Segunda, 13 de junho de 2022
Segunda-feira da XI semana do tempo comum
LITURGIA
Segunda-feira
da semana XI
S.
António de Lisboa, presbítero e doutor da Igreja,
Padroeiro secundário de Portugal – FESTA
Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. Comum dos Santos.
L1: Sir 39, 8-14 (gr. 6-11); Sal 18 B (19B), 8. 9. 10. 11
Ev: Mt 5, 13-19
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* No Patriarcado de Lisboa – S. António de Lisboa, Padroeiro principal da
cidade de Lisboa. Em Lisboa – SOLENIDADE; nas outras igrejas do Patriarcado –
FESTA
* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco (Titular) – S. António de Lisboa –
FESTA
* No Instituto das Irmãs de S. Doroteia – S. Paula Frassinetti, virgem,
Fundadora da Congregação das Irmãs de S. Doroteia – SOLENIDADE (transferida).
* Na Ordem Franciscana (Convento do Varatojo) e na Ordem dos Franciscanos
Capuchinhos (Convento de Barcelos) – S. António de Lisboa – SOLENIDADE
* Na Congregação dos Rogacionistas do Coração de Jesus – S. António de Lisboa,
Padroeiro principal da Congregação – SOLENIDADE
* Na Congregação do Santíssimo Redentor (Ereção da Província de Lisboa – 1962)
– S. António de Lisboa – FESTA
* Na Congregação Salesiana – S. António de Lisboa, Padroeiro da Província
Portuguesa – FESTA
* Na União Missionária Franciscana – S. António de Lisboa, Padroeiro universal
– FESTA
* Na Diocese de Santiago (Cabo Verde) – S. António de Lisboa – MO
Santo António de Lisboa, presbítero e doutor da Igreja
Nota
Histórica
Padroeiro de Portugal
António nasceu em Lisboa (Portugal), por volta do ano 1195. Foi recebido
entre os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho e, pouco depois da sua ordenação
sacerdotal, ingressou na Ordem dos Frades Menores, com a intenção de se dedicar
à propagação da fé entre os povos da África. Mas foi na França e na Itália que
ele exerceu com grande fruto o ministério da pregação. Escreveu vários sermões,
cheios de doutrina e de unção espiritual. Por ordem de são Francisco, ensinou
Teologia aos seus irmãos. Morreu em Pádua, no ano 1231. É universalmente
venerado pelo povo cristão.
MISSA
Antífona de
entrada Cf. Sir 15, 5
O Senhor deu-lhe a palavra no meio da assembleia,
encheu-o com o espírito de sabedoria e inteligência
e revestiu-o com um manto de glória.
Em Portugal diz-se o Glória.
Oração
coleta
Deus todo-poderoso e eterno,
que, em santo António [de Lisboa], destes ao vosso povo
um pregador insigne do Evangelho
e um poderoso intercessor junto de Vós,
concedei que, pelo seu auxílio,
sigamos fielmente os ensinamentos da vida cristã
e mereçamos a vossa proteção em todas as adversidades.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Sir 39, 8-14 (gr. 6-11)
«Derramará, como chuva, as suas palavras de sabedoria»
Leitura do Livro
de Ben-Sirá
Aquele
que medita na lei do Altíssimo,
se for do agrado do Senhor omnipotente,
será cheio do espírito de inteligência.
Então ele derramará, como chuva, as suas palavras de sabedoria
e na sua oração louvará o Senhor.
Adquirirá a rectidão do julgamento e da ciência
e reflectirá nos mistérios de Deus.
Fará brilhar a instrução que recebeu
e a sua glória estará na lei da aliança do Senhor.
Muitos louvarão a sua inteligência,
que jamais será esquecida.
Não desaparecerá a sua memória
e o seu nome viverá de geração em geração.
As nações proclamarão a sua sabedoria
e a assembleia celebrará os seus louvores.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 B (19 B), 8.9.10.11 (R. 10b)
Refrão: Os juízos do Senhor são verdadeiros
e retos.
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma.
As ordens do Senhor são firmes
e dão sabedoria aos simples.
Os preceitos do Senhor são retos
e alegram o coração.
Os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.
O temor do Senhor é puro
e permanece eternamente.
Os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são retos.
São mais preciosos que o ouro,
o ouro mais fino;
são mais doces que o mel,
o puro mel dos favos.
ALELUIA Mt 5, 16
Refrão: Aleluia. Repete-se
Brilhe a vossa luz diante dos homens,
para que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus. Refrão
EVANGELHO Mt 5, 13-19
«Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Vós sois o sal da terra.
Mas se ele perder a força, com que há de salgar-se?
Não serve para nada,
senão para ser lançado fora e pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo.
Não se pode esconder uma cidade
situada sobre um monte;
nem se acende uma lâmpada
para a colocar debaixo do alqueire,
mas sobre o candelabro,
onde brilha para todos os que estão em casa.
Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens,
para que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus.
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas;
não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo:
Antes que passem o céu e a terra,
não passará da Lei a mais pequena letra
ou o mais pequeno sinal,
sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos,
por mais pequenos que sejam,
e ensinar assim aos homens,
será o menor no reino dos Céus.
Mas aquele que os praticar e ensinar
será grande no reino dos Céus».
Palavra da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Ao celebrarmos, Senhor, estes divinos mistérios,
o Espírito Santo derrame em nós a luz da fé,
que iluminou sempre a vida de santo António [de Lisboa],
para anunciar ao mundo a vossa glória.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio dos santos pastores da Igreja, p. 606.
Antífona
da comunhão Mt 5, 16
Brilhe a vossa luz diante dos homens,
para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem o Pai que está no céu.
Oração depois da
comunhão
Senhor,
que nos alimentais com o Corpo de Cristo, pão da vida,
e nos ensinais com a sua doutrina,
fazei que, na festividade de santo António [de Lisboa],
conheçamos melhor a vossa verdade
e a pratiquemos na caridade.
Por Cristo nosso Senhor.
Pode utilizar-se a fórmula de bênção
solene.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem
que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS::
AGENDA DO DIA:
17.15
horas: Procissão de Santo António
18.00
horas: Missa na Capela de santo António – Nisa.
SANTO ANTÓNIO
A VOZ DO PASTOR
OS MAUS FÍGADOS DE GENTE SEM PAZ
A saúde da paz foi
sempre muito precária, muito débil. Sempre houve gente de maus fígados,
prepotente, volúvel. Gente fascinada pela cultura da morte, por imperialismos
históricos, por arsenais de armamento escondido a espreitar por detrás da porta
para provocar, ameaçar ou atingir quem está ou passa inocente. “Se queres
conhecer o vilão, mete-lhe o pau na mão”, diz o nosso povo. E di-lo sem grande
esperança em qualquer espécie de profilaxia ou de terapia. O povo sabe que
estes ‘doentes’ são maus doentes, não colaboram na possível cura. Antes pelo
contrário, orgulham-se dela, promovem e agravam a doença por entre os
estridentes aplausos dos seus aduladores e subservientes de serviço. Apesar de
ser um dos seus principais deveres, o mundo, graças a estas patologias humanas,
tem muita dificuldade em se governar na paz. Depressa esquece que todos fazemos
parte do género humano, da fraternidade universal, que todos somos irmãos,
responsáveis uns pelos outros.
Entre nós, porém, também
há sinais de retrocesso no que à paz diz respeito. Há quem, em pezinhos de lá e
com linguagem subtil, ocultando chamar os bois pelo nome, se esforce por levar
a água ao seu moinho para triturar e inverter o que tanto tem custado a
conquistar ao longo dos tempos: o respeito pela vida: “não matarás”. Há quem
defenda a cultura da morte como se de um salto civilizacional se tratasse ou
como se essa fosse a questão mais premente das políticas de saúde pública ou da
vida social a resolver. Se a vida é o vértice da paz, se a paz e a vida são
bens por excelência da condição humana e de qualquer ordem social, se a paz e a
vida são bens interdependentes ou correlativos, a paz não pode ser senão a
vitória do direito e a feliz celebração da vida devidamente cuidada e
assistida. Toda e qualquer ofensa à vida é um atentado contra a paz. Se queres
a paz, respeita a vida, a paz começa em ti. Esta paz que começa em cada um de
nós, porém, não é possível se baseada em sofismas ou fantasias que levem à
eliminação da própria vida ou da vida de terceiros, seja em forma de aborto, de
eutanásia ou de qualquer outra forma de violência fratricida: “não matarás”.
Mal da sociedade e do progresso quando o direito perde o seu caráter humano,
quando deixa de ser o que deve ser e se empanturra de indiferença, frieza e
deturpações, deixando de defender a vida e a pessoa diferente, criando dela uma
imagem negativa e incómoda ou fabricando uma falsa compaixão por ela, ao ponto
de a excluir ou destruir, sobretudo as mais frágeis. E tudo isto invocando o
direito à plena liberdade e à dignidade pessoal de quem o faz ou pede que lho
façam, e ao dever de quem o deve permitir ou colaborar. De facto, somos uns
artistas sem igual em busca de razões sem razão só para manifestar maus
fígados, satisfazer ideologias e egoísmos vários e não fazer o que devemos
fazer para acompanhar e cuidar! Porque não é fácil enfrentar a verdade e
edificar sobre a rocha, governa-se e vive-se ao som dos ventos, das modas e dos
interesses, construindo sobre areia movediça e querendo voar contra o SOL
esquecendo que as asas são de cera!... Nenhum projeto civilizacional se aguenta
quando construído sobre os alicerces da cultura da morte! Infelizmente,
perde-se a memória, ignoram-se as lições da história!...
Sabemos que a par dos
conflitos que acompanham a história humana, o homem sempre buscou a paz. Mas,
que paz? É certo que o mundo pode proporcionar uma certa tranquilidade a
pessoas e sociedades, levando-as a viver sem grandes preocupações e
dificuldades. Deus dá graças comuns a toda a gente, “faz nascer o sol sobre
maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos.” (Mt 5, 44-45). A isso,
porém, só latamente se pode chamar paz, não só porque se limita ao âmbito
material e exterior, mas também porque leva a pensar que a paz consiste na
ausência de guerra. Sem negar essa tranquilidade que o mundo pode dar, Cristo
disse-nos: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. A paz que vos dou não é a paz
que o mundo dá” (Jo 14, 27). Realço: a Paz que Jesus nos dá não é “a paz que o
mundo dá”, é a paz que Ele nos alcançou através da morte, reconciliando-nos com
Deus, servindo, amando, lavando os pés aos outros, dando a vida. Por isso nos
diz: “dou-vos a Minha paz”. É uma paz própria, caraterística d’Ele. Não como o
mundo a dá por medo de consequências, por cansaço de violências, de injustiças,
de humilhações. É uma paz que não se pode reivindicar nem comprar porque não
está armazenada nem à venda, mas pode e deve-se pedir e construir. É uma paz
dada gratuitamente, por amor, como dom e prenda confiada aos homens, não como
prémio merecido. Jesus dá essa paz onde e quando a vontade de competir, de
dominar, de ser o mais importante e o mais forte, ceder lugar ao serviço, ao
amor desinteressado pelos últimos, à humildade de reconhecer que todos somos
irmãos e responsáveis uns pelos outros. Esta paz não é mera ausência de guerra,
é presença de Deus que é amor, é paz com Deus, é paz em Deus reconciliados que
fomos com Ele pela morte de seu Filho, o Príncipe da Paz. E se a vida nos
apresenta dificuldades, não devemos ficar perturbados nem ter medo, estamos com
Ele, Ele venceu o mundo: “Disse-vos estas coisas para que tenhais a Minha paz.
Neste mundo tereis aflições, mas tende coragem: Eu venci o mundo” (Jo 16,33).
São Paulo VI escreveu
assim: “A paz, para nós, cristãos, não é somente um equilíbrio exterior, uma
ordem jurídica, um conjunto de relações públicas disciplinadas; para nós, a Paz
é, antes de mais nada, o resultado da atuação dos desígnios de sapiência e de
amor com que Deus quis instaurar relações sobrenaturais com a humanidade. A Paz
é o primeiro efeito desta nova economia, a que nós chamamos a Graça; “graça e
paz”, repete o Apóstolo; é um dom de Deus que se torna estilo da vida cristã, é
uma fase messiânica que reflete a sua luz e a sua esperança também sobre a
cidade temporal e que fortalece com razões bem mais elevadas aquelas mesmas
razões sobre as quais ela assenta a sua paz. Na verdade, à dignidade de
cidadãos do mundo, a Paz de Cristo acrescenta a de filhos do Pai celeste; à
igualdade natural dos homens, ela ajunta a da fraternidade cristã; às
desavenças humanas que sempre comprometem e violam a paz, aquela Paz de Cristo
enfraquece os pretextos, contesta os motivos e aponta-lhes as vantagens de uma
ordem moral ideal e superior e revela-lhes ainda a prodigiosa virtude religiosa
e civil do perdão generoso; à insuficiência da habilidade humana para criar uma
paz sólida e estável, a Paz de Cristo fornece o auxílio do seu otimismo
inexaurível; à falsidade da política do prestígio orgulhoso e do interesse
material, a Paz de Cristo sugere a política da caridade; à justiça, muitas
vezes cobarde e impaciente, que afirma as suas exigências com o furor das
armas, a Paz de Cristo infunde a coragem invencível do direito, haurido das
razões profundas da natureza humana e do destino transcendente do homem. E
acentue-se ainda que não é medo da força e da resistência a Paz de Cristo, a
qual recebe o seu espírito do sacrifício que redime; não é fraqueza transigente
perante as desgraças e as deficiências dos homens sem sorte e sem defesa, esta
Paz de Cristo possui a compreensão da dor e das necessidades humanas e sabe encontrar
oportunamente amor e dádivas para os pobres, para os fracos, para os
deserdados, para os que sofrem, para os que são humilhados e para os vencidos.
Por outras palavras: a Paz de Cristo, mais do que qualquer outra fórmula
humanitária, é solícita pelos Direitos do Homem” (II Dia Mundial da Paz, 1969).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 10-06-2022.
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