PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 14 de março de 2022
Segunda da II semana da quaresma
LITURGIA
Segunda-feira
da semana II
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.
L1: Dan 9, 4b-10; Sal 78 (79), 8. 9. 11. 13
Ev: Lc 6, 36-38
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 25, 11-12
Salvai-me, Senhor, e tende piedade de mim. Os meus pés seguem o caminho recto.
Nas assembleias bendirei o Senhor.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita misericórdia, que nos ordenais a penitência do corpo para
remédio do espírito, concedei que possamos evitar todo o pecado e cumprir
fielmente as exigências da vossa lei. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Dan 9, 4b-10
«Pecámos, cometemos injustiças e iniquidades»
Leitura da
Profecia de Daniel
Senhor, Deus grande e terrível, que sois fiel à aliança e à misericórdia para
com os que Vos amam e observam os vossos mandamentos! Nós pecámos, cometemos
injustiças e iniquidades, fomos rebeldes, afastando-nos dos vossos mandamentos
e preceitos. Não escutámos os profetas, vossos servos, que em vosso nome
falavam aos nossos reis, aos nossos chefes e antepassados e a todo o povo da
nação. Em Vós, Senhor, está a justiça; em nós recai a vergonha que sentimos no
rosto, como sucede neste dia aos homens de Judá, aos habitantes de Jerusalém e
a todo o Israel, aos que estão perto e aos que estão longe, em todos os países
para onde os dispersastes por causa das infidelidades que contra Vós cometeram.
Sobre nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, sobre os nossos
reis, chefes e antepassados, porque pecámos contra Vós. No Senhor, nosso Deus,
está a misericórdia e o perdão, porque nos revoltámos contra Ele e não
escutámos a voz do Senhor, nosso Deus, seguindo as leis que nos dava por meio
dos profetas, seu servos.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 78 (79), 8.9.11.13 (R. Salmo 102, 10a)
Refrão: Não nos julgueis, Senhor, pelos
nossos pecados. Repete-se
Não recordeis, Senhor, contra nós
as culpas dos nossos pais.
Corra ao nosso encontro a vossa misericórdia,
porque somos tão miseráveis. Refrão
Ajudai-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do vosso nome.
Salvai-nos e perdoai os nossos pecados,
para glória do vosso nome. Refrão
Chegue à vossa presença, Senhor,
o gemido dos cativos;
pela omnipotência do vosso braço,
libertai os condenados à morte. Refrão
E nós, vosso povo,
ovelhas do vosso rebanho,
louvar-Vos-emos para sempre
e de geração em geração cantaremos a vossa glória.
Refrão
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO cf. Jo 6, 63c.68c
Refrão: Glória a Vós, Senhor, Filho do
Deus vivo. Repete-se
As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida:
Vós tendes palavras de vida eterna. Refrão
EVANGELHO Lc 6, 36-38
«Perdoai e sereis perdoados»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Sede misericordiosos, como o
vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e
não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e dar-se-vos-á:
deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A
medida que usardes com os outros será usada também convosco».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Atendei, Senhor, as nossas súplicas e livrai das seduções terrenas aqueles a
quem destes a graça de celebrar os mistérios celestes. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio da Quaresma
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc. 6, 36
Sede misericordiosos,
como o vosso Pai celeste é misericordioso, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei-nos, Senhor, que esta comunhão nos purifique do pecado e nos torne
participantes da alegria celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Dan 9, 4b-10: De novo, uma liturgia penitencial,
que não é de estranhar neste tempo. Penitencial não quer dizer triste; quer
dizer antes denúncia do pecado, chamamento à conversão, anúncio do perdão e da
misericórdia do Pai. O primeiro passo na conversão é o reconhecimento, diante
de Deus, da situação de pecador. E logo surge a oração humilde e confiante de
quem pede o perdão, como a de Daniel, o cativo da Babilónia.
Lc
6, 36-38: O homem,
feito em santidade à imagem de Deus, também agora, ao suplicar o perdão de seus
pecados, há de imitar o Pai das misericórdias, há de perdoar a quem o ofendeu,
como numa cadeia de amor, de Deus ao pecador, deste ao seu irmão.
AGENDA DO DIA:
15.00
HORAS: Funeral em Nisa – Mártir e Santo
IGREJAS DA ZONA PASTORAL
DE NISA:
Igreja da Santa Casa - Montalvão
A VOZ DO PASTOR
A DITOSA NOITE QUE NOS CONVOCA E PROVOCA
Vamos preparar bem essa noite em espírito de
sinodalidade? Acha que é muito cedo? Nuns lugares talvez seja, noutros não
será. Será cedo onde os pastores só têm uma paróquia para servir, coisa
raríssima. O desafio que proponho é para os outros. E quem parte cedo pode
pensar muito melhor o caminho a fazer, pode ir limpando o chão das possíveis
resistências, minas e armadilhas, pode ir andando mais devagar e sentar-se um
pouco aqui ou acolá a comer um gelado ou um kiwi, pode escutar bem o que vai
ouvindo e apreciar a beleza do que vê, ouve e acontece para melhor discernir
sem chegar sozinho, tarde e cansado, mas em pelotão e feliz. Vamos a isso!?
Como todos sabem, nenhuma ação da Igreja se pode
igualar à liturgia. A liturgia é um tesouro evangelizador desde que preparada,
centrada em si e não nos protagonistas. Se bem celebrada, escutada e vivida com
serenidade e fé, por todos os presentes, é de valor incalculável. Fala por si,
não precisa de grandes explicações nem de muita azáfama no espaço litúrgico que
a possa descentralizar. Mas hoje refiro-me sobretudo à Vigília Pascal, a esta
ação sagrada por excelência. Na liturgia celebramos o mistério Pascal pelo qual
Cristo nos salvou. Celebramos o mistério da sua Paixão, Morte e Ressurreição
“até que Ele venha”, até que “Deus seja tudo em todos”. Por ela, a Igreja
realiza e prolonga a obra sacerdotal de Cristo para a santificação dos homens e
a glorificação de Deus. A Constituição Dogmática sobre a Sagrada Liturgia
ensina que “Na liturgia Deus fala ao seu povo. Cristo ainda anuncia o
Evangelho. E o povo responde a Deus, ora com cânticos, ora com orações” (SC33).
Inventar, substituir ou inovar em liturgia tem um de dois pressupostos: ou se
sabe muito da matéria e se tem autoridade para o fazer, ou se é extremamente
ignorante ao ponto de, em nome da inteligibilidade da mesma, dela fazer tábua
rasa, manifestando falta de entendimento litúrgico e de comunhão eclesial. A
‘criatividade’ na liturgia está no ser capaz de a preparar bem, interior e
exteriormente, fazendo saborear o verdadeiro louvor ao Senhor e tornar presente
na vida de cada crente e da Igreja a salvação celebrada.
É verdade que a Vigília Pascal, ao longo dos tempos,
foi sofrendo algumas modificações quanto à hora de ser celebrada. Nestes tempos
que são os nossos, está ordenado que a Vigília só seja celebrada à noite, pelo
menos depois que o sol se ponha e antes do amanhecer do domingo. É a noite das
noites, a noite santa, a noite sacramental, a noite do memorial do Cristo
Ressuscitado, fonte e centro da Eucaristia e de todas as Liturgias. É a Vigília
das vigílias, dela parte toda a espiritualidade da Igreja e para ela tudo
converge. E o Catecismo da Igreja Católica afirma que “a Páscoa não é
simplesmente uma festa entre outras: é a «festa das festas», a «solenidade das
solenidades», tal como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos, o grande
sacramento. É «o grande domingo» da Semana Santa, da «semana maior». É o mistério
da ressurreição, em que Cristo aniquilou a morte, penetra no nosso velho tempo
com a sua poderosa energia, até que tudo Lhe seja submetido (cf. CIgC1169).
Desde há muito que tenho feito força e dado a entender
que é preferível fazer uma celebração digna e serena numa das paróquias que
estão confiadas a cada sacerdote do que andar a correr dum lado para o outro,
stressados, sem qualquer espécie de proveito para quem quer que seja, e a
banalizar o que é tão sério, importante e rico de sentido e conteúdo na vida da
Igreja. Embora apele à compreensão dos párocos e diáconos, dos ministros
extraordinários da Palavra e de todos os colaboradores e comunidades cristãs,
sei que nada disto irá por decreto do Bispo ou por imposição seja de quem for,
nem é isso que se pretende. Entendo, porém, que quem tem várias paróquias,
devia eleger uma, em metodologia sinodal, para a celebração da Vigília, com os
batizados que houvesse, sem obrigar. Este é um desafio que se deveria perseguir
colegialmente, fazendo ressaltar nessa caminhada as verdadeiras razões que
levam a isso, mudando para melhor. E até poderá acontecer que, de ano em ano,
se venha a celebrar rotativamente, se as igrejas das outras paróquias tiverem
condições para tal. Na Vigília Pascal lê-se longamente a Escritura, realça-se
as prefigurações do batismo, descobre-se melhor o seu profundo significado
teológico, sobressai essa vida nova de quem morre e ressuscita com Cristo pelo
Batismo. Os cristãos somos filhos da Páscoa, nascemos na noite santa da vitória
de Cristo sobre a morte. O tempo pascal, sobretudo ao Domingo, é o tempo mais
favorável para a celebração do Batismo, mas a Vigília Pascal é o melhor e mais
significativo momento.
Há muitas tradições populares que saíram da celebração
festiva e evangelizadora do mistério Pascal. Hoje, porém, em alguns sítios,
porque não se renovaram, estagnaram no tempo e tomaram a vez da celebração
litúrgica da Vigília Pascal e da própria Páscoa. Muitas destas tradições estão
mais ao serviço do turismo e do bairrismo local do que a fazer viver o que lhes
deu origem, a sua fonte. As tradições e a piedade popular merecem-nos todo o
respeito e atenção, têm alto valor e significado, não estamos contra elas. Sem
lhes tirar o lugar e o sentido, porém, devem harmonizar-se com a celebração do
que lhes deu vida e sentido mas passou para segundo lugar. Só isso as manterá
verdadeiramente vivas e úteis a fazer valer a sua origem e a preocupação de
evangelizar de quem as iniciou. Uma coisa não tira a outra, podem coexistir as
duas, mas cada uma no seu lugar. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra
coisa, embora se ajudem mutuamente na preparação e celebração do mistério
pascal.
Nesta celebração que proponho, as pessoas que veem de
cada uma das outras paróquias, deveriam trazer o Círio Pascal paroquial para
neles se acender o lume novo. É a luz de Cristo que, nesta ditosa noite,
gloriosamente ressuscitado, dissipa as trevas do coração, do espírito e do
mundo, faz ressoar no templo as aclamações do povo de Deus anunciando o triunfo
de tão grande Rei que faz com que a Igreja exulte e cante de alegria porque o
céu se une à terra e o homem se encontra com Deus. A Água nessa noite
solenemente benzida, se for partilhada pelas outras paróquias para a celebração
de próximos batismos, seja transportada com responsabilidade e em recipientes
dignos.
Importa preparar bem os leitores para que a celebração
não fique estragada por leituras inaudíveis, ininteligíveis, fracas ou feitas
com ‘esporas na língua’, apressadas, bem como preparar os acólitos e todos os
intervenientes na dinâmica celebrativa, sem esquecer os salmistas e cantores,
pensando em todas as coisas e pormenores que sejam necessários. Nas paróquias
onde, no Domingo de Páscoa, só haja possibilidade de haver celebração da
Palavra, que esta também seja muito bem preparada e celebrada, envolvendo a
comunidade. Poder-se-á também introduzir solenemente e explicar à comunidade o
significado dos Santos Óleos. Vamos a isso?...
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 11-03-2022.
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