PARÓQUIAS
DE NISA
Segunda,
14 de junho de 2021
Segunda
– feira da XI semana do tempo comum
LITURGIA
Segunda-feira da semana XI
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 2 Cor 6, 1-10; Sal 97 (98), 1. 2-3ab. 3cd-4
Ev Mt 5, 38-42
* Na Ordem Carmelita – S. Eliseu, profeta – MO
* Na Ordem de Cister – S. Geraldo, monge – MF
* Na Congregação das Irmãs Adoradoras Escravas do Santíssimo Sacramento e da
Caridade – I Vésp. de S. Maria Micaela do Santíssimo Sacramento.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 26, 7.9
Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica. Vós sois o meu refúgio:
não me abandoneis, meu Deus, meu Salvador.
ORAÇÃO COLECTA
Deus misericordioso, fortaleza dos que esperam em Vós,
atendei propício as nossas súplicas;
e, como sem Vós nada pode a fraqueza humana,
concedei-nos sempre o auxílio da vossa graça,
para que as nossas vontades e ações Vos sejam agradáveis
no cumprimento fiel dos vossos mandamentos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) 2 Cor 6, 1-10
«Mostramo-nos em tudo como ministros de Deus»
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo
São Paulo aos Coríntios
Irmãos: Como colaboradores de Deus, nós vos exortamos a que não recebais em vão
a sua graça. Porque Ele diz: «No tempo favorável, Eu te ouvi; no dia da
salvação, vim em teu auxílio». Este é o tempo favorável, este é o dia da
salvação. Evitamos dar qualquer motivo de escândalo, para que o nosso
ministério não seja desacreditado. Mas mostramo-nos em tudo como ministros de
Deus, com grande perseverança nas tribulações, nas necessidades, nas angústias,
nos açoites, nos tumultos, nas prisões, nos trabalhos, nas vigílias, nos
jejuns; pela pureza, pela sabedoria, pela paciência, pela bondade, pelo
espírito de santidade, pela caridade sem fingimento; pela palavra da verdade,
pelo poder de Deus; pelas armas ofensivas e defensivas da justiça; na honra e
na ignomínia, na difamação e na boa fama. Somos considerados como impostores,
embora verdadeiros; como desconhecidos, embora bem conhecidos; como
agonizantes, embora estejamos com vida; como condenados, mas livres da morte;
como tristes, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como
não tendo nada, mas possuindo tudo.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4 (R. 2a)
Refrão: O Senhor revelou a sua salvação. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. Refrão
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. Refrão
Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. Refrão
ALELUIA Salmo 118 (119), 105
Refrão: Aleluia. Repete-se
A vossa palavra, Senhor, é farol para os meus passos
e luz para os meus caminhos. Refrão
EVANGELHO Mt 5, 38-42
«Amai os vossos inimigos»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos
antigos: ‘Olho por olho e dente por dente’. Eu, porém, digo-vos: Não resistais
ao homem mau. Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a
esquerda. Se alguém quiser levar-te ao tribunal, para ficar com a tua túnica,
deixa-lhe também o manto. Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma
milha, acompanha-o durante duas. Dá a quem te pedir e não voltes as costas a
quem te pede emprestado».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que pelo pão e o vinho apresentados ao vosso altar
dais ao homem o alimento que o sustenta
e o sacramento que o renova,
fazei que nunca falte este auxílio ao nosso corpo e à nossa alma.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 26, 4
Uma só coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida.
Ou Jo 17, 11
Pai santo, guarda no teu nome os que Me deste,
para que sejam em nós confirmados na unidade, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que a sagrada comunhão nos vossos mistérios,
sinal da nossa união convosco,
realize a unidade na vossa Igreja.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
2
Cor 6, 1-10: Os ministérios de que Deus nos incumbe são sempre ocasiões de graça, que hão de
ser aceites como tais. São esses os tempos favoráveis de salvação, que, a maior
parte das vezes, se apresentam em forma humilde e cheia de limitações, mas onde
melhor se pode mostrar fidelidade e espírito de serviço, como o dos que
acompanharam o ministério de S. Paulo
Mt
5, 38-42: Continuando a leitura do Sermão da Montanha, ouvimos hoje como Jesus
ensina que a justiça não se fará com a vingança. Citando primeiro um dito,
conhecido por “Lei de Talião”, Jesus apela para a não-vingança, para a
humildade, para a bondade, para o perdão. De facto, o discípulo de Jesus
revela-se particularmente no perdão das injúrias; é essa uma das manifestações
maiores da caridade. E foi precisamente assim que o Senhor procedeu e mandou
que procedêssemos nós também. É nesta forma de amor que melhor se afirma a
vitória sobre o egoísmo.
.
AGENDA DO DIA:
18.00 horas: Missa em
Gáfete.
A VOZ DO
PASTOR:
ATIROU FORA A CAPA E DEU UM SALTO!...
E daí?!... E daí
não sei. Se querem saber se a capa do homem ficou no chão ou se alguém a
rapinou e se pisgou com ela, isso não lhes sei dizer! Quem o poderia ter dito,
não se chegou à frente para no-lo explicar. Infelizmente, também não havia
câmaras de vigilância nem, por perto, os coca-bichinhos para vídeos de
telemóvel! No entanto, o resto que ali se passou, isso sim, foi muito bonito e
digno de registo, ficou escrito. É possível que alguém, sob curiosidade
mórbida, queira apenas explorar o que realmente aconteceu à capa. No entanto,
se isso lhes serve de algum conforto, posso dizer-lhes que aquela capa não era
a capa preta do homem que, com a sua metralhadora lurdinha, desafiava os
corruptos e os poderosos fluminenses. Tampouco era a capa negra do homem das
bebidas Sandeman. Também lhes posso garantir que não era a capa vermelha do
super homem nem a capa rosa e amarela dos toureiros. Muito menos a capa que São
Martinho partilhou com o pobre ou o manto de Jesus que aqueles figurões
sortearam entre si. Era a capa do filho de Timeu, não sei se preta ou vermelha,
se negra, rosa ou amarela, não sei se já esfarrapada pelo uso e pela pobreza,
se leve ou pesada. Mas, lembram-se? Lembram-se desse homem da capa?
Chamava-se
Bartimeu. Se me dão licença, eu estico-lhes a
memória. Era um cego que tinha por ocupação estender a mão à caridade,
lá para as bandas de Jericó, a terra das tâmaras, pedindo o pão nosso de cada
dia. Com certeza que o pobre coitado já tinha ouvido falar de Jesus e das
mirabolâncias que Ele dizia e fazia. É de esperar que alimentasse a ideia de um
dia se encontrar com Jesus para ser confirmado na fé e na esperança que já
fervilhavam no seu coração. E eis senão quando, chega-lhe aos ouvidos o
crescente burburinho duma multidão que se aproximava, e que, segundo se
presume, não vinha a falar de futebol nem de buracos bancários ou bazucas para
coesões territoriais. Intrigado sobre o que realmente seria aquilo, o cego veio
a saber que era Jesus que se aproximava, acompanhado por discípulos, curiosos e
alguns amigos da onça. Bartimeu logo viu ali uma excelente possibilidade de dar
um salto para a felicidade. E não esteve com meias medidas nem perdeu tempo. Lá
do seu canto à beira do caminho plantado, começou a gritar: “Jesus, Filho de
David, tem piedade de mim”, “Jesus, Filho de David, tem piedade de mim”. Mas
eis que uns tantos, - muitos, diz o Evangelista São Marcos -, muitos
repreenderam-no para que se calasse. São Lucas refere que quem o mandava calar
eram os que iam à frente. Também hoje há muita gente que, do alto do escadote
do seu ego, se julga ir à frente em tudo, com o direito de mandar calar os
outros. Mas o cego é que não estava pelos ajustes e muito menos acatava ordens
de quem nunca tinha visto mais gordo e continuava a não ver. E se quem o mandava
calar tinha os olhos no sítio, esses olhos estavam muito sujos e demasiadamente
remelados, não eram capazes de enxergar o que significava estar cego e depender
da generosidade alheia. Por isso, quanto mais repreendiam o cego mais o cego
atestava os pulmões de ar para gritar à boca cheia: “Jesus, Filho de David, tem
piedade de mim”. Indiferente às repreensões de quem apenas fazia monte e
barulho à volta de Jesus, o cego não desarmou, não baixou a guarda: resistiu,
insistiu e persistiu. Entretanto, Jesus não se fez esperar. Perante quem não
percebia o sofrimento da pessoa em causa, parou e disse àquela malta:
“Chamai-o”.
E se muitos o
mandavam calar, outros houve que se adiantaram para o animar a ter confiança:
“Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar por ti”. E o extraordinário
aconteceu! “O cego atirou fora a capa,
deu um salto e foi ter com Jesus”. O Senhor, fazendo-se estranho e curioso,
perguntou-lhe: “Que queres que Eu te faça?” O cego logo respondeu com fé e
confiança: “Mestre, que eu veja”. Os contra a gritaria meteram a viola ao saco,
Jesus elogiou a fé do cego que logo recuperou a vista e seguiu Jesus pelo
caminho (cf. Mc 10, 46-52; Lc 18, 35-43).
Foi há dois mil
anos, mas continua a acontecer. Há quem, à margem dos caminhos da vida – as “cegueiras”
são muitas e muito diversas! -, há quem, sempre confiante e com esperança,
continue a gritar por Jesus. Discernir qual a melhor resposta a dar às
exigências da fé e da vida, descobrir os verdadeiros caminhos a seguir, nem
sempre é empresa fácil. Muito mais difícil se torna se se prescinde de ajuda e
apenas se confia nas próprias forças e capacidade. E tal como outrora, também
hoje não falta quem mande calar ou tente ridicularizar ou desanimar quem deseja
dar um passo em frente na conquista de novos mundos e novos desafios pelos
caminhos da fidelidade ao Senhor e à vida. Estas pessoas que presumem ir muito
à frente desta maneira de sonhar, pensar e estar, nem sempre precisam de
palavras para mandar calar. Usam silêncios reprovadores, sorrisos sarcásticos e
destruidores, gestos cínicos e mordazes, querem fazer opinião e influenciar.
Porque, por vezes, não querem estar sozinhas em situações pouco coerentes,
preferem ver os outros do seu lado ou à margem dos caminhos da vida. Magoados
no seu íntimo com tais chacotas e piadinhas, os atingidos ora se calam, ora
respondem com um sorriso amarelo, ora fingem tudo encaixar na desportiva!...
Regra geral, são pessoas que também não deitam mão do “mimimi”, isolam-se,
sofrem sozinhas. E quem lhes provoca este sofrimento, porque julga que é
superior, não tem a coragem de arremessar fora a capa da sua hipocrisia – uma
cegueira incrível! -, e de dar um salto em frente que o livre de preconceitos
daninhos, de aparências existenciais, de molestar os outros com a sua autossuficiência,
de pensar que já está muito à frente. Mesmo que julguem ter os olhos bem
abertos e saudáveis, acrescentam à sua cegueira a dureza de coração, destruindo
sonhos e ideais, amofinando quem procura ser fiel aos compromissos assumidos e
orientar a vida por valores que realizem e salvem. Feliz de quem encontra no
seu caminho a voz de alguém a dizer-lhe: “Coragem, Ele está a chamar por ti”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 07-06-2021.
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