Sexta, 17 de junho de 2022
Sexta-feira da XI semana do tempo comum
LITURGIA
Sexta-feira
da semana XI
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L1: 2 Reis 11, 1-4. 9-18. 20; Sal 131 (132), 11. 12. 13-4. 17-18
Ev: Mt 6, 19-23
* Na Diocese de Viseu – Aniversário da Ordenação episcopal de D. António
Luciano dos Santos Costa (2018).
* Na Ordem de Cister e na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – B. Joseph
Cassant, monge e presbítero – MF
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Ofício e Missa votivos da Paixão.
MISSA
Antífona
de entrada Cf. Sl 26, 7.9
Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica.
Vós sois o meu refúgio:
não me abandoneis, meu Deus, meu Salvador.
Oração
coleta
Senhor nosso Deus,
fortaleza dos que esperam em Vós,
atendei propício as nossas súplicas;
e, como sem Vós nada pode a fraqueza humana,
concedei-nos sempre o auxílio da vossa graça,
para que as nossas vontades e ações Vos sejam agradáveis,
no cumprimento fiel dos vossos mandamentos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I (anos pares) 2 Reis 11, 1-4.9-18.20
«Sagraram rei Joás e bradaram: ‘Viva o rei!’»
Leitura do
Segundo Livro dos Reis
Naqueles dias, Atalia, mãe do rei Ocozias, ao saber que o filho morrera, mandou
matar todos os descendentes do rei. Mas Josebá, filha do rei Jorão e irmã de
Ocozias, tomou Joás, filho de Ocozias, e tirou-o secretamente do meio dos
filhos do rei, que estavam a ser executados, para o esconder com a ama no
dormitório do templo. Assim o furtaram aos olhos de Atalia e ele escapou à
morte. Ficou no templo do Senhor, com Josebá, escondido pelo espaço de seis
anos, enquanto Atalia reinava no país. No sétimo ano, o sacerdote Joiadá
convocou os oficiais dos mercenários e dos guardas e mandou-os vir à sua
presença no templo do Senhor. Estabeleceu um acordo com eles, fê-los prestar
juramento e mostrou-lhes o filho do rei. Os oficiais fizeram tudo o que lhes
ordenara o sacerdote Joiadá. Cada um tomou consigo os seus homens, tanto os que
entravam em serviço no sábado, como aqueles que o terminavam nesse dia; e
vieram ter com o sacerdote Joiadá. O sacerdote entregou-lhes as lanças e os
escudos do rei David, que estavam no templo do Senhor. Os guardas postaram-se,
com as armas na mão, desde o lado sul até ao lado norte do templo, rodeando o
altar e o templo, para protegerem o rei. Então Joiadá mandou que trouxessem o
filho do rei e impôs-lhe o diadema e as insígnias reais. Proclamaram-no rei e
deram-lhe a unção; depois bateram palmas e aclamaram: «Viva o rei!». Ao ouvir
os clamores populares, Atalia dirigiu-se ao encontro do povo no templo do
Senhor. Quando viu o rei de pé sobre o estrado, segundo o costume, os chefes e
os tocadores de trombeta junto do rei e todo o povo exultando de alegria, ao
som das trombetas, Atalia rasgou as vestes e gritou: «Traição! Traição!». O
sacerdote Joiadá ordenou então aos oficiais das tropas: «Levai-a para fora por
entre as fileiras e, se alguém tentar segui-la, matai-o à espada». O sacerdote,
de facto, já tinha dito: «Não deve ser morta no templo do Senhor». Lançaram as
mãos sobre ela, levaram-na para o palácio real, pela porta dos cavalos, e ali a
mataram. Joiadá concluiu uma aliança entre o Senhor, o rei e o povo, pela qual
este se comprometia a ser o povo do Senhor. Concluiu também uma aliança entre o
rei e o povo. Então toda a gente do país foi ao templo de Baal e demoliu-o:
quebraram completamente os altares e as imagens e mataram, diante dos altares,
Matã, sacerdote de Baal. Em seguida, Joiadá colocou sentinelas no templo do
Senhor. Todo o povo exultava de alegria e a cidade ficou em paz. Entretanto,
Atalia tinha sido morta à espada no palácio real.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 131 (132), 11.12.13-14.17-18 (R. cf.
13)
Refrão: O Senhor escolheu Sião para sua
morada. Repete-se
O Senhor fez um juramento a David
e não voltará atrás:
«Colocarei no teu trono
um descendente da tua família». Refrão
«Se os teus filhos guardarem a minha aliança
e forem fiéis às ordens que lhes dei,
também os seus filhos
se sentarão para sempre no teu trono». Refrão
O Senhor escolheu Sião,
preferiu-a para sua morada:
«É este para sempre o lugar do meu repouso,
aqui habitarei, porque o escolhi». Refrão
«Darei a David um poderoso descendente
e farei brilhar uma luz para o meu Ungido.
Cobrirei de confusão os seus inimigos,
mas sobre ele farei resplandecer o diadema». Refrão
ALELUIA Mt 5, 3
Refrão: Aleluia Repete-se
Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus. Refrão
EVANGELHO Mt 6, 19-23
«Onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não acumuleis tesouros na terra, onde
a traça e a ferrugem os destroem e os ladrões os assaltam e roubam. Acumulai
tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não os destroem e os ladrões não os
assaltam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu
coração. A lâmpada do teu corpo são os olhos. Se o teu olhar for límpido, todo
o teu corpo ficará iluminado. Mas se o teu olhar for mau, todo o teu corpo
andará nas trevas. E se a luz que há em ti são trevas, como serão grandes essas
trevas!».
Palavra
da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Senhor nosso Deus,
que pelo pão e pelo vinho, apresentados ao vosso altar,
dais ao género humano o alimento que o sustenta
e o sacramento que o renova,
fazei que nunca falte este auxílio ao nosso corpo e à nossa alma.
Por Cristo nosso Senhor.
Antífona
da comunhão Sl 26, 4
Uma só coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida.
Ou: Cf. Jo 17, 11
Pai santo, guarda no teu nome os que Me deste,
para que sejam em nós confirmados na unidade, diz o Senhor.
Oração
depois da comunhão
Fazei, Senhor, que a sagrada comunhão nos vossos mistérios,
sinal da nossa união convosco,
realize a unidade na vossa Igreja.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS2
Reis 11, 1-4.9-18.20: Deus tinha feito
a promessa a David de que o Messias viria da sua descendência. Quando morreu
Ocozias, rei de Judá, que era, por isso, da linhagem de David, sua mãe, Atalia,
que era de origem pagã, mandou matar todos os filhos do rei falecido, para
assim pôr termo à dinastia de David e introduzir o culto dos deuses pagãos. Uma
princesa de Judá conseguiu ocultar o filho mais novo de Ocozias, chamado Joás,
livrando-o assim da morte, e este foi, mais tarde, proclamado rei. Atalia foi
morta, o templo dos deuses pagãos demolido e renovada a aliança entre Deus e o
seu povo. Não podem os homens impedir que se realizem os desígnios de Deus.
Mt
6, 19-23: Os caminhos do Evangelho
passam todos pelo coração do homem. As “coisas” têm o valor que o homem lhes
der, e, para o cristão, têm o valor que a fé lhe ensinar a atribuir-lhes. Por
isso, os tesouros terrenos não podem dominar o coração humano. O verdadeiro
tesouro está mais longe e mais alto do que os cofres que podem ser assaltados.
Para saber dar o verdadeiro valor ás coisas que o envolvem, o homem precisa de
purificar o seu interior, donde nasce a verdadeira luz, que dá o sentido
autêntico a tudo o que o rodeia.
AGENDA DO DIA:
17.30
horas: Funeral em Tolosa
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Alpalhão.
MAIO, MÊS DE MARIA
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A VOZ DO PASTOR
OS MAUS FÍGADOS DE GENTE SEM PAZ
A saúde da paz foi
sempre muito precária, muito débil. Sempre houve gente de maus fígados,
prepotente, volúvel. Gente fascinada pela cultura da morte, por imperialismos
históricos, por arsenais de armamento escondido a espreitar por detrás da porta
para provocar, ameaçar ou atingir quem está ou passa inocente. “Se queres
conhecer o vilão, mete-lhe o pau na mão”, diz o nosso povo. E di-lo sem grande
esperança em qualquer espécie de profilaxia ou de terapia. O povo sabe que
estes ‘doentes’ são maus doentes, não colaboram na possível cura. Antes pelo
contrário, orgulham-se dela, promovem e agravam a doença por entre os
estridentes aplausos dos seus aduladores e subservientes de serviço. Apesar de
ser um dos seus principais deveres, o mundo, graças a estas patologias humanas,
tem muita dificuldade em se governar na paz. Depressa esquece que todos fazemos
parte do género humano, da fraternidade universal, que todos somos irmãos,
responsáveis uns pelos outros.
Entre nós, porém, também
há sinais de retrocesso no que à paz diz respeito. Há quem, em pezinhos de lá e
com linguagem subtil, ocultando chamar os bois pelo nome, se esforce por levar
a água ao seu moinho para triturar e inverter o que tanto tem custado a
conquistar ao longo dos tempos: o respeito pela vida: “não matarás”. Há quem
defenda a cultura da morte como se de um salto civilizacional se tratasse ou
como se essa fosse a questão mais premente das políticas de saúde pública ou da
vida social a resolver. Se a vida é o vértice da paz, se a paz e a vida são
bens por excelência da condição humana e de qualquer ordem social, se a paz e a
vida são bens interdependentes ou correlativos, a paz não pode ser senão a
vitória do direito e a feliz celebração da vida devidamente cuidada e
assistida. Toda e qualquer ofensa à vida é um atentado contra a paz. Se queres
a paz, respeita a vida, a paz começa em ti. Esta paz que começa em cada um de
nós, porém, não é possível se baseada em sofismas ou fantasias que levem à
eliminação da própria vida ou da vida de terceiros, seja em forma de aborto, de
eutanásia ou de qualquer outra forma de violência fratricida: “não matarás”.
Mal da sociedade e do progresso quando o direito perde o seu caráter humano,
quando deixa de ser o que deve ser e se empanturra de indiferença, frieza e
deturpações, deixando de defender a vida e a pessoa diferente, criando dela uma
imagem negativa e incómoda ou fabricando uma falsa compaixão por ela, ao ponto
de a excluir ou destruir, sobretudo as mais frágeis. E tudo isto invocando o
direito à plena liberdade e à dignidade pessoal de quem o faz ou pede que lho
façam, e ao dever de quem o deve permitir ou colaborar. De facto, somos uns
artistas sem igual em busca de razões sem razão só para manifestar maus
fígados, satisfazer ideologias e egoísmos vários e não fazer o que devemos
fazer para acompanhar e cuidar! Porque não é fácil enfrentar a verdade e
edificar sobre a rocha, governa-se e vive-se ao som dos ventos, das modas e dos
interesses, construindo sobre areia movediça e querendo voar contra o SOL
esquecendo que as asas são de cera!... Nenhum projeto civilizacional se aguenta
quando construído sobre os alicerces da cultura da morte! Infelizmente,
perde-se a memória, ignoram-se as lições da história!...
Sabemos que a par dos
conflitos que acompanham a história humana, o homem sempre buscou a paz. Mas,
que paz? É certo que o mundo pode proporcionar uma certa tranquilidade a
pessoas e sociedades, levando-as a viver sem grandes preocupações e
dificuldades. Deus dá graças comuns a toda a gente, “faz nascer o sol sobre
maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos.” (Mt 5, 44-45). A isso,
porém, só latamente se pode chamar paz, não só porque se limita ao âmbito
material e exterior, mas também porque leva a pensar que a paz consiste na
ausência de guerra. Sem negar essa tranquilidade que o mundo pode dar, Cristo
disse-nos: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. A paz que vos dou não é a paz
que o mundo dá” (Jo 14, 27). Realço: a Paz que Jesus nos dá não é “a paz que o
mundo dá”, é a paz que Ele nos alcançou através da morte, reconciliando-nos com
Deus, servindo, amando, lavando os pés aos outros, dando a vida. Por isso nos
diz: “dou-vos a Minha paz”. É uma paz própria, caraterística d’Ele. Não como o
mundo a dá por medo de consequências, por cansaço de violências, de injustiças,
de humilhações. É uma paz que não se pode reivindicar nem comprar porque não
está armazenada nem à venda, mas pode e deve-se pedir e construir. É uma paz
dada gratuitamente, por amor, como dom e prenda confiada aos homens, não como
prémio merecido. Jesus dá essa paz onde e quando a vontade de competir, de
dominar, de ser o mais importante e o mais forte, ceder lugar ao serviço, ao
amor desinteressado pelos últimos, à humildade de reconhecer que todos somos
irmãos e responsáveis uns pelos outros. Esta paz não é mera ausência de guerra,
é presença de Deus que é amor, é paz com Deus, é paz em Deus reconciliados que
fomos com Ele pela morte de seu Filho, o Príncipe da Paz. E se a vida nos
apresenta dificuldades, não devemos ficar perturbados nem ter medo, estamos com
Ele, Ele venceu o mundo: “Disse-vos estas coisas para que tenhais a Minha paz.
Neste mundo tereis aflições, mas tende coragem: Eu venci o mundo” (Jo 16,33).
São Paulo VI escreveu
assim: “A paz, para nós, cristãos, não é somente um equilíbrio exterior, uma
ordem jurídica, um conjunto de relações públicas disciplinadas; para nós, a Paz
é, antes de mais nada, o resultado da atuação dos desígnios de sapiência e de
amor com que Deus quis instaurar relações sobrenaturais com a humanidade. A Paz
é o primeiro efeito desta nova economia, a que nós chamamos a Graça; “graça e
paz”, repete o Apóstolo; é um dom de Deus que se torna estilo da vida cristã, é
uma fase messiânica que reflete a sua luz e a sua esperança também sobre a
cidade temporal e que fortalece com razões bem mais elevadas aquelas mesmas
razões sobre as quais ela assenta a sua paz. Na verdade, à dignidade de
cidadãos do mundo, a Paz de Cristo acrescenta a de filhos do Pai celeste; à
igualdade natural dos homens, ela ajunta a da fraternidade cristã; às
desavenças humanas que sempre comprometem e violam a paz, aquela Paz de Cristo
enfraquece os pretextos, contesta os motivos e aponta-lhes as vantagens de uma
ordem moral ideal e superior e revela-lhes ainda a prodigiosa virtude religiosa
e civil do perdão generoso; à insuficiência da habilidade humana para criar uma
paz sólida e estável, a Paz de Cristo fornece o auxílio do seu otimismo
inexaurível; à falsidade da política do prestígio orgulhoso e do interesse
material, a Paz de Cristo sugere a política da caridade; à justiça, muitas
vezes cobarde e impaciente, que afirma as suas exigências com o furor das
armas, a Paz de Cristo infunde a coragem invencível do direito, haurido das
razões profundas da natureza humana e do destino transcendente do homem. E
acentue-se ainda que não é medo da força e da resistência a Paz de Cristo, a
qual recebe o seu espírito do sacrifício que redime; não é fraqueza transigente
perante as desgraças e as deficiências dos homens sem sorte e sem defesa, esta
Paz de Cristo possui a compreensão da dor e das necessidades humanas e sabe
encontrar oportunamente amor e dádivas para os pobres, para os fracos, para os
deserdados, para os que sofrem, para os que são humilhados e para os vencidos.
Por outras palavras: a Paz de Cristo, mais do que qualquer outra fórmula
humanitária, é solícita pelos Direitos do Homem” (II Dia Mundial da Paz, 1969).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 10-06-2022.
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