PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 24 de janeiro de 2022
Segunda-feira
da III semana do tempo comum
LITURGIA
S. Francisco de Sales, bispo e
doutor da Igreja – MO
Branco
– Ofício da memória.
Missa da memória.
L1: 2 Sam 5, 1-7.10; Sal 88 (89), 20. 21-22. 25-26
Ev: Mc 3, 22-30
* Na Ordem da Visitação de Santa Maria – S. Francisco de Sales – SOLENIDADE
* Na Congregação Salesiana – S. Francisco de Sales, Titular e Padroeiro da
Família Salesiana – FESTA
* No Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – S. Francisco de Sales, Padroeiro
do Instituto – FESTA
* 7º dia do Oitavário de Orações pela Unidade dos Cristãos.
* Nas Congregações e Institutos da Família Paulista – I Vésp. da Conversão de
S. Paulo.
S. FRANCISCO DE SALES, bispo e doutor da Igreja
Nota
Histórica:
Nasceu na Sabóia
no ano 1567. Ordenado sacerdote, trabalhou muito pela restauração da fé
católica na sua pátria. Eleito bispo de Genebra, mostrou-se verdadeiro pastor
do clero e dos fiéis, instruindo-os com os seus escritos e obras, feito modelo
para todos. Morreu em Lião a 28 de Dezembro de 1622, mas foi sepultado
definitivamente em Annecy a 24 de Janeiro do ano seguinte.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Jer 3, 15
Eu vos darei pastores segundo o meu coração,
que vos apascentem com sabedoria e prudência.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que, para a salvação das almas, quisestes que São Francisco
de Sales se fizesse tudo para todos, concedei-nos que, seguindo o seu exemplo,
dêmos testemunho do vosso amor ao serviço dos nossos irmãos. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) 2 Sam 5, 1-7.10
«Tu apascentarás o meu povo de Israel»
Leitura do
Segundo Livro de Samuel
Naqueles dias, todas as tribos de Israel foram ter com David a Hebron e
disseram-lhe: «Nós somos dos teus ossos e da tua carne. Já antes, quando Saul
era o nosso rei, eras tu quem dirigia as entradas e saídas de Israel. E o
Senhor disse-te: ‘Tu apascentarás o meu povo de Israel, tu serás o rei de
Israel’». Todos os anciãos de Israel foram à presença do rei, em Hebron. O rei
David concluiu uma aliança com eles, em Hebron, diante do Senhor, e eles
ungiram David como rei de Israel. David tinha trinta anos quando começou a
reinar e reinou durante quarenta anos. Em Hebron foi rei de Judá sete anos e
seis meses e em Jerusalém foi rei de Israel e de Judá trinta e três anos. David
marchou com os seus homens sobre Jerusalém, contra os jebuseus, que habitavam
na região, e estes disseram-lhe: «Não entrarás aqui! Os coxos e os cegos te
hão-de repelir». Queriam dizer: «David não entrará aqui». Mas ele apoderou-se
da fortaleza de Sião, que é a «Cidade de David». David tornava-se cada vez mais
poderoso e o Senhor, Deus do Universo, estava com ele.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 88 (89), 20.21-22.25-26 R. 25a)
Refrão: Com ele estará a minha fidelidade
e a minha graça. Repete-se
Falastes outrora aos vossos fiéis
e numa visão lhes dissestes:
«Impus uma coroa a um herói,
exaltei um eleito de entre o meu povo. Refrão
Encontrei a David, meu servo,
ungi-o com óleo santo.
Estarei sempre a seu lado
e com a minha força o sustentarei. Refrão
A minha fidelidade e minha bondade estarão com ele,
pelo meu nome será firmado o seu poder.
Estenderei a sua mão sobre o mar
e a sua direita sobre os rios». Refrão
ALELUIA cf. 2 Tim 1, 10
Refrão: Aleluia Repete-se
Jesus Cristo, nosso Salvador, destruiu a morte
e fez brilhar a vida por meio do Evangelho. Refrão
EVANGELHO Mc 3, 22-30
«Satanás está perdido»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: «Está
possesso de Belzebu», e ainda: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os
demónios». Mas Jesus chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode
Satanás expulsar Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal
reino não pode aguentar-se. E se uma casa estiver dividida contra si mesma,
essa casa não pode aguentar-se. Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo
e se divide, não pode subsistir: está perdido. Ninguém pode entrar em casa de
um homem forte e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá
saquear a casa. Em verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens:
os pecados e blasfémias que tiverem proferido; mas quem blasfemar contra o
Espírito Santo nunca terá perdão: será réu de pecado eterno». Referia-Se aos
que diziam: «Está possesso dum espírito impuro».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Por este sacrifício que Vos oferecemos, acendei em nós, Senhor, o fogo do
Espírito Santo que abrasava o coração manso e humilde de São Francisco de
Sales. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 10, 10
Eu vim para que tenham vida
e a tenham em abundância, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Por esta comunhão do vosso sacramento, concedei-nos, Senhor, que, imitando na
terra a caridade e a mansidão de São Francisco de Sales, alcancemos também com
ele a glória do Céu. Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: 2 Sam 5, 1-7.10: David,
que reinou primeiro sobre as tribos do Sul, é depois sagrado rei sobre as
outras tribos de Israel, conquista Jerusalém e faz dela a capital do povo de
Deus. David e a dinastia que dele nasce, bem como Jerusalém, onde mais tarde
será construído o Templo, tornam-se o fundamento da esperança messiânica que
terá a sua realização em Jesus Cristo, descendente de David.
Mc 3, 22-30 : A
falta de fé dos adversários de Jesus toca a insensatez, não os deixando
reconhecer o reino de Deus presente no meio deles. Não é pelo poder do demónio,
mas pelo poder de Deus que Jesus expulsa os demónios e instaura, no meio deste
mundo, o reino de Deus. Negá-lo é pecar contra o Espírito Santo. De facto, o
orgulho cega o homem e não o deixará nunca reconhecer a obra de Deus.
AGENDA DO DIA:
Dia
de formação para o clero da diocese
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE MISA:
A VOZ DO PASTOR
A
PALAVRA QUE VALORIZA AS PALAVRAS
Por estes dias, não há trancas
que fechem as portas de casa à força de tanta falação política, e bem. É que,
se alguns são mais que conhecidos, outros têm de se mostrar, provar o que valem
e dizer ao que vêm. Blablás, arengadas, meias-verdades e verdades inteiras a
par com euforias, sorrisos, slogans, saudações calorosas, música, dança
folclórica, estandartes e gritarias megafónicas também passam por essas ruas,
praças e auditórios com ruído de fazer mossa. Certezas e incertezas, esperanças
e dúvidas sobre promessas muitas, até lhe chegar com o dedo, pairam pelos ares,
reiteradas muitas vezes e muito alto a dilatar as carótidas. Mentiras, acho que
não, mesmo que alguém diga que eles só falam verdade quando dizem mal uns dos
outros! Se nessas ocasiões falam verdade, isso não sei, mas que dizem mal uns
dos outros lá isso é clarinho, e acho que não é bonito, nem político!
Desculpando tais irritações menos felizes, parabéns para todos eles e que não
desistam, discordemos ou concordemos com o que dizem ou defendem! Eles todos
fazem sacudir o pó da vida e forçar o povo a saltar do sofá que entorpece para
abraçar causas que o dignifiquem, o promovam
e comprometam na construção do bem comum. É bonito de se ver e ouvir
como tudo isso alimenta belos sonhos, projetos imensos a atiçar a vontade de
arregaçar as mangas, meter a mão e o braço pela boca do mundo abaixo bem lá até
ao fundo, pegar-lhe no rabo e virar o mundo do avesso! Mas..., que
desencanto!... Que dor tão atroz!... Todo esse mar de sonhos e projetos se desmorona
e vai ribanceira abaixo ao abrir as urnas da inumação dos votos. Grande perda
para a humanidade! Dali, com infeliz surpresa, salta o odor da ingratidão do
povo cuja generosidade não se fez contabilizar, mesmo quando todos pediam
contas certas! No entanto, qual fénix renascida das cinzas, a todos resta a
possibilidade heroica de virem manifestar grande força na fraqueza. Tendo
perdido, virem dizer que, afinal, não perderam, ganharam, e por muito!... Por
isso, caro leitor, mesmo que o seu voto seja um eterno perdedor, mantenha a
esperança e não deixe de ir votar, participe.
Ora, no meio de tantas e tantas
palavras, vamos celebrar o Dia da Palavra, este ano no dia 23 de janeiro. É o
Dia da Palavra, duma Palavra que reclama silêncio interior e refinação dos
ouvidos do coração. Da Palavra que veio para todos, mesmo para quem, por estes
dias, tem de alimentar imensa verborreia a convencer os indecisos. No Dia da
Palavra, é Deus que fala. E se fala para todos também fala aos homens do poder
para lhes dizer que o poder que assumem é um poder delegado (cf. Jo 10-11). Um
poder para servir e não para serem servidos (Mc 10, 35-45). Um poder cujo
exercício requer conhecimento e capacidade de ouvir, ver e julgar bem, de saber
discernir o melhor possível entre o bem e o mal para agir e governar o povo com
a sabedoria de boa governança (cf. 1Rs 3, 5-15). A Palavra diz que é preciso
dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César (cf. Mt 22, 21). Ora, se
Deus também dá a César e ao povo o que precisam para cumprirem bem o seu dever
e serem felizes, desde que lho peçam com humildade e confiança, também César,
que não está acima, nem ao lado, nem fora, deve dar a Deus o que é de Deus e ao
povo o que é do povo. Isto acontece tanto mais quanto mais se escutar a
Palavra, o Verbo.
Esta Palavra “é viva, eficaz e
mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes”. Ela penetra, sonda os
sentimentos e as intenções do coração (cf. Hb 4, 12). São Paulo, reconhecendo o
valor da Palavra, pedia a Timóteo que se dedicasse à leitura, que se vigiasse a
si próprio e ao seu ensinamento, que não descuidasse o dom da graça que estava
em si e fosse perseverante (cf. 1Tim 4, 13-16). E mais lhe disse: “proclama a
Palavra, insiste no tempo oportuno e inoportuno, advertindo, reprovando e aconselhando
com toda a paciência e doutrina. Pois vai chegar o tempo em que já não se
suportará a doutrina; pelo contrário, desejosos de ouvir novidades, os homens
rodear-se-ão de mestres a seu bel-prazer. Desviarão os ouvidos da verdade
orientando-os para as fábulas” (2Tim 4, 2-4). Dv13
O projeto de liberdade e vida
que Deus tinha para tudo e todos, foi revelado aos homens através da Palavra. A
sua Palavra acontece e faz acontecer, gera acontecimentos, concretiza esse
grandioso projeto. Por isso, ouvir a sua Palavra e tornar-se seu aliado em
favor da liberdade e vida para todos, manifesta inteligência e sabedoria da
parte do homem. Assim lemos na Escritura: “Da mesma forma que a chuva e a neve,
que caem do céu e não voltam para lá sem antes molharem a terra, tornando-a
fecunda e fazendo-a germinar, a fim de produzir semente para o semeador e
alimento para quem precisa de comer, assim acontece com a Palavra que sai da
minha boca: ela não volta para Mim sem ter produzido o seu efeito, sem ter
realizado o que Eu quero e sem ter cumprido com sucesso a missão para a qual Eu
a mandei” (Is 55, 10-11).
E
Santo Isidoro no século VII escreveu assim:
“Quem deseja estar sempre com Deus, deve orar e ler frequentemente. Quando
oramos, falamos nós com Deus; quando lemos, fala Deus connosco. Todo o nosso
progresso vem da leitura e da meditação. O que ignoramos, aprendemo-lo com a
leitura: o que aprendemos, conservamo-lo com a meditação. É dupla a vantagem
que tiramos da leitura da Sagrada Escritura: ilumina-nos a inteligência e,
subtraindo-nos às vaidades do mundo, leva-nos ao amor de Deus. Dupla deve ser
também a preocupação com que devemos ler: primeiro, procurar compreender a
Escritura; segundo, explicá-la para proveito do próximo com a devida dignidade.
Naturalmente, só quem procura compreender o que leu estará apto para explicar o
que aprendeu. O leitor diligente pensa mais em pôr em prática o que lê do que
em adquirir a ciência. É menor desgraça desconhecer um ideal do que, tendo-o
conhecido, não o atingir. Lemos para compreender o que é reto, e compreendemos
para o pôr em prática. Ninguém pode descobrir o sentido da Escritura Sagrada se
não a lê assiduamente, como está escrito: tem-na em grande estima e ela te
exaltará; se a recebes, ela será a tua glória. Quanto mais assíduos formos na
leitura da palavra divina, tanto melhor a compreenderemos, como a terra que
tanto mais frutifica quanto melhor é cultivada. Há alguns que têm boa
inteligência; mas são negligentes em ler os textos sagrados; o seu desinteresse
mostra o desprezo por aquilo que a leitura lhes poderia ensinar. Há outros,
porém, que desejam saber, mas têm pouca inteligência. Estes, com uma leitura
assídua, conseguem aprender aquilo que os mais inteligentes, pela sua preguiça,
nunca aprenderão. Assim como o menos inteligente consegue, pela sua aplicação,
recolher o fruto do seu estudo diligente, assim também aquele que menospreza a
inteligência que Deus lhe deu, se torna réu de condenação, porque despreza um
dom recebido e o deixa sem fruto” (LH, 4 abril).
Estando
a viver a Semana de Oração pela Unidas dos Cristãos, é o Verbo, é a Palavra de
Deus que une os crentes na fé e faz deles um só povo. Por isso, todas as
Igrejas cristãs, todas as paróquias, comunidades religiosas, grupos de jovens,
famílias e fiéis estão convidados a participar nesta iniciativa, rezando,
agindo e refletindo na experiência dos Magos que vieram do Oriente para honrar
o Verbo Encarnado, Jesus Cristo, o Senhor. Hoje celebramos Santa Inês, uma
mártir do século III-IV, que deu a vida pela Palavra de Deus. Hoje, para além
daqueles que testemunham diariamente o seu amor à Palavra e a procuram pôr em
prática, continuamos a ter o testemunho de muitos mártires da fé.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo Branco, 21-01-2022.
Sem comentários:
Enviar um comentário