PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 13 de março de 2022
II domingo da quaresma
LITURGIA
DOMINGO
II DA QUARESMA
Roxo – Ofício próprio (Semana II do
Saltério).
+ Missa própria, Credo, pf. próprio.
L1: Gen 15, 5-12. 17-18; Sal 26 (27), 1. 7-8. 9abc. 13-14
L2: Filip 3, 17 – 4, 1 ou Filip 3, 20 – 4, 1
Ev: Lc 9, 28b-36
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* 9º aniversário da eleição do Papa Francisco (2013). Onde se fizerem celebrações
especiais, pode dizer-se a Missa do aniversário da eleição do Papa. Em todas as
Missas, quando houver oração universal, incluir-se-á uma intenção especial pelo
Papa.
* Na Diocese de Leiria-Fátima – Entrada solene e tomada de posse de D. José
Ornelas Carvalho.
* Aniversário da Ordenação episcopal de D. Manuel Pelino Domingues, Bispo
Emérito de Santarém (1988).
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofertório para a Cáritas Diocesana.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
Em Portugal – Lembrar aos fiéis que, no próximo domingo, o ofertório é para a
Cáritas Portuguesa.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 26, 8-9
Diz-me o coração: «Procurai a face do Senhor».
A vossa face, Senhor, eu procuro;
não escondais de mim o vosso rosto.
Ou cf. Salmo 24, 6.3.22
Lembrai-vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Não triunfe sobre nós o inimigo.
Senhor, livrai-nos de todo o mal.
Não se diz o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita bondade,
que nos mandais ouvir o vosso amado Filho,
fortalecei-nos com o alimento interior da vossa palavra,
de modo que, purificado o nosso olhar espiritual,
possamos alegrar-nos um dia na visão da vossa glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Gen 15, 5-12.17-18
Deus estabelece a aliança com Abraão
Toda a história da salvação, desde o princípio até ao fim dos tempos, não é
outra coisa senão o estabelecimento de uma aliança entre Deus e os homens,
aliança que é oferta gratuita de Deus e que há-de ser aceitação humilde e
agradecida da parte do homem. Mas há momentos mais significativos no
estabelecimento desta aliança. Um deles, que é o seu ponto de partida mais
explícito, é o da Aliança com Abraão, o crente por excelência, que, pela fé, se
entrega totalmente à palavra de Deus. Nesta leitura, a aliança é significada
por meio de um antigo rito: os animais oferecidos e esquartejados são o gesto
do homem e o fogo que passa pelo meio deles é sinal da presença de Deus. Assim,
de aliança em aliança, nos encaminhamos para a celebração da nova e eterna
aliança na Páscoa do Senhor.
Leitura do Livro
do Génesis
Naqueles dias, Deus
levou Abrão para fora de casa e disse-lhe: «Olha para o céu e conta as
estrelas, se as puderes contar». E acrescentou: «Assim será a tua
descendência». Abraão acreditou no Senhor, o que lhe foi atribuído como
justiça. Disse-lhe Deus: «Eu sou o Senhor que te mandou sair de Ur dos caldeus,
para te dar a posse desta terra». Abraão perguntou: «Senhor, meu Deus, como
saberei que a vou possuir?». O Senhor respondeu-lhe: «Toma uma vitela de três
anos, uma cabra de três anos e um carneiro de três anos, uma rola e um
pombinho». Abraão foi buscar todos esses animais, cortou-os ao meio e pôs cada
metade em frente da outra metade; mas não cortou as aves. Os abutres desceram
sobre os cadáveres, mas Abraão pô-los em fuga. Ao pôr do sol, apoderou-se de
Abraão um sono profundo, enquanto o assaltava um grande e escuro terror. Quando
o sol desapareceu e caíram as trevas, um brasido fumegante e um archote de fogo
passaram entre os animais cortados. Nesse dia, o Senhor estabeleceu com Abraão
uma aliança, dizendo: «Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do
Egipto até ao grande rio Eufrates».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 26 (27), 1.7-8.9abc.13-14 (R. 1a)
Refrão: O Senhor é a minha luz
e a minha salvação. Repete-se
O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo? Refrão
Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica,
tende compaixão de mim e atendei-me.
Diz-me o coração: «Procurai a sua face».
A vossa face, Senhor, eu procuro. Refrão
Não escondais de mim o vosso rosto,
nem afasteis com ira o vosso servo.
Não me rejeiteis nem me abandoneis,
meu Deus e meu Salvador. Refrão
Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor. Refrão
LEITURA II – Forma longa Filip 3, 17 – 4,1
Cristo nos transformará à imagem do seu corpo glorioso
Cristo glorioso é o termo de toda a história humana, o objecto da esperança de
toda a nossa vida e a meta para onde se orienta o nosso itinerário quaresmal.
Ao tempo da ascese difícil e dolorosa na subida, que acompanha a vida que
vivemos neste corpo mortal, responde a vida gloriosa, que já se manifesta no
Corpo do Senhor transfigurado. Mas o caminho e a porta da glória passa pela
Cruz.
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Sede meus imitadores e ponde os olhos naqueles que
procedem segundo o modelo que tendes em nós. Porque há muitos, de quem tenho
falado várias vezes e agora falo a chorar, que procedem como inimigos da cruz
de Cristo. O fim deles é a perdição: têm por deus o ventre, orgulham-se da sua
vergonha e só apreciam as coisas terrenas. Mas a nossa pátria está nos Céus,
donde esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso
corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso, pelo poder que
Ele tem de sujeitar a Si todo o universo. Portanto, meus amados e queridos
irmãos, minha alegria e minha coroa, permanecei firmes no Senhor.
Palavra
do Senhor.
LEITURA II – Forma breve Filip 3, 20 – 4, 1
Cristo nos transformará à imagem do seu corpo glorioso
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: A nossa pátria está nos
Céus, donde esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o
nosso corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso, pelo
poder que Ele tem de sujeitar a Si todo o universo. Portanto, meus amados e
queridos irmãos, minha alegria e minha coroa, permanecei firmes no Senhor.
Palavra do Senhor.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO
Refrão: Grandes e admiráveis
são as vossas obras, Senhor. Repete-se
No meio da nuvem luminosa, ouviu-se a voz do Pai:
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». Refrão
EVANGELHO Lc 9, 28b-36
«Enquanto orava, alterou-se o aspeto do seu rosto»
A Transfiguração aparece todos os anos no Segundo Domingo da Quaresma, como
anúncio da Ressurreição, de modo que, ao longo deste tempo de preparação
pascal, estejamos bem conscientes de que o termo, para onde caminhamos, é Jesus
ressuscitado. A Transfiguração, lida neste Domingo depois do Domingo da
Tentação, faz com ela uma espécie de preâmbulo, antes de chegarmos à parte
central da Quaresma. Mortificação e glorificação, tentação e glória, morte e
ressurreição, são de facto, a síntese do mistério pascal que vamos celebrar.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para
orar. Enquanto orava, alterou-se o aspeto do seu rosto e as suas vestes ficaram
de uma brancura refulgente. Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias,
que, tendo aparecido em glória, falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em
Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando,
viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. Quando estes se
iam afastando, Pedro disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos
três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Não sabia o
que estava a dizer. Enquanto assim falava, veio uma nuvem que os cobriu com a
sua sombra; e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem. Da nuvem saiu
uma voz, que dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O». Quando a voz
se fez ouvir, Jesus ficou sozinho. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles
dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.
Palavra
da salvação.
Diz-se o Credo.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Esta oblação, Senhor, lave os nossos pecados
e santifique o corpo e o espírito dos vossos fiéis,
para celebrarmos dignamente as festas pascais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
PREFÁCIO A transfiguração do Senhor
V.
O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por Cristo nosso Senhor.
Depois de anunciar aos discípulos a sua morte,
manifestou-lhes no monte santo o esplendor da sua glória,
para mostrar, com o testemunho da Lei e dos Profetas,
que pela sua paixão alcançaria a glória da ressurreição.
Por isso, com os Anjos e os Santos do Céu,
proclamamos na terra a vossa glória,
cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 17, 5
Este é o meu Filho muito amado,
no qual pus as minhas complacências.
Escutai-O.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Alimentados nestes gloriosos mistérios,
nós Vos damos graças, Senhor,
porque, vivendo ainda na terra,
nos fazeis participantes dos bens do Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Gen 15, 5-12.17-18: Toda a história da salvação, desde o
princípio até ao fim dos tempos, não é outra coisa senão o estabelecimento de
uma aliança entre Deus e os homens, aliança que é oferta gratuita de Deus e que
há de ser aceitação humilde e agradecida da parte do homem. Mas há momentos
mais significativos no estabelecimento desta aliança. Um deles, que é o seu
ponto de partida mais explícito, é o da Aliança com Abraão, o crente por
excelência, que, pela fé, se entrega totalmente à palavra de Deus. Nesta
leitura, a aliança é significada por meio de um antigo rito: os animais
oferecidos e esquartejados são o gesto do homem e o fogo que passa pelo meio
deles é sinal da presença de Deus. Assim, de aliança em aliança, nos
encaminhamos para a celebração da nova e eterna aliança na Páscoa do Senhor..
Filip 3, 17 – 4,1: Cristo glorioso é o termo de toda
a história humana, o objeto da esperança de toda a nossa vida e a meta para
onde se orienta o nosso itinerário quaresmal. Ao tempo da ascese difícil e
dolorosa na subida, que acompanha a vida que vivemos neste corpo mortal,
responde a vida gloriosa, que já se manifesta no Corpo do Senhor transfigurado.
Mas o caminho e a porta da glória passa pela Cruz.
Lc 9, 28b-36: A Transfiguração aparece todos os
anos no Segundo Domingo da Quaresma, como anúncio da Ressurreição, de modo que,
ao longo deste tempo de preparação pascal, estejamos bem conscientes de que o
termo, para onde caminhamos, é Jesus ressuscitado. A Transfiguração, lida neste
Domingo depois do Domingo da Tentação, faz com ela uma espécie de preâmbulo,
antes de chegarmos à parte central da Quaresma. Mortificação e glorificação,
tentação e glória, morte e ressurreição, são de facto, a síntese do mistério
pascal que vamos celebrar.
AGENDA DO DIA:
09.30
horas: Missa em Amieira do Tejo
10.00
horas: Missa em Arês
10.45
horas: Missa em Tolosa
11.00
horas: Missa em Nisa
12.00
horas: Missa em Alpalhão
12.00
horas: Missa em Gáfete
15.30
horas: Missa em Montalvão
15.30
horas: Missa no Arneiro.
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE NISA:
Capela de Santo António - Gáfete
A VOZ DO PASTOR
A DITOSA NOITE QUE NOS CONVOCA E PROVOCA
Vamos preparar bem essa noite em espírito de
sinodalidade? Acha que é muito cedo? Nuns lugares talvez seja, noutros não
será. Será cedo onde os pastores só têm uma paróquia para servir, coisa
raríssima. O desafio que proponho é para os outros. E quem parte cedo pode
pensar muito melhor o caminho a fazer, pode ir limpando o chão das possíveis
resistências, minas e armadilhas, pode ir andando mais devagar e sentar-se um
pouco aqui ou acolá a comer um gelado ou um kiwi, pode escutar bem o que vai
ouvindo e apreciar a beleza do que vê, ouve e acontece para melhor discernir
sem chegar sozinho, tarde e cansado, mas em pelotão e feliz. Vamos a isso!?
Como todos sabem, nenhuma ação da Igreja se pode
igualar à liturgia. A liturgia é um tesouro evangelizador desde que preparada,
centrada em si e não nos protagonistas. Se bem celebrada, escutada e vivida com
serenidade e fé, por todos os presentes, é de valor incalculável. Fala por si,
não precisa de grandes explicações nem de muita azáfama no espaço litúrgico que
a possa descentralizar. Mas hoje refiro-me sobretudo à Vigília Pascal, a esta
ação sagrada por excelência. Na liturgia celebramos o mistério Pascal pelo qual
Cristo nos salvou. Celebramos o mistério da sua Paixão, Morte e Ressurreição
“até que Ele venha”, até que “Deus seja tudo em todos”. Por ela, a Igreja
realiza e prolonga a obra sacerdotal de Cristo para a santificação dos homens e
a glorificação de Deus. A Constituição Dogmática sobre a Sagrada Liturgia
ensina que “Na liturgia Deus fala ao seu povo. Cristo ainda anuncia o
Evangelho. E o povo responde a Deus, ora com cânticos, ora com orações” (SC33).
Inventar, substituir ou inovar em liturgia tem um de dois pressupostos: ou se
sabe muito da matéria e se tem autoridade para o fazer, ou se é extremamente
ignorante ao ponto de, em nome da inteligibilidade da mesma, dela fazer tábua
rasa, manifestando falta de entendimento litúrgico e de comunhão eclesial. A
‘criatividade’ na liturgia está no ser capaz de a preparar bem, interior e
exteriormente, fazendo saborear o verdadeiro louvor ao Senhor e tornar presente
na vida de cada crente e da Igreja a salvação celebrada.
É verdade que a Vigília Pascal, ao longo dos tempos,
foi sofrendo algumas modificações quanto à hora de ser celebrada. Nestes tempos
que são os nossos, está ordenado que a Vigília só seja celebrada à noite, pelo
menos depois que o sol se ponha e antes do amanhecer do domingo. É a noite das
noites, a noite santa, a noite sacramental, a noite do memorial do Cristo
Ressuscitado, fonte e centro da Eucaristia e de todas as Liturgias. É a Vigília
das vigílias, dela parte toda a espiritualidade da Igreja e para ela tudo
converge. E o Catecismo da Igreja Católica afirma que “a Páscoa não é
simplesmente uma festa entre outras: é a «festa das festas», a «solenidade das
solenidades», tal como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos, o grande
sacramento. É «o grande domingo» da Semana Santa, da «semana maior». É o
mistério da ressurreição, em que Cristo aniquilou a morte, penetra no nosso
velho tempo com a sua poderosa energia, até que tudo Lhe seja submetido (cf.
CIgC1169).
Desde há muito que tenho feito força e dado a entender
que é preferível fazer uma celebração digna e serena numa das paróquias que
estão confiadas a cada sacerdote do que andar a correr dum lado para o outro,
stressados, sem qualquer espécie de proveito para quem quer que seja, e a
banalizar o que é tão sério, importante e rico de sentido e conteúdo na vida da
Igreja. Embora apele à compreensão dos párocos e diáconos, dos ministros
extraordinários da Palavra e de todos os colaboradores e comunidades cristãs,
sei que nada disto irá por decreto do Bispo ou por imposição seja de quem for,
nem é isso que se pretende. Entendo, porém, que quem tem várias paróquias,
devia eleger uma, em metodologia sinodal, para a celebração da Vigília, com os
batizados que houvesse, sem obrigar. Este é um desafio que se deveria perseguir
colegialmente, fazendo ressaltar nessa caminhada as verdadeiras razões que
levam a isso, mudando para melhor. E até poderá acontecer que, de ano em ano,
se venha a celebrar rotativamente, se as igrejas das outras paróquias tiverem
condições para tal. Na Vigília Pascal lê-se longamente a Escritura, realça-se
as prefigurações do batismo, descobre-se melhor o seu profundo significado
teológico, sobressai essa vida nova de quem morre e ressuscita com Cristo pelo
Batismo. Os cristãos somos filhos da Páscoa, nascemos na noite santa da vitória
de Cristo sobre a morte. O tempo pascal, sobretudo ao Domingo, é o tempo mais
favorável para a celebração do Batismo, mas a Vigília Pascal é o melhor e mais
significativo momento.
Há muitas tradições populares que saíram da celebração
festiva e evangelizadora do mistério Pascal. Hoje, porém, em alguns sítios, porque
não se renovaram, estagnaram no tempo e tomaram a vez da celebração litúrgica
da Vigília Pascal e da própria Páscoa. Muitas destas tradições estão mais ao
serviço do turismo e do bairrismo local do que a fazer viver o que lhes deu
origem, a sua fonte. As tradições e a piedade popular merecem-nos todo o
respeito e atenção, têm alto valor e significado, não estamos contra elas. Sem
lhes tirar o lugar e o sentido, porém, devem harmonizar-se com a celebração do
que lhes deu vida e sentido mas passou para segundo lugar. Só isso as manterá
verdadeiramente vivas e úteis a fazer valer a sua origem e a preocupação de
evangelizar de quem as iniciou. Uma coisa não tira a outra, podem coexistir as
duas, mas cada uma no seu lugar. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra
coisa, embora se ajudem mutuamente na preparação e celebração do mistério
pascal.
Nesta celebração que proponho, as pessoas que veem de
cada uma das outras paróquias, deveriam trazer o Círio Pascal paroquial para
neles se acender o lume novo. É a luz de Cristo que, nesta ditosa noite,
gloriosamente ressuscitado, dissipa as trevas do coração, do espírito e do
mundo, faz ressoar no templo as aclamações do povo de Deus anunciando o triunfo
de tão grande Rei que faz com que a Igreja exulte e cante de alegria porque o
céu se une à terra e o homem se encontra com Deus. A Água nessa noite
solenemente benzida, se for partilhada pelas outras paróquias para a celebração
de próximos batismos, seja transportada com responsabilidade e em recipientes
dignos.
Importa preparar bem os leitores para que a celebração
não fique estragada por leituras inaudíveis, ininteligíveis, fracas ou feitas
com ‘esporas na língua’, apressadas, bem como preparar os acólitos e todos os
intervenientes na dinâmica celebrativa, sem esquecer os salmistas e cantores,
pensando em todas as coisas e pormenores que sejam necessários. Nas paróquias
onde, no Domingo de Páscoa, só haja possibilidade de haver celebração da
Palavra, que esta também seja muito bem preparada e celebrada, envolvendo a comunidade.
Poder-se-á também introduzir solenemente e explicar à comunidade o significado
dos Santos Óleos. Vamos a isso?...
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 11-03-2022.
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