PARÓQUIAS DE NISA
Terça,22 de março de 2022
Terça-feira da III semana da quaresma
LITURGIA
Terça-feira da semana III
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.
L1: Dan 3, 25. 34-43; Sal 24
(25), 4bc-5ab. 6-7bc. 8-9
Ev: Mt 18, 21-35
* Na Ordem de Malta – B. Clemente Augusto Graf von Galen, Bispo e Bailio
Grã-Cruz da Ordem – MF
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA
Salmo 16, 6.9
Respondei-me, Senhor, quando Vos invoco;
ouvi a minha voz, escutai as minhas palavras.
Guardai-me dos meus inimigos, Senhor,
protegei-me à sombra das vossas asas.
ORAÇÃO COLECTA
Não nos abandone, Senhor, a vossa graça: ela nos torne dedicados ao vosso
serviço e nos obtenha sempre a vossa ajuda. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Dan 3, 25.34-43
«De coração arrependido e espírito
humilhado
sejamos por Vós recebidos»
Leitura da Profecia de Daniel
Naqueles dias, levantando-se no meio da fornalha ardente, Azarias fez a
seguinte oração: «Por amor do vosso nome, Senhor, não nos abandoneis para
sempre e não anuleis a vossa aliança. Não nos retireis a vossa misericórdia,
por amor de Abraão vosso amigo, de Isaac vosso servo e de Israel vosso santo,
aos quais prometestes multiplicar a sua descendência como as estrelas do céu e
como a areia das praias do mar. Mas agora, Senhor, tornámo-nos o mais pequeno
de todos os povos e somos hoje humilhados em toda a terra, por causa dos nossos
pecados. Não temos chefe, nem guia nem profeta, nem holocausto nem sacrifício,
nem oblação nem incenso, nem lugar onde apresentar-Vos as primícias para
alcançar misericórdia. Mas de coração arrependido e espírito humilhado sejamos
por Vós recebidos como se viéssemos com um holocausto de touros e carneiros e
milhares de gordos cordeiros. Seja hoje este nosso sacrifício agradável na
vossa presença, porque jamais serão confundidos aqueles que em Vós esperam. E
agora Vos seguimos de todo o coração, Vos tememos e buscamos o vosso rosto. Não
nos deixeis ficar envergonhados, mas tratai-nos segundo a vossa bondade e
segundo a abundância da vossa misericórdia. Livrai-nos pelo vosso admirável
poder e dai glória, Senhor, ao vosso nome».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 24 (25),
4bc-5ab.6-7bc.8-9 (R. 6a)
Refrão: Lembrai-Vos, Senhor, da vossa
misericórdia. Repete-se
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador. Refrão
Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Não recordeis as minhas faltas
e os pecados da minha juventude,
lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência. R.
O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos. Refrão
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Joel 2, 12-13
Refrão: Glória a Vós, Senhor, Filho do Deus vivo. Repete-se
Convertei-vos a Mim de todo o coração, diz o Senhor;
porque sou benigno e misericordioso. Refrão
EVANGELHO Mt 18, 21-35
«Se cada um de vós não perdoar a seu
irmão,
meu Pai não vos perdoará.
O perdão que esperamos de Deus vem associado ao perdão que oferecemos aos
nossos irmãos. Não pode deixar de nos impressionar esta catequese, que assenta
no que há de mais fundamental na mensagem cristã, como aliás o diz a oração que
o Senhor nos ensinou: “perdoai-nos, como nós perdoamos’. O ‘Pai nosso’ é uma
bela forma de oração de penitência.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me
ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?» Jesus respondeu:
«Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Na verdade, o reino de
Deus pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo
de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos. Não tendo com
que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher, os filhos e tudo
quanto possuía, para assim pagar a dívida. Então o servo prostrou-se a seus
pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’. Cheio de
compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida.
Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários.
Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’.
Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo: ‘Concede-me um
prazo e pagar-te-ei’. Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender, até que
pagasse tudo quanto devia. Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram
muito tristes e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido. Então, o senhor
mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque me
pediste. Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive
compaixão de ti?’ E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que
pagasse tudo o que lhe devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada
um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, que este sacrifício, oferecido para nossa salvação, nos
purifique de todo o pecado e nos faça sentir o poder da vossa misericórdia. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
Prefácio da Quaresma
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 14, 1-2
Quem habitará, Senhor, no vosso santuário?
Quem descansará no vosso monte santo?
Aquele que vive sem mancha e pratica a justiça.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
A participação neste sacramento renove, Senhor, a nossa vida, nos obtenha a
remissão dos pecados e o auxílio da vossa proteção. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Dan 3, 25.34-43: De
novo, uma liturgia da palavra de tipo penitencial, bem expressa na oração de
Daniel. Ao lado da espiritualidade batismal, a Quaresma desenvolve a espiritualidade
penitencial. Aliás, o batismo é sacramento de penitência, de conversão. A
penitência é antes de mais, atitude que nasce no fundo do coração do homem. O
sacrifício agradável a Deus é o “espírito humilhado” e o “coração contrito”.
Mt 18, 21-35
: O perdão que esperamos de Deus vem
associado ao perdão que oferecemos aos nossos irmãos. Não pode deixar de nos
impressionar esta catequese, que assenta no que há de mais fundamental na
mensagem cristã, como aliás o diz a oração que o Senhor nos ensinou:
“perdoai-nos, como nós perdoamos’. O ‘Pai nosso’ é uma bela forma de oração de
penitência.
AGENDA DO DIA:
11.00
horas: Funeral em Arez
18.00
horas: Missa em Alpalhão
18.00
horas: Missa em Nisa.
ZONA PASTORAL DE NISA:
Igreja Paroquial do Espírito Santo
A VOZ DO PASTOR
HÁ 375 ANOS RAINHA E PADROEIRA DE
PORTUGAL
Costuma
dizer-se que quem meus filhos beija minha boca adoça. Nestas vésperas da
Solenidade de São José, não vou falar dele. Acredito, porém, que também ele
ficará de boca doce, muito feliz. Porque se aproxima uma data muito importante
para nós, portugueses, vou falar de Maria, sua esposa, mas festejando com os
dois o dom das suas vidas e a intervenção de ambos no projeto de Deus para a
humanidade. São José é o Patrono universal da Igreja, o pai adorável, o homem
justo e bom, estimulo para todos os pais em Dia do Pai. Maria, sua Esposa, Mãe
de Deus e Mãe da Igreja, também é Rainha e Padroeira de Portugal, uma nobre e
distinta Senhora que até sobressai no jeito de se apresentar. Sem andar pelas
passarelas da moda, sem se endividar em compras ou comprar fiado, tem um
roupeiro invejável, ao ponto de nenhum outro se lhe puder igualar. Em cada
invocação que o povo carinhosamente lhe dá, ela veste um vestido diferente, ao
gosto da região, da cultura e da devoção dos seus filhos, mas sempre na moda,
sempre ‘in’. Apesar de não ser exigente, apesar do povo a vestir até a fios de
ouro, convenhamos que, na sua beleza, qualquer trapinho lhe fica bem. Essa
beleza encantadora nasce-lhe do interior, das suas virtudes e santidade. Se o
leitor for capaz de alistar as invocações da Senhora existentes em Portugal, ou
apenas na sua própria região, apreciará também que, sendo sempre a mesma, veste
sempre de forma diferente e bela: Senhora da Penha, da Misericórdia, da
Alegria, da Cabeça, das Dores, da Vista, da Rocha, da Lapa, do Minho, da
Franqueira, da Peneda, do Facho, do Viso, dos Remédios, da Fé, do Parto, do Ó,
do Alívio, da Agonia, de Aires, dos Altos Céus, ... vá, continue, por favor, e
não se canse, consciente que é sempre a mesma Senhora e que a lista jamais
estará completa...
Servindo-me,
com a devida vénia, sobretudo da Wikipédia, aproveito para, nesta efeméride que
estamos a celebrar, recordar que, por exemplo, a devoção dos portugueses a
Nossa Senhora da Conceição vem de muito longe e está muito ligada aos acontecimentos
da independência e da identidade nacional. Histórias da história dizem-nos que,
aquando da conquista da cidade de Lisboa, em 1147, por D. Afonso Henriques, foi
celebrada uma Missa Pontifical de ação de graças, em honra da Imaculada
Conceição. São Nuno Álvares Pereira, após a vitória na batalha de Aljubarrota,
em 1385, terá mandado construir a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila
Viçosa, sendo consagrada a Nossa Senhora da Conceição, cuja imagem que lá se
encontra ele teria encomendado em Inglaterra. A devoção popular foi crescendo e
criando raízes ainda mais fortes em Portugal. Criaram-se irmandades de Nossa
Senhora da Conceição, dedicaram-se-lhe igrejas e muitos altares, sendo a
irmandade mais antiga a instituída em 1589 na paróquia dos Anjos, em Lisboa.
Após a restauração da independência de Portugal, o rei D. João IV, em 25 de
março de 1646, após parecer favorável das Cortes gerais, consagrou os «Seus
Reinos e Senhorios» a Nossa Senhora da Conceição, diante da imagem existente no
Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Proclamou Nossa Senhora
da Conceição como Padroeira de Portugal e coroou a sua Imagem com a coroa real,
doravante seria a Rainha de Portugal. A partir de então, em sinal de
reconhecimento de que Nossa Senhora é a verdadeira Rainha e Padroeira de
Portugal, os reis subsequentes nunca mais colocaram a coroa real na sua cabeça,
sendo que a coroa, em ocasiões solenes, era apenas posta sobre uma almofada, ao
lado direito do rei. Tal ‘Provisão Régia’ foi confirmada pelo Papa Clemente X
em 1671. Docentes da Universidade de Coimbra, desde 1646 juraram defender o
dogma da Imaculada Conceição, juramento que foi estendido e aplicado a todos os
futuros graduados da Universidade. Só após a proclamação do dogma da Imaculada
em 1854, se julgou desnecessário continuar a prestar este juramento. Em 1654,
D. João IV enviou a todas as Câmaras Municipais do Império Português uma cópia
da inscrição comemorativa, em latim, do juramento solene prestado em 25 de
Março de 1646 e ordenou que aquela inscrição fosse gravada em pedra e colocada
nas portas e lugares públicos das cidades e vilas portuguesas. O Rei D. João V,
em 1717, em circular enviada à Universidade de Coimbra e a todos os prelados e
colegiais do Reino, recomendou-lhes a celebração anual da festa da Imaculada
Conceição nas suas igrejas, recordando o juramento de D. João IV. Por sua vez,
o rei D. João VI, em 1818, fundou a “Ordem de Nossa Senhora da Conceição de
Vila Viçosa”. Após a proclamação dogmática em 1854 pelo Papa Pio IX,
desenvolveu-se em Portugal um movimento que apoiava a construção de um
monumento nacional que comemorasse tal facto. Esse primeiro monumento foi
erigido no Sameiro, em Braga, em 1869.
Posteriormente, no mesmo local, foi construído um santuário dedicado à
Imaculada Conceição de Maria, cuja imagem foi coroada solenemente em 1904.
Extinta a monarquia e instaurada a república, nunca este ato e este título de
Nossa Senhora foi posto em causa.
Em
1946, no dia 25 de Março, comemorou-se o tricentenário da proclamação da
Imaculada Conceição como Padroeira de Portugal, com a consagração de Portugal à
Virgem Maria, Mãe de Deus. Na Visita Apostólica do Papa São João Paulo II a
Portugal, ocorrida nos dias 12 a 15 de Maio de 1982, ele visitou o Santuário de
Fátima, o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro e o Santuário de Nossa Senhora
da Conceição de Vila Viçosa.
O
Instituto da Padroeira de Portugal para os Estudos da Mariologia organizou para
este mês de março o congresso intitulado: “Mulher, Mãe e Rainha. Nos 375 anos
da Coroação de Nossa Senhora da Conceição como Padroeira de Portugal”. Terá
lugar de 24 a 26 de março, em Fátima. No dia 27 de março, Domingo, e já na
véspera, o encerramento deste ano jubilar dos 375 anos da coroação de Nossa
Senhora será em Vila Viçosa, no Santuário ou Solar da Padroeira. Presidirá
Salvatore (Rino) Fisichella, arcebispo italiano presidente do Pontifício Conselho
para a Promoção da Nova Evangelização. Também serão expostas conjuntamente as
três coroas de Nossa Senhora, a de Vila Viçosa, de Fátima e do Sameiro, bem
como alguns mantos da Padroeira de Portugal.
Na
sua divulgação, lê-se que o congresso, para além de reunir conceituados
especialistas em várias áreas do saber, pretende ser um fórum de estudo
abrangente, nas temáticas, nas visões e nas abordagens, esperando-se os
diferentes contributos relativos ao objetivo em vista. Mas também está aberto à
participação ativa de quantos quiseram associar a sua investigação através de
comunicações autopropostas, dentro das áreas do Congresso. É inegável que o
Povo português tem uma forte identidade mariana, que no Congresso melhor se
quere conhecer, nos seus fundamentos e expressões. Além do Congresso, o
referido Instituto assumiu “construir um dicionário sobre a Virgem Maria, um
dicionário em português, a partir de fontes históricas, mas também das novas
realidades contemporâneas”.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-03-2022.
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