PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 02 de agosto de 2020
XVIII domingo do tempo comum
SEGUNDA-FEIRA da semana XVIII
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).
L 1 Jer 28, 1-17; Sal 118 (119), 29 e 43. 79-80. 95 e 102
Ev Mt 14, 22-36 (recomendada para este ano)
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 69, 2.6
Deus, vinde em meu auxílio,
Senhor, socorrei-me e salvai-me.
Sois o meu libertador e o meu refúgio: não tardeis, Senhor.
ORAÇÃO COLECTA
Mostrai, Senhor, a vossa imensa bondade
aos filhos que Vos imploram
e dignai-Vos renovar e conservar os dons da vossa graça
naqueles que se gloriam
de Vos ter por seu criador e sua providência.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Jer 28, 1-17
Leitura do Livro
de Jeremias
No quarto ano do reinado de Sedecias, rei de Judá, no quinto mês, Ananias,
filho de Azur, profeta natural de Gabaon, falou deste modo a Jeremias no templo
do Senhor, na presença dos sacerdotes e de todo o povo: «Assim fala o Senhor do
Universo, Deus de Israel: ‘Vou quebrar o jugo do rei de Babilónia. Dentro de
dois anos, farei voltar para este lugar todos os objectos do templo do Senhor,
que o rei de Babilónia, Nabucodosor, tirou deste lugar e levou para Babilónia.
Também farei regressar Jeconias, filho de Joaquim, rei de Judá, e todos os cativos
de Judá que foram para Babilónia, – diz o Senhor – porque vou quebrar o jugo do
rei de Babilónia’». Então o profeta Jeremias respondeu ao profeta Ananias, na
presença dos sacerdotes e de todo o povo, que estavam no templo do Senhor:
«Amen! O Senhor assim o faça. O Senhor realize as palavras que profetizaste,
fazendo voltar de Babilónia para este lugar os objectos do templo do Senhor e
todos os cativos. No entanto, escuta as palavras que vou dizer aos teus ouvidos
e aos ouvidos de todo o povo: Os profetas de outrora, que existiram antes de
mim e antes de ti, anunciaram para muitos países e reinos poderosos a guerra, a
desgraça e a peste. Mas o profeta que anuncia a prosperidade só é reconhecido
como verdadeiro enviado do Senhor quando se realiza o que ele profetizou».
Então o profeta Ananias tirou o jugo do pescoço do profeta Jeremias e quebrou-o
e disse na presença de todo o povo: «Assim fala o Senhor: ‘Deste modo, dentro
de dois anos, Eu quebrarei o jugo de Nabuconosor, rei de Babilónia, tirando-o
do pescoço de todas as nações’». E o profeta Jeremias foi-se embora. Depois de
Ananias ter quebrado o jugo que estava no pescoço do profeta Jeremias, foi
dirigida ao profeta Jeremias a palavra do Senhor: «Vai dizer a Ananias: Assim
fala o Senhor: Tu quebraste um jugo de madeira, mas Eu farei em seu lugar um
jugo de ferro. Porque assim fala o Senhor do Universo, Deus de Israel: Vou pôr
um jugo de ferro no pescoço de todas as nações, para que sirvam Nabucodonosor,
rei de Babilónia. Elas ficar-lhe-ão submissas e Eu vou entregar-lhe até os
animais do campo». O profeta Jeremias disse ainda ao profeta Ananias: «Escuta,
Ananias. O Senhor não te enviou e tu levas este povo a confiar em mentiras. Por
isso, assim fala o Senhor: Vou expulsar-te da face da terra e morrerás ainda
este ano, porque pregaste a revolta contra o Senhor». E o profeta Ananias
morreu no sétimo mês desse ano.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 118 (119), 29 e 43.79-80.95 e 102
Refrão: Ensinai-me, Senhor, os caminhos da vossa lei. Repete-se
Afastai-me do caminho da mentira
e dai-me a graça de cumprir a vossa lei.
Não me tireis da boca a palavra da verdade,
porque eu espero nos vossos juízos. Refrão
Voltem-se para mim os que Vos temem
e conhecem as vossas ordens.
Seja perfeito o meu coração
em cumprir os vossos decretos,
de modo que eu não seja confundido. Refrão
Os pecadores esforçam-se por me perder,
mas eu medito nas vossas ordens.
Não me tenho afastado dos vossos juízos,
porque sois Vós quem me ensina. Refrão
ALELUIA Mt 4, 4b
Refrão: Aleluia Repete-se
Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Refrão
EVANGELHO Mt 14, 13-21 Ao multiplicar os pães no deserto, Jesus apresenta-Se
como o novo Moisés, que alimenta o povo de Deus de maneira miraculosa; este pão
é ainda o anúncio do pão eucarístico que, a seu tempo, o Senhor há de
distribuir aos seus.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, quando Jesus ouviu dizer que João Baptista tinha sido morto,
retirou-Se num barco para um local deserto e afastado. Mas logo que as
multidões o souberam, deixando as suas cidades, seguiram-n’O por terra. Ao
desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio de compaixão, curou os seus
doentes. Ao cair da tarde, os discípulos aproximaram-se de Jesus e
disseram-Lhe: «Este local é deserto e a hora avançada. Manda embora toda esta
gente, para que vá às aldeias comprar alimento». Mas Jesus respondeu-lhes: «Não
precisam de se ir embora; dai-lhes vós de comer». Disseram-Lhe eles: «Não temos
aqui senão cinco pães e dois peixes». Disse Jesus: «Trazei-mos cá». Ordenou
então à multidão que se sentasse na relva. Tomou os cinco pães e os dois
peixes, ergueu os olhos ao Céu e recitou a bênção. Depois partiu os pães e
deu-os aos discípulos e os discípulos deram-nos à multidão. Todos comeram e
ficaram saciados. E, dos pedaços que sobraram, encheram doze cestos. Ora, os
que comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estes dons
que Vos oferecemos como sacrifício espiritual,
e fazei de nós mesmos
uma oblação eterna para vossa glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Sab 16, 20
Saciastes o vosso povo com o pão dos Anjos,
destes-nos, Senhor, o pão do Céu.
Ou Jo 6, 35
Eu sou o pão da vida, diz o Senhor.
Quem vem a Mim nunca mais terá fome,
quem crê em Mim nunca mais terá sede.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos renovais com o pão do Céu,
protegei-nos sempre com o vosso auxílio,
fortalecei-nos todos os dias da nossa vida
e tornai-nos dignos da redenção eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«Na boca do
catequista, volta a ressoar sempre o primeiro anúncio: ‘Jesus Cristo ama-te,
deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te
iluminar, fortalecer, libertar’»
Papa Francisco
A Alegria do Evangelho,164
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS: Jer 28, 1-17: Trata-se, nesta leitura, de um
profeta falso: anunciava ao povo o que lhe era agradável ouvir, e o povo ia
acreditando. De facto, a hora da libertação haveria de chegar, mas não ainda.
Por enquanto, o exílio continuava. Por isso, a sua arrogância veio a
merecer-lhe o castigo de Deus.
Mt 14, 13-21: Ao multiplicar os pães no deserto,
Jesus apresenta-Se como o novo Moisés, que alimenta o povo de Deus de maneira
miraculosa; este pão é ainda o anúncio do pão eucarístico que, a seu tempo, o
Senhor há de distribuir aos seus.
AGENDA DO DIA
A VOZ DO PASTOR
I.
DE NOVO A DESGRAÇA DOS INCÊNDIOS
A nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco,
mais uma vez está a ser tragicamente atingida pelos incêndios. Um flagelo
constante, que mata, faz sofrer, angustia.
Quanta dor nas populações, quanto sofrimento, quanto aflição, quanto desânimo e
quanta mais pobreza a curto e a longo prazo!
Sentindo-nos pequeninos e impotentes
perante tanta calamidade, apresentamos as nossas mais sentidas condolências à
família do jovem Diogo Dias, Bombeiro de 21 anos que, na primavera de vida tão
promissora, foi vítima de trágico acidente neste incêndio.
Que descanses em paz, amigo Diogo.
Manifestamos a nossa proximidade e
gratidão junto das Cooperações dos Bombeiros que, de forma tão abnegada, atuam
no terreno. Exprimimos a nossa comunhão junto dos Senhores Presidentes das
Câmaras Municipais, das Juntas de Freguesia, dos Senhores Padres das Paróquias
atingidas, e, particular e afetuosamente, junto das queridas populações tão
sofridas. Formulamos votos de rápidas melhoras aos outros Bombeiros que foram
vítimas do mesmo acidente.
Estando a acompanhar, com tristeza, tais
acontecimentos com a fúria do fogo, apelo à união de toda a Diocese para que,
fazendo o que devemos fazer, não deixemos de rezar ao nosso Deus que, em Jesus
Cristo, se revelou um Deus próximo de cada experiência humana, sobretudo a
experiência da dor e do sofrimento. Que n’Ele todos possam encontrar a
serenidade e a força para darmos as mãos e, na caridade cristã, nos valermos
uns aos outros.
Antonino Eugénio
Fernandes Dias
Bispo da Diocese de
Portalegre-Castelo Branco
Dia dos Avós -
26-07-2020
II.
AS FESTAS CRISTÃS MERECEM ATENÇÃO!...
Foi com a palavra que
Jesus conquistou o coração das pessoas que vinham ao seu encontro ou das quais
Ele se abeirava. Todos ficavam maravilhados com o que Ele dizia, pois falava
como quem tem autoridade. De entre os seus discípulos, escolheu doze, a quem
chamou Apóstolos. Chamou-os para estarem com Ele. Constituiu-os em corpo
colegial estável, com Pedro a presidir. Enviou-os a pregar por toda a parte sob
a assistência do Espírito Santo e com uma autoridade que não se cifraria em
termos de poder mas de serviço. Por sua vez, os fiéis leigos, participantes
também, a seu modo, do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, são
chamados a exercer esta mesma missão de ir e anunciar segundo a sua própria
condição e circunstâncias concretas da sua vida, em comunhão eclesial. A fé
nasce da pregação. Quem anuncia não se anuncia a si mesmo, mas a Cristo Jesus,
o Senhor, que se entregou por nós, por amor, para nos salvar. Caminhar com
alegria entre o abraço que Deus Pai nos deu aquando do nosso Batismo e o abraço
que o mesmo Pai misericordioso espera dar-nos aquando da chegada à sua glória é
o desafio (cf. EG144). “O pregador tem a belíssima e difícil missão de unir os
corações que se amam: o do Senhor e os do seu povo” (EG143). Por isso, o Papa
Francisco refere que quem não se prepara “é desonesto e irresponsável quanto
aos dons que recebeu” (EG145). E todos nós, clérigos e leigos, pais e mães,
confrarias e irmandades, comissões de festas e outras instituições eclesiais e
agentes da pastoral, todos temos de bater com a mão no peito. Nem sempre
estamos à altura da responsabilidade que nos cabe. Todos somos destinatários da
evangelização, é certo. Mas todos somos também protagonistas da mesma, somos
evangelizadores, anunciadores, pregadores, pela palavra e pelo testemunho, como
verdadeiros discípulos. O Senhor confiou em nós, embora as circunstâncias, as
funções, os tempos e o espaço de ação sejam diferentes. E agora que alguns
cristãos deixam de viver uma adesão cordial à Igreja na sua rica diversidade e
se encostam a este ou àquele grupo, diferente e especial (EG98), ou se julgam
portadores duma verdade subjetiva própria que nada mais vê senão a
concretização dos seus desejos pessoais, é sempre muito mais exigente a
evangelização e o modo de a fazer.
É por isso que todas
as oportunidades que surgem para anunciar e avivar a fé das pessoas devem ser
bem preparadas e bem aproveitadas. Quem ama quer o bem do outro. Uma festa
religiosa, mesmo no meio de toda a alegria que a envolve, é uma dessas
oportunidades. Deus quer alcançar a todos pela força da sua Palavra. Isso
acontece através da iniciativa e da linguagem humana, em fidelidade ao
Espírito. É evidente que nesta preparação se deve envolver toda a comunidade
cristã. Se todos se estimularem uns aos outros, todos virão a beneficiar. Por
isso, a própria sensibilização para esta preparação não deve ser entendida como
uma tarefa apenas do Pároco e dos seus colaboradores mais próximos, nem estes a
devem centralizar em si. É de toda a comunidade, a começar pelas famílias com
todo o seu agregado familiar, os filhos precisam de perceber isso pelo
testemunho dos pais. É importante que se possa auscultar o sentir da comunidade
sobre qual a melhor formação neste ano ou para esta festa, e ser bem ponderada
a melhor hora, ou horas, para a formação. Manter a hora que é costume, só
porque é costume, e manter o mesmo estilo pastoral ou nenhum, empobrece e
desmotiva as pessoas. Quem orienta essas formações e momentos de oração deve
preparar-se o melhor possível para o fazer com sabedoria e humildade, de forma
simples, direta, clara e adaptada, como a Igreja nos pede. Nesse caminho, não
deve faltar o apelo à conversão e a disponibilidade, a horas convenientes, para
o atendimento das pessoas no Sacramento da Reconciliação.
É de bom senso que “os
costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se
tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que `à auto
preservação” (EG27). Como refere a última Instrução sobre a conversão pastoral
da comunidade paroquial ao serviço da missão evangelizadora da Igreja, “a mera
repetição de atividade sem incidência na vida das pessoas concretas, permanece
uma tentativa estéril de sobrevivência, diversas vezes acolhida pela
indiferença geral. Caso não se viva o dinamismo espiritual comum da
evangelização, a paróquia corre o risco de se tornar autorreferencial e de se
esclerosar” (Instrução da Congregação do Clero, n. 17, 29/06/2020).
Se a vivência cristã
da festa implica preparação, as Comissões de Festas devem ter este objetivo
como prioritário. Não podem esquecer a sua missão e responsabilidade e deveriam
ser as primeiras a provocar a reflexão e a programação conjunta para todos se sentirem
comprometidos em alcançar os objetivos traçados. Sabemos que há, por vezes,
dificuldade em reunir com estes responsáveis. Muitas vezes até vivem um pouco à
margem da comunidade cristã e apresentam-se com todos os direitos e nenhuns
deveres. No entanto, já é importante o facto de quererem colaborar. Sem quebrar
a cana rachada ou apagar a torcida que ainda fumega (Is 42,3; Mt 12,20), tudo
deve ser conseguido em clima de empatia e diálogo fraterno. Muita coisa
acontece, ou não acontece, por ignorância das normas, por falta de formação
cristã, por falta de acolhimento amigo, por não haver disponibilidade para o
diálogo sem preconceitos. Só desarmados e em ambiente de abertura será possível
“ver a realidade com os olhos de Deus, na ótica da unidade e da comunhão” (F.
12/06/2019). Embora não seja a única instância de evangelização, o Papa
Francisco afirma que a paróquia “possui uma grande plasticidade, pode assumir
formas muito diferentes que requerem a docilidade e a criatividade missionária
do Pastor e da comunidade”. E acrescenta que temos de reconhecer que o apelo à
revisão e renovação das paróquias ainda não deu o fruto suficiente» (cf. EG28).
Na sua longa história, a paróquia foi respondendo às exigências pastorais na
diversidade dos tempos e das mudanças culturais. E os tempos não param. Como
refere a Instrução já citada, hoje, a “rapidez das alterações, a mudança dos
modelos culturais, a facilidade para as deslocações e a velocidade da
comunicação estão a transformar a perceção do espaço e do tempo” (n.8). O
vínculo com o território “tende a ser sempre menos observado, os lugares de
pertença tornam-se múltiplos e corre-se o risco das relações interpessoais se
dissolverem no mundo virtual sem compromisso nem responsabilidade com o próprio
contexto relacional” (n. 9).
A nossa missão é viver
a tempo o nosso próprio tempo. O tempo que nos é dado viver é este com todos os
seus avanços e retrocessos, com todas as suas conquistas e
desafios. Caminhemos com esperança. Quem nos enviou deu-nos o seu
Espírito, confiou em nós. Não defraudemos a confiança que ELE em nós depositou.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 24-07-2020.
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