PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 08 de janeiro de 2022
Sábado depois da Epifania
LITURGIA
Sábado
depois da Epifania
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Epifania ou do Natal.
L1: 1 Jo 5, 14-21; Sal 149, 1-2. 3-4. 5-6a e 9b
Ev: Jo 3, 22-30
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. Pedro Tomás,
bispo – FESTA e MF
* Na Congregação Salesiana – B. Tito Zeman, presbítero e mártir – MF
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Gal 4,
4-5
Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher,
para nos tornarmos seus filhos adoptivos.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que em vosso Filho Unigénito nos tornastes nova
criatura, concedei que a vossa graça nos conforme à imagem de Cristo, em quem a
nossa natureza se uniu à vossa divindade. Ele que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
LEITURA I 1 Jo 5, 14-21
«Escuta-nos em tudo o que Lhe pedirmos»
Leitura da
Primeira Epístola de São João
Caríssimos: Esta é a confiança que
temos em Deus: se Lhe pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele
escuta-nos. E sabendo que nos escuta em tudo o que Lhe pedirmos, sabemos também
que alcançaremos o que Lhe tivermos pedido. Se alguém vir seu irmão cometer um
pecado que não o leva à morte, reze e Deus lhe dará a vida, se de facto o
pecado cometido não leva à morte. Há um pecado que leva à morte; não é por este
pecado que eu digo que se reze. Toda a iniquidade é pecado, mas nem todo o
pecado leva à morte. Sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca,
porque o guarda Aquele que foi gerado por Deus e o Maligno não o pode atingir.
Sabemos que somos de Deus, mas o mundo inteiro está sujeito ao Maligno. E
sabemos também que veio o Filho de Deus e nos deu inteligência para conhecermos
o Verdadeiro. Nós estamos no Verdadeiro, por seu Filho, Jesus Cristo, que é o
Deus verdadeiro e a vida eterna. Meus filhos, guardai-vos dos falsos deuses.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 149, 1-2.3-4.5-6a.9b (R. 4a ou
Aleluia)
Refrão: O Senhor ama o seu povo.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,
rejubilem os filhos de Sião em seu Rei. Refrão
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara,
porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória. Refrão
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;
em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis. Refrão
ALELUIA Mt 4, 16
Refrão: Aleluia. Repete-se
O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz;
para aqueles que habitavam na sombria região da
morte uma luz se levantou. Refrão
EVANGELHO Jo 3, 22-30
«O amigo do esposo sente muita alegria ao ouvir a sua voz»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, foi Jesus com os seus
discípulos para o território da Judeia, onde Se demorou com eles, e começou a batizar.
João batizava em Enon, perto de Salim, porque ali a água era abundante e
aparecia muita gente para se batizar. João ainda não tinha sido encarcerado.
Surgiu uma discussão entre os discípulos de João e um judeu a respeito da
purificação. Foram ter com João e disseram-lhe: «Mestre, Aquele que estava
contigo na outra margem do Jordão e de quem deste testemunho anda a batizar e
todos vão ter com Ele». João respondeu: «Ninguém pode receber coisa alguma, se
não lhe for dada do Céu. Vós próprios sois testemunhas de que eu disse: ‘Não
sou o Messias, mas aquele que foi enviado à sua frente’. Quem tem a esposa é o
esposo; e o amigo do esposo, que o acompanha e escuta, sente muita alegria ao
ouvir a sua voz. Essa é a minha alegria, que agora é completa: Ele deve crescer
e eu diminuir».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz, fazei que esta oblação
Vos glorifique dignamente e que a nossa participação nos sagrados mistérios
reforce os laços da nossa unidade. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 1, 16
Da plenitude de Cristo todos nós recebemos
graça sobre graça.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, o vosso povo no presente e no futuro com os auxílios da
vossa infinita bondade, para que, com as alegrias que dispondes no seu caminho,
se dirija mais confiadamente para os bens eternos. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: 1
Jo 5, 14-21 : Aquele
que crê sabe que Deus o escuta e o atende, porque, pela fé, ele está em
comunhão com Deus, mantendo a sua vontade em conformidade com a vontade de
Deus. Uma das intenções pela qual se há de rezar é por aquele que não crê, ou
que até divide Jesus, negando as consequências admiráveis do mistério da
Encarnação.
Jo
3, 22-30: A imagem
das núpcias é muito tradicional na Sagrada Escritura para significar a união
íntima entre Deus e o seu povo. João Baptista compreendeu muito bem que era
precisamente Jesus quem vinha estabelecer essa aliança de amor. Jesus, é Ele o
noivo; João era apenas o seu Precursor. Por isso, João não só não se incomoda
com a presença de Jesus, mas, até ao contrário, se alegra com ela, e dispõe-se
a desaparecer para que o Senhor cresça, enquanto ele diminui.
AGENDA DO DIA:
09.00
horas: Funeral em Tolosa
11.00
horas: Funeral no Pardo
15.00
horas: Missa na Falagueira
16.00
horas: Missa em Monte Claro
16.00
horas: Missa no Pardo
18.00
horas: Em Nisa – Espírito Santo
18.00
horas; Missa em Alpalhão.
PENSAMENTO DO DIA
A VOZ DO PASTOR
QUEM DERA QUE NINGUÉM TREPASSE POR AÍ...
Quando recebemos coisas de mão beijada, como, por
exemplo, a saúde, a paz social, o bem estar familiar, regra geral não damos por
isso, não as agradecemos nem lhes damos grande apreço. Logo que as perdemos,
ficamos lacrimosos como bebés a quem se lhes retira a chupeta da boca! Sem
querer ser acusa-pilatos, e desafiando quem quer que seja a atirar-lhes a
primeira pedra, Adão e Eva escaqueiraram a harmonia paradisíaca. A riqueza que
receberam, e gratuitamente usufruíam, foi por eles mandada às urtigas. Só depois
de a terem perdido, é que lhe reconheceram o valor e a falta. Nada custa
imaginar que após essa trágica aventura, possivelmente já em tensão um com o
outro, tivessem zarpado lá para o fundo do quintal a carpir as mágoas de tal
desgraça, sentados por lá numa qualquer pedra filosofal em jeito de poltrona
almofadada e com a cobra feita mirone a gargalhar por ter levado a melhor.
Assustados e de olhos arregalados até às orelhas, é de crer que se voltassem um
para o outro e dissessem, tristes e amargurados: “eia!..., como a vida está
difícil!...”.
Segundo a narração, logo ouviram passos no jardim a
martelar-lhes a consciência. “Adão, onde é que tu estás?”. Ora, ora, onde é que
ele estaria!... Reconhecendo a borrasca do seu gesto, uma desobediência que os
coca-bichinhos gostariam de saber em que é que teria consistido, puseram-se ao
fresco e ao largo. Foram-se esconder por entre o arvoredo e a vegetação, com
medo e vergonha, sem assumir o erro, esgravatando desculpas. Como criaturas,
tinham ultrapassado os limites que livremente deveriam reconhecer e respeitar.
Não quiseram viver segundo o Criador. Queriam ser como Ele, mas sem Ele ou em
vez d’Ele. Aceitar as leis da criação e as normas morais que regulam o
exercício da liberdade não foi coisa que apreciassem. Preferiram optar por si
próprios. Esqueceram a sua condição de criaturas, agiram contra todo o
equilíbrio ecológico e contra o seu próprio bem. A sua dignidade e sentido
existencial foram-se às malvas. Perderam a graça da santidade e da justiça
originais que tinham recebido, não só para si, mas para toda a natureza humana.
Assim, por um só homem entrou o pecado no mundo, e, pelo pecado, toda a criação
ficou sujeita à servidão da corrupção e da morte. Embora não cometido por nós,
embora fosse uma falta pessoal de Adão e Eva, e não nossa, todos ficamos
privados da santidade e da justiça originais. A esta privação chamamos pecado
original. Um pecado que se tornou próprio de cada um de nós. Todos nascemos com
ele, por propagação, quer dizer, pela transmissão duma natureza humana privada
da santidade e justiça originais. Chama-se pecado por analogia, por ser
contraído, não cometido, por ser um estado, não um ato. Mas porquê, assim?
Porque todo o género humano é, em Adão, como um só corpo dum único homem. De
facto, como refere o Catecismo da Igreja Católica sobre esta matéria, que
aconselho a ler desde o número 396 a 412, e donde fiz esta síntese sem
preocupação de colocar algumas aspas, a transmissão do pecado original é um
mistério que não podemos compreender plenamente, mas cujas consequências jamais
deixaram de nos bater à porta.
Deus, porém, nunca desistiu de nós. Foi-nos
manifestando a sua presença e cuidado por muitos meios e modos. Como expressão
máxima da sua condescendência e pedagogia infinitas, enviou-nos o seu próprio
Filho. Jesus é a Palava do Pai, é o Verbo encarnado entre nós! O Criador fez-se
criatura para nos falar, para nos revelar o seu amor, para servir a humanidade
e dar a vida em resgate de todos, para nos redimir, nos libertar do vínculo da
culpa original. E assim, face à unidade de todo o género humano, como pelo
pecado de um só veio para todos os homens a condenação, assim também, pela obra
de justiça de um só veio para todos a justificação que dá a vida (cf. Rm 5,
18). À universalidade do pecado e da morte, opõe-se a universalidade da
salvação em Cristo, onde abundou o pecado, superabundou a graça (cf. Rom 5,20).
Todos estamos implicados no pecado de Adão do mesmo modo que todos estamos
implicados na justificação de Cristo. Se não fosse coisa séria, como é que Deus
Pai, que é infinitamente bom, enviaria o seu Filho à terra sabendo que iria ser
morto, por nada, no vexame da cruz? É a partir desta certeza da fé, que a
Igreja, em fidelidade a Cristo (Mt 28,18-20), anuncia, aconselha e celebra o Batismo
para a remissão dos pecados, mesmo às crianças que não cometeram qualquer
pecado pessoal. O Batismo, instituído por Cristo, não se deve adiar sem razão,
o Papa Francisco tem insistido nisso. Ele apaga o pecado original, confere a
vida da graça, reorienta-nos para Deus, torna-nos membros da Igreja, faz-nos
templos do Espírito Santo e socio-cooperadores na construção do Reino de Deus,
faz-nos usufruir de todas as graças que o Senhor nos oferece na sua Igreja e
pela sua Igreja e das quais não devemos privar as próprias crianças. O Batismo
é um dom, e tudo o que é dom de Deus implica colaboração humana. Sim, apesar de
redimida por Cristo, a natureza humana ficou e persiste enfraquecida e
inclinada para o mal. Dentro da sua liberdade, precisa de se concentrar no
essencial, precisa de combate espiritual, precisa de aceitar e seguir a
sinalética e as pistas que Jesus apontou para quem quiser trilhar os caminhos
duma vida com sentido. Como afirmava São João Paulo II, “Ignorar que o homem
tem uma natureza ferida, inclinada para o mal, dá lugar a graves erros no
domínio da educação, da política, da ação social e dos costumes”.
Em fim de um ano civil, fazem-se análises e balanços,
sempre em busca da verdade. Se há deficit, se há coisas mal feitas, procura-se
ver como solucionar e como trepar no futuro. Num outro campo de ação, cada
cristão também poderá provocar dentro de si a pergunta que Deus fez a Adão,
ouvindo o próprio Deus a chamar-lhe pelo nome e a perguntar-lhe, não já sobre o
resultado das empresas e empreendimentos, mas sobre o seu desempenho
espiritual: “...onde é que tu estás?” Oxalá não seja a trepar pela infidelidade
a Deus, à família, à Igreja, aos deveres laborais e sociais. Oxalá não seja a
procurar desculpas para fugir a toda e qualquer espécie de compromisso em favor
do bem comum e da boa cidadania. Oxalá ninguém esteja escondido por entre as
esquinas do seu dia-a-dia para fazer o que quer e não o que deve. Oxalá ninguém
se sinta com medo e vergonha porque despido de dignidade pela vida que leva ou locais
que frequenta. Porque ninguém merece destruir-se, é importante dar sentido à
vida, estar aberto às surpresas de Deus, agradecer-lhe o seu gesto de
misericórdia para connosco e sentir a sua paz, uma paz que nos dinamiza em
direção aos outros e na prática do bem.
Por estes dias, lemos, ouvimos e rezamos uma bênção a
crescer em três tempos. Segundo os estudiosos da matéria, no original hebraico
essa bênção tem três palavras na primeira parte, cinco na segunda e sete na
terceira. Na Bíblia, os números ímpares são simbólicos, indicam a perfeição,
têm qualidade. Ao iniciarmos um novo ano que todos desejamos seja o mais
possível dentro da perfeição e da qualidade, aqui deixo essa bênção em jeito de
oração por cada um: “O Senhor te abençoe e te proteja; O Senhor faça brilhar
sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e
te conceda a paz”.
Os Reis Magos, depois de terem encontrado, adorado e
presenteado Jesus, regressaram a casa por outro caminho. Foi sempre assim: quem
se deixa guiar pela Estrela e encontra Jesus, regressa sempre a casa por outro
caminho, o caminho da conversão, da alegria e da paz dinâmica.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-12-2021.
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