PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 09 de janeiro de 2022
Batismo do Senhor
LITURGIA
DOMINGO
do Batismo do Senhor
FESTA
Branco – Ofício da festa. Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. próprio.
L1: Is 42, 1-4. 6-7; Sal 28 (29), 1-2. 3ac-4. 3b e 9b-10
L2: At 10, 34-38
Ev: Lc 3, 15-16. 21-22
ou (próprias do Ano C):
L1 Is 40, 1-5. 9-11; Sal 103 (104), 1bc e 2b-3a.3bc-4.24-25.27-28.29-30
L2: Tit 2, 11-14; 3, 4-7
Ev: Lc 3, 15-16. 21-22
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* II Vésp. da festa – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA cf
Mt 3, 16-17
Depois do Batismo do Senhor, abriram-se os Céus. Sobre Ele desceu o Espírito
Santo em figura de pomba e fez-se ouvir a voz do Pai: Este é o meu Filho muito
amado, no qual pus as minhas complacências.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
que proclamastes solenemente a Cristo como vosso amado Filho
quando era batizado nas águas do rio Jordão
e o Espírito Santo descia sobre Ele,
concedei aos vossos filhos adotivos,
renascidos pela água e pelo Espírito Santo,
a graça de permanecerem sempre no vosso amor.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ou
Deus omnipotente,
cujo Filho Unigénito Se manifestou aos homens
na realidade da nossa natureza, concedei-nos que,
reconhecendo-O exteriormente semelhante a nós,
sejamos por Ele interiormente renovados.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 40, 1-5.9-11
«Manifestar-se-á a glória do Senhor e todo o homem verá a sua magnificência»
Leitura do Livro
de Isaías
Consolai, consolai o meu povo,
diz o vosso Deus.
Falai ao coração de Jerusalém e dizei-lhe em alta voz
que terminaram os seus trabalhos
e está perdoada a sua culpa,
porque recebeu da mão do Senhor
duplo castigo por todos os seus pecados.
Uma voz clama:
«Preparai no deserto o caminho do Senhor,
abri na estepe uma estrada para o nosso Deus.
Sejam alteados todos os vales
e abatidos os montes e as colinas;
endireitem-se os caminhos tortuosos
e aplanem-se as veredas escarpadas.
Então se manifestará a glória do Senhor
e todo o homem verá a sua magnificência,
porque a boca do Senhor falou».
Sobe ao alto dum monte, arauto de Sião;
grita com voz forte, arauto de Jerusalém;
levanta sem temor a tua voz e diz às cidades de Judá:
«Eis o vosso Deus.
O Senhor Deus vem com poder,
o seu braço dominará.
Com Ele vem o seu prémio,
precede-O a sua recompensa.
Como um pastor apascentará o seu rebanho
e reunirá os animais dispersos;
tomará os cordeiros em seus braços,
conduzirá as ovelhas ao seu descanso».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 103 (104), 1b-4.24-25.27-30 (R. 1)
Refrão: Bendiz, ó minha alma, o Senhor:
Como sois grande, Senhor, meu Deus!
Senhor, meu Deus, como sois grande,
revestido de esplendor e majestade!
Estendestes o céu como um toldo,
assentastes sobre as águas a vossa morada.
Fazeis das nuvens o vosso carro,
caminhais sobre as asas do vento.
Fazeis dos ventos vossos mensageiros,
do fogo ardente os vossos ministros.
Como são grandes, Senhor, as vossas obras!
Tudo fizestes com sabedoria:
a terra está cheia das vossas criaturas!
Eis o mar, grande e largo,
onde se agitam inúmeros seres,
animais pequenos e grandes.
Todos de Vós esperam
que lhes deis de comer a seu tempo.
Dais-lhes o alimento e eles o recolhem,
abris a mão e enchem-se de bens.
Se escondeis o vosso rosto, ficam perturbados,
se lhes tirais o alento, morrem
e voltam ao pó de onde vieram.
Se mandais o vosso espírito, retomam a vida
e renovais a face da terra.
LEITURA II Tito 2, 11-14; 3, 4-7
«Salvou-nos pelo batismo da regeneração e renovação do Espírito Santo»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo a Tito
Caríssimo:
Manifestou-se a graça de Deus,
fonte de salvação para todos os homens.
Ela nos ensina a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos,
para vivermos, no tempo presente,
com temperança, justiça e piedade,
aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória
do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo,
que Se entregou por nós,
para nos resgatar de toda a iniquidade
e preparar para Si mesmo um povo purificado,
zeloso das boas obras.
Ao manifestar-se a bondade de Deus, nosso Salvador,
e o seu amor para com os homens,
Ele salvou-nos,
não pelas obras justas que praticámos,
mas em virtude da sua misericórdia,
pelo baptismo da regeneração e renovação do Espírito Santo.
Deus derramou abundantemente o Espírito sobre nós,
por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador,
para que, justificados pela sua graça,
nos tornássemos, em esperança, herdeiros da vida eterna.
Palavra do Senhor.
ALELUIA cf. Lc 3, 16
Refrão: Aleluia. Repete-se
Está próximo Aquele que é mais forte do que eu,
disse João: Ele vos baptizará com o Espírito Santo e com o fogo. Refrão
EVANGELHO Lc 3, 15-16.21-22
«Jesus foi batizado e, enquanto orava, abriu-se o céu»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
o povo estava na expectativa
e todos pensavam em seus corações
se João não seria o Messias.
João tomou a palavra e disse-lhes:
«Eu batizo-vos com água,
mas está a chegar quem é mais forte do que eu,
e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias.
Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo».
Quando todo o povo recebeu o batismo,
Jesus também foi batizado;
e, enquanto orava, o céu abriu-se
e o Espírito Santo desceu sobre Ele
em forma corporal, como uma pomba.
E do céu fez-se ouvir uma voz:
«Tu és o meu Filho muito amado:
em Ti pus toda a minha complacência».
Palavra da salvação.
Diz-se o Credo.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons que a Igreja Vos oferece,
ao celebrar a manifestação de Cristo vosso Filho,
para que a oblação dos vossos fiéis
se transforme naquele sacrifício perfeito
que lavou o mundo de todo o pecado.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
PREFÁCIO O Batismo do Senhor
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor,
Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte:
Nas águas do rio Jordão, realizastes prodígios admiráveis,
para manifestar o mistério do novo Baptismo:
do Céu fizestes ouvir uma voz,
para que o mundo acreditasse
que o vosso Verbo estava no meio dos homens;
pelo Espírito Santo, que desceu em figura de pomba,
consagrastes Cristo vosso Servo com o óleo da alegria,
para que os homens O reconhecessem como o Messias
enviado a anunciar a boa nova aos pobres.
Por isso, com os Anjos e os Santos do Céu,
proclamamos na terra a vossa glória, cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 1, 32.34
Eis Aquele de quem João dizia:
Eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais com este dom sagrado,
ouvi benignamente as nossas súplicas
e concedei-nos a graça de ouvirmos com fé
a palavra do vosso Filho Unigénito
para nos chamarmos e sermos realmente vossos filhos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
AGENDA DO DIA:
09.30
horas: Missa em Amieira do Tejo.
10.00
horas: Missa em Arez
10.45
horas: Missa em Tolosa
11.00
horas: Missa em Nisa com Crisma
12.00
horas: Missa em Alpalhão
12.00
horas: Missa em Gáfete
15.30
horas: Missa em Montalvão
15.30
horas: Missa em Cacheiro
15.30
horas: Missa em Arneiro.
PENSAMENTO DO DIA
A VOZ DO PASTOR
QUEM DERA QUE NINGUÉM TREPASSE POR AÍ...
Quando recebemos coisas de mão beijada, como, por
exemplo, a saúde, a paz social, o bem estar familiar, regra geral não damos por
isso, não as agradecemos nem lhes damos grande apreço. Logo que as perdemos,
ficamos lacrimosos como bebés a quem se lhes retira a chupeta da boca! Sem
querer ser acusa-pilatos, e desafiando quem quer que seja a atirar-lhes a
primeira pedra, Adão e Eva escaqueiraram a harmonia paradisíaca. A riqueza que
receberam, e gratuitamente usufruíam, foi por eles mandada às urtigas. Só
depois de a terem perdido, é que lhe reconheceram o valor e a falta. Nada custa
imaginar que após essa trágica aventura, possivelmente já em tensão um com o
outro, tivessem zarpado lá para o fundo do quintal a carpir as mágoas de tal
desgraça, sentados por lá numa qualquer pedra filosofal em jeito de poltrona
almofadada e com a cobra feita mirone a gargalhar por ter levado a melhor.
Assustados e de olhos arregalados até às orelhas, é de crer que se voltassem um
para o outro e dissessem, tristes e amargurados: “eia!..., como a vida está
difícil!...”.
Segundo a narração, logo ouviram passos no jardim a martelar-lhes
a consciência. “Adão, onde é que tu estás?”. Ora, ora, onde é que ele
estaria!... Reconhecendo a borrasca do seu gesto, uma desobediência que os
coca-bichinhos gostariam de saber em que é que teria consistido, puseram-se ao
fresco e ao largo. Foram-se esconder por entre o arvoredo e a vegetação, com
medo e vergonha, sem assumir o erro, esgravatando desculpas. Como criaturas,
tinham ultrapassado os limites que livremente deveriam reconhecer e respeitar.
Não quiseram viver segundo o Criador. Queriam ser como Ele, mas sem Ele ou em
vez d’Ele. Aceitar as leis da criação e as normas morais que regulam o
exercício da liberdade não foi coisa que apreciassem. Preferiram optar por si
próprios. Esqueceram a sua condição de criaturas, agiram contra todo o
equilíbrio ecológico e contra o seu próprio bem. A sua dignidade e sentido
existencial foram-se às malvas. Perderam a graça da santidade e da justiça
originais que tinham recebido, não só para si, mas para toda a natureza humana.
Assim, por um só homem entrou o pecado no mundo, e, pelo pecado, toda a criação
ficou sujeita à servidão da corrupção e da morte. Embora não cometido por nós,
embora fosse uma falta pessoal de Adão e Eva, e não nossa, todos ficamos
privados da santidade e da justiça originais. A esta privação chamamos pecado
original. Um pecado que se tornou próprio de cada um de nós. Todos nascemos com
ele, por propagação, quer dizer, pela transmissão duma natureza humana privada
da santidade e justiça originais. Chama-se pecado por analogia, por ser
contraído, não cometido, por ser um estado, não um ato. Mas porquê, assim?
Porque todo o género humano é, em Adão, como um só corpo dum único homem. De
facto, como refere o Catecismo da Igreja Católica sobre esta matéria, que
aconselho a ler desde o número 396 a 412, e donde fiz esta síntese sem
preocupação de colocar algumas aspas, a transmissão do pecado original é um
mistério que não podemos compreender plenamente, mas cujas consequências jamais
deixaram de nos bater à porta.
Deus, porém, nunca desistiu de nós. Foi-nos
manifestando a sua presença e cuidado por muitos meios e modos. Como expressão
máxima da sua condescendência e pedagogia infinitas, enviou-nos o seu próprio
Filho. Jesus é a Palava do Pai, é o Verbo encarnado entre nós! O Criador fez-se
criatura para nos falar, para nos revelar o seu amor, para servir a humanidade
e dar a vida em resgate de todos, para nos redimir, nos libertar do vínculo da
culpa original. E assim, face à unidade de todo o género humano, como pelo
pecado de um só veio para todos os homens a condenação, assim também, pela obra
de justiça de um só veio para todos a justificação que dá a vida (cf. Rm 5,
18). À universalidade do pecado e da morte, opõe-se a universalidade da
salvação em Cristo, onde abundou o pecado, superabundou a graça (cf. Rom 5,20).
Todos estamos implicados no pecado de Adão do mesmo modo que todos estamos
implicados na justificação de Cristo. Se não fosse coisa séria, como é que Deus
Pai, que é infinitamente bom, enviaria o seu Filho à terra sabendo que iria ser
morto, por nada, no vexame da cruz? É a partir desta certeza da fé, que a
Igreja, em fidelidade a Cristo (Mt 28,18-20), anuncia, aconselha e celebra o
Batismo para a remissão dos pecados, mesmo às crianças que não cometeram
qualquer pecado pessoal. O Batismo, instituído por Cristo, não se deve adiar
sem razão, o Papa Francisco tem insistido nisso. Ele apaga o pecado original,
confere a vida da graça, reorienta-nos para Deus, torna-nos membros da Igreja,
faz-nos templos do Espírito Santo e socio-cooperadores na construção do Reino
de Deus, faz-nos usufruir de todas as graças que o Senhor nos oferece na sua
Igreja e pela sua Igreja e das quais não devemos privar as próprias crianças. O
Batismo é um dom, e tudo o que é dom de Deus implica colaboração humana. Sim,
apesar de redimida por Cristo, a natureza humana ficou e persiste enfraquecida
e inclinada para o mal. Dentro da sua liberdade, precisa de se concentrar no
essencial, precisa de combate espiritual, precisa de aceitar e seguir a
sinalética e as pistas que Jesus apontou para quem quiser trilhar os caminhos
duma vida com sentido. Como afirmava São João Paulo II, “Ignorar que o homem
tem uma natureza ferida, inclinada para o mal, dá lugar a graves erros no
domínio da educação, da política, da ação social e dos costumes”.
Em fim de um ano civil, fazem-se análises e balanços,
sempre em busca da verdade. Se há deficit, se há coisas mal feitas, procura-se
ver como solucionar e como trepar no futuro. Num outro campo de ação, cada
cristão também poderá provocar dentro de si a pergunta que Deus fez a Adão,
ouvindo o próprio Deus a chamar-lhe pelo nome e a perguntar-lhe, não já sobre o
resultado das empresas e empreendimentos, mas sobre o seu desempenho
espiritual: “...onde é que tu estás?” Oxalá não seja a trepar pela infidelidade
a Deus, à família, à Igreja, aos deveres laborais e sociais. Oxalá não seja a
procurar desculpas para fugir a toda e qualquer espécie de compromisso em favor
do bem comum e da boa cidadania. Oxalá ninguém esteja escondido por entre as
esquinas do seu dia-a-dia para fazer o que quer e não o que deve. Oxalá ninguém
se sinta com medo e vergonha porque despido de dignidade pela vida que leva ou
locais que frequenta. Porque ninguém merece destruir-se, é importante dar
sentido à vida, estar aberto às surpresas de Deus, agradecer-lhe o seu gesto de
misericórdia para connosco e sentir a sua paz, uma paz que nos dinamiza em
direção aos outros e na prática do bem.
Por estes dias, lemos, ouvimos e rezamos uma bênção a
crescer em três tempos. Segundo os estudiosos da matéria, no original hebraico
essa bênção tem três palavras na primeira parte, cinco na segunda e sete na
terceira. Na Bíblia, os números ímpares são simbólicos, indicam a perfeição,
têm qualidade. Ao iniciarmos um novo ano que todos desejamos seja o mais
possível dentro da perfeição e da qualidade, aqui deixo essa bênção em jeito de
oração por cada um: “O Senhor te abençoe e te proteja; O Senhor faça brilhar
sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e
te conceda a paz”.
Os Reis Magos, depois de terem encontrado, adorado e
presenteado Jesus, regressaram a casa por outro caminho. Foi sempre assim: quem
se deixa guiar pela Estrela e encontra Jesus, regressa sempre a casa por outro
caminho, o caminho da conversão, da alegria e da paz dinâmica.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-12-2021.
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