quarta-feira, 16 de março de 2022

 



PARÓQUIAS DE NISA

Quinta, 17 de março de 2022

Quinta da II semana da quaresma

 

   

 

LITURGIA

 

 

Quinta-feira da semana II

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.

L1: Jer 17, 5-10; Sal 1, 1-2. 3. 4 e 6
Ev: Lc 16, 19-31


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo, 138, 23-24
Sondai-me, Senhor, e conhecei os meus pensamentos. Vede que não ande por maus caminhos. Conduzi-me pelo caminho da eternidade.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor, Pai santo, que amais a inocência e a restituís aos que a perderam, dirigi para Vós os corações dos vossos servos pelo fervor do Espírito Santo, para que sejam firmes na fé e eficientes nas boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Jer 17, 5-10
«Maldito quem confia no homem.
Bendito quem confia no Senhor»


Temos hoje uma liturgia de tipo sapiencial: procura ela ajudar-nos a descobrir a verdadeira sabedoria, a que nos ensina a encontrar o caminho da vida e da salvação. Quem nos salvará? E cada um responde com aquilo em que põe a sua confiança. Jeremias ensina que é a força de Deus e não o poder humano quem pode salvar, embora o coração humano, “o que há de mais astucioso e incorrigível”, tente encontrar nos seus sentimentos mais íntimos a resposta para as suas interrogações. Em vão o tenterá, se o não fez à luz de Deus.

Leitura do Livro de Jeremias

Assim fala o Senhor: «Maldito o homem que confia no homem e põe na carne a sua esperança, afastando o seu coração do Senhor. Será como o cardo na estepe, que nem percebe quando chega a felicidade; habitará na aridez do deserto, terra salobre e inóspita. Bendito o homem que confia no Senhor e põe no Senhor a sua esperança. É como a árvore plantada à beira da água, que estende as raízes para a corrente: nada tem a temer quando vem o calor e a sua folhagem mantém-se sempre verde; em ano de estiagem não se inquieta e não deixa de produzir os seus frutos. O coração é o que há de mais astucioso e incorrigível. Quem o pode entender? Posso Eu, que sou o Senhor: penetro os corações, sondo os mais íntimos sentimentos, para retribuir a cada um segundo o seu caminho, conforme o fruto das suas obras».


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 1, 1-2.3.4.6 (R. Salmo 39, 5a)
Refrão: Feliz o homem que pôs a sua esperança no Senhor. Repete-se

Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite. Refrão

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido. Refrão

Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO cf. Lc 8, 15
Refrão: Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor. Repete-se
Bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus
com coração nobre e generoso
e produzem fruto pela perseverança. Refrão


EVANGELHO Lc 16, 19-31
«Recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males.
Agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado»


Agora, no Novo Testamento, o Evangelho dá-nos o exemplo de um homem que não soube deixar-se conduzir pela sabedoria, antes pôs a sua esperança nas riquezas! Mas Deus, a quem está patente o coração de todos os homens, com a sua palavra, fonte de graça, vai-nos dando a sabedoria da vida. É essa sabedoria que conduz os catecúmenos às fontes batismais e que aos já batizados vai guiando na fidelidade ao Batismo já recebido, de sorte que, de uns e outros, se poderá dizer na semana da Páscoa: “Deu-lhes a beber a água da sabedoria”. (Ant. de entrada da 3ª feira).

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: «Havia um homem rico, que se vestia de linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os dias. Um pobre chamado Lázaro jazia junto do seu portão, coberto de chagas. Bem desejava ele saciar-se com os restos caídos da mesa do rico; mas até os cães vinham lamber-lhe as chagas. Ora sucedeu que o pobre morreu e foi colocado pelos Anjos ao lado de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu Abraão com Lázaro a seu lado. Então ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim. Envia Lázaro, para que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nestas chamas’. Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Por isso, agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de modo que, se alguém quisesse passar daqui para junto de vós, não poderia fazê-lo’. O rico exclamou: ‘Então peço-te, ó pai, que mandes Lázaro à minha casa paterna – pois tenho cinco irmãos – para que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento’. Disse-lhe Abraão: ‘Eles têm Moisés e os Profetas: que os oiçam’. Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão. Se algum dos mortos for ter com eles, arrepender-se-ão’. Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos’».

 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, por este sacrifício, a nossa observância quaresmal, de modo que a prática exterior da penitência nos leve à conversão interior do espírito. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio da Quaresma


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 118, 1
Felizes os que seguem o caminho perfeito
e andam na lei do Senhor.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Este santo sacrifício, Senhor, permaneça em todas as nossas acções e se confirme no fruto das boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS: Jer 17, 5-10: Temos hoje uma liturgia de tipo sapiencial: procura ela ajudar-nos a descobrir a verdadeira sabedoria, a que nos ensina a encontrar o caminho da vida e da salvação. Quem nos salvará? E cada um responde com aquilo em que põe a sua confiança. Jeremias ensina que é a força de Deus e não o poder humano quem pode salvar, embora o coração humano, “o que há de mais astucioso e incorrigível”, tente encontrar nos seus sentimentos mais íntimos a resposta para as suas interrogações. Em vão o tenterá, se o não fez à luz de Deus.

 

Lc 16, 19-31: Agora, no Novo Testamento, o Evangelho dá-nos o exemplo de um homem que não soube deixar-se conduzir pela sabedoria, antes pôs a sua esperança nas riquezas! Mas Deus, a quem está patente o coração de todos os homens, com a sua palavra, fonte de graça, vai-nos dando a sabedoria da vida. É essa sabedoria que conduz os catecúmenos às fontes batismais e que aos já batizados vai guiando na fidelidade ao Batismo já recebido, de sorte que, de uns e outros, se poderá dizer na semana da Páscoa: “Deu-lhes a beber a água da sabedoria”. (Ant. de entrada da 3ª feira).

 

 

 

AGENDA DO DIA:

 

18.00 horas: Missa em Nisa

21.00 horas: reunião de preparação para batismo – Calvário

 

 

IGREJAS DA ZONA PASTORAL DE NISA:

 

 


 Procissão dos Passos em Nisa

Domingo, 2022.03.20

 

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

A DITOSA NOITE QUE NOS CONVOCA E PROVOCA

 

Vamos preparar bem essa noite em espírito de sinodalidade? Acha que é muito cedo? Nuns lugares talvez seja, noutros não será. Será cedo onde os pastores só têm uma paróquia para servir, coisa raríssima. O desafio que proponho é para os outros. E quem parte cedo pode pensar muito melhor o caminho a fazer, pode ir limpando o chão das possíveis resistências, minas e armadilhas, pode ir andando mais devagar e sentar-se um pouco aqui ou acolá a comer um gelado ou um kiwi, pode escutar bem o que vai ouvindo e apreciar a beleza do que vê, ouve e acontece para melhor discernir sem chegar sozinho, tarde e cansado, mas em pelotão e feliz. Vamos a isso!?

Como todos sabem, nenhuma ação da Igreja se pode igualar à liturgia. A liturgia é um tesouro evangelizador desde que preparada, centrada em si e não nos protagonistas. Se bem celebrada, escutada e vivida com serenidade e fé, por todos os presentes, é de valor incalculável. Fala por si, não precisa de grandes explicações nem de muita azáfama no espaço litúrgico que a possa descentralizar. Mas hoje refiro-me sobretudo à Vigília Pascal, a esta ação sagrada por excelência. Na liturgia celebramos o mistério Pascal pelo qual Cristo nos salvou. Celebramos o mistério da sua Paixão, Morte e Ressurreição “até que Ele venha”, até que “Deus seja tudo em todos”. Por ela, a Igreja realiza e prolonga a obra sacerdotal de Cristo para a santificação dos homens e a glorificação de Deus. A Constituição Dogmática sobre a Sagrada Liturgia ensina que “Na liturgia Deus fala ao seu povo. Cristo ainda anuncia o Evangelho. E o povo responde a Deus, ora com cânticos, ora com orações” (SC33). Inventar, substituir ou inovar em liturgia tem um de dois pressupostos: ou se sabe muito da matéria e se tem autoridade para o fazer, ou se é extremamente ignorante ao ponto de, em nome da inteligibilidade da mesma, dela fazer tábua rasa, manifestando falta de entendimento litúrgico e de comunhão eclesial. A ‘criatividade’ na liturgia está no ser capaz de a preparar bem, interior e exteriormente, fazendo saborear o verdadeiro louvor ao Senhor e tornar presente na vida de cada crente e da Igreja a salvação celebrada.

É verdade que a Vigília Pascal, ao longo dos tempos, foi sofrendo algumas modificações quanto à hora de ser celebrada. Nestes tempos que são os nossos, está ordenado que a Vigília só seja celebrada à noite, pelo menos depois que o sol se ponha e antes do amanhecer do domingo. É a noite das noites, a noite santa, a noite sacramental, a noite do memorial do Cristo Ressuscitado, fonte e centro da Eucaristia e de todas as Liturgias. É a Vigília das vigílias, dela parte toda a espiritualidade da Igreja e para ela tudo converge. E o Catecismo da Igreja Católica afirma que “a Páscoa não é simplesmente uma festa entre outras: é a «festa das festas», a «solenidade das solenidades», tal como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos, o grande sacramento. É «o grande domingo» da Semana Santa, da «semana maior». É o mistério da ressurreição, em que Cristo aniquilou a morte, penetra no nosso velho tempo com a sua poderosa energia, até que tudo Lhe seja submetido (cf. CIgC1169).

Desde há muito que tenho feito força e dado a entender que é preferível fazer uma celebração digna e serena numa das paróquias que estão confiadas a cada sacerdote do que andar a correr dum lado para o outro, stressados, sem qualquer espécie de proveito para quem quer que seja, e a banalizar o que é tão sério, importante e rico de sentido e conteúdo na vida da Igreja. Embora apele à compreensão dos párocos e diáconos, dos ministros extraordinários da Palavra e de todos os colaboradores e comunidades cristãs, sei que nada disto irá por decreto do Bispo ou por imposição seja de quem for, nem é isso que se pretende. Entendo, porém, que quem tem várias paróquias, devia eleger uma, em metodologia sinodal, para a celebração da Vigília, com os batizados que houvesse, sem obrigar. Este é um desafio que se deveria perseguir colegialmente, fazendo ressaltar nessa caminhada as verdadeiras razões que levam a isso, mudando para melhor. E até poderá acontecer que, de ano em ano, se venha a celebrar rotativamente, se as igrejas das outras paróquias tiverem condições para tal. Na Vigília Pascal lê-se longamente a Escritura, realça-se as prefigurações do batismo, descobre-se melhor o seu profundo significado teológico, sobressai essa vida nova de quem morre e ressuscita com Cristo pelo Batismo. Os cristãos somos filhos da Páscoa, nascemos na noite santa da vitória de Cristo sobre a morte. O tempo pascal, sobretudo ao Domingo, é o tempo mais favorável para a celebração do Batismo, mas a Vigília Pascal é o melhor e mais significativo momento.

Há muitas tradições populares que saíram da celebração festiva e evangelizadora do mistério Pascal. Hoje, porém, em alguns sítios, porque não se renovaram, estagnaram no tempo e tomaram a vez da celebração litúrgica da Vigília Pascal e da própria Páscoa. Muitas destas tradições estão mais ao serviço do turismo e do bairrismo local do que a fazer viver o que lhes deu origem, a sua fonte. As tradições e a piedade popular merecem-nos todo o respeito e atenção, têm alto valor e significado, não estamos contra elas. Sem lhes tirar o lugar e o sentido, porém, devem harmonizar-se com a celebração do que lhes deu vida e sentido mas passou para segundo lugar. Só isso as manterá verdadeiramente vivas e úteis a fazer valer a sua origem e a preocupação de evangelizar de quem as iniciou. Uma coisa não tira a outra, podem coexistir as duas, mas cada uma no seu lugar. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, embora se ajudem mutuamente na preparação e celebração do mistério pascal.

Nesta celebração que proponho, as pessoas que veem de cada uma das outras paróquias, deveriam trazer o Círio Pascal paroquial para neles se acender o lume novo. É a luz de Cristo que, nesta ditosa noite, gloriosamente ressuscitado, dissipa as trevas do coração, do espírito e do mundo, faz ressoar no templo as aclamações do povo de Deus anunciando o triunfo de tão grande Rei que faz com que a Igreja exulte e cante de alegria porque o céu se une à terra e o homem se encontra com Deus. A Água nessa noite solenemente benzida, se for partilhada pelas outras paróquias para a celebração de próximos batismos, seja transportada com responsabilidade e em recipientes dignos.

Importa preparar bem os leitores para que a celebração não fique estragada por leituras inaudíveis, ininteligíveis, fracas ou feitas com ‘esporas na língua’, apressadas, bem como preparar os acólitos e todos os intervenientes na dinâmica celebrativa, sem esquecer os salmistas e cantores, pensando em todas as coisas e pormenores que sejam necessários. Nas paróquias onde, no Domingo de Páscoa, só haja possibilidade de haver celebração da Palavra, que esta também seja muito bem preparada e celebrada, envolvendo a comunidade. Poder-se-á também introduzir solenemente e explicar à comunidade o significado dos Santos Óleos. Vamos a isso?...

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 11-03-2022.

 

 

 

 

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