PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 17 de março de 2022
Quinta da II semana da quaresma
LITURGIA
Quinta-feira
da semana II
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.
L1: Jer 17, 5-10; Sal 1, 1-2. 3. 4 e 6
Ev: Lc 16, 19-31
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo, 138, 23-24
Sondai-me, Senhor, e conhecei os meus pensamentos. Vede que não ande por maus
caminhos. Conduzi-me pelo caminho da eternidade.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, Pai santo, que amais a inocência e a restituís aos que a perderam,
dirigi para Vós os corações dos vossos servos pelo fervor do Espírito Santo,
para que sejam firmes na fé e eficientes nas boas obras. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Jer 17, 5-10
«Maldito quem confia no homem.
Bendito quem confia no Senhor»
Temos hoje uma liturgia de tipo sapiencial: procura ela ajudar-nos a descobrir
a verdadeira sabedoria, a que nos ensina a encontrar o caminho da vida e da
salvação. Quem nos salvará? E cada um responde com aquilo em que põe a sua
confiança. Jeremias ensina que é a força de Deus e não o poder humano quem pode
salvar, embora o coração humano, “o que há de mais astucioso e incorrigível”,
tente encontrar nos seus sentimentos mais íntimos a resposta para as suas
interrogações. Em vão o tenterá, se o não fez à luz de Deus.
Leitura do Livro
de Jeremias
Assim fala o Senhor: «Maldito o homem que confia no homem e
põe na carne a sua esperança, afastando o seu coração do Senhor. Será como o
cardo na estepe, que nem percebe quando chega a felicidade; habitará na aridez
do deserto, terra salobre e inóspita. Bendito o homem que confia no Senhor e
põe no Senhor a sua esperança. É como a árvore plantada à beira da água, que
estende as raízes para a corrente: nada tem a temer quando vem o calor e a sua
folhagem mantém-se sempre verde; em ano de estiagem não se inquieta e não deixa
de produzir os seus frutos. O coração é o que há de mais astucioso e
incorrigível. Quem o pode entender? Posso Eu, que sou o Senhor: penetro os corações,
sondo os mais íntimos sentimentos, para retribuir a cada um segundo o seu
caminho, conforme o fruto das suas obras».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 1, 1-2.3.4.6 (R. Salmo 39, 5a)
Refrão: Feliz o homem que pôs a sua
esperança no Senhor. Repete-se
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite. Refrão
É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido. Refrão
Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição. Refrão
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO cf. Lc 8, 15
Refrão: Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor. Repete-se
Bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus
com coração nobre e generoso
e produzem fruto pela perseverança. Refrão
EVANGELHO Lc 16, 19-31
«Recebeste os teus bens em vida e Lázaro
apenas os males.
Agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado»
Agora, no Novo Testamento, o Evangelho dá-nos o exemplo de um homem que não
soube deixar-se conduzir pela sabedoria, antes pôs a sua esperança nas
riquezas! Mas Deus, a quem está patente o coração de todos os homens, com a sua
palavra, fonte de graça, vai-nos dando a sabedoria da vida. É essa sabedoria
que conduz os catecúmenos às fontes batismais e que aos já batizados vai
guiando na fidelidade ao Batismo já recebido, de sorte que, de uns e outros, se
poderá dizer na semana da Páscoa: “Deu-lhes a beber a água da sabedoria”. (Ant.
de entrada da 3ª feira).
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: «Havia um homem rico, que se vestia de
linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os dias. Um pobre chamado
Lázaro jazia junto do seu portão, coberto de chagas. Bem desejava ele saciar-se
com os restos caídos da mesa do rico; mas até os cães vinham lamber-lhe as
chagas. Ora sucedeu que o pobre morreu e foi colocado pelos Anjos ao lado de
Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, estando em
tormentos, levantou os olhos e viu Abraão com Lázaro a seu lado. Então ergueu a
voz e disse: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim. Envia Lázaro, para que molhe em
água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nestas
chamas’. Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em
vida e Lázaro apenas os males. Por isso, agora ele encontra-se aqui consolado,
enquanto tu és atormentado. Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de
modo que, se alguém quisesse passar daqui para junto de vós, não poderia
fazê-lo’. O rico exclamou: ‘Então peço-te, ó pai, que mandes Lázaro à minha
casa paterna – pois tenho cinco irmãos – para que os previna, a fim de que não
venham também para este lugar de tormento’. Disse-lhe Abraão: ‘Eles têm Moisés
e os Profetas: que os oiçam’. Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão. Se algum dos
mortos for ter com eles, arrepender-se-ão’. Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão
ouvidos a Moisés e aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém
ressuscitar dos mortos’».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, por este sacrifício, a nossa observância quaresmal, de modo
que a prática exterior da penitência nos leve à conversão interior do espírito.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
Prefácio da Quaresma
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 118, 1
Felizes os que seguem o caminho perfeito
e andam na lei do Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Este santo sacrifício, Senhor, permaneça em todas as nossas acções e se
confirme no fruto das boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Jer 17, 5-10: Temos hoje uma liturgia de tipo
sapiencial: procura ela ajudar-nos a descobrir a verdadeira sabedoria, a que
nos ensina a encontrar o caminho da vida e da salvação. Quem nos salvará? E
cada um responde com aquilo em que põe a sua confiança. Jeremias ensina que é a
força de Deus e não o poder humano quem pode salvar, embora o coração humano,
“o que há de mais astucioso e incorrigível”, tente encontrar nos seus
sentimentos mais íntimos a resposta para as suas interrogações. Em vão o
tenterá, se o não fez à luz de Deus.
Lc
16, 19-31: Agora,
no Novo Testamento, o Evangelho dá-nos o exemplo de um homem que não soube
deixar-se conduzir pela sabedoria, antes pôs a sua esperança nas riquezas! Mas
Deus, a quem está patente o coração de todos os homens, com a sua palavra,
fonte de graça, vai-nos dando a sabedoria da vida. É essa sabedoria que conduz
os catecúmenos às fontes batismais e que aos já batizados vai guiando na
fidelidade ao Batismo já recebido, de sorte que, de uns e outros, se poderá
dizer na semana da Páscoa: “Deu-lhes a beber a água da sabedoria”. (Ant. de
entrada da 3ª feira).
AGENDA DO DIA:
18.00
horas: Missa em Nisa
21.00
horas: reunião de preparação para batismo – Calvário
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE NISA:
A VOZ DO PASTOR
A DITOSA NOITE QUE NOS CONVOCA E PROVOCA
Vamos preparar bem essa noite em espírito de
sinodalidade? Acha que é muito cedo? Nuns lugares talvez seja, noutros não
será. Será cedo onde os pastores só têm uma paróquia para servir, coisa
raríssima. O desafio que proponho é para os outros. E quem parte cedo pode
pensar muito melhor o caminho a fazer, pode ir limpando o chão das possíveis
resistências, minas e armadilhas, pode ir andando mais devagar e sentar-se um
pouco aqui ou acolá a comer um gelado ou um kiwi, pode escutar bem o que vai ouvindo
e apreciar a beleza do que vê, ouve e acontece para melhor discernir sem chegar
sozinho, tarde e cansado, mas em pelotão e feliz. Vamos a isso!?
Como todos sabem, nenhuma ação da Igreja se pode
igualar à liturgia. A liturgia é um tesouro evangelizador desde que preparada,
centrada em si e não nos protagonistas. Se bem celebrada, escutada e vivida com
serenidade e fé, por todos os presentes, é de valor incalculável. Fala por si,
não precisa de grandes explicações nem de muita azáfama no espaço litúrgico que
a possa descentralizar. Mas hoje refiro-me sobretudo à Vigília Pascal, a esta
ação sagrada por excelência. Na liturgia celebramos o mistério Pascal pelo qual
Cristo nos salvou. Celebramos o mistério da sua Paixão, Morte e Ressurreição “até
que Ele venha”, até que “Deus seja tudo em todos”. Por ela, a Igreja realiza e
prolonga a obra sacerdotal de Cristo para a santificação dos homens e a
glorificação de Deus. A Constituição Dogmática sobre a Sagrada Liturgia ensina
que “Na liturgia Deus fala ao seu povo. Cristo ainda anuncia o Evangelho. E o
povo responde a Deus, ora com cânticos, ora com orações” (SC33). Inventar,
substituir ou inovar em liturgia tem um de dois pressupostos: ou se sabe muito
da matéria e se tem autoridade para o fazer, ou se é extremamente ignorante ao
ponto de, em nome da inteligibilidade da mesma, dela fazer tábua rasa,
manifestando falta de entendimento litúrgico e de comunhão eclesial. A
‘criatividade’ na liturgia está no ser capaz de a preparar bem, interior e
exteriormente, fazendo saborear o verdadeiro louvor ao Senhor e tornar presente
na vida de cada crente e da Igreja a salvação celebrada.
É verdade que a Vigília Pascal, ao longo dos tempos,
foi sofrendo algumas modificações quanto à hora de ser celebrada. Nestes tempos
que são os nossos, está ordenado que a Vigília só seja celebrada à noite, pelo
menos depois que o sol se ponha e antes do amanhecer do domingo. É a noite das
noites, a noite santa, a noite sacramental, a noite do memorial do Cristo
Ressuscitado, fonte e centro da Eucaristia e de todas as Liturgias. É a Vigília
das vigílias, dela parte toda a espiritualidade da Igreja e para ela tudo
converge. E o Catecismo da Igreja Católica afirma que “a Páscoa não é
simplesmente uma festa entre outras: é a «festa das festas», a «solenidade das
solenidades», tal como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos, o grande
sacramento. É «o grande domingo» da Semana Santa, da «semana maior». É o
mistério da ressurreição, em que Cristo aniquilou a morte, penetra no nosso velho
tempo com a sua poderosa energia, até que tudo Lhe seja submetido (cf.
CIgC1169).
Desde há muito que tenho feito força e dado a entender
que é preferível fazer uma celebração digna e serena numa das paróquias que
estão confiadas a cada sacerdote do que andar a correr dum lado para o outro,
stressados, sem qualquer espécie de proveito para quem quer que seja, e a
banalizar o que é tão sério, importante e rico de sentido e conteúdo na vida da
Igreja. Embora apele à compreensão dos párocos e diáconos, dos ministros
extraordinários da Palavra e de todos os colaboradores e comunidades cristãs,
sei que nada disto irá por decreto do Bispo ou por imposição seja de quem for,
nem é isso que se pretende. Entendo, porém, que quem tem várias paróquias,
devia eleger uma, em metodologia sinodal, para a celebração da Vigília, com os
batizados que houvesse, sem obrigar. Este é um desafio que se deveria perseguir
colegialmente, fazendo ressaltar nessa caminhada as verdadeiras razões que
levam a isso, mudando para melhor. E até poderá acontecer que, de ano em ano,
se venha a celebrar rotativamente, se as igrejas das outras paróquias tiverem
condições para tal. Na Vigília Pascal lê-se longamente a Escritura, realça-se
as prefigurações do batismo, descobre-se melhor o seu profundo significado
teológico, sobressai essa vida nova de quem morre e ressuscita com Cristo pelo
Batismo. Os cristãos somos filhos da Páscoa, nascemos na noite santa da vitória
de Cristo sobre a morte. O tempo pascal, sobretudo ao Domingo, é o tempo mais favorável
para a celebração do Batismo, mas a Vigília Pascal é o melhor e mais
significativo momento.
Há muitas tradições populares que saíram da celebração
festiva e evangelizadora do mistério Pascal. Hoje, porém, em alguns sítios,
porque não se renovaram, estagnaram no tempo e tomaram a vez da celebração
litúrgica da Vigília Pascal e da própria Páscoa. Muitas destas tradições estão
mais ao serviço do turismo e do bairrismo local do que a fazer viver o que lhes
deu origem, a sua fonte. As tradições e a piedade popular merecem-nos todo o
respeito e atenção, têm alto valor e significado, não estamos contra elas. Sem
lhes tirar o lugar e o sentido, porém, devem harmonizar-se com a celebração do
que lhes deu vida e sentido mas passou para segundo lugar. Só isso as manterá
verdadeiramente vivas e úteis a fazer valer a sua origem e a preocupação de
evangelizar de quem as iniciou. Uma coisa não tira a outra, podem coexistir as
duas, mas cada uma no seu lugar. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra
coisa, embora se ajudem mutuamente na preparação e celebração do mistério
pascal.
Nesta celebração que proponho, as pessoas que veem de
cada uma das outras paróquias, deveriam trazer o Círio Pascal paroquial para
neles se acender o lume novo. É a luz de Cristo que, nesta ditosa noite,
gloriosamente ressuscitado, dissipa as trevas do coração, do espírito e do
mundo, faz ressoar no templo as aclamações do povo de Deus anunciando o triunfo
de tão grande Rei que faz com que a Igreja exulte e cante de alegria porque o céu
se une à terra e o homem se encontra com Deus. A Água nessa noite solenemente
benzida, se for partilhada pelas outras paróquias para a celebração de próximos
batismos, seja transportada com responsabilidade e em recipientes dignos.
Importa preparar bem os leitores para que a celebração
não fique estragada por leituras inaudíveis, ininteligíveis, fracas ou feitas
com ‘esporas na língua’, apressadas, bem como preparar os acólitos e todos os
intervenientes na dinâmica celebrativa, sem esquecer os salmistas e cantores,
pensando em todas as coisas e pormenores que sejam necessários. Nas paróquias
onde, no Domingo de Páscoa, só haja possibilidade de haver celebração da
Palavra, que esta também seja muito bem preparada e celebrada, envolvendo a
comunidade. Poder-se-á também introduzir solenemente e explicar à comunidade o
significado dos Santos Óleos. Vamos a isso?...
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 11-03-2022.
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