Sábado, 18 de junho de 2022
Sábado da XI semana do tempo comum
LITURGIA
Sábado
da Semana XI
Santa Maria no Sábado – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L1: 2 Cr 24, 17-25; Sal 88 (89), 4-5. 29-30. 31-32. 33-34
Ev: Mt 6, 24-34
* Nas Dioceses de Cabo Verde – I Vésp. do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
Antífona de entrada Cf. Sl 26, 7.9
Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica.
Vós sois o meu refúgio:
não me abandoneis, meu Deus, meu Salvador.
Oração
coleta
Senhor nosso Deus,
fortaleza dos que esperam em Vós,
atendei propício as nossas súplicas;
e, como sem Vós nada pode a fraqueza humana,
concedei-nos sempre o auxílio da vossa graça,
para que as nossas vontades e ações Vos sejam agradáveis,
no cumprimento fiel dos vossos mandamentos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I (anos pares) 2 Cr 24, 17-25
«Zacarias, a quem matastes entre o templo e o altar» (Mt 23, 35)
Leitura do
Segundo Livro das Crónicas
Depois da morte de Joiadá, os chefes de Judá foram prostrar-se diante do rei e
o rei deu-lhes ouvidos. Abandonaram o templo do Senhor, Deus de seus pais, e
prestaram culto aos postes sagrados e aos ídolos. Por causa dessa infidelidade,
a ira divina inflamou-se contra Judá e Jerusalém. O Senhor enviou-lhes
profetas, a fim de os fazer voltar para Si. Os profetas fizeram-lhes as suas
advertências, mas eles não quiseram escutá-los. Então o espírito de Deus veio
sobre Zacarias, filho do sacerdote Joiadá. Zacarias apresentou-se diante do
povo e disse-lhe: «Assim fala Deus: Por que razão transgredis os mandamentos do
Senhor, atraindo a desgraça sobre vós? Uma vez que abandonastes o Senhor,
também Ele vai abandonar-vos». Conspiraram então contra o profeta e
apedrejaram-no por ordem do rei, no átrio do templo do Senhor. Assim o rei
Joás, esquecendo a dedicação de Joiadá, pai de Zacarias, deu a morte ao profeta.
Zacarias disse, ao morrer: «O Senhor veja isto e faça justiça». No princípio do
ano seguinte, o exército dos arameus marchou contra Joás e invadiu Judá e
Jerusalém. Os arameus mataram todos os chefes do povo e enviaram todos os seus
despojos ao rei de Damasco. Embora o exército dos arameus tivesse vindo com
poucos homens, o Senhor entregou em suas mãos um grande exército, porque o povo
tinha abandonado o Senhor, Deus de seus pais. Os arameus infligiram justo
castigo a Joás; e, quando se retiraram, deixando-o gravemente doente, os seus
servos conspiraram contra ele, por ter derramado o sangue do filho do sacerdote
Joiadá, e deram-lhe a morte no próprio leito. Morto o rei, deram-lhe sepultura
na Cidade de David, mas não nos sepulcros dos reis.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 88 (89), 4-5.29-30.31-32.33-34 (R.
29a)
Refrão: A minha aliança com ele será
eterna. Repete-se
Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David, meu servo:
Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações. Refrão
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,
a minha aliança com ele será irrevogável.
Conservarei a sua descendência eternamente
e o seu trono terá a duração dos céus. Refrão
Se os seus filhos abandonarem a minha aliança
e não caminharem segundo os seus preceitos,
se violarem as minhas determinações
e não cumprirem os meus mandamentos; Refrão
Punirei com a vara os seus delitos
e com açoites os seus pecados,
mas não lhes retirarei o meu favor,
nem faltarei à minha fidelidade. Refrão
ALELUIA 2 Cor 8, 9
Refrão: Aleluia Repete-se
Jesus Cristo, sendo rico, fez-Se pobre,
para nos enriquecer na sua pobreza. Refrão
EVANGELHO Mt 6, 24-34
«Não vos inquieteis com o dia de amanhã»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois
senhores, porque ou há-de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará
o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Por isso vos digo: «Não
vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao
vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e
o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu: não semeiam nem
ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis
vós muito mais do que elas? Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode
acrescentar um só côvado à sua estatura? E porque vos inquietais com o
vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam; mas
Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Se
Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno,
não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos inquieteis, dizendo:
‘Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?’ Os pagãos
é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai celeste que
precisais de tudo isso. Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e
tudo o mais vos será dado por acréscimo. Portanto, não vos inquieteis com o dia
de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia
basta o seu cuidado».
Palavra da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Senhor nosso Deus,
que pelo pão e pelo vinho, apresentados ao vosso altar,
dais ao género humano o alimento que o sustenta
e o sacramento que o renova,
fazei que nunca falte este auxílio ao nosso corpo e à nossa alma.
Por Cristo nosso Senhor.
Antífona
da comunhão Sl 26, 4
Uma só coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida.
Ou: Cf. Jo 17, 11
Pai santo, guarda no teu nome os que Me deste,
para que sejam em nós confirmados na unidade, diz o Senhor.
Oração
depois da comunhão
Fazei, Senhor, que a sagrada comunhão nos vossos mistérios,
sinal da nossa união convosco,
realize a unidade na vossa Igreja.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS2
2 Cr 24, 17-25: Na continuação da leitura de ontem, o rei Joás acabou também por ser
vítima da influência pagã que vinha de seus antepassados. Zacarias, filho de
Jóiada, que tinha promovido a unção de Joás, reagiu, mas acabou por ser morto
por aquela geração paganizada, e Jerusalém sofreu o castigo da sua impiedade.
Toda a história do povo de Deus é a história das infidelidades desse mesmo
povo, ao mesmo tempo que da constante misericórdia e fidelidade do Senhor para
com ele.
Mt 6, 24-34: É-nos difícil estabelecer a articulação,
calma e serena, entre a confiança em Deus e o trabalho humano. Somos facilmente
levados a achar contradições onde haveríamos de encontrar antes continuidade e
interpenetração. Deus está no trabalho do homem; o trabalho do homem também é
acto de confiança em Deus. Tudo está no sentido que o coração lhe dá. Não vos
inquieteis, pois; não percais a paz com a sofreguidão; não tenhais dois
senhores; vivei em tudo para o único Senhor, “o Senhor”. Que princípio
admirável para ajudar a solucionar tantos problemas humanos!
AGENDA DO DIA:
15.00
horas: Missa em Salavessa
16.00
horas: Missa em S. Simão do Pé da Serra
16.00
horas: Missa no Pardo
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Alpalhão.
MAIO, MÊS DE MARIA
A VOZ DO PASTOR
OS MAUS FÍGADOS DE GENTE SEM PAZ
A saúde da paz foi
sempre muito precária, muito débil. Sempre houve gente de maus fígados,
prepotente, volúvel. Gente fascinada pela cultura da morte, por imperialismos
históricos, por arsenais de armamento escondido a espreitar por detrás da porta
para provocar, ameaçar ou atingir quem está ou passa inocente. “Se queres
conhecer o vilão, mete-lhe o pau na mão”, diz o nosso povo. E di-lo sem grande
esperança em qualquer espécie de profilaxia ou de terapia. O povo sabe que
estes ‘doentes’ são maus doentes, não colaboram na possível cura. Antes pelo
contrário, orgulham-se dela, promovem e agravam a doença por entre os
estridentes aplausos dos seus aduladores e subservientes de serviço. Apesar de
ser um dos seus principais deveres, o mundo, graças a estas patologias humanas,
tem muita dificuldade em se governar na paz. Depressa esquece que todos fazemos
parte do género humano, da fraternidade universal, que todos somos irmãos,
responsáveis uns pelos outros.
Entre nós, porém, também
há sinais de retrocesso no que à paz diz respeito. Há quem, em pezinhos de lá e
com linguagem subtil, ocultando chamar os bois pelo nome, se esforce por levar
a água ao seu moinho para triturar e inverter o que tanto tem custado a
conquistar ao longo dos tempos: o respeito pela vida: “não matarás”. Há quem
defenda a cultura da morte como se de um salto civilizacional se tratasse ou
como se essa fosse a questão mais premente das políticas de saúde pública ou da
vida social a resolver. Se a vida é o vértice da paz, se a paz e a vida são
bens por excelência da condição humana e de qualquer ordem social, se a paz e a
vida são bens interdependentes ou correlativos, a paz não pode ser senão a
vitória do direito e a feliz celebração da vida devidamente cuidada e
assistida. Toda e qualquer ofensa à vida é um atentado contra a paz. Se queres
a paz, respeita a vida, a paz começa em ti. Esta paz que começa em cada um de
nós, porém, não é possível se baseada em sofismas ou fantasias que levem à
eliminação da própria vida ou da vida de terceiros, seja em forma de aborto, de
eutanásia ou de qualquer outra forma de violência fratricida: “não matarás”.
Mal da sociedade e do progresso quando o direito perde o seu caráter humano,
quando deixa de ser o que deve ser e se empanturra de indiferença, frieza e
deturpações, deixando de defender a vida e a pessoa diferente, criando dela uma
imagem negativa e incómoda ou fabricando uma falsa compaixão por ela, ao ponto
de a excluir ou destruir, sobretudo as mais frágeis. E tudo isto invocando o
direito à plena liberdade e à dignidade pessoal de quem o faz ou pede que lho
façam, e ao dever de quem o deve permitir ou colaborar. De facto, somos uns
artistas sem igual em busca de razões sem razão só para manifestar maus
fígados, satisfazer ideologias e egoísmos vários e não fazer o que devemos
fazer para acompanhar e cuidar! Porque não é fácil enfrentar a verdade e
edificar sobre a rocha, governa-se e vive-se ao som dos ventos, das modas e dos
interesses, construindo sobre areia movediça e querendo voar contra o SOL
esquecendo que as asas são de cera!... Nenhum projeto civilizacional se aguenta
quando construído sobre os alicerces da cultura da morte! Infelizmente,
perde-se a memória, ignoram-se as lições da história!...
Sabemos que a par dos
conflitos que acompanham a história humana, o homem sempre buscou a paz. Mas,
que paz? É certo que o mundo pode proporcionar uma certa tranquilidade a
pessoas e sociedades, levando-as a viver sem grandes preocupações e
dificuldades. Deus dá graças comuns a toda a gente, “faz nascer o sol sobre
maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos.” (Mt 5, 44-45). A isso,
porém, só latamente se pode chamar paz, não só porque se limita ao âmbito
material e exterior, mas também porque leva a pensar que a paz consiste na
ausência de guerra. Sem negar essa tranquilidade que o mundo pode dar, Cristo
disse-nos: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. A paz que vos dou não é a paz
que o mundo dá” (Jo 14, 27). Realço: a Paz que Jesus nos dá não é “a paz que o
mundo dá”, é a paz que Ele nos alcançou através da morte, reconciliando-nos com
Deus, servindo, amando, lavando os pés aos outros, dando a vida. Por isso nos
diz: “dou-vos a Minha paz”. É uma paz própria, caraterística d’Ele. Não como o
mundo a dá por medo de consequências, por cansaço de violências, de injustiças,
de humilhações. É uma paz que não se pode reivindicar nem comprar porque não
está armazenada nem à venda, mas pode e deve-se pedir e construir. É uma paz
dada gratuitamente, por amor, como dom e prenda confiada aos homens, não como
prémio merecido. Jesus dá essa paz onde e quando a vontade de competir, de
dominar, de ser o mais importante e o mais forte, ceder lugar ao serviço, ao
amor desinteressado pelos últimos, à humildade de reconhecer que todos somos
irmãos e responsáveis uns pelos outros. Esta paz não é mera ausência de guerra,
é presença de Deus que é amor, é paz com Deus, é paz em Deus reconciliados que
fomos com Ele pela morte de seu Filho, o Príncipe da Paz. E se a vida nos
apresenta dificuldades, não devemos ficar perturbados nem ter medo, estamos com
Ele, Ele venceu o mundo: “Disse-vos estas coisas para que tenhais a Minha paz.
Neste mundo tereis aflições, mas tende coragem: Eu venci o mundo” (Jo 16,33).
São Paulo VI escreveu
assim: “A paz, para nós, cristãos, não é somente um equilíbrio exterior, uma
ordem jurídica, um conjunto de relações públicas disciplinadas; para nós, a Paz
é, antes de mais nada, o resultado da atuação dos desígnios de sapiência e de
amor com que Deus quis instaurar relações sobrenaturais com a humanidade. A Paz
é o primeiro efeito desta nova economia, a que nós chamamos a Graça; “graça e
paz”, repete o Apóstolo; é um dom de Deus que se torna estilo da vida cristã, é
uma fase messiânica que reflete a sua luz e a sua esperança também sobre a
cidade temporal e que fortalece com razões bem mais elevadas aquelas mesmas
razões sobre as quais ela assenta a sua paz. Na verdade, à dignidade de
cidadãos do mundo, a Paz de Cristo acrescenta a de filhos do Pai celeste; à
igualdade natural dos homens, ela ajunta a da fraternidade cristã; às
desavenças humanas que sempre comprometem e violam a paz, aquela Paz de Cristo
enfraquece os pretextos, contesta os motivos e aponta-lhes as vantagens de uma
ordem moral ideal e superior e revela-lhes ainda a prodigiosa virtude religiosa
e civil do perdão generoso; à insuficiência da habilidade humana para criar uma
paz sólida e estável, a Paz de Cristo fornece o auxílio do seu otimismo
inexaurível; à falsidade da política do prestígio orgulhoso e do interesse
material, a Paz de Cristo sugere a política da caridade; à justiça, muitas
vezes cobarde e impaciente, que afirma as suas exigências com o furor das
armas, a Paz de Cristo infunde a coragem invencível do direito, haurido das
razões profundas da natureza humana e do destino transcendente do homem. E
acentue-se ainda que não é medo da força e da resistência a Paz de Cristo, a
qual recebe o seu espírito do sacrifício que redime; não é fraqueza transigente
perante as desgraças e as deficiências dos homens sem sorte e sem defesa, esta
Paz de Cristo possui a compreensão da dor e das necessidades humanas e sabe
encontrar oportunamente amor e dádivas para os pobres, para os fracos, para os
deserdados, para os que sofrem, para os que são humilhados e para os vencidos.
Por outras palavras: a Paz de Cristo, mais do que qualquer outra fórmula
humanitária, é solícita pelos Direitos do Homem” (II Dia Mundial da Paz, 1969).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 10-06-2022.
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