PARÓQUIAS DE NISA
Segunda,21 de março de 2022
Segunda-feira da III semana da quaresma
LITURGIA
Segunda-feira
da semana III
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.
L1: 2 Reis 5, 1-15a; Sal 41 (42), 2-3; 42, 3. 4
Ev: Lc 4, 24-30
Nos dias feriais mais oportunos desta semana, em vez das leituras indicadas
para esses dias, podem tomar-se as leituras dominicais do Ano A, para favorecer
a catequese batismal na Quaresma.
* Na Arquidiocese de Braga (Basílica de S. Bento da Porta Aberta) – Aniversário
da Basílica de S. Bento da Porta Aberta – SOLENIDADE
* Na Diocese de Bragança-Miranda – Pode celebrar-se a memória do Trânsito de S.
Bento, abade, Padroeiro da Diocese, como se indica na p. 33, n. 9.
* Na Ordem Beneditina – Trânsito do Patriarca S. Bento, abade – FESTA
* Na Ordem de Cister e na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – Trânsito
de S. Bento, abade – FESTA; Aniversário da Fundação da Ordem de Cister (1098).
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 83, 3
A minha alma suspira pelos átrios do Senhor,
o meu coração e a minha carne exultam no Deus vivo.
ORAÇÃO COLECTA
Purificai, Senhor, e protegei continuamente a vossa Igreja e, porque não pode
salvar-se sem Vós, governai-a com a vossa providência. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 2 Reis 5, 1-15ª
«Havia muitos leprosos em Israel;
contudo nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã»
Leitura do
Segundo Livro dos Reis
Naqueles dias, Naamã,
general dos exércitos do rei da Síria, era tido em grande consideração e estima
pelo seu soberano, porque, por seu intermédio, o Senhor tinha dado a vitória à
Síria. Mas este homem, valente guerreiro, estava leproso. Ora, numa incursão,
os sírios tinham levado uma menina da terra de Israel, que ficou ao serviço da
mulher de Naamã. Ela disse à sua senhora: «Se o meu senhor fosse ter com o
profeta que vive na Samaria, ele decerto o livraria da lepra». Naamã foi contar
ao soberano o que dissera a jovem da terra de Israel. O rei da Síria
respondeu-lhe: «Vai, que eu escreverei uma carta ao rei de Israel». Naamã
pôs-se a caminho, levando consigo dez talentos de prata, seis mil siclos de
ouro e dez mudas de roupa; e entregou ao rei de Israel a carta, que dizia:
«Logo que esta carta te chegar às mãos, ficarás a saber que te envio o meu
servo Naamã, para que o livres da sua lepra». Depois de ter lido a carta, o rei
de Israel rasgou as vestes, exclamando: «Serei eu um deus que possa dar a morte
e a vida, para este me mandar dizer que livre um homem da sua lepra? Reparai e
vede como ele procura um pretexto contra mim». Quando Eliseu, o homem de Deus,
soube que o rei de Israel tinha rasgado as vestes, mandou-lhe dizer: «Por que
motivo rasgaste as tuas vestes? Esse homem venha ter comigo e saberá que existe
um profeta em Israel». Naamã seguiu com os seus cavalos e o seu carro e parou à
porta de Eliseu. Eliseu mandou-lhe dizer por um mensageiro: «Vai banhar-te sete
vezes no Jordão e o teu corpo ficará limpo». Naamã irritou-se e decidiu ir-se
embora, dizendo: «Eu pensava que ele mesmo viria ao meu encontro, invocaria o
nome do Senhor, seu Deus, colocaria a mão sobre a parte doente e me livraria da
lepra. Não valem os rios de Damasco, o Abana e o Farfar, mais do que todas as
águas de Israel? Não poderia eu banhar-me neles para ficar limpo?» Deu meia
volta e partiu indignado. Mas os servos aproximaram-se dele e disseram: «Meu
pai, se o profeta te tivesse mandado uma coisa difícil, não a terias feito?
Quanto mais, se ele te diz apenas: ‘Vai banhar-te e ficarás limpo’?» Naamão
desceu e mergulhou sete vezes no Jordão, como lhe ordenara o homem de Deus. A
sua carne tornou-se como a de uma criança e ficou limpo. Voltou de novo, com
todo o seu séquito, à casa do homem de Deus, entrou e apresentou-se, dizendo:
«Agora sei que não há Deus em toda a terra, senão em Israel».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 41 (42), 2.3; 42 (43), 3.4 (R. Salmo
41, 3)
Refrão: A minha alma tem sede do Deus vivo:
quando verei a face do Senhor? Repete-se
Como suspira o veado pelas correntes das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:
quando irei contemplar a face de Deus? Refrão
Enviai a vossa luz e verdade,
sejam elas o meu guia e me conduzam
à vossa montanha santa
e ao vosso santuário. Refrão
E eu irei ao altar de Deus,
a Deus que é a minha alegria.
Ao som da cítara Vos louvarei,
Senhor, meu Deus. Refrão
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Salmo 129 (130), 5.7
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai. Repete-se
Eu confio no Senhor, confio na sua palavra,
porque no Senhor está a misericórdia e a redenção. Refrão
EVANGELHO Lc 4, 24-30
Como Elias e Eliseu, Jesus não é enviado somente aos judeus
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus
veio a Nazaré e falou ao povo na sinagoga, dizendo: «Em verdade vos digo:
Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Digo-vos a verdade: Havia em Israel
muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três
anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não
foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia.
Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum
deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos
ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e
levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim
de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu
caminho.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Apresentamos, Senhor, estes dons sobre o vosso altar e humildemente Vos pedimos
que os transformeis para nós em sacramento de salvação. Por Nosso Senhor.
Prefácio da Quaresma
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 116, 1-2
Louvai o Senhor, povos de toda a terra,
porque é eterna a sua misericórdia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
A comunhão deste sacramento nos purifique, Senhor, e nos confirme na unidade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: I 2 Reis 5, 1-15ª: Começa,
nesta semana, a preparação mais diretamente orientada para o Batismo dos
catecúmenos e para a renovação das promessas do Batismo dos já batizados, na
Vigília Pascal. A saúde restituída a um leproso por meio de simples banho no
rio é figura do Batismo, que, num gesto tão simples, é sacramento de uma graça
espiritual tão grande, que nele, de simples homens naturais, nos tornamos
filhos de Deus, participantes da vida e da glória de Cristo ressuscitado. E
esta graça é oferecida a todos os homens: Naamã era estrangeiro e pagão, e foi
curado.
Lc 4, 24-30: A
liturgia de hoje põe em relevo a universalidade da redenção. É a todo o género
humano que se abre a fonte do Batismo; todos são chamados a acolherem, na fé, o
reino de Deus e a entrarem na sua Igreja. Mas, por vezes, os que estão mais
perto são os que têm mais dificuldade em o acolher, como aconteceu com os de
Nazaré. E foi a esse propósito que Jesus Se referiu ao acontecimento narrado na
leitura anterior.
AGENDA DO DIA:
10.30
horas: Funeral em Nisa
15.30
horas: Funeral em Nisa
ZONA PASTORAL DE NISA:
Capela da Santa Casa da Misericórdia - Arez |
A VOZ DO PASTOR
HÁ 375 ANOS RAINHA E PADROEIRA DE
PORTUGAL
Costuma dizer-se que quem meus filhos beija
minha boca adoça. Nestas vésperas da Solenidade de São José, não vou falar dele.
Acredito, porém, que também ele ficará de boca doce, muito feliz. Porque se
aproxima uma data muito importante para nós, portugueses, vou falar de Maria,
sua esposa, mas festejando com os dois o dom das suas vidas e a intervenção de
ambos no projeto de Deus para a humanidade. São José é o Patrono universal da
Igreja, o pai adorável, o homem justo e bom, estimulo para todos os pais em Dia
do Pai. Maria, sua Esposa, Mãe de Deus e Mãe da Igreja, também é Rainha e
Padroeira de Portugal, uma nobre e distinta Senhora que até sobressai no jeito
de se apresentar. Sem andar pelas passarelas da moda, sem se endividar em
compras ou comprar fiado, tem um roupeiro invejável, ao ponto de nenhum outro
se lhe puder igualar. Em cada invocação que o povo carinhosamente lhe dá, ela
veste um vestido diferente, ao gosto da região, da cultura e da devoção dos
seus filhos, mas sempre na moda, sempre ‘in’. Apesar de não ser exigente,
apesar do povo a vestir até a fios de ouro, convenhamos que, na sua beleza,
qualquer trapinho lhe fica bem. Essa beleza encantadora nasce-lhe do interior,
das suas virtudes e santidade. Se o leitor for capaz de alistar as invocações
da Senhora existentes em Portugal, ou apenas na sua própria região, apreciará
também que, sendo sempre a mesma, veste sempre de forma diferente e bela:
Senhora da Penha, da Misericórdia, da Alegria, da Cabeça, das Dores, da Vista,
da Rocha, da Lapa, do Minho, da Franqueira, da Peneda, do Facho, do Viso, dos
Remédios, da Fé, do Parto, do Ó, do Alívio, da Agonia, de Aires, dos Altos
Céus, ... vá, continue, por favor, e não se canse, consciente que é sempre a
mesma Senhora e que a lista jamais estará completa...
Servindo-me, com a devida vénia, sobretudo da
Wikipédia, aproveito para, nesta efeméride que estamos a celebrar, recordar
que, por exemplo, a devoção dos portugueses a Nossa Senhora da Conceição vem de
muito longe e está muito ligada aos acontecimentos da
independência e da identidade nacional. Histórias da história dizem-nos que,
aquando da conquista da cidade de Lisboa, em 1147, por D. Afonso Henriques, foi
celebrada uma Missa Pontifical de ação de graças, em honra da Imaculada
Conceição. São Nuno Álvares Pereira, após a vitória na batalha de Aljubarrota,
em 1385, terá mandado construir a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila
Viçosa, sendo consagrada a Nossa Senhora da Conceição, cuja imagem que lá se
encontra ele teria encomendado em Inglaterra. A devoção popular foi crescendo e
criando raízes ainda mais fortes em Portugal. Criaram-se irmandades de Nossa
Senhora da Conceição, dedicaram-se-lhe igrejas e muitos altares, sendo a
irmandade mais antiga a instituída em 1589 na paróquia dos Anjos, em Lisboa.
Após a restauração da independência de Portugal, o rei D. João IV, em 25 de
março de 1646, após parecer favorável das Cortes gerais, consagrou os «Seus
Reinos e Senhorios» a Nossa Senhora da Conceição, diante da imagem existente no
Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Proclamou Nossa Senhora
da Conceição como Padroeira de Portugal e coroou a sua Imagem com a coroa real,
doravante seria a Rainha de Portugal. A partir de então, em sinal de
reconhecimento de que Nossa Senhora é a verdadeira Rainha e Padroeira de
Portugal, os reis subsequentes nunca mais colocaram a coroa real na sua cabeça,
sendo que a coroa, em ocasiões solenes, era apenas posta sobre uma almofada, ao
lado direito do rei. Tal ‘Provisão Régia’ foi confirmada pelo Papa
Clemente X em 1671. Docentes da Universidade de Coimbra, desde 1646 juraram
defender o dogma da Imaculada Conceição, juramento que foi estendido e
aplicado a todos os futuros graduados da Universidade. Só após a proclamação do
dogma da Imaculada em 1854, se julgou desnecessário continuar a prestar este
juramento. Em 1654, D. João IV enviou a todas as Câmaras Municipais do Império
Português uma cópia da inscrição comemorativa, em latim, do juramento solene
prestado em 25 de Março de 1646 e ordenou que aquela inscrição fosse gravada em
pedra e colocada nas portas e lugares públicos das cidades e vilas portuguesas.
O Rei D. João V, em 1717, em circular enviada à Universidade de Coimbra e a
todos os prelados e colegiais do Reino, recomendou-lhes a celebração anual da
festa da Imaculada Conceição nas suas igrejas, recordando o juramento de D.
João IV. Por sua vez, o rei D. João VI, em 1818, fundou a “Ordem de Nossa
Senhora da Conceição de Vila Viçosa”. Após a proclamação dogmática em 1854 pelo
Papa Pio IX, desenvolveu-se em Portugal um movimento que apoiava a construção
de um monumento nacional que comemorasse tal facto. Esse primeiro monumento foi
erigido no Sameiro, em Braga, em 1869.
Posteriormente, no mesmo local, foi construído um santuário dedicado à
Imaculada Conceição de Maria, cuja imagem foi coroada solenemente em 1904.
Extinta a monarquia e instaurada a república, nunca este ato e este título de
Nossa Senhora foi posto em causa.
Em 1946, no dia 25 de Março,
comemorou-se o tricentenário da proclamação da Imaculada Conceição como
Padroeira de Portugal, com a consagração de Portugal à Virgem Maria, Mãe de Deus.
Na Visita Apostólica do Papa São João Paulo II a Portugal, ocorrida nos dias 12 a 15
de Maio de 1982, ele visitou o Santuário de Fátima, o Santuário de Nossa
Senhora do Sameiro e o Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
O Instituto da Padroeira de
Portugal para os Estudos da Mariologia organizou para este mês de março o
congresso intitulado: “Mulher, Mãe e Rainha. Nos 375 anos da Coroação de Nossa
Senhora da Conceição como Padroeira de Portugal”. Terá lugar de 24 a 26 de
março, em Fátima. No dia 27 de março, Domingo, e já na véspera, o encerramento
deste ano jubilar dos 375 anos da coroação de Nossa Senhora será em Vila
Viçosa, no Santuário ou Solar da Padroeira. Presidirá Salvatore (Rino)
Fisichella, arcebispo italiano presidente do Pontifício Conselho para a
Promoção da Nova Evangelização. Também serão expostas conjuntamente as três
coroas de Nossa Senhora, a de Vila Viçosa, de Fátima e do Sameiro, bem como
alguns mantos da Padroeira de Portugal.
Na sua divulgação, lê-se que o congresso, para
além de reunir conceituados especialistas em várias áreas do saber, pretende
ser um fórum de estudo abrangente, nas temáticas, nas visões e nas abordagens,
esperando-se os diferentes contributos relativos ao objetivo em vista. Mas
também está aberto à participação ativa de quantos quiseram associar a sua
investigação através de comunicações autopropostas, dentro das áreas do
Congresso. É inegável que o Povo português tem uma forte identidade mariana,
que no Congresso melhor se quere conhecer, nos seus fundamentos e expressões. Além do Congresso, o referido Instituto assumiu
“construir um dicionário sobre a Virgem Maria, um dicionário em português, a
partir de fontes históricas, mas também das novas realidades contemporâneas”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-03-2022.
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