quarta-feira, 19 de agosto de 2020







PARÓQUIAS DE NISA





Quinta, 20 de agosto de 2020









Quinta da XX semana do tempo comum








QUINTA-FEIRA da semana XX
S. Bernardo, abade e doutor da Igreja – MO

Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Ez 36, 23-28; Sal 50 (51), 12-13. 14-15. 18-19
Ev Mt 22, 1-14


* Ordem de Cister e na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – S. Bernardo, abade e doutor da Igreja – SOLENIDADE e FESTA
* Nas Congregações e Institutos da Família Paulista – Aniversário da fundação da Pia Sociedade de S. Paulo (1914).





S. BERNARDO, abade e doutor da Igreja

Nota Histórica:
Nasceu no ano 1090 perto de Dijon (França) e recebeu uma piedosa educação. Admitido, no ano 1111, entre os Monges Cistercienses, foi eleito, pouco tempo depois, abade do mosteiro de Claraval. Com a sua atividade e exemplo exerceu uma notável influência na formação espiritual dos seus irmãos religiosos. Por causa dos cismas que ameaçavam a Igreja, percorreu a Europa para restabelecer a paz e a unidade. Escreveu muitas obras de teologia e ascética. Morreu em 1153.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 91, 13-14
O justo florescerá como a palmeira,
crescerá como o cedro do Líbano:
plantado na casa do Senhor,
florescerá nos átrios do nosso Deus.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes de São Bernardo, abade, inflamado no zelo da vossa casa, uma luz que na vossa Igreja arde e ilumina, concedei-nos, por sua intercessão, o mesmo fervor de espírito para vivermos sempre como filhos da luz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos pares) Ez 36, 23-28
«Dar-vos-ei um coração novo
e infundirei em vós um espírito novo»



Leitura da Profecia de Ezequiel

Eis o que diz o Senhor: «Manifestarei a santidade do meu grande nome, profanado por vós entre as nações para onde fostes. E as nações reconhecerão que Eu sou o Senhor – oráculo do Senhor Deus – quando a seus olhos Eu manifestar a minha santidade, a vosso respeito. Então retirar-vos-ei de entre as nações, reunir-vos-ei de todos os países, para vos restabelecer na vossa terra. Derramarei sobre vós água pura e ficareis limpos de todas as imundícies; e purificar-vos-ei de todos os falsos deuses. Dar-vos-ei um coração novo e infundirei em vós um espírito novo. Arrancarei do vosso peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Infundirei em vós o meu espírito e farei que vivais segundo os meus preceitos, que observeis e ponhais em prática as minhas leis. Habitareis na terra que dei a vossos pais; sereis o meu povo e Eu serei o vosso Deus».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 50 (51), 12-13.14-15.18-19 (R. Ez 36, 25)
Refrão: Derramarei sobre vós água pura
e ficareis limpos de toda a iniquidade. Repete-se

Criai em mim, ó Deus, um coração puro
e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença
e não retireis de mim o vosso espírito de santidade. Refrão

Dai-me de novo a alegria da vossa salvação
e sustentai-me com espírito generoso.
Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos
e os transviados hão-de voltar para Vós. Refrão

Não é do sacrifício que Vos agradais
e, se eu oferecer um holocausto, não o aceitareis.
Sacrifício agradável a Deus é o espírito arrependido:
não desprezeis, Senhor,
um espírito humilhado e contrito. Refrão


ALELUIA cf. Salmo 94 (95), 8ab
Refrão: Aleluia. Repete-se
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor,
não fecheis os vossos corações. Refrão


EVANGELHO Mt 22, 1-14
«Convidai para as bodas todos os que encontrardes»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas’. Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes’. Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados. O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’. Mas ele ficou calado. O rei disse então aos servos: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí haverá choro e ranger de dentes’. Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Nós Vos oferecemos, Senhor, o sacramento da unidade e da paz, ao celebrarmos a memória de São Bernardo, que, ilustre em palavras e obras, trabalhou incansavelmente pela concórdia na vossa Igreja. Por Nosso Senhor.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 33, 9
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que este alimento celeste produza em nós o seu fruto, para que, animados com o exemplo de São Bernardo e instruídos com a sua doutrina, nos dediquemos de todo o coração ao amor do Verbo Encarnado. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.






« A Igreja proclama o «evangelho da paz» e está aberta à colaboração com todas as autoridades nacionais e internacionais para cuidar deste bem universal tão grande. Ao anunciar Jesus Cristo, que é a paz em pessoa, nova evangelização incentiva todo o batizado a ser instrumento de pacificação e testemunha credível duma vida reconciliada»

Papa Francisco
A alegria do Evangelho, 239










ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra




LEITURAS: Ez 36, 23-28 : Se o Senhor permitiu que o seu povo fosse humilhado diante dos pagãos, Ele irá trazê-lo, de novo, do cativeiro em que se encontra, e de todos os recantos do mundo por onde andar disperso, e a todos reunirá na sua terra. Mais ainda do que esta libertação exterior, Deus dará ao seu povo um coração novo e dar-lhe-á o seu próprio Espírito, simbolizado, por sua vez, na imagem da água que purifica e renova. Tudo isto se realiza ainda hoje e de maneira mais plena na Igreja de Cristo.


Mt 22, 1-14: As núpcias são uma das imagens simbólicas para significar a união feliz de Deus com o seu povo, sobretudo em Jesus Cristo, que é chamado o Esposo, bem como a Igreja é chamada a Esposa. O convite para as bodas, e consequentemente o convite para entrar na Igreja de Cristo, a sua Esposa, é dirigido a todos os homens. Esta parábola mostra a generosidade de Deus que a todos convida, mas também a necessidade de responder ao convite de Deus e de tomar parte no seu banquete.





AGENDA DO DIA

12.00 horas: Funeral em Gáfete
18.00 horas: Missa em Nisa
21.00 horas: Adoração ao Santíssimo em Nisa.






A VOZ DO PASTOR



UM JOVEM CATEQUISTA DE ANTES QUEBRAR QUE TORCER

Lá para as bandas da Cochinchina, no sudoeste asiático, lá onde o vento faz a curva e Judas perdeu as botas, foi ali, no que é hoje o Vietnam, e mais propriamente no delta do rio Mecong, foi ali que Luís de Camões, em jeito de Michael Phelps, terá heroicamente bracejado em prol da vida e dos épicos manuscritos. O navio naufragou, segredos muitos se foram por água abaixo, Dinamene também... talvez!... Coisas da vida, de vidas geniais e ousadas, mal-amadas no seu tempo mas sempre admiradas e a picar a curiosidade!

Pois também foi por lá, em  Phú Yên, no Vietnam, que nasceu o André, em 1624. É um dos jovens citados pelo Papa Francisco no documento conclusivo do Sínodo sobre os Jovens. Ainda bebé, André ficou órfão de pai. Sua mãe educou-o com zelo de mãe. Era o seu filho mais novo e cedo manifestou apreciadas qualidades humanas. A pedido de sua mãe, foi aluno do Padre Alexandre de Rhodes, missionário Jesuíta. Este jesuíta francês foi quem se associou à ideia e trabalho de Francisco de Pina, missionário jesuíta da cidade da Guarda, na romanização da escrita da língua vietnamita. Até então, essa língua era apresentada em ideogramas de inspiração chinesa. Terá chegado à Cochinchina por volta de 1618 e por aí viveu até à morte, na cidade de Da Nang. Mas voltemos ao jovem André, que, mais tarde, se tornou catequista. Ele fez parte de um pequeno grupo de convertidos donde saiu o primeiro clero do Vietnam. O futuro, porém, ir-lhe-ia ser bravo e sofrido. O rei de Annam, enviou um mandarim à província onde André vivia. Para quê? O Padre Rhodes, dado o bom ambiente que existia, e sem saber o que é que o mandarim trazia na cartola, foi-lhe fazer uma visita de cortesia. Os salamaleques foram curtos. O mandarim não demorou a desembrulhar uma notícia que trazia debaixo do braço. Pelos vistos, o rei estava com o avental do avesso, estava de mau humor e muito irritado com  o grande número de chineses que se convertiam ao cristianismo. O mandarim vinha, pois, proibir a ação dos missionários. Ordenou que o Padre Rhodes jamais evangelizasse os chineses, deixasse o Vietnam, regressasse a Macau. E se os cristãos locais teimassem em perseverar na fé cristã iriam passar as passinhas do Algarve. O Padre, ouviu o que ouviu, saboreou e engoliu como pôde, deixou o palácio, foi ter com a comunidade e os catequistas, seus colaboradores. E logo foi também à prisão visitar um deles, de 73 anos, que tinha sido preso dias antes. Entretanto, os guardas do mandarim, armados em fortes e confiantes na captura, foram à sede da Missão procurar Inácio. Inácio era o que presidia ao grupo dos catequistas. Inácio, porém, não estava na Missão, estava fora da cidade. Então, como mais vale um pássaro na mão do que dois a voar, amarraram, espancaram e levaram o jovem André, de dezoito anos de idade. Este jovem catequista era de fibra e de garra, de antes quebrar que torcer. Tendo sido levado ao palácio do Governador para que renunciasse ao cristianismo e negasse a sua fé, resistiu forte e firme. O mandarim foi aos arames. A firmeza de André fez-lhe subir os azeites e agravar a azia. Mandou então que lhe ripassem a cruz do pescoço e o levassem para a prisão, onde já se encontrava o idoso catequista de 73 anos de idade.

A seu tempo, os dois foram levados da prisão, como criminosos e vexatoriamente,  a uma audiência pública. A coisa foi séria e seletiva. Atendendo ao apelo dos mercadores portugueses e dada a sua idade, o catequista mais idoso foi libertado. Mas o jovem André acabou por ser condenado à morte e regressou ao calabouço. Sem grande esforço, poderemos imaginar o estado de espírito daquele jovenzinho em tão dura situação. No dia determinado, foi levado ao local da execução. O Padre Rhodes e vários cristãos portugueses e vietnamitas, e até alguns pagãos, acompanharam-no no percurso e testemunharam a tragédia. Diz a história que André ia sereno, exortava os cristãos a permanecerem firmes na fé, a não se entristecerem com a sua morte e a que rezassem para que ele permanecesse fiel até o fim. Enquanto era martirizado a golpes de lança e punhal, ia repetindo o nome de Jesus. E assim, com apenas 19 anos, aceitou o sacrifício da sua vida pela fé e amor a Cristo. Foi o primeiro mártir do Vietnam. O seu corpo foi transferido para Macau, donde partiam os missionários para os países da Cochinchina, Cochim-China, como os portugueses batizaram esta zona para a distinguir de Cochim da Índia, onde tiveram a sua sede. Algumas relíquias corporais de André foram mais tarde enviadas para a sede dos jesuítas, em Roma. O Padre Rhodes também acabou por ser condenado à morte por um rei vietnamita. A pena, porém, foi-lhe comutada. Regressou a Roma, passou à Pérsia.

Na Eucaristia da beatificação de André, São João Paulo II, afirmava: "Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, também Eu darei testemunho dele diante o meu Pai que está no céu" (Mt 10, 32). André de Phú Yên, no Vietnam, fez suas estas palavras do Senhor com uma intensidade heroica. Desde o dia em que recebeu o Batismo, quando tinha 16 anos, dedicou-se ao desenvolvimento de uma profunda vida espiritual (...) viveu como fiel testemunha de Cristo ressuscitado (...) dedicou todas as forças ao serviço da Igreja (...) até à dádiva do próprio sangue, para permanecer fiel ao amor d'Aquele a que se tinha consagrado totalmente".

Os católicos do Vietnam jamais esqueceram o André. Recordam-no como um jovem ativo ao serviço do evangelho, um jovem de fé serena e de sólida espiritualidade, de amor a Cristo e à sua Igreja. E São João Paulo II, na celebração citada, fazia votos para que o seu zelo e testemunho provocasse em “todos os catequistas a audácia de serem autênticas testemunhas da fé, através duma vida inteiramente dedicada a Cristo e aos irmãos!”.

Com enorme gratidão pela sua dedicação à causa do Evangelho, saudamos todos os e as catequistas, na esperança de que não desistam de o ser, não só pela palavra, mas também pelo testemunho de vida e de alegria, gerando empatia e adesão a Cristo no seio das comunidades. Bem hajam!...

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 07-08-2020.




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