sexta-feira, 28 de agosto de 2020







PARÓQUIAS DE NISA






Sábado, 29 de agosto de 2020

















Sábado da XXI semana do tempo comum











SÁBADO da semana XXI
Martírio de S. João Baptista – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 1 Cor 1, 26-31; Sal 32 (33), 12-13. 18-19. 20-21
ou Jer 1, 17-19 (apropriada)
Ev Mc 6, 17-29 (próprio)


* Na Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição – Aniversário da renovação da Congregação (1909).
* Na Congregação das Irmãzinhas dos Pobres – I Vésp. de S. Joana Jugan.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.





MARTÍRIO DE S. JOÃO BAPTISTA


Nota Histórica:
A censura que João Baptista fez a Herodes Agripa pela sua conduta desonesta e imoral que o Evangelho nos descreve, valeu-lhe a morte por degolação (Mat. 14, 1-12). É o seu nascimento para o céu que a Igreja hoje celebra.


MISSA


ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 118, 46-47
Diante dos reis anunciei a vossa palavra
e não me envergonharei.
Alegro-me nos vossos mandamentos,
que muito amo, Senhor.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que na vossa admirável providência,
quisestes que São João Baptista fosse o Precursor
do nascimento e da morte do vosso Filho,
concedei-nos que,
assim como ele deu a sua vida pela justiça e pela verdade,
também nós saibamos lutar corajosamente
pela confissão da fé.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Jer 1, 17-19
«Vai dizer-lhes tudo o que Eu te ordenar: não temas diante deles»


Leitura do Livro de Jeremias

Naqueles dias,
o Senhor dirigiu-me a palavra, dizendo:
«Cinge os teus rins e levanta-te,
para ires dizer tudo o que Eu te ordenar.
Não temas diante deles,
senão serei Eu que te farei temer a sua presença.
Hoje mesmo faço de ti uma cidade fortificada,
uma coluna de ferro e uma muralha de bronze,
diante de todo este país, dos reis de Judá e dos seus chefes,
diante dos sacerdotes e do povo da terra.
Eles combaterão contra ti, mas não poderão vencer-te,
porque Eu estou contigo para te salvar».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 70 (71), 1-2.3-4a.5-6ab.15ab e 17 (R. cf. 15ab)
Refrão: A minha boca proclamará a vossa salvação.


Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela vossa justiça, defendei-me e salvai-me,
prestai ouvidos e libertai-me.

Sede para mim um refúgio seguro,
a fortaleza da minha salvação.
Vós sois a minha defesa e o meu refúgio:
meu Deus, salvai-me do pecador.

Sois Vós, Senhor, a minha esperança,
a minha confiança desde a juventude.
Desde o nascimento Vós me sustentais,
desde o seio materno sois o meu protector.

A minha boca proclamará a vossa justiça,
dia após dia a vossa infinita salvação.
Desde a juventude Vós me ensinais
e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.


ALELUIA Mt 5, 10
Refrão: Aleluia. Repete-se

Bem-aventurados os que sofrem perseguição
por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus. Refrão


EVANGELHO Mc 6, 17-29
«Quero que me dês sem demora, num prato, a cabeça de João Baptista»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo,
o rei Herodes mandara prender João
e algemá-lo no cárcere,
por causa de Herodíades, a mulher do seu irmão Filipe,
que ele tinha tomado por esposa.
João dizia a Herodes:
«Não podes ter contigo a mulher do teu irmão».
Herodíades odiava João Baptista
e queria dar-lhe a morte, mas não podia,
porque Herodes respeitava João,
sabendo que era justo e santo,
e por isso o protegia.
Quando o ouvia, ficava perturbado,
mas escutava-o com prazer.
Entretanto, chegou um dia oportuno,
quando Herodes, no seu aniversário natalício,
ofereceu um banquete aos grandes da corte,
aos oficiais e às principais personalidades da Galileia.
Entrou então a filha de Herodíades,
que dançou e agradou a Herodes e aos convidados.
O rei disse à jovem:
«Pede-me o que desejares e eu to darei».
E fez este juramento:
«Dar-te-ei o que me pedires,
ainda que seja a metade do meu reino».
Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?».
A mãe respondeu-lhe: «Pede a cabeça de João Baptista».
Ela voltou apressadamente à presença do rei
e fez-lhe este pedido:
«Quero que me dês sem demora, num prato,
a cabeça de João Baptista».
O rei ficou consternado,
mas por causa do juramento e dos convidados,
não quis recusar o pedido.
E mandou imediatamente um guarda,
com ordem de trazer a cabeça de João.
O guarda foi à cadeia, cortou a cabeça de João
e trouxe-a num prato.
A jovem recebeu-a e entregou-a à mãe.
Quando os discípulos de João souberam a notícia,
foram buscar o seu cadáver e deram-lhe sepultura.

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, estes dons que Vos apresentamos
e dai-nos a graça de andar sempre pelos caminhos da santidade
que São João Baptista proclamou, clamando no deserto,
e confirmou com o testemunho do seu sangue.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


PREFÁCIO A missão do Precursor
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por Cristo nosso Senhor.
Ao celebrarmos hoje a glória do Precursor, São João Baptista, proclamado o maior entre os filhos dos homens,
anunciamos as vossas maravilhas:
antes de nascer, ele exultou de alegria,
sentindo a presença do Salvador;
quando veio ao mundo,
muitos se alegraram pelo seu nascimento;
foi ele, entre todos os Profetas,
que mostrou o Cordeiro que tira o pecado do mundo;
nas águas do Jordão, ele batizou o autor do Batismo
e desde então a água viva tem poder de santificar os crentes;
por fim deu o mais belo testemunho de Cristo,
derramando por Ele o seu sangue.
Por isso, com os Anjos e os Santos no Céu,
proclamamos na terra a vossa glória, cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 3, 27.30
João Baptista dizia aos seus discípulos:
É preciso que Jesus cresça e eu diminua.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor,
que, ao celebrarmos o martírio de São João Baptista,
veneremos o mistério deste divino sacramento
e recebamos com alegria os seus frutos de salvação.
Por Nosso Senhor.




«Juntamente com o Espírito Santo, sempre está Maria no meio do povo. Ela reunia os discípulos para O invocarem (Act 1, 14), e assim tornou possível a explosão missionária que se deu no Pentecostes. Ela é a Mãe da Igreja evangelizadora e, sem Ela, não podemos compreender cabalmente o espírito da nova evangelização».



Papa Francisco
A Alegria do Evangelho, 284








ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra




LEITURAS : 





AGENDA DO DIA




16.00 horas: Missa no Pardo
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa Alpalhão.






A VOZ DO PASTOR


UM JOVEM DA JOC - O PRIMEIRO SANTO ESCOTEIRO

Marcel Callo é mais um dos jovens citados no documento conclusivo do Sínodo que o Papa Francisco dirigiu aos jovens. Marcel foi alguém que se deu generosamente para deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrou. Nasceu em Rennes, França, a 6 de Dezembro de 1921, numa família católica de nove filhos. Foi acólito, ingressou no Escotismo. Este marcou para sempre a sua formação cristã. Por conselho do seu Assistente religioso, entrou na Juventude Operária Católica, na JOC. Aos 12 anos, tornou-se aprendiz numa gráfica, ficou a trabalhar como tipógrafo. Ajudado pelo grupo e fortalecido pela oração, pela dinâmica sacramental e por uma ação apostólica concebida segundo a metodologia daqueles Movimentos, testemunhou a sua fé no mundo do trabalho, permaneceu fiel à promessa de escoteiro, sabia orientar os azimutes do percurso existencial, a bússola dos ideais jamais o deixou perder o norte. Tinha a consciência de que é na Igreja que nos tornamos cristãos, é com a Igreja que poderemos ajudar a construir uma sociedade intelectualmente mais habitável. Amando a vida e gostando de viver, lutava contra as solicitações menos saudáveis, contra tudo quanto o pudesse tornar menos livre, tendo em Jesus o seu primeiro e grande Amigo a cuja amizade procurava corresponder. Por isso, apesar do sofrimento e das contrariedades que teve de suportar, viveu feliz, de bem com a vida, sabia em quem confiava, tudo fazia para que os outros pudessem fazer a experiência dessa amizade com Jesus. Até, na Quaresma, ia de porta em porta, com outros elementos da JOC, a convidar as pessoas para que celebrassem convenientemente a Páscoa de Jesus, a festa por excelência dos cristãos. Certo dia, a mãe perguntou-lhe se ele não teria vocação para o sacerdócio, como seu irmão mais velho. Ele respondeu: "Não me sinto chamado ao sacerdócio. Eu acho que faço mais coisas boas ao permanecer no mundo". Aos vinte anos apaixonou-se por uma jovem, fazendo do seu namoro um verdadeiro itinerário de fé. Rezavam juntos, participavam juntos na Eucaristia, respeitavam-se mutuamente, tencionavam casar-se no mesmo dia em que o seu irmão seria ordenado sacerdote.

Com o armistício de 1940, com a ocupação da França pela Alemanha nazi, Marcel foi inscrito no serviço de trabalho obrigatório. Se havia quem não estivesse de acordo e escolhesse a resistência, Marcel foi para a Alemanha: “Eu vou como missionário, para ajudar os outros a resistir”. Não esqueceu a sua cruz da promessa de escoteiro e o seu emblema da JOC. Associou-se a alguns amigos e ofereceram-se como 'missionários de estação de comboios', onde ajudaram muita gente a escapar para os territórios não ocupados. Não demorou em procurar uma comunidade cristã, onde pudesse participar na Eucaristia - a sua maior alegria!, ele mesmo se fez eucaristia!. Aí, traduzia em francês para os seus compatriotas, participava e organizava grupos de ação diversa em prol da comunidade, desde o futebol ao teatro, da liturgia aos doentes e necessitados.

Numa fábrica de armamento, na Alemanha, onde eram forçados a trabalhar onze horas por dia, com fome, frio e desconforto de toda a espécie, mesmo aí, Marcel encontrou espaço para agir. Sem se deixar abater, meteu mãos à obra, descobriu outros elementos da JOC e dos escoteiros, organizou grupos de ação. Procurou e encontrou, entre os deportados, um padre para celebrar a Eucaristia e confessar quem o desejasse. Sem receio, convida outros a participar nos atos religiosos, levando muitos à conversão, pela palavra e pelo testemunho. Em qualquer lugar que se encontrasse e fossem quais fossem as circunstâncias, Marcel mantinha sempre vivo o entusiasmo, a fé, a esperança e o amor a todos. A todos procura apaixonar por Jesus Cristo à boa maneira dos cristãos da primeira hora, sem nada que o fizesse desanimar. Todos os dias procurava novas formas de testemunhar Jesus e ajudar os outros. Assobiando a divisa dos escoteiros ou da JOC, esse era o sinal para que todos fizessem, cada um para si, uma pequena oração. Esta intensa atividade de Marcel caiu sob suspeita, até a correspondência com a sua noiva lhe era intercetada. Em 19 de Abril de 1944, com os seus amigos de luta, acabou por ser preso pela Gestapo, por ser "muito católico" e ativo. Da prisão, escreveu a seu irmão, recentemente ordenado sacerdote, dizendo-lhe: “Felizmente, há um amigo que não me deixa um momento e que sabe como me apoiar e me consolar. Com ele, os momentos mais dolorosos e perturbadores são superados. Nunca vou agradecer a Cristo o suficiente por me indicar o caminho que eu agora sigo”.

A 7 de outubro, um grupo de pessoas foi enviado para o campo de extermínio de Mauthausen, Marcel, passando pelo campo de Flossenbuerg, também. Esteve no subcampo de Gusen II, onde se construíam partes de aviões de combate em instalações subterrâneas. As péssimas condições destes lugares aliadas à brutalidade, à subnutrição e aos forçados trabalhos, trabalhos dificílimos pelo frio e a humidade, tornavam os prisioneiros presa fácil de gangrenas, diarreias, úlceras, tuberculose... Marcel adoeceu com tuberculose, em Janeiro de 1945. Na enfermaria, amontoavam-se aos cinco por cama. No último dia, Marcel caiu nas latrinas, regressou à enfermaria. Quem o levou nos braços testemunhou a expressão de felicidade do seu olhar moribundo. Tinha a aparência de um santo, um olhar de amigo sereno, um suave sorriso que a todos impressionava. Faleceu a 19 de março de 1945, com vinte e três anos de idade. Assumindo heroicamente a pesada cruz de cada dia, o seu testemunho de vida e a sua dedicação aos outros foram reconhecidas não só pelos cristãos da Alemanha, mas também pelos Bispos da Alemanha e Áustria.

Foi beatificado por São João Paulo II a 4 de Outubro de 1987. Foi o primeiro escoteiro no mundo a ser beatificado. Celebra-se a 19 de Abril. No processo de beatificação de Marcel, um prisioneiro que se converteu depois da guerra, declarou: "Se eu, não-crente, vi milhares de prisioneiros morrerem, e era atingido pelo olhar de Marcel, é porque havia algo extraordinário sobre ele: para mim era uma revelação: o seu olhar expressava uma profunda convicção que levava à felicidade. Era um ato de fé e esperança para uma vida melhor. Eu nunca vi em nenhum moribundo, e já vi milhares deles, um olhar como o dele: pela primeira vez diante de um deportado, vi uma marca que não era apenas o desespero".

Marcel, se nos lembra o horror dos campos de extermínio, faz-nos ter saudades daqueles Movimentos Apostólicos que apostavam fortemente na formação humana e cristã dos seus membros, que os preparavam para o compromisso eclesial e social, vivendo habitados por Cristo. Preparados e estimulados a meterem mãos à obra na transformação da sociedade, a todos ajudavam, a todos incentivavam ao bem, sem medo, com a valentia do Espírito.

Quanto bem podem fazer os Movimentos eclesiais se forem levados a sério!...

A determinação deste jovem leigo, se nasceu no seio duma família cristã, fortaleceu-se naqueles Movimentos que escolheu para se integrar e crescer, onde a formação era, de facto, uma prioridade para depois se atuar nos ambientes sociais e laborais. O seu testemunho interpela-nos, faz-nos pequeninos, envergonha-nos. Como refere o Papa Francisco, “muitos santos jovens têm feito brilhar os traços de idade juvenil em toda a sua beleza e, na sua época, foram verdadeiros profetas da mudança; o seu exemplo mostra de que são capazes os jovens quando se abrem ao encontro com Cristo” (CV49). 

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 14-08-2020.




Sem comentários:

Enviar um comentário