PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 23 de janeiro de 2022
III domingo
do tempo comum
Domingo da Palavra de Deus
LITURGIA
DOMINGO
III DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana
III do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L1: Ne 8, 2-4a. 5-6. 8-10; Sal 18 B (19), 8. 9. 10. 15
L2: 1 Cor 12, 12-30 ou 1 Cor 12, 12-14. 27
Ev: Lc 1, 1-4: 4, 14-21
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Domingo da Palavra de Deus.
* 6º dia do Oitavário de Orações pela Unidade dos Cristãos.
* Na Ordem da Visitação de Santa Maria – I Vésp. de S. Francisco de Sales.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 95,
1.6
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira.
Glória e poder na sua presença,
esplendor e majestade no seu templo.
ORAÇÃO COLECTA
Deus todo-poderoso e eterno,
dirigi a nossa vida segundo a vossa vontade,
para que mereçamos produzir abundantes frutos de boas obras,
em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ne 8, 2-4a.5-6.8-10
«Liam o Livro da Lei e explicavam o seu sentido»
Leitura do Livro
de Neemias
Naqueles dias, o sacerdote Esdras
trouxe o Livro da Lei perante a assembleia de homens e mulheres e todos os que
eram capazes de compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês. Desde a aurora
até ao meio dia, fez a leitura do Livro, no largo situado diante da Porta das
Águas, diante dos homens e mulheres e todos os que eram capazes de compreender.
Todo o povo ouvia atentamente a leitura do Livro da Lei. O escriba Esdras
estava de pé num estrado de madeira feito de propósito. Estando assim em plano
superior a todo o povo, Esdras abriu o Livro à vista de todos; e quando o
abriu, todos se levantaram. Então Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus, e
todo o povo respondeu, erguendo as mãos: «Amen! Amen!». E prostrando-se de
rosto por terra, adoraram o Senhor. Os levitas liam, clara e distintamente, o
Livro da Lei de Deus e explicavam o seu sentido, de maneira que se pudesse
compreender a leitura. Então o governador Neemias, o sacerdote e escriba
Esdras, bem como os levitas, que ensinavam o povo, disseram a todo o povo:
«Hoje é um dia consagrado ao Senhor vosso Deus. Não vos entristeçais nem
choreis». – Porque todo o povo chorava, ao escutar as palavras da Lei –. Depois
Neemias acrescentou: «Ide para vossas casas, comei uma boa refeição, tomai
bebidas doces e reparti com aqueles que não têm nada preparado. Hoje é um dia
consagrado a nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do
Senhor é a vossa fortaleza».
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 B (19), 8.9.10.15 (R. Jo 6, 63c)
Refrão: As vossas palavras, Senhor, são
espírito e vida. Repete-se
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria aos simples. Refrão
Os preceitos do Senhor são rectos
e alegram o coração;
os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos. Refrão
O temor do Senhor é puro
e permanece eternamente;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos. Refrão
Aceitai as palavras da minha boca
e os pensamentos do meu coração
estejam na vossa presença:
Vós, Senhor, sois o meu amparo e redentor. Refrão
LEITURA II – Forma longa 1 Cor 12, 12-30
«Vós sois corpo de Cristo
e seus membros, cada um na sua parte»
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Assim como o corpo é um só e
tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de numerosos,
constituem um só corpo, assim sucede também em Cristo. Na verdade, todos nós –
judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos batizados num só Espírito
para constituirmos um só corpo e a todos nos foi dado a beber um só Espírito.
De facto, o corpo não é constituído por um só membro, mas por muitos. Se o pé
dissesse: «Uma vez que não sou mão, não pertenço ao corpo», nem por isso
deixaria de fazer parte do corpo. E se a orelha dissesse: «Uma vez que não sou
olho, não pertenço ao corpo», nem por isso deixaria de fazer parte do corpo. Se
o corpo inteiro fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido,
onde estaria o olfacto? Mas Deus dispôs no corpo cada um dos membros, segundo a
sua vontade. Se todo ele fosse um só membro, que seria do corpo? Há, portanto,
muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: «Não preciso de
ti»; nem a cabeça dizer aos pés: «Não preciso de vós». Pelo contrário, os
membros do corpo que parecem mais fracos são os mais necessários; os que nos
parecem menos honrosos cuidamo-los com maior consideração; e os nossos membros
menos decorosos são tratados com maior decência: os que são mais decorosos não
precisam de tais cuidados. Deus organizou o corpo, dispensando maior
consideração ao que dela precisa, para que não haja divisão no corpo e os
membros tenham a mesma solicitude uns com os outros. Deste modo, se um membro
sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os
membros se alegram com ele. Vós sois corpo de Cristo e seus membros, cada um
por sua parte. Assim, Deus estabeleceu na Igreja em primeiro lugar apóstolos,
em segundo profetas, em terceiro doutores. Vêm a seguir os dons dos milagres,
das curas, da assistência, de governar, de falar diversas línguas. Serão todos
apóstolos? Todos profetas? Todos doutores? Todos farão milagres? Todos terão o
poder de curar? Todos falarão línguas? Terão todos o dom de as interpretar?
Palavra do Senhor.
LEITURA II – Forma breve 1 Cor 12, 12-14.27
Leitura da Primeira
Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Assim como o corpo é um só e
tem muitos membros e todos os membros do corpo, apesar de numerosos, constituem
um só corpo, assim sucede também em Cristo. Na verdade, todos nós – judeus e
gregos, escravos e homens livres – fomos batizados num só Espírito para
constituirmos um só corpo e a todos nos foi dado a beber um só Espírito. De
facto, o corpo não é constituído por um só membro, mas por muitos. Vós sois
corpo de Cristo e seus membros, cada um por sua parte.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Lc 4, 18
Refrão: Aleluia. Repete-se
O Senhor enviou-me
a anunciar a boa nova aos pobres,
a proclamar aos cativos a redenção. Refrão
EVANGELHO Lc 1, 1-4; 4, 14-21
«Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Já que muitos empreenderam narrar os
factos que se realizaram entre nós, como no-los transmitiram os que, desde o
início, foram testemunhas oculares e ministros da palavra, também eu resolvi,
depois de ter investigado cuidadosamente tudo desde as origens, escrevê-las
para ti, ilustre Teófilo, para que tenhas conhecimento seguro do que te foi
ensinado. Naquele tempo, Jesus voltou da Galileia, com a força do Espírito, e a
sua fama propagou-se por toda a região. Ensinava nas sinagogas e era elogiado
por todos. Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume,
entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe
o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que
estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para
anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos
cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos e a
proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao
ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga.
Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura
que acabais de ouvir».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente,
e santificai Senhor, os nossos dons,
a fim de que se tornem para nós fonte de salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 33, 6
Voltai-vos para o Senhor e sereis iluminados,
o vosso rosto não será confundido.
Ou Jo 8, 12
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor.
Quem Me segue não anda nas trevas,
mas terá a luz da vida.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus omnipotente,
nós Vos pedimos
que, tendo sido vivificados pela vossa graça,
nos alegremos sempre nestes dons sagrados.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Ne
8, 2-4a.5-6.8-10: A
proclamação da palavra de Deus, que Jesus faz na sinagoga de Nazaré, como se
irá ouvir na leitura do Evangelho de hoje, aparece já no Antigo Testamento,
cinco séculos antes de Cristo, como se vê por esta leitura. Podemos observar o
cuidado na proclamação, a atenção na assembleia e como já então o povo aclamava
a palavra escutada, tal como a celebração litúrgica actual continua a prever. É
com esta leitura e o salmo que se lhe segue que se inaugura a “mesa da
palavra”, o ambão, no dia da Dedicação de uma nova igreja.
1
Cor 12, 12-30: Com
esta comparação do corpo, S. Paulo quer fazer-nos compreender que, na Igreja,
há muitos campos de ação, diferentes uns dos outros, mas que isso não deve ser
causa de divisão, mas, ao contrário, de unidade, porque todos esses serviços
são fruto do mesmo e único Espírito.
Lc
1, 1-4; 4, 14-21: Esta
leitura começa com a introdução em que o evangelista expõe o método que seguiu
para se informar sobre o Evangelho que vai escrever, e faz a dedicatória do
mesmo a um tal Teófilo, nome que significa “Amigo de Deus”. Depois, começa a
sua narração, referindo o princípio do ministério público de Jesus. A cena
passa-se na sinagoga de Nazaré, numa celebração de Sábado. É digno de nota este
facto: Jesus inicia o seu ministério numa celebração, e nela Se apresenta como
sendo Aquele a quem a leitura se refere. De facto, o Senhor é Aquele a quem
toda a Sagrada Escritura se refere e Aquele que, em cada celebração litúrgica,
é significado e tornado presente pela própria celebração, pois que “é Ele quem
fala quando na Igreja se lêem as Sagradas escrituras” (Concílio SC 7).
AGENDA DO DIA:
09.30
horas: Missa em Amieira do Tejo
10.00
horas: Missa em Arez
10.45
horas: Missa em Tolosa
11.00
horas: Missa em Nisa com Crisma
12.00
horas: Missa em Alpalhão
12.00
horas: Missa em Gáfete
15.30 horas: Funeral em Tolosa
15.30
horas: Missa em Montalvão
15.30
horas: Missa em Cacheiro
15.30
horas: Missa em Arneiro
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE MISA:
III domingo do tempo comum
DIA DA PALAVRA DE DEUS
A VOZ DO PASTOR
A
PALAVRA QUE VALORIZA AS PALAVRAS
Por estes dias, não há trancas
que fechem as portas de casa à força de tanta falação política, e bem. É que,
se alguns são mais que conhecidos, outros têm de se mostrar, provar o que valem
e dizer ao que vêm. Blablás, arengadas, meias-verdades e verdades inteiras a
par com euforias, sorrisos, slogans, saudações calorosas, música, dança
folclórica, estandartes e gritarias megafónicas também passam por essas ruas,
praças e auditórios com ruído de fazer mossa. Certezas e incertezas, esperanças
e dúvidas sobre promessas muitas, até lhe chegar com o dedo, pairam pelos ares,
reiteradas muitas vezes e muito alto a dilatar as carótidas. Mentiras, acho que
não, mesmo que alguém diga que eles só falam verdade quando dizem mal uns dos
outros! Se nessas ocasiões falam verdade, isso não sei, mas que dizem mal uns
dos outros lá isso é clarinho, e acho que não é bonito, nem político!
Desculpando tais irritações menos felizes, parabéns para todos eles e que não
desistam, discordemos ou concordemos com o que dizem ou defendem! Eles todos
fazem sacudir o pó da vida e forçar o povo a saltar do sofá que entorpece para
abraçar causas que o dignifiquem, o promovam
e comprometam na construção do bem comum. É bonito de se ver e ouvir
como tudo isso alimenta belos sonhos, projetos imensos a atiçar a vontade de
arregaçar as mangas, meter a mão e o braço pela boca do mundo abaixo bem lá até
ao fundo, pegar-lhe no rabo e virar o mundo do avesso! Mas..., que
desencanto!... Que dor tão atroz!... Todo esse mar de sonhos e projetos se desmorona
e vai ribanceira abaixo ao abrir as urnas da inumação dos votos. Grande perda
para a humanidade! Dali, com infeliz surpresa, salta o odor da ingratidão do
povo cuja generosidade não se fez contabilizar, mesmo quando todos pediam
contas certas! No entanto, qual fénix renascida das cinzas, a todos resta a
possibilidade heroica de virem manifestar grande força na fraqueza. Tendo
perdido, virem dizer que, afinal, não perderam, ganharam, e por muito!... Por
isso, caro leitor, mesmo que o seu voto seja um eterno perdedor, mantenha a
esperança e não deixe de ir votar, participe.
Ora, no meio de tantas e tantas
palavras, vamos celebrar o Dia da Palavra, este ano no dia 23 de janeiro. É o
Dia da Palavra, duma Palavra que reclama silêncio interior e refinação dos
ouvidos do coração. Da Palavra que veio para todos, mesmo para quem, por estes
dias, tem de alimentar imensa verborreia a convencer os indecisos. No Dia da
Palavra, é Deus que fala. E se fala para todos também fala aos homens do poder
para lhes dizer que o poder que assumem é um poder delegado (cf. Jo 10-11). Um
poder para servir e não para serem servidos (Mc 10, 35-45). Um poder cujo
exercício requer conhecimento e capacidade de ouvir, ver e julgar bem, de saber
discernir o melhor possível entre o bem e o mal para agir e governar o povo com
a sabedoria de boa governança (cf. 1Rs 3, 5-15). A Palavra diz que é preciso
dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César (cf. Mt 22, 21). Ora, se
Deus também dá a César e ao povo o que precisam para cumprirem bem o seu dever
e serem felizes, desde que lho peçam com humildade e confiança, também César,
que não está acima, nem ao lado, nem fora, deve dar a Deus o que é de Deus e ao
povo o que é do povo. Isto acontece tanto mais quanto mais se escutar a
Palavra, o Verbo.
Esta Palavra “é viva, eficaz e
mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes”. Ela penetra, sonda os
sentimentos e as intenções do coração (cf. Hb 4, 12). São Paulo, reconhecendo o
valor da Palavra, pedia a Timóteo que se dedicasse à leitura, que se vigiasse a
si próprio e ao seu ensinamento, que não descuidasse o dom da graça que estava
em si e fosse perseverante (cf. 1Tim 4, 13-16). E mais lhe disse: “proclama a
Palavra, insiste no tempo oportuno e inoportuno, advertindo, reprovando e aconselhando
com toda a paciência e doutrina. Pois vai chegar o tempo em que já não se
suportará a doutrina; pelo contrário, desejosos de ouvir novidades, os homens
rodear-se-ão de mestres a seu bel-prazer. Desviarão os ouvidos da verdade
orientando-os para as fábulas” (2Tim 4, 2-4). Dv13
O projeto de liberdade e vida
que Deus tinha para tudo e todos, foi revelado aos homens através da Palavra. A
sua Palavra acontece e faz acontecer, gera acontecimentos, concretiza esse
grandioso projeto. Por isso, ouvir a sua Palavra e tornar-se seu aliado em
favor da liberdade e vida para todos, manifesta inteligência e sabedoria da
parte do homem. Assim lemos na Escritura: “Da mesma forma que a chuva e a neve,
que caem do céu e não voltam para lá sem antes molharem a terra, tornando-a
fecunda e fazendo-a germinar, a fim de produzir semente para o semeador e
alimento para quem precisa de comer, assim acontece com a Palavra que sai da
minha boca: ela não volta para Mim sem ter produzido o seu efeito, sem ter
realizado o que Eu quero e sem ter cumprido com sucesso a missão para a qual Eu
a mandei” (Is 55, 10-11).
E
Santo Isidoro no século VII escreveu assim:
“Quem deseja estar sempre com Deus, deve orar e ler frequentemente. Quando
oramos, falamos nós com Deus; quando lemos, fala Deus connosco. Todo o nosso
progresso vem da leitura e da meditação. O que ignoramos, aprendemo-lo com a
leitura: o que aprendemos, conservamo-lo com a meditação. É dupla a vantagem
que tiramos da leitura da Sagrada Escritura: ilumina-nos a inteligência e,
subtraindo-nos às vaidades do mundo, leva-nos ao amor de Deus. Dupla deve ser
também a preocupação com que devemos ler: primeiro, procurar compreender a
Escritura; segundo, explicá-la para proveito do próximo com a devida dignidade.
Naturalmente, só quem procura compreender o que leu estará apto para explicar o
que aprendeu. O leitor diligente pensa mais em pôr em prática o que lê do que
em adquirir a ciência. É menor desgraça desconhecer um ideal do que, tendo-o
conhecido, não o atingir. Lemos para compreender o que é reto, e compreendemos
para o pôr em prática. Ninguém pode descobrir o sentido da Escritura Sagrada se
não a lê assiduamente, como está escrito: tem-na em grande estima e ela te
exaltará; se a recebes, ela será a tua glória. Quanto mais assíduos formos na
leitura da palavra divina, tanto melhor a compreenderemos, como a terra que
tanto mais frutifica quanto melhor é cultivada. Há alguns que têm boa
inteligência; mas são negligentes em ler os textos sagrados; o seu desinteresse
mostra o desprezo por aquilo que a leitura lhes poderia ensinar. Há outros,
porém, que desejam saber, mas têm pouca inteligência. Estes, com uma leitura
assídua, conseguem aprender aquilo que os mais inteligentes, pela sua preguiça,
nunca aprenderão. Assim como o menos inteligente consegue, pela sua aplicação,
recolher o fruto do seu estudo diligente, assim também aquele que menospreza a
inteligência que Deus lhe deu, se torna réu de condenação, porque despreza um
dom recebido e o deixa sem fruto” (LH, 4 abril).
Estando
a viver a Semana de Oração pela Unidas dos Cristãos, é o Verbo, é a Palavra de
Deus que une os crentes na fé e faz deles um só povo. Por isso, todas as
Igrejas cristãs, todas as paróquias, comunidades religiosas, grupos de jovens,
famílias e fiéis estão convidados a participar nesta iniciativa, rezando,
agindo e refletindo na experiência dos Magos que vieram do Oriente para honrar
o Verbo Encarnado, Jesus Cristo, o Senhor. Hoje celebramos Santa Inês, uma
mártir do século III-IV, que deu a vida pela Palavra de Deus. Hoje, para além
daqueles que testemunham diariamente o seu amor à Palavra e a procuram pôr em
prática, continuamos a ter o testemunho de muitos mártires da fé.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 21-01-2022.
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