terça-feira, 11 de agosto de 2020






PARÓQUIAS DE NISA





Quarta, 12  de agosto de 2020









Quarta da XIX semana do tempo comum








QUARTA-FEIRA da semana XIX

S. Joana Francisca de Chantal, religiosa – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória.
(Missal Romano: a celebração de 12 de Dezembro passou para hoje)

L 1 Ez 9, 1-7; 10, 18-22; Sal 112 (113), 1-2. 3-4. 5-6
Ev Mt 18, 15-20

* Na Diocese de Aveiro – Aniversário da Ordenação episcopal de D. António Manuel Moiteiro Ramos (2012).
* Na Ordem Carmelita – B. Isidoro Bakanja, mártir – MF
* Na Ordem da Visitação de Santa Maria – S. Joana Francisca de Chantal – SOLENIDADE.






MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 73, 20.19.22.23
Lembrai-Vos, Senhor, da vossa aliança,
não esqueçais para sempre a vida dos vossos fiéis.
Levantai-Vos, Senhor, defendei a vossa causa,
escutai a voz daqueles que Vos procuram.


ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
a quem podemos chamar nosso Pai,
fazei crescer o espírito filial em nossos corações
para merecermos entrar um dia na posse da herança prometida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos pares) Ez 9, 1-7; 10, 18-22
«Assinala com uma cruz na fronte os que se lamentam
por causa das abominações que se praticam em Jerusalém»



Leitura da Profecia de Ezequiel


Eu ouvi o Senhor bradar com voz forte: «Aproximai-vos, flagelos da cidade, cada um com o seu instrumento de morte na mão». E do pórtico superior que dá para o norte saíram seis homens, trazendo cada um na mão o seu instrumento de morte. No meio deles estava um homem vestido de linho, com um estojo de escriba à cintura. Aproximaram-se e pararam junto do altar de bronze. A glória do Deus de Israel elevou-se dos querubins em que poisava e dirigiu-se para o limiar do templo. Depois chamou o homem vestido de linho, que trazia à cintura o estojo de escriba. Disse-lhe o Senhor: «Vai pela cidade, percorre Jerusalém e assinala com uma cruz na fronte os homens que gemem e se lamentam por causa das abominações que nela se praticam». Depois, ouvi o Senhor dizer aos outros: «Percorrei a cidade atrás dele e feri sem piedade e sem compaixão: velhos, novos, donzelas, crianças e mulheres, matai-os, exterminai-os a todos. Mas não toqueis naqueles que foram assinalados com a cruz. Começai pelo meu santuário». E eles começaram pelos anciãos que estavam diante do templo. A seguir, ordenou-lhes: «Profanai o templo, enchei de cadáveres os seus átrios e saí». Eles saíram e continuaram o massacre na cidade. A glória do Senhor deixou o limiar do templo e pairou sobre os querubins. Os querubins abriram as asas e elevaram-se do solo à minha vista, elevando-se as rodas com eles. Pararam à entrada da porta oriental do templo do Senhor e a glória do Deus de Israel pairava sobre eles. Eram os seres vivos que eu tinha visto sob o Deus de Israel, nas margens do rio Quebar, e reconheci então que eram querubins. Cada um tinha quatro faces e quatro asas e, debaixo das asas, uma espécie de mãos humanas. As suas faces eram semelhantes às que eu vira nas margens do rio Quebar. Cada um seguia sempre em frente.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 112 (113), 1-2.3-4.5- 6 (R. 2)
Refrão: A glória do Senhor está acima dos céus. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Louvai, servos do Senhor,
louvai o nome do Senhor.
Bendito seja o nome do Senhor,
agora e para sempre. Refrão

Desde o nascer ao pôr do sol,
seja louvado o nome do Senhor.
O Senhor domina sobre todos os povos,
a sua glória está acima dos céus. Refrão

Quem se compara ao Senhor nosso Deus,
que tem o seu trono nas alturas
e Se inclina lá do alto
a olhar o céu e a terra? Refrão


ALELUIA 2 Cor 5, 19
Refrão: Aleluia Repete-se
Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo
e confiou-nos a palavra da reconciliação. Refrão


EVANGELHO Mt 18, 15-20
«Se te escutar, terás ganho o teu irmão» 



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganho o teu irmão. Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou um publicano. Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu; e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu. Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus. Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor,
os dons que Vós mesmo concedestes à vossa Igreja
e transformai-os, com o vosso poder,
em sacramento da nossa salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 147,12.14
Louva, Jerusalém, o Senhor,
que te saciou com a flor da farinha.

Ou Jo 6, 52
O pão que Eu vos darei, diz o Senhor,
é a minha carne pela vida do mundo.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Senhor,
que a comunhão do vosso sacramento nos salve
e nos confirme na luz da vossa verdade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.




«Tanto o anúncio como a experiência cristã tendem a provocar consequências sociais. Procuremos o seu Reino: ‘Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo»’ (Mt 6, 33). O projeto de Jesus é instaurar o Reino de seu Pai; por isso, pede aos seus discípulos: ‘Proclamai que o Reino do Céu está perto’» (Mt 10, 7)»

 Papa Francisco

A Alegria do Evangelho, 180










ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra




LEITURAS: Ez 9, 1-7; 10, 18-22: Diante dos pecados de idolatria praticados pelo povo de Jerusalém, Deus envia-lhe um castigo terrível, mas poupa os inocentes. Estes foram marcados na fronte com uma letra em forma de cruz. Não era ainda a cruz cristã, mas podia desde já anunciá-la, como um símbolo profético. Depois a glória de Deus, que repousava sobre os querubins, elevou-se, juntamente com eles, e abandonou o templo. Foi grande a desolação em que ficou o templo e a cidade. Deus tinha-se ausentado dali.
 
Mt 18, 15-20: Esta leitura tem em vista a vida da comunidade cristã, onde podem acontecer momentos de pecado. A orientação que o Senhor aqui deixa é a correcção fraterna; trata-se, de facto, de uma comunidade de irmãos. Os poderes conferidos a Pedro, como chefe da comunidade, atingem também, até certo ponto, os outros membros da comunidade, que se devem saber reconciliar uns com os outros, sempre que nascerem discórdias. Mas é na oração em comum que todos se hão de reconhecer verdadeiramente irmãos, no meio de quem o Senhor estará.






AGENDA DO DIA



17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Tolosa.







A VOZ DO PASTOR



UM JOVEM CATEQUISTA DE ANTES QUEBRAR QUE TORCER

Lá para as bandas da Cochinchina, no sudoeste asiático, lá onde o vento faz a curva e Judas perdeu as botas, foi ali, no que é hoje o Vietnam, e mais propriamente no delta do rio Mecong, foi ali que Luís de Camões, em jeito de Michael Phelps, terá heroicamente bracejado em prol da vida e dos épicos manuscritos. O navio naufragou, segredos muitos se foram por água abaixo, Dinamene também... talvez!... Coisas da vida, de vidas geniais e ousadas, mal-amadas no seu tempo mas sempre admiradas e a picar a curiosidade!

Pois também foi por lá, em  Phú Yên, no Vietnam, que nasceu o André, em 1624. É um dos jovens citados pelo Papa Francisco no documento conclusivo do Sínodo sobre os Jovens. Ainda bebé, André ficou órfão de pai. Sua mãe educou-o com zelo de mãe. Era o seu filho mais novo e cedo manifestou apreciadas qualidades humanas. A pedido de sua mãe, foi aluno do Padre Alexandre de Rhodes, missionário Jesuíta. Este jesuíta francês foi quem se associou à ideia e trabalho de Francisco de Pina, missionário jesuíta da cidade da Guarda, na romanização da escrita da língua vietnamita. Até então, essa língua era apresentada em ideogramas de inspiração chinesa. Terá chegado à Cochinchina por volta de 1618 e por aí viveu até à morte, na cidade de Da Nang. Mas voltemos ao jovem André, que, mais tarde, se tornou catequista. Ele fez parte de um pequeno grupo de convertidos donde saiu o primeiro clero do Vietnam. O futuro, porém, ir-lhe-ia ser bravo e sofrido. O rei de Annam, enviou um mandarim à província onde André vivia. Para quê? O Padre Rhodes, dado o bom ambiente que existia, e sem saber o que é que o mandarim trazia na cartola, foi-lhe fazer uma visita de cortesia. Os salamaleques foram curtos. O mandarim não demorou a desembrulhar uma notícia que trazia debaixo do braço. Pelos vistos, o rei estava com o avental do avesso, estava de mau humor e muito irritado com  o grande número de chineses que se convertiam ao cristianismo. O mandarim vinha, pois, proibir a ação dos missionários. Ordenou que o Padre Rhodes jamais evangelizasse os chineses, deixasse o Vietnam, regressasse a Macau. E se os cristãos locais teimassem em perseverar na fé cristã iriam passar as passinhas do Algarve. O Padre, ouviu o que ouviu, saboreou e engoliu como pôde, deixou o palácio, foi ter com a comunidade e os catequistas, seus colaboradores. E logo foi também à prisão visitar um deles, de 73 anos, que tinha sido preso dias antes. Entretanto, os guardas do mandarim, armados em fortes e confiantes na captura, foram à sede da Missão procurar Inácio. Inácio era o que presidia ao grupo dos catequistas. Inácio, porém, não estava na Missão, estava fora da cidade. Então, como mais vale um pássaro na mão do que dois a voar, amarraram, espancaram e levaram o jovem André, de dezoito anos de idade. Este jovem catequista era de fibra e de garra, de antes quebrar que torcer. Tendo sido levado ao palácio do Governador para que renunciasse ao cristianismo e negasse a sua fé, resistiu forte e firme. O mandarim foi aos arames. A firmeza de André fez-lhe subir os azeites e agravar a azia. Mandou então que lhe ripassem a cruz do pescoço e o levassem para a prisão, onde já se encontrava o idoso catequista de 73 anos de idade.

A seu tempo, os dois foram levados da prisão, como criminosos e vexatoriamente,  a uma audiência pública. A coisa foi séria e seletiva. Atendendo ao apelo dos mercadores portugueses e dada a sua idade, o catequista mais idoso foi libertado. Mas o jovem André acabou por ser condenado à morte e regressou ao calabouço. Sem grande esforço, poderemos imaginar o estado de espírito daquele jovenzinho em tão dura situação. No dia determinado, foi levado ao local da execução. O Padre Rhodes e vários cristãos portugueses e vietnamitas, e até alguns pagãos, acompanharam-no no percurso e testemunharam a tragédia. Diz a história que André ia sereno, exortava os cristãos a permanecerem firmes na fé, a não se entristecerem com a sua morte e a que rezassem para que ele permanecesse fiel até o fim. Enquanto era martirizado a golpes de lança e punhal, ia repetindo o nome de Jesus. E assim, com apenas 19 anos, aceitou o sacrifício da sua vida pela fé e amor a Cristo. Foi o primeiro mártir do Vietnam. O seu corpo foi transferido para Macau, donde partiam os missionários para os países da Cochinchina, Cochim-China, como os portugueses batizaram esta zona para a distinguir de Cochim da Índia, onde tiveram a sua sede. Algumas relíquias corporais de André foram mais tarde enviadas para a sede dos jesuítas, em Roma. O Padre Rhodes também acabou por ser condenado à morte por um rei vietnamita. A pena, porém, foi-lhe comutada. Regressou a Roma, passou à Pérsia.

Na Eucaristia da beatificação de André, São João Paulo II, afirmava: "Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, também Eu darei testemunho dele diante o meu Pai que está no céu" (Mt 10, 32). André de Phú Yên, no Vietnam, fez suas estas palavras do Senhor com uma intensidade heroica. Desde o dia em que recebeu o Batismo, quando tinha 16 anos, dedicou-se ao desenvolvimento de uma profunda vida espiritual (...) viveu como fiel testemunha de Cristo ressuscitado (...) dedicou todas as forças ao serviço da Igreja (...) até à dádiva do próprio sangue, para permanecer fiel ao amor d'Aquele a que se tinha consagrado totalmente".

Os católicos do Vietnam jamais esqueceram o André. Recordam-no como um jovem ativo ao serviço do evangelho, um jovem de fé serena e de sólida espiritualidade, de amor a Cristo e à sua Igreja. E São João Paulo II, na celebração citada, fazia votos para que o seu zelo e testemunho provocasse em “todos os catequistas a audácia de serem autênticas testemunhas da fé, através duma vida inteiramente dedicada a Cristo e aos irmãos!”.

Com enorme gratidão pela sua dedicação à causa do Evangelho, saudamos todos os e as catequistas, na esperança de que não desistam de o ser, não só pela palavra, mas também pelo testemunho de vida e de alegria, gerando empatia e adesão a Cristo no seio das comunidades. Bem hajam!...

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 07-08-2020.




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