PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 31 de agosto de 2020
Segunda da XXII semana do tempo comum
SEGUNDA-FEIRA
da semana XXII
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha
L 1 1 Cor 2, 1-5; Sal 118 (119), 97-98. 99-100. 101-102
Ev Lc 4, 16-30
Missa à escolha
L 1 1 Cor 2, 1-5; Sal 118 (119), 97-98. 99-100. 101-102
Ev Lc 4, 16-30
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.
ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) 1 Cor 2, 1-5
«Anunciei-vos o mistério de Cristo crucificado»
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.
ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) 1 Cor 2, 1-5
«Anunciei-vos o mistério de Cristo crucificado»
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com sublimidade de linguagem ou de sabedoria a anunciar-vos o mistério de Deus. Pensei que, entre vós, não devia saber nada senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Apresentei-me diante de vós cheio de fraqueza e de temor e a tremer deveras. A minha palavra e a minha pregação não se basearam na linguagem convincente da sabedoria, mas na poderosa manifestação do Espírito Santo, para que a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 118 (119), 97-98.99-100.101-102 (R. 97a)
Refrão: Quanto amo, Senhor, a vossa lei. Repete-se
Quanto amo, Senhor, a vossa lei!
Nela medito todo o dia.
Vós me fizestes mais sábio que meus inimigos,
porque tenho sempre comigo os vossos mandamentos. Refrão
Tornei-me mais sábio que todos os meus mestres,
porque medito sempre as vossas ordens.
Sou mais sensato que os anciãos,
porque observo os vossos preceitos. Refrão
Desviei os meus pés de todo o mau caminho,
a fim de guardar a vossa palavra.
Não me tenho afastado dos vossos juízos,
porque sois Vós quem me ensina. Refrão
ALELUIA cf. Lc 4, 18
Refrão: Aleluia Repete-se
O Espírito do Senhor está sobre Mim:
Ele me enviou a anunciar a boa nova aos pobres.
Refrão
EVANGELHO Lc 4, 16-30
«Ele enviou-Me para anunciar a boa nova aos pobres...
Nenhum profeta é bem recebido na sua terra»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse- lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!
Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor.
« A posse privada dos bens justifica-se para cuidar deles e aumentá-los de modo a servirem melhor o bem comum, pelo que a solidariedade deve ser vivida como a decisão de devolver ao pobre o que lhe corresponde»
Papa Francisco
A Alegria do Evangelho
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS : 1
Cor 2, 1-5: Os destinatários desta carta são
cristãos de Corinto, cidade grega, e os gregos estavam habituados a ligar
grande importância à eloquência humana. Mas não foi a força das palavras
humanas que levou os Coríntios à fé, mas a força e o poder do Espírito de Deus.
A fé não é a adesão a palavras humanas, mas a entrega a Deus em união com Jesus
Cristo, que realizou a comunhão deles com o Pai ao dar a vida sobre a Cruz.
Lc 4, 16-30: Começamos hoje a ler, de maneira
continua, o Evangelho de S. Lucas. O Senhor começa a pregação na sua terra,
Nazaré, e numa celebração litúrgica do sábado. Podemos verificar aqui os elementos
fundamentais dessa celebração, em uso já na Sinagoga: Leitura da Lei, depois
dos Profetas, depois a homilia. Jesus apresenta-Se como Aquele que Deus ungiu
com o seu Espírito e enviou a anunciar a boa nova. Infelizmente os seus
conterrâneos não O souberam compreender!
AGENDA DO DIA
A VOZ DO PASTOR
UM JOVEM DA JOC - O PRIMEIRO SANTO ESCOTEIRO
Marcel Callo é mais um dos jovens citados no
documento conclusivo do Sínodo que o Papa Francisco dirigiu aos jovens. Marcel
foi alguém que se deu generosamente para deixar o mundo um pouco melhor do que
o encontrou. Nasceu em Rennes, França, a 6 de Dezembro de 1921, numa família
católica de nove filhos. Foi acólito, ingressou no Escotismo. Este marcou para
sempre a sua formação cristã. Por conselho do seu Assistente religioso, entrou
na Juventude Operária Católica, na JOC. Aos 12 anos, tornou-se aprendiz numa
gráfica, ficou a trabalhar como tipógrafo. Ajudado pelo grupo e fortalecido
pela oração, pela dinâmica sacramental e por uma ação apostólica concebida
segundo a metodologia daqueles Movimentos, testemunhou a sua fé no mundo do
trabalho, permaneceu fiel à promessa de escoteiro, sabia orientar os azimutes
do percurso existencial, a bússola dos ideais jamais o deixou perder o norte.
Tinha a consciência de que é na Igreja que nos tornamos cristãos, é com a
Igreja que poderemos ajudar a construir uma sociedade intelectualmente mais
habitável. Amando a vida e gostando de viver, lutava contra as solicitações
menos saudáveis, contra tudo quanto o pudesse tornar menos livre, tendo em
Jesus o seu primeiro e grande Amigo a cuja amizade procurava corresponder. Por
isso, apesar do sofrimento e das contrariedades que teve de suportar, viveu
feliz, de bem com a vida, sabia em quem confiava, tudo fazia para que os outros
pudessem fazer a experiência dessa amizade com Jesus. Até, na Quaresma, ia de
porta em porta, com outros elementos da JOC, a convidar as pessoas para que
celebrassem convenientemente a Páscoa de Jesus, a festa por excelência dos
cristãos. Certo dia, a mãe perguntou-lhe se ele não teria vocação para o
sacerdócio, como seu irmão mais velho. Ele respondeu: "Não me sinto chamado
ao sacerdócio. Eu acho que faço mais coisas boas ao permanecer no mundo".
Aos vinte anos apaixonou-se por uma jovem, fazendo do seu namoro um verdadeiro
itinerário de fé. Rezavam juntos, participavam juntos na Eucaristia,
respeitavam-se mutuamente, tencionavam casar-se no mesmo dia em que o seu irmão
seria ordenado sacerdote.
Com o armistício de 1940, com a ocupação da
França pela Alemanha nazi, Marcel foi inscrito no serviço de trabalho
obrigatório. Se havia quem não estivesse de acordo e escolhesse a resistência,
Marcel foi para a Alemanha: “Eu vou como missionário, para ajudar os outros a
resistir”. Não esqueceu a sua cruz da promessa de escoteiro e o seu emblema da
JOC. Associou-se a alguns amigos e ofereceram-se como 'missionários de estação de
comboios', onde ajudaram muita gente a escapar para os territórios não
ocupados. Não demorou em procurar uma comunidade cristã, onde pudesse
participar na Eucaristia - a sua maior alegria!, ele mesmo se fez eucaristia!.
Aí, traduzia em francês para os seus compatriotas, participava e organizava
grupos de ação diversa em prol da comunidade, desde o futebol ao teatro, da
liturgia aos doentes e necessitados.
Numa fábrica de armamento, na Alemanha, onde eram forçados a trabalhar onze horas por dia, com fome, frio e desconforto de toda a espécie, mesmo aí, Marcel encontrou espaço para agir. Sem se deixar abater, meteu mãos à obra, descobriu outros elementos da JOC e dos escoteiros, organizou grupos de ação. Procurou e encontrou, entre os deportados, um padre para celebrar a Eucaristia e confessar quem o desejasse. Sem receio, convida outros a participar nos atos religiosos, levando muitos à conversão, pela palavra e pelo testemunho. Em qualquer lugar que se encontrasse e fossem quais fossem as circunstâncias, Marcel mantinha sempre vivo o entusiasmo, a fé, a esperança e o amor a todos. A todos procura apaixonar por Jesus Cristo à boa maneira dos cristãos da primeira hora, sem nada que o fizesse desanimar. Todos os dias procurava novas formas de testemunhar Jesus e ajudar os outros. Assobiando a divisa dos escoteiros ou da JOC, esse era o sinal para que todos fizessem, cada um para si, uma pequena oração. Esta intensa atividade de Marcel caiu sob suspeita, até a correspondência com a sua noiva lhe era intercetada. Em 19 de Abril de 1944, com os seus amigos de luta, acabou por ser preso pela Gestapo, por ser "muito católico" e ativo. Da prisão, escreveu a seu irmão, recentemente ordenado sacerdote, dizendo-lhe: “Felizmente, há um amigo que não me deixa um momento e que sabe como me apoiar e me consolar. Com ele, os momentos mais dolorosos e perturbadores são superados. Nunca vou agradecer a Cristo o suficiente por me indicar o caminho que eu agora sigo”.
A 7 de outubro, um grupo de pessoas foi
enviado para o campo de extermínio de Mauthausen, Marcel, passando pelo campo
de Flossenbuerg, também. Esteve no subcampo de Gusen II, onde se construíam
partes de aviões de combate em instalações subterrâneas. As péssimas condições
destes lugares aliadas à brutalidade, à subnutrição e aos forçados trabalhos,
trabalhos dificílimos pelo frio e a humidade, tornavam os prisioneiros presa
fácil de gangrenas, diarreias, úlceras, tuberculose... Marcel adoeceu com
tuberculose, em Janeiro de 1945. Na enfermaria, amontoavam-se aos cinco por
cama. No último dia, Marcel caiu nas latrinas, regressou à enfermaria. Quem o
levou nos braços testemunhou a expressão de felicidade do seu olhar moribundo.
Tinha a aparência de um santo, um olhar de amigo sereno, um suave sorriso que a
todos impressionava. Faleceu a 19 de março de 1945, com vinte e três anos de
idade. Assumindo heroicamente a pesada cruz de cada dia, o seu testemunho de
vida e a sua dedicação aos outros foram reconhecidas não só pelos cristãos da
Alemanha, mas também pelos Bispos da Alemanha e Áustria.
Foi beatificado por São João Paulo II a 4 de
Outubro de 1987. Foi o primeiro escoteiro no mundo a ser beatificado.
Celebra-se a 19 de Abril. No processo de beatificação de Marcel, um prisioneiro
que se converteu depois da guerra, declarou: "Se eu, não-crente, vi
milhares de prisioneiros morrerem, e era atingido pelo olhar de Marcel, é
porque havia algo extraordinário sobre ele: para mim era uma revelação: o seu
olhar expressava uma profunda convicção que levava à felicidade. Era um ato de fé
e esperança para uma vida melhor. Eu nunca vi em nenhum moribundo, e já vi
milhares deles, um olhar como o dele: pela primeira vez diante de um deportado,
vi uma marca que não era apenas o desespero".
Marcel, se nos lembra o horror dos campos de
extermínio, faz-nos ter saudades daqueles Movimentos Apostólicos que apostavam
fortemente na formação humana e cristã dos seus membros, que os preparavam para
o compromisso eclesial e social, vivendo habitados por Cristo. Preparados e
estimulados a meterem mãos à obra na transformação da sociedade, a todos
ajudavam, a todos incentivavam ao bem, sem medo, com a valentia do Espírito.
Quanto bem podem fazer os Movimentos eclesiais
se forem levados a sério!...
A determinação deste jovem leigo, se nasceu no
seio duma família cristã, fortaleceu-se naqueles Movimentos que escolheu para
se integrar e crescer, onde a formação era, de facto, uma prioridade para
depois se atuar nos ambientes sociais e laborais. O seu testemunho
interpela-nos, faz-nos pequeninos, envergonha-nos. Como refere o Papa
Francisco, “muitos santos jovens têm feito brilhar os traços de idade juvenil
em toda a sua beleza e, na sua época, foram verdadeiros profetas da mudança; o
seu exemplo mostra de que são capazes os jovens quando se abrem ao encontro com
Cristo” (CV49).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 14-08-2020.
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