deus. Começámos a viver da própria vida de Deus. E embora entre a justificação e a salvação medeie o espaço da nossa vida terrena, tão fértil em tribulações, estamos seguros de que viremos a gozar, de modo perfeito, das riquezas de Deus, pois o Espírito Santo nos foi dado como penhor do amor do Pai por nós. Em paz com Deus e os irmãos, o cristão vai-se divinizando e divinizando a sua vida quotidiana. Vai impregnando de amor as suas relações humanas, procurando reproduzir na vida de cada dia o amor que se revelou no mistério da Trindade.

Jo 16, 12-15 :No decorrer de toda a Sua vida, Jesus foi dando a conhecer aos Apóstolos, de maneira progressiva, mas muito concreta, as Suas relações com o Pai e o Espírito Santo, introduzindo-os assim no mistério de Deus uno e trino. Ao terminar a Sua missão, promete-lhes o Espírito Santo, como guia seguro, no tempo da Sua ausência. Espírito de verdade, Ele manterá vivo o ensinamento de Jesus, através dos séculos; Ele ajudará os discípulos a aprofundar a Revelação de Jesus, Palavra definitiva do Pai (Jo. 1, 12; 18). Aceitando este dom de Deus, o Espírito enviado por Cristo, para nos iluminar, vivificar e divinizar, nós recebemos a salvação, que não é simples libertação do pecado, mas sim inserção na vida trinitária – inserção que só será perfeita na eternidade.

 

 

 

AGENDA DO DIA:

 

 

09.30 horas: Missa em Amieira do Tejo

10.00 horas: Missa em Arês

10.45 horas: Missa em Tolosa

11.00 horas: Missa em Nisa

12.00 horas: Missa em Alpalhão

12.00 horas: Missa em Gáfete

15.30 horas: Missa em Montalvão

15.30 horas: Missa em Arneiro.

 

 

MAIO, MÊS DE MARIA

 

 





 

A VOZ DO PASTOR

 

 

 

OS MAUS FÍGADOS DE GENTE SEM PAZ

 

A saúde da paz foi sempre muito precária, muito débil. Sempre houve gente de maus fígados, prepotente, volúvel. Gente fascinada pela cultura da morte, por imperialismos históricos, por arsenais de armamento escondido a espreitar por detrás da porta para provocar, ameaçar ou atingir quem está ou passa inocente. “Se queres conhecer o vilão, mete-lhe o pau na mão”, diz o nosso povo. E di-lo sem grande esperança em qualquer espécie de profilaxia ou de terapia. O povo sabe que estes ‘doentes’ são maus doentes, não colaboram na possível cura. Antes pelo contrário, orgulham-se dela, promovem e agravam a doença por entre os estridentes aplausos dos seus aduladores e subservientes de serviço. Apesar de ser um dos seus principais deveres, o mundo, graças a estas patologias humanas, tem muita dificuldade em se governar na paz. Depressa esquece que todos fazemos parte do género humano, da fraternidade universal, que todos somos irmãos, responsáveis uns pelos outros.

Entre nós, porém, também há sinais de retrocesso no que à paz diz respeito. Há quem, em pezinhos de lá e com linguagem subtil, ocultando chamar os bois pelo nome, se esforce por levar a água ao seu moinho para triturar e inverter o que tanto tem custado a conquistar ao longo dos tempos: o respeito pela vida: “não matarás”. Há quem defenda a cultura da morte como se de um salto civilizacional se tratasse ou como se essa fosse a questão mais premente das políticas de saúde pública ou da vida social a resolver. Se a vida é o vértice da paz, se a paz e a vida são bens por excelência da condição humana e de qualquer ordem social, se a paz e a vida são bens interdependentes ou correlativos, a paz não pode ser senão a vitória do direito e a feliz celebração da vida devidamente cuidada e assistida. Toda e qualquer ofensa à vida é um atentado contra a paz. Se queres a paz, respeita a vida, a paz começa em ti. Esta paz que começa em cada um de nós, porém, não é possível se baseada em sofismas ou fantasias que levem à eliminação da própria vida ou da vida de terceiros, seja em forma de aborto, de eutanásia ou de qualquer outra forma de violência fratricida: “não matarás”. Mal da sociedade e do progresso quando o direito perde o seu caráter humano, quando deixa de ser o que deve ser e se empanturra de indiferença, frieza e deturpações, deixando de defender a vida e a pessoa diferente, criando dela uma imagem negativa e incómoda ou fabricando uma falsa compaixão por ela, ao ponto de a excluir ou destruir, sobretudo as mais frágeis. E tudo isto invocando o direito à plena liberdade e à dignidade pessoal de quem o faz ou pede que lho façam, e ao dever de quem o deve permitir ou colaborar. De facto, somos uns artistas sem igual em busca de razões sem razão só para manifestar maus fígados, satisfazer ideologias e egoísmos vários e não fazer o que devemos fazer para acompanhar e cuidar! Porque não é fácil enfrentar a verdade e edificar sobre a rocha, governa-se e vive-se ao som dos ventos, das modas e dos interesses, construindo sobre areia movediça e querendo voar contra o SOL esquecendo que as asas são de cera!... Nenhum projeto civilizacional se aguenta quando construído sobre os alicerces da cultura da morte! Infelizmente, perde-se a memória, ignoram-se as lições da história!...

Sabemos que a par dos conflitos que acompanham a história humana, o homem sempre buscou a paz. Mas, que paz? É certo que o mundo pode proporcionar uma certa tranquilidade a pessoas e sociedades, levando-as a viver sem grandes preocupações e dificuldades. Deus dá graças comuns a toda a gente, “faz nascer o sol sobre maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos.” (Mt 5, 44-45). A isso, porém, só latamente se pode chamar paz, não só porque se limita ao âmbito material e exterior, mas também porque leva a pensar que a paz consiste na ausência de guerra. Sem negar essa tranquilidade que o mundo pode dar, Cristo disse-nos: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. A paz que vos dou não é a paz que o mundo dá” (Jo 14, 27). Realço: a Paz que Jesus nos dá não é “a paz que o mundo dá”, é a paz que Ele nos alcançou através da morte, reconciliando-nos com Deus, servindo, amando, lavando os pés aos outros, dando a vida. Por isso nos diz: “dou-vos a Minha paz”. É uma paz própria, caraterística d’Ele. Não como o mundo a dá por medo de consequências, por cansaço de violências, de injustiças, de humilhações. É uma paz que não se pode reivindicar nem comprar porque não está armazenada nem à venda, mas pode e deve-se pedir e construir. É uma paz dada gratuitamente, por amor, como dom e prenda confiada aos homens, não como prémio merecido. Jesus dá essa paz onde e quando a vontade de competir, de dominar, de ser o mais importante e o mais forte, ceder lugar ao serviço, ao amor desinteressado pelos últimos, à humildade de reconhecer que todos somos irmãos e responsáveis uns pelos outros. Esta paz não é mera ausência de guerra, é presença de Deus que é amor, é paz com Deus, é paz em Deus reconciliados que fomos com Ele pela morte de seu Filho, o Príncipe da Paz. E se a vida nos apresenta dificuldades, não devemos ficar perturbados nem ter medo, estamos com Ele, Ele venceu o mundo: “Disse-vos estas coisas para que tenhais a Minha paz. Neste mundo tereis aflições, mas tende coragem: Eu venci o mundo” (Jo 16,33).

São Paulo VI escreveu assim: “A paz, para nós, cristãos, não é somente um equilíbrio exterior, uma ordem jurídica, um conjunto de relações públicas disciplinadas; para nós, a Paz é, antes de mais nada, o resultado da atuação dos desígnios de sapiência e de amor com que Deus quis instaurar relações sobrenaturais com a humanidade. A Paz é o primeiro efeito desta nova economia, a que nós chamamos a Graça; “graça e paz”, repete o Apóstolo; é um dom de Deus que se torna estilo da vida cristã, é uma fase messiânica que reflete a sua luz e a sua esperança também sobre a cidade temporal e que fortalece com razões bem mais elevadas aquelas mesmas razões sobre as quais ela assenta a sua paz. Na verdade, à dignidade de cidadãos do mundo, a Paz de Cristo acrescenta a de filhos do Pai celeste; à igualdade natural dos homens, ela ajunta a da fraternidade cristã; às desavenças humanas que sempre comprometem e violam a paz, aquela Paz de Cristo enfraquece os pretextos, contesta os motivos e aponta-lhes as vantagens de uma ordem moral ideal e superior e revela-lhes ainda a prodigiosa virtude religiosa e civil do perdão generoso; à insuficiência da habilidade humana para criar uma paz sólida e estável, a Paz de Cristo fornece o auxílio do seu otimismo inexaurível; à falsidade da política do prestígio orgulhoso e do interesse material, a Paz de Cristo sugere a política da caridade; à justiça, muitas vezes cobarde e impaciente, que afirma as suas exigências com o furor das armas, a Paz de Cristo infunde a coragem invencível do direito, haurido das razões profundas da natureza humana e do destino transcendente do homem. E acentue-se ainda que não é medo da força e da resistência a Paz de Cristo, a qual recebe o seu espírito do sacrifício que redime; não é fraqueza transigente perante as desgraças e as deficiências dos homens sem sorte e sem defesa, esta Paz de Cristo possui a compreensão da dor e das necessidades humanas e sabe encontrar oportunamente amor e dádivas para os pobres, para os fracos, para os deserdados, para os que sofrem, para os que são humilhados e para os vencidos. Por outras palavras: a Paz de Cristo, mais do que qualquer outra fórmula humanitária, é solícita pelos Direitos do Homem” (II Dia Mundial da Paz, 1969).

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 10-06-2022.

 

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