PARÓQUIAS
DE NISA
Sexta,
21 de agosto de 2020
Sexta da XX semana do tempo comum
SEXTA-FEIRA
da semana XX
S. Pio X, papa – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória
Missa da memória
L 1 Ez 37, 1-14; Sal 106 (107), 2-3.
4-5. 6-7. 8-9
Ev Mt 22, 34-40
* Na Diocese de Portalegre – Castelo Branco – Aniversário da criação da Diocese (1549).
* Na Diocese de Bragança-Miranda (na Catedral e na Cidade de Bragança) – I Vésp. da Bem-aventurada Virgem Santa Maria, Rainha.
* No Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo (Faro) – I Vésp. de Nossa Senhora, Rainha do Mundo.
Ev Mt 22, 34-40
* Na Diocese de Portalegre – Castelo Branco – Aniversário da criação da Diocese (1549).
* Na Diocese de Bragança-Miranda (na Catedral e na Cidade de Bragança) – I Vésp. da Bem-aventurada Virgem Santa Maria, Rainha.
* No Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo (Faro) – I Vésp. de Nossa Senhora, Rainha do Mundo.
S. PIO X, papa
Nota
Histórica:
Nasceu na aldeia de
Riese, na região de Veneza, em 1835. Depois de ter desempenhado santamente o
ministério sacerdotal, foi sucessivamente bispo de Mântua, patriarca de Veneza
e papa eleito no ano 1903. Adoptou como lema do seu pontificado «Instaurare omnia
in Christo», ideal que de facto orientou a sua acção pontifícia, na
simplicidade de espírito, pobreza e fortaleza, dando assim um novo incremento à
vida cristã na Igreja. Teve também de combater energicamente contra os erros
que nela se infiltravam. Morreu no dia 20 de Agosto de 1914.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA
O Senhor escolheu-o como sumo sacerdote
e abriu-lhe o tesouro de todas as suas bênçãos.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que, para defender a fé católica e instaurar todas as coisas em Cristo, enchestes de sabedoria divina e de fortaleza apostólica o papa São Pio X, concedei que, seguindo os seus ensinamentos e exemplos, alcancemos a recompensa eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Tes 2, 2b-8
«Desejávamos partilhar convosco
não só o Evangelho de Deus, mas ainda a própria vida»
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
O Senhor escolheu-o como sumo sacerdote
e abriu-lhe o tesouro de todas as suas bênçãos.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que, para defender a fé católica e instaurar todas as coisas em Cristo, enchestes de sabedoria divina e de fortaleza apostólica o papa São Pio X, concedei que, seguindo os seus ensinamentos e exemplos, alcancemos a recompensa eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Tes 2, 2b-8
«Desejávamos partilhar convosco
não só o Evangelho de Deus, mas ainda a própria vida»
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
Irmãos: Em Deus encontrámos coragem para vos anunciar o seu Evangelho no meio de grandes lutas. A nossa pregação não nasce do erro, nem da impureza ou da fraude. Mas como Deus nos encontrou dignos de nos confiar o Evangelho, assim o pregamos, não para agradar aos homens, mas a Deus que põe à prova os nossos corações. Bem sabeis que nunca usámos palavras de lisonja nem recursos de ganância; Deus é testemunha. Também não procurámos as honras humanas, quer da vossa parte, quer da parte dos outros, embora pudéssemos fazer valer a nossa autoridade como apóstolos de Cristo. Ao contrário, apresentámo-nos no meio de vós com bondade, como a mãe que acalenta os filhos que anda a criar. Pela viva afeição que vos dedicámos, desejávamos partilhar convosco não só o Evangelho de Deus, mas ainda a própria vida, tão caros vos tínheis tornado para nós.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 88 (89), 2-3.4-5.21-22.25 e 27 (R. 2a)
Refrão: Senhor, cantarei eternamente a vossa misericórdia.
Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes:
«A bondade está estabelecida para sempre»;
no céu permanece firme a vossa fidelidade.
«Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David, meu servo:
Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações.
Encontrei a David, meu servo,
ungi-o com óleo santo.
Estarei sempre a seu lado
e com a minha força o sustentarei.
A minha fidelidade e bondade estarão com ele,
pelo meu nome será firmado o seu poder.
Ele Me invocará: ‘Vós sois o meu Pai,
meu Deus, meu Salvador’».
ALELUIA Salmo 24 (25), 4b.5a
Refrão: Aleluia. Repete-se
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
guiai-me na vossa verdade. Refrão
EVANGELHO Mt 22, 34-40
«Amarás o Senhor teu Deus e o próximo como a ti mesmo»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, os fariseus, ouvindo dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus, reuniram-se em grupo, e um doutor da Lei perguntou a Jesus, para O experimentar: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». Jesus respondeu: «‘Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei benignamente, Senhor, as nossas ofertas e fazei que, seguindo os ensinamentos do papa São Pio X, celebremos com devoção sincera estes divinos mistérios e os recebamos com verdadeira fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 21, 17
Senhor, Vós sabeis tudo; bem sabeis que eu Vos amo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Ao celebrarmos a memória do papa São Pio X, nós Vos pedimos, Senhor nosso Deus, que a participação na mesa celeste nos torne fortes na fé e unidos na caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
« Quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada».
Papa
Francisco
A Alegria do
Evangelho, 3
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS :
Mt 22, 34-40 :Não deixa de ser muito
impressionante que toda a Lei de Deus se venha a resumir no amor a Deus e ao
próximo, realizando assim a aliança mais perfeita que jamais existiu, e que é
afinal todo o desígnio de Deus sobre o mundo: uma Aliança de amor perfeita e
eterna.
AGENDA DO DIA
09.00horas: Funeral em Nisa
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Alpalhão
A VOZ DO PASTOR
UM JOVEM DA JOC - O
PRIMEIRO SANTO ESCOTEIRO
Marcel Callo é mais um dos jovens citados no documento
conclusivo do Sínodo que o Papa Francisco dirigiu aos jovens. Marcel foi alguém
que se deu generosamente para deixar o mundo um pouco melhor do que o
encontrou. Nasceu em Rennes, França, a 6 de Dezembro de 1921, numa família
católica de nove filhos. Foi acólito, ingressou no Escotismo. Este marcou para
sempre a sua formação cristã. Por conselho do seu Assistente religioso, entrou
na Juventude Operária Católica, na JOC. Aos 12 anos, tornou-se aprendiz numa
gráfica, ficou a trabalhar como tipógrafo. Ajudado pelo grupo e fortalecido
pela oração, pela dinâmica sacramental e por uma ação apostólica concebida
segundo a metodologia daqueles Movimentos, testemunhou a sua fé no mundo do
trabalho, permaneceu fiel à promessa de escoteiro, sabia orientar os azimutes
do percurso existencial, a bússola dos ideais jamais o deixou perder o norte.
Tinha a consciência de que é na Igreja que nos tornamos cristãos, é com a
Igreja que poderemos ajudar a construir uma sociedade intelectualmente mais
habitável. Amando a vida e gostando de viver, lutava contra as solicitações
menos saudáveis, contra tudo quanto o pudesse tornar menos livre, tendo em
Jesus o seu primeiro e grande Amigo a cuja amizade procurava corresponder. Por
isso, apesar do sofrimento e das contrariedades que teve de suportar, viveu
feliz, de bem com a vida, sabia em quem confiava, tudo fazia para que os outros
pudessem fazer a experiência dessa amizade com Jesus. Até, na Quaresma, ia de
porta em porta, com outros elementos da JOC, a convidar as pessoas para que
celebrassem convenientemente a Páscoa de Jesus, a festa por excelência dos
cristãos. Certo dia, a mãe perguntou-lhe se ele não teria vocação para o
sacerdócio, como seu irmão mais velho. Ele respondeu: "Não me sinto chamado
ao sacerdócio. Eu acho que faço mais coisas boas ao permanecer no mundo".
Aos vinte anos apaixonou-se por uma jovem, fazendo do seu namoro um verdadeiro
itinerário de fé. Rezavam juntos, participavam juntos na Eucaristia,
respeitavam-se mutuamente, tencionavam casar-se no mesmo dia em que o seu irmão
seria ordenado sacerdote.
Com o armistício de 1940, com a ocupação da França pela Alemanha
nazi, Marcel foi inscrito no serviço de trabalho obrigatório. Se havia quem não
estivesse de acordo e escolhesse a resistência, Marcel foi para a Alemanha: “Eu
vou como missionário, para ajudar os outros a resistir”. Não esqueceu a sua
cruz da promessa de escoteiro e o seu emblema da JOC. Associou-se a alguns
amigos e ofereceram-se como 'missionários de estação de comboios', onde
ajudaram muita gente a escapar para os territórios não ocupados. Não demorou em
procurar uma comunidade cristã, onde pudesse participar na Eucaristia - a sua
maior alegria!, ele mesmo se fez eucaristia!. Aí, traduzia em francês para os
seus compatriotas, participava e organizava grupos de ação diversa em prol da
comunidade, desde o futebol ao teatro, da liturgia aos doentes e necessitados.
Numa fábrica de armamento, na Alemanha, onde eram forçados a trabalhar onze horas por dia, com fome, frio e desconforto de toda a espécie, mesmo aí, Marcel encontrou espaço para agir. Sem se deixar abater, meteu mãos à obra, descobriu outros elementos da JOC e dos escoteiros, organizou grupos de ação. Procurou e encontrou, entre os deportados, um padre para celebrar a Eucaristia e confessar quem o desejasse. Sem receio, convida outros a participar nos atos religiosos, levando muitos à conversão, pela palavra e pelo testemunho. Em qualquer lugar que se encontrasse e fossem quais fossem as circunstâncias, Marcel mantinha sempre vivo o entusiasmo, a fé, a esperança e o amor a todos. A todos procura apaixonar por Jesus Cristo à boa maneira dos cristãos da primeira hora, sem nada que o fizesse desanimar. Todos os dias procurava novas formas de testemunhar Jesus e ajudar os outros. Assobiando a divisa dos escoteiros ou da JOC, esse era o sinal para que todos fizessem, cada um para si, uma pequena oração. Esta intensa atividade de Marcel caiu sob suspeita, até a correspondência com a sua noiva lhe era intercetada. Em 19 de Abril de 1944, com os seus amigos de luta, acabou por ser preso pela Gestapo, por ser "muito católico" e ativo. Da prisão, escreveu a seu irmão, recentemente ordenado sacerdote, dizendo-lhe: “Felizmente, há um amigo que não me deixa um momento e que sabe como me apoiar e me consolar. Com ele, os momentos mais dolorosos e perturbadores são superados. Nunca vou agradecer a Cristo o suficiente por me indicar o caminho que eu agora sigo”.
A 7 de outubro, um grupo de pessoas foi enviado para o campo de
extermínio de Mauthausen, Marcel, passando pelo campo de Flossenbuerg, também.
Esteve no subcampo de Gusen II, onde se construíam partes de aviões de combate
em instalações subterrâneas. As péssimas condições destes lugares aliadas à
brutalidade, à subnutrição e aos forçados trabalhos, trabalhos dificílimos pelo
frio e a humidade, tornavam os prisioneiros presa fácil de gangrenas,
diarreias, úlceras, tuberculose... Marcel adoeceu com tuberculose, em Janeiro
de 1945. Na enfermaria, amontoavam-se aos cinco por cama. No último dia, Marcel
caiu nas latrinas, regressou à enfermaria. Quem o levou nos braços testemunhou
a expressão de felicidade do seu olhar moribundo. Tinha a aparência de um
santo, um olhar de amigo sereno, um suave sorriso que a todos impressionava.
Faleceu a 19 de março de 1945, com vinte e três anos de idade. Assumindo
heroicamente a pesada cruz de cada dia, o seu testemunho de vida e a sua
dedicação aos outros foram reconhecidas não só pelos cristãos da Alemanha, mas
também pelos Bispos da Alemanha e Áustria.
Foi beatificado por São João Paulo II a 4 de Outubro de 1987.
Foi o primeiro escoteiro no mundo a ser beatificado. Celebra-se a 19 de Abril.
No processo de beatificação de Marcel, um prisioneiro que se converteu depois
da guerra, declarou: "Se eu, não-crente, vi milhares de prisioneiros
morrerem, e era atingido pelo olhar de Marcel, é porque havia algo
extraordinário sobre ele: para mim era uma revelação: o seu olhar expressava
uma profunda convicção que levava à felicidade. Era um ato de fé e esperança
para uma vida melhor. Eu nunca vi em nenhum moribundo, e já vi milhares deles,
um olhar como o dele: pela primeira vez diante de um deportado, vi uma marca
que não era apenas o desespero".
Marcel, se nos lembra o horror dos campos de extermínio, faz-nos
ter saudades daqueles Movimentos Apostólicos que apostavam fortemente na
formação humana e cristã dos seus membros, que os preparavam para o compromisso
eclesial e social, vivendo habitados por Cristo. Preparados e estimulados a
meterem mãos à obra na transformação da sociedade, a todos ajudavam, a todos
incentivavam ao bem, sem medo, com a valentia do Espírito.
Quanto bem podem fazer os Movimentos eclesiais se forem levados
a sério!...
A determinação deste jovem leigo, se nasceu no seio duma família
cristã, fortaleceu-se naqueles Movimentos que escolheu para se integrar e
crescer, onde a formação era, de facto, uma prioridade para depois se atuar nos
ambientes sociais e laborais. O seu testemunho interpela-nos, faz-nos
pequeninos, envergonha-nos. Como refere o Papa Francisco, “muitos santos jovens
têm feito brilhar os traços de idade juvenil em toda a sua beleza e, na sua
época, foram verdadeiros profetas da mudança; o seu exemplo mostra de que são
capazes os jovens quando se abrem ao encontro com Cristo” (CV49).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 14-08-2020.
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