PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 05 de janeiro de 2022
Quarta-feira depois da Epifania
LITURGIA
Quarta-feira
depois da Epifania
Branco – Ofício da
féria.
Missa da féria, pf. da Epifania ou do Natal.
L1: 1 Jo 4, 11-18; Sal 71 (72), 2. 10-11. 12-13
Ev: Mc 6, 45-52
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Diogo José de Cádiz, presbítero,
da I Ordem – MF
* Na Ordem de Malta – S. Gerlach de Houthem, eremita – MF
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – S. Carlos Houben, presbítero – MO
* Na Congregação do Santíssimo Redentor – S. João Nepomuceno Neumann, bispo –
FESTA
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Is 9, 2
O povo que andava nas trevas viu uma grande luz.
Para aqueles que habitavam nas sombras da morte
uma luz começou a brilhar.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, sol que ilumina todos os homens, concedei ao mundo a paz
duradoira e fazei brilhar em nossos corações a luz admirável que orientou os
passos dos Magos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Jo 4, 11-18
«Se nos amarmos uns aos outros, Deus
permanece em nós»
Leitura da
Primeira Epístola de São João
Caríssimos: Se Deus nos amou tanto, também nós devemos amar-nos uns aos outros.
A Deus ninguém jamais O viu. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em
nós e em nós o seu amor é perfeito. Nisto conhecemos que estamos n’Ele e Ele em
nós: porque nos deu o seu Espírito. E nós vimos e damos testemunho de que o Pai
enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Se alguém confessar que Jesus é o
Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus. Nós conhecemos o amor de Deus
por nós e acreditamos no seu amor. Deus é amor: quem permanece no amor
permanece em Deus e Deus nele. Nisto se realiza a perfeição do amor de Deus em
nós, porque somos neste mundo como é Jesus e assim temos plena confiança no dia
do juízo. No amor não há temor; o amor que é perfeito expulsa o temor, porque o
temor supõe um castigo. Quem teme não é perfeito no amor.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 71 (72), 2.10-11.12-13 (R. cf. 11)
Refrão: Virão adorar-Vos, Senhor,
todos os povos da terra. Repete-se
Deus, concedei ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade. Refrão
Os reis de Társis e das ilhas virão com presentes,
os reis da Arábia e de Sabá trarão suas ofertas.
Prostrar-se-ão diante dele todos os reis,
todos os povos o hão-de servir. Refrão
Socorrerá o pobre que pede auxílio
e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos. Refrão
ALELUIA cf. 1 Tim 3, 16
Refrão: Aleluia. Repete-se
Glória a Vós, Jesus Cristo, anunciado aos gentios;
glória a Vós, Jesus Cristo, acreditado no mundo. Refrão
EVANGELHO Mc 6, 45-52
«Viram Jesus caminhando sobre o mar»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Depois de ter matado a fome a cinco mil homens, Jesus obrigou os discípulos a
subirem para o barco e a seguirem antes d’Ele para a outra margem, em direção a
Betsaida, enquanto Ele despedia a multidão. Depois de a ter despedido, subiu a
um monte, para orar. Ao anoitecer, estava o barco no meio do mar e Jesus
sozinho em terra. Ao ver os discípulos cansados de remar, porque o vento lhes
era contrário, pela quarta vigília da noite foi ter com eles, caminhando sobre
o mar, mas ia passar adiante. Ao verem Jesus caminhando sobre o mar, os
discípulos julgaram que era um fantasma e começaram a gritar, porque todos O
viram e ficaram atemorizados. Mas Jesus falou-lhes logo, dizendo: «Tende
confiança. Sou Eu, não temais». Depois subiu para junto deles no barco e o
vento amainou. Todos se encheram de espanto, porque o seu coração estava
endurecido, e não tinham compreendido a multiplicação dos pães.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz, fazei que esta oblação
Vos glorifique dignamente e que a nossa participação nos sagrados mistérios
reforce os laços da nossa unidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. 1 Jo 1, 2
A vida que estava junto do Pai
manifestou-se na terra e nós vimos a sua glória.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, o vosso povo no presente e no futuro com os auxílios da
vossa infinita bondade, para que, com as alegrias que dispondes no seu caminho,
se dirija mais confiadamente para os bens eternos. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Jo 4, 11-18: Deus
é amor e ama-nos. É no amor que nós O conhecemos e o amor d’Ele há de
manifestar-se no amor que temos uns aos outros. Assim mostramos que O
conhecemos, e os outros O poderão reconhecer em nós. Este amor está unido à fé,
pela qual reconhecemos que Jesus é o Filho de Deus, enviado da parte do Pai
para nos unir ao Pai no amor perfeito, aquele amor que expulsa tudo o que é
temor.
Mc 6, 45-52: Uma
nova manifestação ou “epifania” de Jesus revela-O como Senhor das próprias
forças da natureza. Jesus multiplica os sinais para que os discípulos O
reconheçam como o Filho de Deus. E não é fácil consegui-lo, porque o espírito
deles estava embotado, e a multiplicação dos pães não tinha bastado para que O
reconhecessem. A Epifania celebra-se, de facto, na fé, e a sua celebração,
repetida em cada ano, pretende levar-nos a reconhecer, cada vez mais
profundamente, quem é o Senhor Jesus.
AGENDA DO DIA:
17.00
horas: Missa em Gáfete
18.00
horas: Missa em Tolosa.
18.00
horas: Missa em Nisa.
PENSAMENTO DO DIA
PARA TODOS: UM ANO ABENÇOADO
A VOZ DO PASTOR
QUEM DERA QUE NINGUÉM TREPASSE POR AÍ...
Quando recebemos coisas de mão beijada, como, por exemplo,
a saúde, a paz social, o bem estar familiar, regra geral não damos por isso,
não as agradecemos nem lhes damos grande apreço. Logo que as perdemos, ficamos
lacrimosos como bebés a quem se lhes retira a chupeta da boca! Sem querer ser
acusa-pilatos, e desafiando quem quer que seja a atirar-lhes a primeira pedra,
Adão e Eva escaqueiraram a harmonia paradisíaca. A riqueza que receberam, e
gratuitamente usufruíam, foi por eles mandada às urtigas. Só depois de a terem
perdido, é que lhe reconheceram o valor e a falta. Nada custa imaginar que após
essa trágica aventura, possivelmente já em tensão um com o outro, tivessem
zarpado lá para o fundo do quintal a carpir as mágoas de tal desgraça, sentados
por lá numa qualquer pedra filosofal em jeito de poltrona almofadada e com a
cobra feita mirone a gargalhar por ter levado a melhor. Assustados e de olhos
arregalados até às orelhas, é de crer que se voltassem um para o outro e
dissessem, tristes e amargurados: “eia!..., como a vida está difícil!...”.
Segundo a narração, logo ouviram passos no jardim a
martelar-lhes a consciência. “Adão, onde é que tu estás?”. Ora, ora, onde é que
ele estaria!... Reconhecendo a borrasca do seu gesto, uma desobediência que os
coca-bichinhos gostariam de saber em que é que teria consistido, puseram-se ao
fresco e ao largo. Foram-se esconder por entre o arvoredo e a vegetação, com
medo e vergonha, sem assumir o erro, esgravatando desculpas. Como criaturas,
tinham ultrapassado os limites que livremente deveriam reconhecer e respeitar.
Não quiseram viver segundo o Criador. Queriam ser como Ele, mas sem Ele ou em
vez d’Ele. Aceitar as leis da criação e as normas morais que regulam o
exercício da liberdade não foi coisa que apreciassem. Preferiram optar por si
próprios. Esqueceram a sua condição de criaturas, agiram contra todo o
equilíbrio ecológico e contra o seu próprio bem. A sua dignidade e sentido
existencial foram-se às malvas. Perderam a graça da santidade e da justiça
originais que tinham recebido, não só para si, mas para toda a natureza humana.
Assim, por um só homem entrou o pecado no mundo, e, pelo pecado, toda a criação
ficou sujeita à servidão da corrupção e da morte. Embora não cometido por nós,
embora fosse uma falta pessoal de Adão e Eva, e não nossa, todos ficamos privados
da santidade e da justiça originais. A esta privação chamamos pecado original.
Um pecado que se tornou próprio de cada um de nós. Todos nascemos com ele, por
propagação, quer dizer, pela transmissão duma natureza humana privada da
santidade e justiça originais. Chama-se pecado por analogia, por ser contraído,
não cometido, por ser um estado, não um ato. Mas porquê, assim? Porque todo o
género humano é, em Adão, como um só corpo dum único homem. De facto, como
refere o Catecismo da Igreja Católica sobre esta matéria, que aconselho a ler
desde o número 396 a 412, e donde fiz esta síntese sem preocupação de colocar
algumas aspas, a transmissão do pecado original é um mistério que não podemos
compreender plenamente, mas cujas consequências jamais deixaram de nos bater à
porta.
Deus, porém, nunca desistiu de nós. Foi-nos
manifestando a sua presença e cuidado por muitos meios e modos. Como expressão
máxima da sua condescendência e pedagogia infinitas, enviou-nos o seu próprio
Filho. Jesus é a Palava do Pai, é o Verbo encarnado entre nós! O Criador fez-se
criatura para nos falar, para nos revelar o seu amor, para servir a humanidade
e dar a vida em resgate de todos, para nos redimir, nos libertar do vínculo da
culpa original. E assim, face à unidade de todo o género humano, como pelo
pecado de um só veio para todos os homens a condenação, assim também, pela obra
de justiça de um só veio para todos a justificação que dá a vida (cf. Rm 5,
18). À universalidade do pecado e da morte, opõe-se a universalidade da salvação
em Cristo, onde abundou o pecado, superabundou a graça (cf. Rom 5,20). Todos
estamos implicados no pecado de Adão do mesmo modo que todos estamos implicados
na justificação de Cristo. Se não fosse coisa séria, como é que Deus Pai, que é
infinitamente bom, enviaria o seu Filho à terra sabendo que iria ser morto, por
nada, no vexame da cruz? É a partir desta certeza da fé, que a Igreja, em
fidelidade a Cristo (Mt 28,18-20), anuncia, aconselha e celebra o Batismo para
a remissão dos pecados, mesmo às crianças que não cometeram qualquer pecado
pessoal. O Batismo, instituído por Cristo, não se deve adiar sem razão, o Papa
Francisco tem insistido nisso. Ele apaga o pecado original, confere a vida da
graça, reorienta-nos para Deus, torna-nos membros da Igreja, faz-nos templos do
Espírito Santo e socio-cooperadores na construção do Reino de Deus, faz-nos
usufruir de todas as graças que o Senhor nos oferece na sua Igreja e pela sua
Igreja e das quais não devemos privar as próprias crianças. O Batismo é um dom,
e tudo o que é dom de Deus implica colaboração humana. Sim, apesar de redimida
por Cristo, a natureza humana ficou e persiste enfraquecida e inclinada para o
mal. Dentro da sua liberdade, precisa de se concentrar no essencial, precisa de
combate espiritual, precisa de aceitar e seguir a sinalética e as pistas que
Jesus apontou para quem quiser trilhar os caminhos duma vida com sentido. Como
afirmava São João Paulo II, “Ignorar que o homem tem uma natureza ferida,
inclinada para o mal, dá lugar a graves erros no domínio da educação, da
política, da ação social e dos costumes”.
Em fim de um ano civil, fazem-se análises e balanços,
sempre em busca da verdade. Se há deficit, se há coisas mal feitas, procura-se
ver como solucionar e como trepar no futuro. Num outro campo de ação, cada
cristão também poderá provocar dentro de si a pergunta que Deus fez a Adão,
ouvindo o próprio Deus a chamar-lhe pelo nome e a perguntar-lhe, não já sobre o
resultado das empresas e empreendimentos, mas sobre o seu desempenho espiritual:
“...onde é que tu estás?” Oxalá não seja a trepar pela infidelidade a Deus, à
família, à Igreja, aos deveres laborais e sociais. Oxalá não seja a procurar
desculpas para fugir a toda e qualquer espécie de compromisso em favor do bem
comum e da boa cidadania. Oxalá ninguém esteja escondido por entre as esquinas
do seu dia-a-dia para fazer o que quer e não o que deve. Oxalá ninguém se sinta
com medo e vergonha porque despido de dignidade pela vida que leva ou locais
que frequenta. Porque ninguém merece destruir-se, é importante dar sentido à
vida, estar aberto às surpresas de Deus, agradecer-lhe o seu gesto de
misericórdia para connosco e sentir a sua paz, uma paz que nos dinamiza em
direção aos outros e na prática do bem.
Por estes dias, lemos, ouvimos e rezamos uma bênção a
crescer em três tempos. Segundo os estudiosos da matéria, no original hebraico
essa bênção tem três palavras na primeira parte, cinco na segunda e sete na
terceira. Na Bíblia, os números ímpares são simbólicos, indicam a perfeição,
têm qualidade. Ao iniciarmos um novo ano que todos desejamos seja o mais
possível dentro da perfeição e da qualidade, aqui deixo essa bênção em jeito de
oração por cada um: “O Senhor te abençoe e te proteja; O Senhor faça brilhar
sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e
te conceda a paz”.
Os Reis Magos, depois de terem encontrado, adorado e
presenteado Jesus, regressaram a casa por outro caminho. Foi sempre assim: quem
se deixa guiar pela Estrela e encontra Jesus, regressa sempre a casa por outro
caminho, o caminho da conversão, da alegria e da paz dinâmica.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-12-2021
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