PARÓQUIAS DE NISA
Sexta, 18 de março de 2022
Sexta da II semana da quaresma
LITURGIA
Sexta-feira
da semana II
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.
L1: Gen 37, 3-4. 12-13a. 17b-28; Sal 104 (105), 16-17. 18-19. 20-21
Ev: Mt 21, 33-43. 45-46
* Pode celebrar-se a memória de S. Cirilo de Jerusalém, bispo e doutor da
Igreja, como se indica na p. 33, n. 9.
* I Vésp. de S. José, Esposo da Virgem Santa Maria – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 30, 2. 5
Em Vós, Senhor, me refugio: jamais serei confundido.
Livrai-me das ciladas do inimigo. Vós sois o meu refúgio.
ORAÇÃO COLECTA
Concedei, Deus todo-poderoso, que, purificados pelo fervor da penitência
quaresmal, cheguemos com espírito renovado às pró¬ximas solenidades pascais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
LEITURA I Gen 37, 3-4.12-13a.17b-28
«Aí vem o homem dos sonhos: vamos matá-lo»
Leitura do Livro
do Génesis
Jacob gostava mais de José que dos seus outros filhos, porque ele era o filho
da sua velhice; e mandou fazer-lhe uma túnica de mangas compridas. Os irmãos,
vendo que o pai o preferia a todos eles, começaram a odiá-lo e não eram capazes
de lhe falar com bons modos. Um dia foram para Siquém apascentar os rebanhos do
pai. Jacob disse a José: «Os teus irmãos apascentam os rebanhos em Siquém. vem
cá, pois quero mandar-te ir ter com eles». José partiu à procura dos irmãos e
encontrou-os em Dotain. Eles viram-no de longe e, antes que chegasse perto,
combinaram entre si a sua morte. Disseram uns aos outros: «Aí vem o homem dos
sonhos. Vamos matá-lo e atirá-lo a uma cisterna e depois diremos que um animal
feroz o devorou. Veremos então em que vão dar os seus sonhos». Mas Rúben ouviu
isto e, querendo livrá-lo das suas mãos, disse: «Não lhe tiremos a vida». Para
o livrar das suas mãos e entregá-lo ao pai, Rúben disse aos irmãos: «Não
derrameis sangue. Lançai-o nesta cisterna do deserto, mas não levanteis as mãos
contra ele». Quando José chegou junto dos irmãos, eles tiraram-lhe a túnica de
mangas compridas que trazia, pegaram nele e lançaram-no dentro da cisterna, uma
cisterna vazia, sem água. Depois sentaram-se para comer. Mas, erguendo os
olhos, viram uma caravana de ismaelitas que vinha de Galaad. Traziam camelos
carregados de goma de tragacanto, resina aromática e láudano, que levavam para
o Egipto. Então Judá disse aos irmãos: «Que interesse haveria em matar o nosso
irmão e esconder-lhe o sangue? Vamos vendê-lo aos ismaelitas, mas não lhe
ponhamos as mãos, porque é nosso irmão, da mesma carne que nós». Os irmãos
concordaram. Passando por ali uns negociantes de Madiã, tiraram José da
cisterna e venderam-no por vinte moedas de prata aos ismaelitas, que o levaram
para o Egipto.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 104 (105), 16-17.18-19.20-21 (R. 5a)
Refrão: Recordai as maravilhas do Senhor.
Repete-se
Deus chamou a fome sobre aquela terra
e privou-os do pão que dá o sustento.
Adiante deles enviara um homem:
José vendido como escravo. Refrão
Apertaram-lhe os pés com grilhões,
lançaram-lhe ao pescoço uma coleira de ferro,
até que se cumpriu a profecia
e a palavra do Senhor o mostrou inocente. Refrão
Então o rei mandou que o soltassem,
o soberano dos povos deu-lhe a liberdade;
e fê-lo senhor da sua casa
e governador de todos os seus domínios. Refrão
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 3, 16
Refrão: A salvação, a glória e o poder a
Jesus Cristo,
Nosso Senhor. Repete-se
Deus amou tanto o mundo
que entregou o seu Filho Unigénito;
quem acredita n’Ele tem a vida eterna. Refrão
EVANGELHO Mt 21, 33-43.45-46
«Este é o herdeiro; vamos matá-lo»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo:
«Ouvi outra parábola: Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com
uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma torre; depois arrendou-a a uns
vinhateiros e partiu para longe. Quando chegou a época das colheitas, mandou os
seus servos aos vinhateiros para receber os frutos. Os vinhateiros, porém, lançando
mão dos servos, espancaram um, mataram outro e a outro apedrejaram-no. Tornou
ele a mandar outros servos, em maior número que os primeiros, e eles
trataram-nos do mesmo modo. Por fim mandou-lhes o seu próprio filho, pensando:
‘Irão respeitar o meu filho’. Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram
entre si: ‘Este é o herdeiro; vamos matá-lo e ficaremos com a sua herança’.
Agarraram-no, levaram- no para fora da vinha e mataram-no. Quando vier o dono
da vinha, que fará àqueles vinhateiros?» Os príncipes dos sacerdotes e os
anciãos do povo responderam-Lhe: «Mandará matar sem piedade esses malvados e
arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entreguem os frutos a seu
tempo». Disse-lhes Jesus: «Nunca lestes na Escritura: ‘A pedra rejeitada pelos
construtores tornou-se a pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável
aos nossos olhos’? Por isso vos digo: Ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a
um povo que produza os seus frutos». Ao ouvirem as parábolas de Jesus, os
príncipes dos sacerdotes e os fariseus compreenderam que falava deles e queriam
prendê-l’O; mas tiveram medo do povo, que O considerava profeta.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
A vossa misericórdia, Senhor, prepare os vossos servos para que possam celebrar
dignamente estes mistérios e se dediquem de todo o coração ao vosso serviço.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
Prefácio da Quaresma
ANTÍFONA DA COMUNHÃO I Jo, 4, 10
Deus amou-nos e enviou-nos o seu Filho
como vítima de expiação pelos nossos pecados.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que neste sacramento nos destes o penhor da salvação eterna, fazei que,
seguindo fielmente os vossos caminhos, cheguemos à plenitude da alegria no
reino dos Céus. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco
na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Gen 37, 3-4.12-13a.17b-28 : A liturgia deste dia oferece um caso
típico do paralelo entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a figura e a
realidade, entre José e Jesus: ambos foram inocentes, ambos traídos pelos seus
irmãos, ambos trocados por dinheiro, ambos amados pelo pai e desprezados pelos
irmãos a ponto de desejarem a morte, mas ambos finalmente restituídos à vida,
depois de terem sofrido a humilhação e a condenação. É assim o processo do
Mistério Pascal.
Mt
21, 33-43.45-46: Os
inimigos de Jesus ao ouvi-l’O acabaram por compreender que Jesus falava acerca
deles e da história do seu povo. A vinha do Senhor é o seu povo, vinha tratada
com todos os desvelos desde sempre, desde o tempo em que o tirou do Egipto, em
que lhe enviava os profetas e, por fim, o seu próprio Filho. E eles
rejeitaram-nos e acabaram por lhes dar a morte, até ao próprio Filho. Grave
proposta esta à nossa reflexão, que assim acabará por compreender que foi pelos
homens, seus irmãos, que o Senhor sofreu a morte, e morte de cruz.
AGENDA DO DIA:
17.20
horas: Via-Sacra em Nisa
17.20
horas: Via-Sacra em Alpalhão
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Alpalhão.
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE NISA:
A VOZ DO PASTOR
A DITOSA NOITE QUE NOS CONVOCA E PROVOCA
Vamos preparar bem essa noite em espírito de sinodalidade?
Acha que é muito cedo? Nuns lugares talvez seja, noutros não será. Será cedo
onde os pastores só têm uma paróquia para servir, coisa raríssima. O desafio
que proponho é para os outros. E quem parte cedo pode pensar muito melhor o
caminho a fazer, pode ir limpando o chão das possíveis resistências, minas e
armadilhas, pode ir andando mais devagar e sentar-se um pouco aqui ou acolá a
comer um gelado ou um kiwi, pode escutar bem o que vai ouvindo e apreciar a
beleza do que vê, ouve e acontece para melhor discernir sem chegar sozinho,
tarde e cansado, mas em pelotão e feliz. Vamos a isso!?
Como todos sabem, nenhuma ação da Igreja se pode
igualar à liturgia. A liturgia é um tesouro evangelizador desde que preparada,
centrada em si e não nos protagonistas. Se bem celebrada, escutada e vivida com
serenidade e fé, por todos os presentes, é de valor incalculável. Fala por si,
não precisa de grandes explicações nem de muita azáfama no espaço litúrgico que
a possa descentralizar. Mas hoje refiro-me sobretudo à Vigília Pascal, a esta
ação sagrada por excelência. Na liturgia celebramos o mistério Pascal pelo qual
Cristo nos salvou. Celebramos o mistério da sua Paixão, Morte e Ressurreição
“até que Ele venha”, até que “Deus seja tudo em todos”. Por ela, a Igreja
realiza e prolonga a obra sacerdotal de Cristo para a santificação dos homens e
a glorificação de Deus. A Constituição Dogmática sobre a Sagrada Liturgia
ensina que “Na liturgia Deus fala ao seu povo. Cristo ainda anuncia o
Evangelho. E o povo responde a Deus, ora com cânticos, ora com orações” (SC33).
Inventar, substituir ou inovar em liturgia tem um de dois pressupostos: ou se
sabe muito da matéria e se tem autoridade para o fazer, ou se é extremamente
ignorante ao ponto de, em nome da inteligibilidade da mesma, dela fazer tábua
rasa, manifestando falta de entendimento litúrgico e de comunhão eclesial. A
‘criatividade’ na liturgia está no ser capaz de a preparar bem, interior e
exteriormente, fazendo saborear o verdadeiro louvor ao Senhor e tornar presente
na vida de cada crente e da Igreja a salvação celebrada.
É verdade que a Vigília Pascal, ao longo dos tempos,
foi sofrendo algumas modificações quanto à hora de ser celebrada. Nestes tempos
que são os nossos, está ordenado que a Vigília só seja celebrada à noite, pelo
menos depois que o sol se ponha e antes do amanhecer do domingo. É a noite das
noites, a noite santa, a noite sacramental, a noite do memorial do Cristo
Ressuscitado, fonte e centro da Eucaristia e de todas as Liturgias. É a Vigília
das vigílias, dela parte toda a espiritualidade da Igreja e para ela tudo
converge. E o Catecismo da Igreja Católica afirma que “a Páscoa não é
simplesmente uma festa entre outras: é a «festa das festas», a «solenidade das
solenidades», tal como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos, o grande
sacramento. É «o grande domingo» da Semana Santa, da «semana maior». É o
mistério da ressurreição, em que Cristo aniquilou a morte, penetra no nosso
velho tempo com a sua poderosa energia, até que tudo Lhe seja submetido (cf.
CIgC1169).
Desde há muito que tenho feito força e dado a entender
que é preferível fazer uma celebração digna e serena numa das paróquias que
estão confiadas a cada sacerdote do que andar a correr dum lado para o outro,
stressados, sem qualquer espécie de proveito para quem quer que seja, e a
banalizar o que é tão sério, importante e rico de sentido e conteúdo na vida da
Igreja. Embora apele à compreensão dos párocos e diáconos, dos ministros
extraordinários da Palavra e de todos os colaboradores e comunidades cristãs,
sei que nada disto irá por decreto do Bispo ou por imposição seja de quem for,
nem é isso que se pretende. Entendo, porém, que quem tem várias paróquias,
devia eleger uma, em metodologia sinodal, para a celebração da Vigília, com os batizados
que houvesse, sem obrigar. Este é um desafio que se deveria perseguir
colegialmente, fazendo ressaltar nessa caminhada as verdadeiras razões que
levam a isso, mudando para melhor. E até poderá acontecer que, de ano em ano,
se venha a celebrar rotativamente, se as igrejas das outras paróquias tiverem
condições para tal. Na Vigília Pascal lê-se longamente a Escritura, realça-se
as prefigurações do batismo, descobre-se melhor o seu profundo significado
teológico, sobressai essa vida nova de quem morre e ressuscita com Cristo pelo
Batismo. Os cristãos somos filhos da Páscoa, nascemos na noite santa da vitória
de Cristo sobre a morte. O tempo pascal, sobretudo ao Domingo, é o tempo mais
favorável para a celebração do Batismo, mas a Vigília Pascal é o melhor e mais
significativo momento.
Há muitas tradições populares que saíram da celebração
festiva e evangelizadora do mistério Pascal. Hoje, porém, em alguns sítios,
porque não se renovaram, estagnaram no tempo e tomaram a vez da celebração
litúrgica da Vigília Pascal e da própria Páscoa. Muitas destas tradições estão
mais ao serviço do turismo e do bairrismo local do que a fazer viver o que lhes
deu origem, a sua fonte. As tradições e a piedade popular merecem-nos todo o
respeito e atenção, têm alto valor e significado, não estamos contra elas. Sem
lhes tirar o lugar e o sentido, porém, devem harmonizar-se com a celebração do
que lhes deu vida e sentido mas passou para segundo lugar. Só isso as manterá
verdadeiramente vivas e úteis a fazer valer a sua origem e a preocupação de
evangelizar de quem as iniciou. Uma coisa não tira a outra, podem coexistir as
duas, mas cada uma no seu lugar. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra
coisa, embora se ajudem mutuamente na preparação e celebração do mistério pascal.
Nesta celebração que proponho, as pessoas que veem de
cada uma das outras paróquias, deveriam trazer o Círio Pascal paroquial para
neles se acender o lume novo. É a luz de Cristo que, nesta ditosa noite,
gloriosamente ressuscitado, dissipa as trevas do coração, do espírito e do
mundo, faz ressoar no templo as aclamações do povo de Deus anunciando o triunfo
de tão grande Rei que faz com que a Igreja exulte e cante de alegria porque o
céu se une à terra e o homem se encontra com Deus. A Água nessa noite solenemente
benzida, se for partilhada pelas outras paróquias para a celebração de próximos
batismos, seja transportada com responsabilidade e em recipientes dignos.
Importa preparar bem os leitores para que a celebração
não fique estragada por leituras inaudíveis, ininteligíveis, fracas ou feitas
com ‘esporas na língua’, apressadas, bem como preparar os acólitos e todos os
intervenientes na dinâmica celebrativa, sem esquecer os salmistas e cantores,
pensando em todas as coisas e pormenores que sejam necessários. Nas paróquias
onde, no Domingo de Páscoa, só haja possibilidade de haver celebração da
Palavra, que esta também seja muito bem preparada e celebrada, envolvendo a
comunidade. Poder-se-á também introduzir solenemente e explicar à comunidade o
significado dos Santos Óleos. Vamos a isso?...
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 11-03-2022.
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