PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 02 de janeiro de 2022
Epifania
LITURGIA
DOMINGO
DA EPIFANIA DO SENHOR SOLENIDADE
Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. da Epifania.
L1: Is 60, 1-6; Sal 71 (72), 2. 7-8. 10-11. 12-13
L2: Ef 3, 2-3a. 5-6
Ev: Mt 2, 1-12
* Na Missa deste dia, depois do Evangelho, podem anunciar-se as festas móveis,
segundo a fórmula indicada no princípio deste Diretório, p. 4-5 (cf. Missal
Romano, p. 1382).
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Proibidas as Missas em oratórios privados.
* Festa da Infância Missionária.
* Na Diocese do Algarve – Ofertório para a Restauração de Igrejas.
* Nas Irmãs Missionárias do Espírito Santo – Aniversário da Fundação (1921).
* II Vésp. da solenidade – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Mal 3, 1;
1 Cron 19, 12
Eis que vem o Senhor soberano.
A realeza, o poder e o império estão nas suas mãos.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor Deus omnipotente,
que neste dia revelastes o vosso Filho Unigénito
aos gentios guiados por uma estrela,
a nós que já Vos conhecemos pela fé
levai-nos a contemplar face a face a vossa glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 60, 1-6
«Brilha sobre ti a glória do Senhor»
Leitura do Livro
de Isaías
Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz e brilha sobre ti
a glória do Senhor. Vê como a noite cobre a terra e a escuridão os povos. Mas,
sobre ti levanta-Se o Senhor e a sua glória te ilumina. As nações caminharão à
tua luz e os reis ao esplendor da tua aurora. Olha ao redor e vê: todos se
reúnem e vêm ao teu encontro; os teus filhos vão chegar de longe e as tuas
filhas são trazidas nos braços. Quando o vires ficarás radiante, palpitará e
dilatar-se-á o teu coração, pois a ti afluirão os tesouros do mar, a ti virão
ter as riquezas das nações. Invadir-te-á uma multidão de camelos, de
dromedários de Madiã e Efá. Virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e
proclamando as glórias do Senhor.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 71 (72), 2.7-8.10-11.12-13 (R. cf. 11)
Refrão: Virão adorar-Vos, Senhor,
todos os povos da terra. Repete-se
Ó Deus, concedei ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade. Refrão
Florescerá a justiça nos seus dias
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da terra. Refrão
Os reis de Társis e das ilhas virão com presentes,
os reis da Arábia e de Sabá trarão suas ofertas.
Prostrar-se-ão diante dele todos os reis,
todos os povos o hão de servir. Refrão
Socorrerá o pobre que pede auxílio
e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos. Refrão
LEITURA II Ef 3, 2-3a.5-6
Os gentios recebem a mesma herança prometida
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Certamente já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso
favor: por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Cristo. Nas
gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens como agora
foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas: os
gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e
participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Mt 2, 2
Refrão: Aleluia. Repete-se
Vimos a sua estrela no Oriente
e viemos adorar o Senhor. Refrão
EVANGELHO Mt 2, 1-12
«Viemos do Oriente adorar o Rei»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando
chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está – perguntaram eles
– o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e
viemos adorá-l’O». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com
ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e
escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles
responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo Profeta: ‘Tu,
Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades
de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’».
Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações
precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os
a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e,
quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O». Ouvido o
rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente
seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a
estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria,
sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus
tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos
para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro
caminho.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai com bondade, Senhor, para os dons da vossa Igreja,
que não Vos oferece ouro, incenso e mirra,
mas Aquele que por estes dons
é manifestado, imolado e oferecido em alimento,
Jesus Cristo, vosso Filho, Nosso Senhor.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio da Epifania.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Mt 2, 2
Vimos a sua estrela no Oriente
e viemos com presentes adorar o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Iluminai-nos, Senhor,
sempre e em toda a parte com a vossa luz celeste,
para que possamos contemplar com olhar puro
e receber de coração sincero
o mistério em que por vossa graça participámos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Is 60, 1-6: Como
uma cidade, construída sobre um monte, atrai o olhar de todos, ao ser iluminada
pelo sol nascente, assim Jerusalém, iluminada pelo Nascimento de Jesus, atrai a
si todos os povos, mergulhados na noite do pecado. Será, porém, na Igreja, nova
Jerusalém, que Deus reunirá todos os homens, para lhes dar a salvação. Será
n’Ela que se constituirá, definitivamente, a comunidade dos povos. «A luz dos
povos é Cristo – Mas a Sua luz resplandece no rosto da Sua Igreja» (LG. n.° 1).
Ela é, na verdade, o sinal e o instrumento de união com Deus e de unidade de
todo o género humano.
Ef 3, 2-3a.5-6: O
universalismo de Isaías era um pouco limitado; os estrangeiros não estavam em
posição de igualdade com os filhos de Israel. S. Paulo, descrevendo o plano
salvífico de Deus, proclama que todos os homens são chamados, igualmente, a ser
herdeiros da Promessa. Como consequência deste chamamento universal para a Fé,
toda a separação, toda a discriminação, introduzidas na humanidade por culturas
e civilizações, desaparecem. Todos são chamados a formar o verdadeiro Israel e
a constituir um só Corpo – o Corpo Místico de Cristo – restabelecendo-se assim
o plano primitivo de Deus acerca da humanidade, que era um projeto de unidade e
amor.
Mt 2, 1-12: Frente
ao mistério do Nascimento de Jesus, S. Mateus procura, sobretudo, contemplá-Lo
à Luz do primeiro encontro do mundo pagão com o Salvador, de que os magos são
as primícias e os representantes. Sublinhando, de modo expressivo, a
universalidade da Mensagem cristã, dirigida a todos os homens, mesmo àqueles
que, segundo as conceções estreitas do Judaísmo, viviam fora da Geografia e da
História da Salvação, o evangelista mostra como na visita dos Magos, se realizam
as profecias do A. T. Não deixa também de o impressionar, em contraste com o
orgulho e cegueira de Herodes e dos sábios de Israel, a boa vontade dos Magos,
que, atentos aos sinais dos Tempos, se dispõem a correr a aventura da Fé.
AGENDA DO DIA:
09.00
horas: Funeral em Nisa
09.30
horas: Missa em Amieira do Tejo.
10.00
horas: Missa em Arez
10.45
horas: Missa em Tolosa
11.00
horas: Missa em Nisa
12.00
horas: Missa em Alpalhão
12.00
horas: Missa em Gáfete
15.30
horas: Missa em Montalvão
15.30
horas: Missa em Cacheiro
15.30
horas: Missa em Arneiro.
PENSAMENTO DO DIA
PARA TODOS: UM ANO ABENÇOADO
A VOZ DO PASTOR
QUEM DERA QUE NINGUÉM TREPASSE POR AÍ...
Quando recebemos coisas de mão beijada, como, por
exemplo, a saúde, a paz social, o bem estar familiar, regra geral não damos por
isso, não as agradecemos nem lhes damos grande apreço. Logo que as perdemos,
ficamos lacrimosos como bebés a quem se lhes retira a chupeta da boca! Sem
querer ser acusa-pilatos, e desafiando quem quer que seja a atirar-lhes a
primeira pedra, Adão e Eva escaqueiraram a harmonia paradisíaca. A riqueza que
receberam, e gratuitamente usufruíam, foi por eles mandada às urtigas. Só depois
de a terem perdido, é que lhe reconheceram o valor e a falta. Nada custa
imaginar que após essa trágica aventura, possivelmente já em tensão um com o
outro, tivessem zarpado lá para o fundo do quintal a carpir as mágoas de tal
desgraça, sentados por lá numa qualquer pedra filosofal em jeito de poltrona
almofadada e com a cobra feita mirone a gargalhar por ter levado a melhor.
Assustados e de olhos arregalados até às orelhas, é de crer que se voltassem um
para o outro e dissessem, tristes e amargurados: “eia!..., como a vida está
difícil!...”.
Segundo a narração, logo ouviram passos no jardim a
martelar-lhes a consciência. “Adão, onde é que tu estás?”. Ora, ora, onde é que
ele estaria!... Reconhecendo a borrasca do seu gesto, uma desobediência que os
coca-bichinhos gostariam de saber em que é que teria consistido, puseram-se ao
fresco e ao largo. Foram-se esconder por entre o arvoredo e a vegetação, com
medo e vergonha, sem assumir o erro, esgravatando desculpas. Como criaturas,
tinham ultrapassado os limites que livremente deveriam reconhecer e respeitar.
Não quiseram viver segundo o Criador. Queriam ser como Ele, mas sem Ele ou em
vez d’Ele. Aceitar as leis da criação e as normas morais que regulam o
exercício da liberdade não foi coisa que apreciassem. Preferiram optar por si
próprios. Esqueceram a sua condição de criaturas, agiram contra todo o
equilíbrio ecológico e contra o seu próprio bem. A sua dignidade e sentido
existencial foram-se às malvas. Perderam a graça da santidade e da justiça
originais que tinham recebido, não só para si, mas para toda a natureza humana.
Assim, por um só homem entrou o pecado no mundo, e, pelo pecado, toda a criação
ficou sujeita à servidão da corrupção e da morte. Embora não cometido por nós,
embora fosse uma falta pessoal de Adão e Eva, e não nossa, todos ficamos
privados da santidade e da justiça originais. A esta privação chamamos pecado
original. Um pecado que se tornou próprio de cada um de nós. Todos nascemos com
ele, por propagação, quer dizer, pela transmissão duma natureza humana privada
da santidade e justiça originais. Chama-se pecado por analogia, por ser
contraído, não cometido, por ser um estado, não um ato. Mas porquê, assim?
Porque todo o género humano é, em Adão, como um só corpo dum único homem. De
facto, como refere o Catecismo da Igreja Católica sobre esta matéria, que
aconselho a ler desde o número 396 a 412, e donde fiz esta síntese sem
preocupação de colocar algumas aspas, a transmissão do pecado original é um
mistério que não podemos compreender plenamente, mas cujas consequências jamais
deixaram de nos bater à porta.
Deus, porém, nunca desistiu de nós. Foi-nos
manifestando a sua presença e cuidado por muitos meios e modos. Como expressão
máxima da sua condescendência e pedagogia infinitas, enviou-nos o seu próprio
Filho. Jesus é a Palava do Pai, é o Verbo encarnado entre nós! O Criador fez-se
criatura para nos falar, para nos revelar o seu amor, para servir a humanidade
e dar a vida em resgate de todos, para nos redimir, nos libertar do vínculo da
culpa original. E assim, face à unidade de todo o género humano, como pelo
pecado de um só veio para todos os homens a condenação, assim também, pela obra
de justiça de um só veio para todos a justificação que dá a vida (cf. Rm 5,
18). À universalidade do pecado e da morte, opõe-se a universalidade da
salvação em Cristo, onde abundou o pecado, superabundou a graça (cf. Rom 5,20).
Todos estamos implicados no pecado de Adão do mesmo modo que todos estamos
implicados na justificação de Cristo. Se não fosse coisa séria, como é que Deus
Pai, que é infinitamente bom, enviaria o seu Filho à terra sabendo que iria ser
morto, por nada, no vexame da cruz? É a partir desta certeza da fé, que a
Igreja, em fidelidade a Cristo (Mt 28,18-20), anuncia, aconselha e celebra o Batismo
para a remissão dos pecados, mesmo às crianças que não cometeram qualquer
pecado pessoal. O Batismo, instituído por Cristo, não se deve adiar sem razão,
o Papa Francisco tem insistido nisso. Ele apaga o pecado original, confere a
vida da graça, reorienta-nos para Deus, torna-nos membros da Igreja, faz-nos
templos do Espírito Santo e socio-cooperadores na construção do Reino de Deus,
faz-nos usufruir de todas as graças que o Senhor nos oferece na sua Igreja e
pela sua Igreja e das quais não devemos privar as próprias crianças. O Batismo
é um dom, e tudo o que é dom de Deus implica colaboração humana. Sim, apesar de
redimida por Cristo, a natureza humana ficou e persiste enfraquecida e
inclinada para o mal. Dentro da sua liberdade, precisa de se concentrar no
essencial, precisa de combate espiritual, precisa de aceitar e seguir a
sinalética e as pistas que Jesus apontou para quem quiser trilhar os caminhos
duma vida com sentido. Como afirmava São João Paulo II, “Ignorar que o homem
tem uma natureza ferida, inclinada para o mal, dá lugar a graves erros no
domínio da educação, da política, da ação social e dos costumes”.
Em fim de um ano civil, fazem-se análises e balanços,
sempre em busca da verdade. Se há deficit, se há coisas mal feitas, procura-se ver
como solucionar e como trepar no futuro. Num outro campo de ação, cada cristão
também poderá provocar dentro de si a pergunta que Deus fez a Adão, ouvindo o
próprio Deus a chamar-lhe pelo nome e a perguntar-lhe, não já sobre o resultado
das empresas e empreendimentos, mas sobre o seu desempenho espiritual: “...onde
é que tu estás?” Oxalá não seja a trepar pela infidelidade a Deus, à família, à
Igreja, aos deveres laborais e sociais. Oxalá não seja a procurar desculpas
para fugir a toda e qualquer espécie de compromisso em favor do bem comum e da
boa cidadania. Oxalá ninguém esteja escondido por entre as esquinas do seu
dia-a-dia para fazer o que quer e não o que deve. Oxalá ninguém se sinta com
medo e vergonha porque despido de dignidade pela vida que leva ou locais que
frequenta. Porque ninguém merece destruir-se, é importante dar sentido à vida,
estar aberto às surpresas de Deus, agradecer-lhe o seu gesto de misericórdia
para connosco e sentir a sua paz, uma paz que nos dinamiza em direção aos
outros e na prática do bem.
Por estes dias, lemos, ouvimos e rezamos uma bênção a
crescer em três tempos. Segundo os estudiosos da matéria, no original hebraico
essa bênção tem três palavras na primeira parte, cinco na segunda e sete na
terceira. Na Bíblia, os números ímpares são simbólicos, indicam a perfeição,
têm qualidade. Ao iniciarmos um novo ano que todos desejamos seja o mais
possível dentro da perfeição e da qualidade, aqui deixo essa bênção em jeito de
oração por cada um: “O Senhor te abençoe e te proteja; O Senhor faça brilhar
sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e
te conceda a paz”.
Os Reis Magos, depois de terem encontrado, adorado e
presenteado Jesus, regressaram a casa por outro caminho. Foi sempre assim: quem
se deixa guiar pela Estrela e encontra Jesus, regressa sempre a casa por outro
caminho, o caminho da conversão, da alegria e da paz dinâmica.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-12-2021.
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