Quinta, 02 de junho de 2022
Quinta-feira
da VII semana tempo pascal
LITURGIA
Quinta-feira
da semana VII
S. Marcelino e S. Pedro, mártires – MF
Branco ou verm. – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. pascal ou da Ascensão.
L1: At 22, 30: 23, 6-11; Sal 15 (16), 1-2a e 5. 7-8. 9-10. 11
Ev: Jo 17, 20-26
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos –
S. Félix de Nicosia, religioso – MF
MISSA
Antífona de
entrada Cf. Heb 4, 16
Vamos confiantes ao trono da graça
e alcançaremos misericórdia do Senhor. Aleluia.
Oração
coleta
Concedei, Senhor, aos vossos fiéis, os dons do Espírito Santo,
para que Ele nos transforme interiormente
e crie em nós um coração novo,
agradável a vossos olhos e dócil à vossa vontade.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Atos 22, 30; 23, 6-11
«É necessário que dês testemunho também em Roma»
Leitura dos Atos dos
Apóstolos
Naqueles dias, querendo o tribuno
obter informações seguras sobre as acusações dos judeus contra Paulo, mandou
que lhe tirassem as algemas e reunissem os príncipes dos sacerdotes e todo o
Sinédrio. Fez então descer Paulo para comparecer diante deles. Paulo, sabendo
que o Conselho era constituído pelo partido dos saduceus e pelo partido dos
fariseus, exclamou no meio do Sinédrio: «Irmãos, eu sou fariseu, filho de
fariseus, e é pela nossa esperança na ressurreição dos mortos que estou a ser
julgado». Estas palavras desencadearam um conflito entre fariseus e saduceus e
a assembleia dividiu-se. De facto os saduceus dizem que não há ressurreição,
nem Anjos, nem espíritos, ao passo que os fariseus afirmam uma e outra coisa.
Levantou-se enorme gritaria e alguns escribas do partido dos fariseus
ergueram-se e começaram a protestar com energia, dizendo: «Não encontramos
nenhum mal neste homem. E se foi um espírito ou um Anjo que lhe falou?». A
discussão redobrou de violência, a tal ponto que o tribuno, receando que eles
despedaçassem Paulo, ordenou que os soldados descessem para o tirarem do meio
deles e o reconduzissem à fortaleza. Na noite seguinte, o Senhor apareceu a
Paulo e disse-lhe: «Coragem! Assim como deste testemunho de Mim em Jerusalém,
deverás dar testemunho também em Roma».
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 15 (16), 1-2a.5.7-8.9-10.11
(R. 1 ou Aleluia)
Refrão: Defendei-me, Senhor: Vós sois o
meu refúgio. Repete-se
Ou: Guardai-me, Senhor: esperei em Vós. Repete-se
Defendei-me, Senhor; Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: Vós sois o meu Deus.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino. Refrão
Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei. Refrão
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso fiel conhecer a corrupção. Refrão.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita. Refrão
ALELUIA Jo 17, 21
Refrão: Aleluia Repete-se
Todos sejam um, ó Pai, como Tu em Mim e
Eu em Ti,
para que o mundo acredite que Tu Me enviaste. Refrão
EVANGELHO Jo 17, 20-26
«Sejam consumados na unidade»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos
ao Céu e disse: «Pai santo, não peço somente por eles, mas também por aqueles
que vão acreditar em Mim por meio da sua palavra, para que eles sejam todos um,
como Tu, Pai, o és em Mim e Eu em Ti, para que também eles sejam um em Nós e o
mundo acredite que Tu Me enviaste. Eu dei-lhes a glória que Tu Me deste, para
que sejam um, como Nós somos um: Eu neles e Tu em Mim, para que sejam
consumados na unidade e o mundo reconheça que Tu Me enviaste e que os amaste
como a Mim. Pai, quero que onde Eu estou, também estejam comigo os que Me
deste, para que vejam a minha glória, a glória que Me deste, por Me teres amado
antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não Te conheceu, mas Eu
conheci-Te e estes reconheceram que Tu Me enviaste. Dei-lhes a conhecer o teu
nome e dá-lo-ei a conhecer, para que o amor com que Me amaste esteja neles e Eu
esteja neles».
Palavra da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Santificai, Senhor, estes dons,
que Vos oferecemos como sacrifício espiritual,
e fazei de nós mesmos
uma oblação eterna para vossa glória.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio pascal I-V; ou I-II da Ascensão
do Senhor.
Antífona
da comunhão Cf. Jo 16, 7
Em verdade vos digo:
É melhor para vós que Eu vá deste mundo para o Pai.
Se Eu não for para o Pai, diz o Senhor,
não virá sobre vós o Espírito Santo. Aleluia.
Oração depois da comunhão
Humildemente Vos pedimos, Senhor,
que a participação nestes santos mistérios
ilumine a nossa inteligência
e fortaleça a nossa vontade,
a fim de podermos viver em plenitude
as riquezas do vosso Espírito.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Atos 22, 30; 23,
6-11: Como aconteceu com Jesus, o fim
de Paulo será também cair nas mãos do tribunal, onde mais se hão de
manifestar os ódios dos homens do que a justiça de Deus; ou antes, esta
triunfará, mas por outros caminhos. Julgado em Jerusalém por acusações dos
judeus, Paulo recebe do Senhor a revelação de que ele está destinado a levar o
testemunho do Evangelho à própria cidade de Roma, nesse tempo o centro do
império romano e do mundo. Paulo continua a ser o “vaso de eleição” que há de
levar o nome do Senhor diante dos reis pagãos.
Jo 17, 20-26: A unidade das Pessoas divinas é a fonte e o
modelo da unidade entre os cristãos. O Filho de Deus feito homem é o primeiro
Homem, Cabeça da humanidade nova, Centro da unidade de todos os homens,
Mediador da união entre os homens e Deus. Foi para estabelecer esta união que
Jesus Se ofereceu na Cruz; por ela Ele orou e continua a orar junto do Pai.
AGENDA DO DIA:
16.00
horas: Missa na santa Casa de Nisa
17.20:
Adoração ao santíssimo em Nisa – Espírito santo
18.00
horas: Missa em Nisa.
CRUZEIROS EM NISA
A VOZ DO PASTOR
NÃO VÁS EM JEITO DE ‘MARIA VAI COM AS
OUTRAS’...
Dentro da mobilidade humana, as peregrinações
são um fenómeno social que tem sido objeto de estudo em diversos campos do
saber. Sobretudo a partir do ano dois mil, ganharam novo impulso, estão na
moda. Embora nem sempre segundo os parâmetros convencionais, elas têm enorme
interesse e valor. Aqui apenas nos referimos às tradicionais, às peregrinações
de fé. Pessoas de todas as latitudes, crenças, raças e culturas dirigem-se como
peregrinos em direção a lugares tidos como sagrados. É uma experiência religiosa
universal. Pela 39ª vez, também nós vamos em peregrinação diocesana ao
Santuário de Fátima, uma peregrinação presidida pelo Sr. Dom Augusto César,
nosso Bispo Emérito em Jubileu Episcopal e que as começou em 1983: “Que alegria
quando me disseram: Vamos para a casa do Senhor”.
Somos peregrinos, essa é a nossa identidade.
Estamos no mundo mas não somos do mundo. Caminhamos em direção aos novos céus e
à nova terra. E se peregrinar significa pôr-se a caminho, também significa
calcorrear os caminhos do interior de nós mesmos, os caminhos da mente e do
coração. Estes são quase sempre os mais difíceis de percorrer, os mais longos e
mais longínquos. Têm muitos obstáculos a vencer, desde o egoísmo, o pecado e a
autossuficiência, ao orgulho, a indiferença e o deixa correr. Há quem nem tente
arriscar, há quem se canse, há quem desista, há quem se engane. Mas também há
quem seja resiliente, quem resista, insista e persista nesses caminhos
exteriores que fazem contemplar a beleza da criação mas também fazem avançar por
aqueles outros caminhos que dão liberdade interior e sentindo à vida...
Foi sempre assim ao longo da história.
Pessoas e povos, ora se enganavam e desviavam, ora sentiam a necessidade de se
reencontrarem no certo e essencial com forte apelo à comunhão na gratuidade e
na misericórdia. Salpicando todo o território deste planeta terra, os
santuários descrevem a geografia da fé, são oásis no meio dos desertos da vida
a matar a sede de Deus e a reencontrar a alegria e a paz. Ir até eles em
peregrinação tem uma dinâmica própria que resumo em cinco etapas.
1 – A PREPARAÇÃO. A decisão de partir e a
preparação para a saída têm os seus quês. Tudo deve ser pensado, rezado e
programado na escuta do Espírito que atua em cada um. Tudo deve fundamentar e
justificar a decisão de partir. Não se deve partir ao jeito de ‘Maria vai com
as outras’. Deve haver um objetivo concreto para além da aventura, do turismo e
da convivência possível. Por isso, cada um deve interrogar-se: que pretendo eu
com esta peregrinação? Quero mudar de vida e regressar a casa como o filho
pródigo ou apenas manifestar a minha devoção? Quais são verdadeiramente as
minhas motivações? O que vou lá fazer? Quais são os objetivos espirituais que
pretendo? O que tenho a fazer antes de partir para atingir o ideal que desejo,
penso e programo?
2 – A CAMINHADA A FAZER. Vais iniciar uma
peregrinação quer seja de fé e devoção, quer seja uma peregrinação votiva a
cumprir uma promessa, quer seja uma peregrinação no intuito de progresso
espiritual, quer seja uma peregrinação de conversão e de penitência como
expiação de faltas graves, quer seja de ação de graças ou de mera companhia e
apoio a quem parte com as suas motivações.
Vais sozinho? Não, nem penses que isso seja
possível. Mesmo que tu vás sozinho, quem crê nunca anda sozinho! Jesus faz-se
companheiro de viagem e quer muito conversar contigo. A oração não é monólogo,
é diálogo. Ele fala-te como amigo e deves escutá-lo até ao fim e falar com
verdade para Ele. É da discussão que nasce a luz.
Vais caminhar com outros? Então, não
esqueças, o caminho conduz à solidariedade com os irmãos. Ajuda-os nessa
caminhada para o encontro com o Senhor. Não sejas motivo de dispersão nem de
banalização do sacrifício que o percurso implica. Respeita, ajuda, reza,
agradece, suplica, aprecia e contempla a natureza como dom da ternura de Deus
também para contigo.
3 - A CHEGADA AO SANTUÁRIO. É a meta, o lugar
da alegria e do perdão, da escuta. O santuário é “memória da nossa origem”.
Recorda “a iniciativa de Deus e faz com que o peregrino a acolha com o sentido
da admiração, da gratidão e do empenho”. É “lugar da presença divina”, ele
“testemunha a fidelidade de Deus e a sua ação incessante no meio do seu povo,
mediante a Palavra e os Sacramentos”. É profecia, “recorda que nem tudo foi
realizado”, “que estamos a caminho”. Mostra “a relatividade de tudo aquilo que
é penúltimo em relação à última Pátria”. Faz descobrir Cristo “como templo novo
da humanidade reconciliada com Deus”. Jesus é o verdadeiro Santuário, e, ali,
reunidos à volta da mesa da Palavra e da Eucaristia experimenta-se a alegria da
comunhão com Cristo e com os irmãos na fé.
4 – A FESTA DO ENCONTRO. Festa já vivida de
algum modo pelo caminho mas agora também manifestada pela alegria de ter
chegado. Foge-se à monotonia do quotidiano, há algo de diferente, de festivo.
Celebra-se a alegria do perdão, exprime-se a fraternidade cristã dando espaço a
momentos de convivência sadia, de amizade e de paz. É a alegria perfeita de
quem, como Zaqueu, se deixou acolher por Jesus e acolheu Jesus em sua casa, uma
alegria que ninguém jamais lha poderá tirar, a alegria de um coração fiel que
se tornou, ele mesmo, templo vivo do Eterno, santuário da adoração d'Ele em
espírito e verdade.
5 – O REGRESSO A CASA por outro caminho, o
caminho da alegria e da paz, o caminho duma maior consciência da identidade
cristã, de discípulo do Senhor. O caminho da missão no mundo com o testemunho
da palavra e da vida, tanto na família, na profissão, na vizinhança, na
convivência social e lúdica como na ajuda a dar à comunidade cristã que
necessita da participação de todos para ser casa e escola de comunhão.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 27-05-2022.
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