PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 24 de agosto de 2020
Segunda-feira da XXI semana do tempo comum
SEGUNDA-FEIRA
da semana XXI
S. Bartolomeu, Apóstolo – FESTA
Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos Apóstolos.
L 1 Ap 21, 9b-14; Sal 144 (145), 10-11. 12-13. 17-18
Ev Jo 1, 45-51
Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos Apóstolos.
L 1 Ap 21, 9b-14; Sal 144 (145), 10-11. 12-13. 17-18
Ev Jo 1, 45-51
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a
exequial
S. BARTOLOMEU, Apóstolo
Nota
Histórica
Nasceu em Caná. O
apóstolo Filipe conduziu o a Jesus. Diz a tradição que depois da ascensão do
Senhor pregou o Evangelho na Índia e aí recebeu a coroa do martírio.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Salmo 95,
2.3
Anunciai em toda a terra a salvação de Deus,
proclamai entre os povos a sua glória.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, fortalecei em nós a fé
pela qual o apóstolo São Bartolomeu
se consagrou de coração sincero a Cristo vosso Filho
e concedei, por sua intercessão, que a vossa Igreja
seja o sacramento de salvação para todos os povos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ap 21, 9b-14
«Na muralha da cidade estavam escritos os nomes dos doze Apóstolos do Cordeiro»
Leitura do Apocalipse de São João
Anunciai em toda a terra a salvação de Deus,
proclamai entre os povos a sua glória.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, fortalecei em nós a fé
pela qual o apóstolo São Bartolomeu
se consagrou de coração sincero a Cristo vosso Filho
e concedei, por sua intercessão, que a vossa Igreja
seja o sacramento de salvação para todos os povos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ap 21, 9b-14
«Na muralha da cidade estavam escritos os nomes dos doze Apóstolos do Cordeiro»
Leitura do Apocalipse de São João
O Anjo falou-me, dizendo:
«Vou mostrar-te a noiva, a esposa do Cordeiro».
Transportou-me em espírito
ao cimo de uma alta montanha
e mostrou-me a cidade santa de Jerusalém,
que descia do Céu, da presença de Deus,
resplandecente da glória de Deus.
O seu esplendor era como o de uma pedra preciosíssima,
como uma pedra de jaspe cristalino.
Tinha uma grande e alta muralha,
com doze portas e, junto delas, doze Anjos;
tinha também nomes gravados,
os nomes das doze tribos dos filhos de Israel:
três portas ao oriente, três portas ao norte,
três portas ao sul e três portas ao ocidente.
A muralha da cidade tinha na base doze reforços salientes
e neles doze nomes: os dos doze Apóstolos do Cordeiro.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 144 (145), 10-11.12-13.17-18 (R. cf. 12a)
Refrão: Aqueles que Vos amam, Senhor,
proclamem a glória do vosso reino.
Graças Vos deem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos;
Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações.
O Senhor é justo em todos os seus caminhos,
perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.
ALELUIA cf. Jo 1, 49b
Refrão: Aleluia. Repete-se
Senhor, Vós sois o Filho de Deus,
Vós sois o Rei de Israel. Refrão
EVANGELHO Jo 1, 45-51
«Eis um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
Filipe encontrou Natanael e disse-lhe:
«Encontrámos Aquele de quem está escrito na Lei de Moisés
e nos Profetas.
É Jesus de Nazaré, filho de José».
Disse-lhe Natanael:
«De Nazaré pode vir alguma coisa boa?».
Filipe respondeu-lhe: «Vem ver».
Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse:
«Eis um verdadeiro israelita,
em quem não há fingimento».
Perguntou-lhe Natanael: «De onde me conheces?».
Jesus respondeu-lhe:
«Antes que Filipe te chamasse,
Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira».
Disse-lhe Natanael:
«Mestre, Tu és o Filho de Deus,
Tu és o Rei de Israel!».
Jesus respondeu:
«Porque te disse: ‘Eu vi-te debaixo da figueira’, acreditas.
Verás coisas maiores do que estas».
E acrescentou:
«Em verdade, em verdade vos digo:
Vereis o Céu aberto
e os Anjos de Deus subindo e descendo
sobre o Filho do homem».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, este sacrifício de louvor,
ao celebrarmos a festa do apóstolo São Bartolomeu,
e concedei-nos, por sua intercessão, o auxílio da vossa graça.
Por Nosso Senhor.
Prefácio dos Apóstolos I ou II
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 22, 29-30
Preparei para vós um reino, diz o Senhor,
como o Pai o preparou para Mim:
comereis e bebereis à minha mesa no meu reino.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Humildemente Vos suplicamos, Senhor,
que o penhor de salvação eterna
que recebemos neste sacramento
ao celebrar a festa do apóstolo São Bartolomeu,
nos fortaleça na vida presente e nos conduza à glória futura.
Por Nosso Senhor.
« Sem momentos prolongados de adoração, de encontro orante com a Palavra, de diálogo sincero com o Senhor, as tarefas facilmente se esvaziam de significado, quebrantamo-nos com o cansaço e as dificuldades, e o ardor apaga-se».
Papa Francisco
A Alegria do Evangelho, 262
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS :
AGENDA DO DIA
A VOZ DO PASTOR
UM JOVEM DA JOC - O PRIMEIRO SANTO ESCOTEIRO
Marcel Callo é mais um dos jovens citados no
documento conclusivo do Sínodo que o Papa Francisco dirigiu aos jovens. Marcel
foi alguém que se deu generosamente para deixar o mundo um pouco melhor do que
o encontrou. Nasceu em Rennes, França, a 6 de Dezembro de 1921, numa família
católica de nove filhos. Foi acólito, ingressou no Escotismo. Este marcou para
sempre a sua formação cristã. Por conselho do seu Assistente religioso, entrou
na Juventude Operária Católica, na JOC. Aos 12 anos, tornou-se aprendiz numa
gráfica, ficou a trabalhar como tipógrafo. Ajudado pelo grupo e fortalecido
pela oração, pela dinâmica sacramental e por uma ação apostólica concebida
segundo a metodologia daqueles Movimentos, testemunhou a sua fé no mundo do
trabalho, permaneceu fiel à promessa de escoteiro, sabia orientar os azimutes
do percurso existencial, a bússola dos ideais jamais o deixou perder o norte.
Tinha a consciência de que é na Igreja que nos tornamos cristãos, é com a
Igreja que poderemos ajudar a construir uma sociedade intelectualmente mais
habitável. Amando a vida e gostando de viver, lutava contra as solicitações
menos saudáveis, contra tudo quanto o pudesse tornar menos livre, tendo em
Jesus o seu primeiro e grande Amigo a cuja amizade procurava corresponder. Por
isso, apesar do sofrimento e das contrariedades que teve de suportar, viveu
feliz, de bem com a vida, sabia em quem confiava, tudo fazia para que os outros
pudessem fazer a experiência dessa amizade com Jesus. Até, na Quaresma, ia de
porta em porta, com outros elementos da JOC, a convidar as pessoas para que
celebrassem convenientemente a Páscoa de Jesus, a festa por excelência dos
cristãos. Certo dia, a mãe perguntou-lhe se ele não teria vocação para o
sacerdócio, como seu irmão mais velho. Ele respondeu: "Não me sinto chamado
ao sacerdócio. Eu acho que faço mais coisas boas ao permanecer no mundo".
Aos vinte anos apaixonou-se por uma jovem, fazendo do seu namoro um verdadeiro
itinerário de fé. Rezavam juntos, participavam juntos na Eucaristia,
respeitavam-se mutuamente, tencionavam casar-se no mesmo dia em que o seu irmão
seria ordenado sacerdote.
Com o armistício de 1940, com a ocupação da
França pela Alemanha nazi, Marcel foi inscrito no serviço de trabalho
obrigatório. Se havia quem não estivesse de acordo e escolhesse a resistência,
Marcel foi para a Alemanha: “Eu vou como missionário, para ajudar os outros a
resistir”. Não esqueceu a sua cruz da promessa de escoteiro e o seu emblema da
JOC. Associou-se a alguns amigos e ofereceram-se como 'missionários de estação de
comboios', onde ajudaram muita gente a escapar para os territórios não
ocupados. Não demorou em procurar uma comunidade cristã, onde pudesse
participar na Eucaristia - a sua maior alegria!, ele mesmo se fez eucaristia!.
Aí, traduzia em francês para os seus compatriotas, participava e organizava
grupos de ação diversa em prol da comunidade, desde o futebol ao teatro, da
liturgia aos doentes e necessitados.
Numa fábrica de armamento, na Alemanha, onde eram forçados a trabalhar onze horas por dia, com fome, frio e desconforto de toda a espécie, mesmo aí, Marcel encontrou espaço para agir. Sem se deixar abater, meteu mãos à obra, descobriu outros elementos da JOC e dos escoteiros, organizou grupos de ação. Procurou e encontrou, entre os deportados, um padre para celebrar a Eucaristia e confessar quem o desejasse. Sem receio, convida outros a participar nos atos religiosos, levando muitos à conversão, pela palavra e pelo testemunho. Em qualquer lugar que se encontrasse e fossem quais fossem as circunstâncias, Marcel mantinha sempre vivo o entusiasmo, a fé, a esperança e o amor a todos. A todos procura apaixonar por Jesus Cristo à boa maneira dos cristãos da primeira hora, sem nada que o fizesse desanimar. Todos os dias procurava novas formas de testemunhar Jesus e ajudar os outros. Assobiando a divisa dos escoteiros ou da JOC, esse era o sinal para que todos fizessem, cada um para si, uma pequena oração. Esta intensa atividade de Marcel caiu sob suspeita, até a correspondência com a sua noiva lhe era intercetada. Em 19 de Abril de 1944, com os seus amigos de luta, acabou por ser preso pela Gestapo, por ser "muito católico" e ativo. Da prisão, escreveu a seu irmão, recentemente ordenado sacerdote, dizendo-lhe: “Felizmente, há um amigo que não me deixa um momento e que sabe como me apoiar e me consolar. Com ele, os momentos mais dolorosos e perturbadores são superados. Nunca vou agradecer a Cristo o suficiente por me indicar o caminho que eu agora sigo”.
A 7 de outubro, um grupo de pessoas foi
enviado para o campo de extermínio de Mauthausen, Marcel, passando pelo campo
de Flossenbuerg, também. Esteve no subcampo de Gusen II, onde se construíam
partes de aviões de combate em instalações subterrâneas. As péssimas condições
destes lugares aliadas à brutalidade, à subnutrição e aos forçados trabalhos,
trabalhos dificílimos pelo frio e a humidade, tornavam os prisioneiros presa
fácil de gangrenas, diarreias, úlceras, tuberculose... Marcel adoeceu com
tuberculose, em Janeiro de 1945. Na enfermaria, amontoavam-se aos cinco por
cama. No último dia, Marcel caiu nas latrinas, regressou à enfermaria. Quem o
levou nos braços testemunhou a expressão de felicidade do seu olhar moribundo.
Tinha a aparência de um santo, um olhar de amigo sereno, um suave sorriso que a
todos impressionava. Faleceu a 19 de março de 1945, com vinte e três anos de
idade. Assumindo heroicamente a pesada cruz de cada dia, o seu testemunho de
vida e a sua dedicação aos outros foram reconhecidas não só pelos cristãos da
Alemanha, mas também pelos Bispos da Alemanha e Áustria.
Foi beatificado por São João Paulo II a 4 de
Outubro de 1987. Foi o primeiro escoteiro no mundo a ser beatificado.
Celebra-se a 19 de Abril. No processo de beatificação de Marcel, um prisioneiro
que se converteu depois da guerra, declarou: "Se eu, não-crente, vi
milhares de prisioneiros morrerem, e era atingido pelo olhar de Marcel, é
porque havia algo extraordinário sobre ele: para mim era uma revelação: o seu
olhar expressava uma profunda convicção que levava à felicidade. Era um ato de fé
e esperança para uma vida melhor. Eu nunca vi em nenhum moribundo, e já vi
milhares deles, um olhar como o dele: pela primeira vez diante de um deportado,
vi uma marca que não era apenas o desespero".
Marcel, se nos lembra o horror dos campos de
extermínio, faz-nos ter saudades daqueles Movimentos Apostólicos que apostavam
fortemente na formação humana e cristã dos seus membros, que os preparavam para
o compromisso eclesial e social, vivendo habitados por Cristo. Preparados e
estimulados a meterem mãos à obra na transformação da sociedade, a todos
ajudavam, a todos incentivavam ao bem, sem medo, com a valentia do Espírito.
Quanto bem podem fazer os Movimentos eclesiais
se forem levados a sério!...
A determinação deste jovem leigo, se nasceu no
seio duma família cristã, fortaleceu-se naqueles Movimentos que escolheu para
se integrar e crescer, onde a formação era, de facto, uma prioridade para
depois se atuar nos ambientes sociais e laborais. O seu testemunho
interpela-nos, faz-nos pequeninos, envergonha-nos. Como refere o Papa
Francisco, “muitos santos jovens têm feito brilhar os traços de idade juvenil
em toda a sua beleza e, na sua época, foram verdadeiros profetas da mudança; o
seu exemplo mostra de que são capazes os jovens quando se abrem ao encontro com
Cristo” (CV49).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 14-08-2020.
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