PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 03 de janeiro de 2022
Segunda-feira depois da Epifania
LITURGIA
Santíssimo
Nome de Jesus – MF
Branco – Ofício da féria ou da memória (Semana II do Saltério).
Missa da féria ou da memória, pf. da Epifania ou do Natal.
L1:
1 Jo 3, 22 – 4, 6; Sal 2, 7-8. 10-11
Ev: Mt 4, 12-17. 23-25
* Na Arquidiocese de Braga – Aniversário da Ordenação episcopal de D. Jorge
Ferreira da Costa Ortiga (1988).
* Na Ordem Agostiniana – S. Fulgêncio de Ruspas, bispo – MO
* Na Ordem Franciscana e na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – Santíssimo
Nome de Jesus – MO
* Na Ordem de São Domingos – Santíssimo Nome de Jesus – MF
* Na Companhia de Jesus – Santíssimo Nome de Jesus – SOLENIDADE
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA
Um dia sagrado brilhou para nós.
Vinde, ó povos, adorar o Senhor,
porque uma grande luz desceu sobre a terra.
ORAÇÃO COLECTA
Iluminai, Senhor, os nossos
corações com o esplendor da vossa divindade, para que, através das trevas deste
mundo, caminhemos com segurança para a pátria da luz eterna. Por Nosso Senhor.
LEITURA I 1 Jo 3, 22 - 4, 6
«Examinai os espíritos, para ver se são
de Deus»
Leitura da
Primeira Epístola de São João
Caríssimos: Nós recebemos de Deus tudo o que Lhe pedirmos, porque cumprimos os
seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável. É este o seu mandamento:
acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amar-nos uns aos outros, como
Ele nos mandou. Quem observa os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele.
E sabemos que permanece em nós pelo Espírito que nos concedeu. Caríssimos, não
deis crédito a qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de
Deus, porque surgiram no mundo muitos falsos profetas. Nisto conhecereis o
espírito de Deus: todo o espírito que confessa a Jesus Cristo feito homem é de
Deus; e todo o espírito que não confessa a Jesus não é de Deus. Este é o
espírito do Anticristo, do qual ouvistes dizer que havia de vir e agora já está
no mundo. Vós, meus filhos, sois de Deus e já os vencestes, porque Aquele que
está no meio de vós é maior do que aquele que está no mundo. Eles são do mundo;
por isso falam a linguagem do mundo e o mundo escuta-os. Nós somos de Deus e
quem conhece a Deus escuta-nos; quem não é de Deus não nos escuta. Nisto
distinguimos o espírito da verdade e o espírito do erro.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 2, 7-8.10-11 (R. 8a)
Refrão: Eu te darei os povos em herança.
Repete-se
Vou proclamar o decreto do Senhor.
Ele disse-me: ‘Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e te darei as nações em herança
e os confins da terra para teu domínio’. Refrão
Agora, ó reis, tomai sentido,
atendei, vós que julgais a terra.
Servi o Senhor com temor,
aclamai-O com reverência. Refrão
ALELUIA cf. Mt 4, 23
Refrão: Aleluia Repete-se
Jesus proclamava o Evangelho do reino
e curava todas as doenças entre o povo. Refrão
EVANGELHO Mt 4, 12-17.23-25
«Está próximo o reino dos Céus»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, quando Jesus ouviu dizer que João Baptista fora preso,
retirou-Se para a Galileia. Deixou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, terra à
beira-mar, no território de Zabulão e Neftali. Assim se cumpria o que o profeta
Isaías anunciara, ao dizer: «Terra de Zabulão e terra de Neftali, estrada do
mar, além do Jordão, Galileia dos gentios: o povo que vivia nas trevas viu uma
grande luz; para aqueles que habitavam na sombria região da morte uma luz se
levantou». Desde então, Jesus começou a pregar: «Arrependei-vos, porque está
próximo o reino dos Céus». Depois percorria toda a Galileia, ensinando nas
sinagogas, proclamando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e
enfermidades entre o povo. A sua fama propagou-se por toda a Síria: traziam-Lhe
todos os que estavam doentes, atingidos de diversos males e sofrimentos,
possessos, epiléticos e paralíticos, e Jesus curava-os. Seguiram-n’O grandes
multidões, que tinham vindo da Galileia e da Decápole, de Jerusalém, da Judeia
e de Além-Jordão.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, a oblação que trazemos ao vosso altar, nesta admirável permuta
de dons, de modo que, oferecendo-Vos o que nos destes, mereçamos receber-Vos a
Vós mesmo. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 1, 14
Nós vimos a sua glória,
a glória do Filho Unigénito do Pai,
cheio de graça e de verdade.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei-nos, Deus todo-poderoso, que a nossa vida seja constantemente
fortalecida pela comunhão nos vossos santos mistérios. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: 1 Jo 3, 22 - 4, 6: O
mistério da Encarnação do Filho de Deus é tão extraordinário, que os homens têm
muita dificuldade em o aceitar. Por isso, desde o princípio, houve quem o
deturpasse, por fazerem mais fé no seu próprio pensar do que no Espírito de
Deus que lho manifestava. É este Espírito Santo, que nos ilumina sobre o
mistério de Jesus e nos leva a confessar que Jesus é verdadeiramente o Filho de
Deus.
Mt 4, 12-17.23-25: A
manifestação do reino de Deus começou a realizar-se na pessoa de Jesus. Pela
sua pregação e pelas obras que fazia, Ele manifestava já que esse reino tinha
chegado ao meio dos homens. Neste reino entra-se pela resposta de fé à palavra
de Jesus, resposta que exige humildade, conversão, vida toda iluminada pela luz
que Ele nos trouxe e que d’Ele para nós irradia.
AGENDA DO DIA:
16.00
horas: Funeral em Amieira do Tejo.
16.00
horas: Funeral em Nisa.
PENSAMENTO DO DIA
PARA TODOS: UM ANO ABENÇOADO
A VOZ DO PASTOR
QUEM DERA QUE NINGUÉM TREPASSE POR AÍ...
Quando recebemos coisas de mão beijada, como, por exemplo,
a saúde, a paz social, o bem estar familiar, regra geral não damos por isso,
não as agradecemos nem lhes damos grande apreço. Logo que as perdemos, ficamos
lacrimosos como bebés a quem se lhes retira a chupeta da boca! Sem querer ser
acusa-pilatos, e desafiando quem quer que seja a atirar-lhes a primeira pedra,
Adão e Eva escaqueiraram a harmonia paradisíaca. A riqueza que receberam, e
gratuitamente usufruíam, foi por eles mandada às urtigas. Só depois de a terem
perdido, é que lhe reconheceram o valor e a falta. Nada custa imaginar que após
essa trágica aventura, possivelmente já em tensão um com o outro, tivessem
zarpado lá para o fundo do quintal a carpir as mágoas de tal desgraça, sentados
por lá numa qualquer pedra filosofal em jeito de poltrona almofadada e com a
cobra feita mirone a gargalhar por ter levado a melhor. Assustados e de olhos
arregalados até às orelhas, é de crer que se voltassem um para o outro e
dissessem, tristes e amargurados: “eia!..., como a vida está difícil!...”.
Segundo a narração, logo ouviram passos no jardim a
martelar-lhes a consciência. “Adão, onde é que tu estás?”. Ora, ora, onde é que
ele estaria!... Reconhecendo a borrasca do seu gesto, uma desobediência que os
coca-bichinhos gostariam de saber em que é que teria consistido, puseram-se ao
fresco e ao largo. Foram-se esconder por entre o arvoredo e a vegetação, com
medo e vergonha, sem assumir o erro, esgravatando desculpas. Como criaturas,
tinham ultrapassado os limites que livremente deveriam reconhecer e respeitar.
Não quiseram viver segundo o Criador. Queriam ser como Ele, mas sem Ele ou em
vez d’Ele. Aceitar as leis da criação e as normas morais que regulam o
exercício da liberdade não foi coisa que apreciassem. Preferiram optar por si
próprios. Esqueceram a sua condição de criaturas, agiram contra todo o
equilíbrio ecológico e contra o seu próprio bem. A sua dignidade e sentido
existencial foram-se às malvas. Perderam a graça da santidade e da justiça
originais que tinham recebido, não só para si, mas para toda a natureza humana.
Assim, por um só homem entrou o pecado no mundo, e, pelo pecado, toda a criação
ficou sujeita à servidão da corrupção e da morte. Embora não cometido por nós,
embora fosse uma falta pessoal de Adão e Eva, e não nossa, todos ficamos privados
da santidade e da justiça originais. A esta privação chamamos pecado original.
Um pecado que se tornou próprio de cada um de nós. Todos nascemos com ele, por
propagação, quer dizer, pela transmissão duma natureza humana privada da
santidade e justiça originais. Chama-se pecado por analogia, por ser contraído,
não cometido, por ser um estado, não um ato. Mas porquê, assim? Porque todo o
género humano é, em Adão, como um só corpo dum único homem. De facto, como
refere o Catecismo da Igreja Católica sobre esta matéria, que aconselho a ler
desde o número 396 a 412, e donde fiz esta síntese sem preocupação de colocar
algumas aspas, a transmissão do pecado original é um mistério que não podemos
compreender plenamente, mas cujas consequências jamais deixaram de nos bater à
porta.
Deus, porém, nunca desistiu de nós. Foi-nos
manifestando a sua presença e cuidado por muitos meios e modos. Como expressão
máxima da sua condescendência e pedagogia infinitas, enviou-nos o seu próprio
Filho. Jesus é a Palava do Pai, é o Verbo encarnado entre nós! O Criador fez-se
criatura para nos falar, para nos revelar o seu amor, para servir a humanidade
e dar a vida em resgate de todos, para nos redimir, nos libertar do vínculo da
culpa original. E assim, face à unidade de todo o género humano, como pelo
pecado de um só veio para todos os homens a condenação, assim também, pela obra
de justiça de um só veio para todos a justificação que dá a vida (cf. Rm 5,
18). À universalidade do pecado e da morte, opõe-se a universalidade da salvação
em Cristo, onde abundou o pecado, superabundou a graça (cf. Rom 5,20). Todos
estamos implicados no pecado de Adão do mesmo modo que todos estamos implicados
na justificação de Cristo. Se não fosse coisa séria, como é que Deus Pai, que é
infinitamente bom, enviaria o seu Filho à terra sabendo que iria ser morto, por
nada, no vexame da cruz? É a partir desta certeza da fé, que a Igreja, em
fidelidade a Cristo (Mt 28,18-20), anuncia, aconselha e celebra o Batismo para
a remissão dos pecados, mesmo às crianças que não cometeram qualquer pecado
pessoal. O Batismo, instituído por Cristo, não se deve adiar sem razão, o Papa
Francisco tem insistido nisso. Ele apaga o pecado original, confere a vida da
graça, reorienta-nos para Deus, torna-nos membros da Igreja, faz-nos templos do
Espírito Santo e socio-cooperadores na construção do Reino de Deus, faz-nos
usufruir de todas as graças que o Senhor nos oferece na sua Igreja e pela sua
Igreja e das quais não devemos privar as próprias crianças. O Batismo é um dom,
e tudo o que é dom de Deus implica colaboração humana. Sim, apesar de redimida
por Cristo, a natureza humana ficou e persiste enfraquecida e inclinada para o
mal. Dentro da sua liberdade, precisa de se concentrar no essencial, precisa de
combate espiritual, precisa de aceitar e seguir a sinalética e as pistas que
Jesus apontou para quem quiser trilhar os caminhos duma vida com sentido. Como
afirmava São João Paulo II, “Ignorar que o homem tem uma natureza ferida,
inclinada para o mal, dá lugar a graves erros no domínio da educação, da
política, da ação social e dos costumes”.
Em fim de um ano civil, fazem-se análises e balanços,
sempre em busca da verdade. Se há deficit, se há coisas mal feitas, procura-se
ver como solucionar e como trepar no futuro. Num outro campo de ação, cada
cristão também poderá provocar dentro de si a pergunta que Deus fez a Adão,
ouvindo o próprio Deus a chamar-lhe pelo nome e a perguntar-lhe, não já sobre o
resultado das empresas e empreendimentos, mas sobre o seu desempenho espiritual:
“...onde é que tu estás?” Oxalá não seja a trepar pela infidelidade a Deus, à
família, à Igreja, aos deveres laborais e sociais. Oxalá não seja a procurar
desculpas para fugir a toda e qualquer espécie de compromisso em favor do bem
comum e da boa cidadania. Oxalá ninguém esteja escondido por entre as esquinas
do seu dia-a-dia para fazer o que quer e não o que deve. Oxalá ninguém se sinta
com medo e vergonha porque despido de dignidade pela vida que leva ou locais
que frequenta. Porque ninguém merece destruir-se, é importante dar sentido à
vida, estar aberto às surpresas de Deus, agradecer-lhe o seu gesto de
misericórdia para connosco e sentir a sua paz, uma paz que nos dinamiza em
direção aos outros e na prática do bem.
Por estes dias, lemos, ouvimos e rezamos uma bênção a
crescer em três tempos. Segundo os estudiosos da matéria, no original hebraico
essa bênção tem três palavras na primeira parte, cinco na segunda e sete na
terceira. Na Bíblia, os números ímpares são simbólicos, indicam a perfeição,
têm qualidade. Ao iniciarmos um novo ano que todos desejamos seja o mais
possível dentro da perfeição e da qualidade, aqui deixo essa bênção em jeito de
oração por cada um: “O Senhor te abençoe e te proteja; O Senhor faça brilhar
sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e
te conceda a paz”.
Os Reis Magos, depois de terem encontrado, adorado e
presenteado Jesus, regressaram a casa por outro caminho. Foi sempre assim: quem
se deixa guiar pela Estrela e encontra Jesus, regressa sempre a casa por outro
caminho, o caminho da conversão, da alegria e da paz dinâmica.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-12-2021.
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