PARÓQUIAS
DE NISA
Domingo,
13 de junho de 2021
XI Domingo do tempo comum
LITURGIA
DOMINGO XI DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana III do Saltério).
Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Ez 17, 22-24; Sal 91 (92), 2-3. 13-14. 15-16
L2 2 Cor 5, 6-10
Ev Mc 4, 26-34
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* No Patriarcado de Lisboa – S. António de Lisboa, Padroeiro principal da
cidade de Lisboa. Em Lisboa – SOLENIDADE; nas outras igrejas do Patriarcado –
Ofício e Missa do domingo.
* Na Ordem Franciscana (Convento do Varatojo) e na Ordem dos Franciscanos
Capuchinhos (Convento de Barcelos) – S. António de Lisboa – SOLENIDADE
* Na Congregação dos Rogacionistas do Coração de Jesus – S. António de Lisboa,
Padroeiro principal da Congregação – SOLENIDADE
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA
Salmo 26, 7.9
Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica.
Vós sois o meu refúgio:
não me abandoneis, meu Deus, meu Salvador.
ORAÇÃO COLECTA
Deus misericordioso, fortaleza dos que esperam em Vós,
atendei propício as nossas súplicas;
e, como sem Vós nada pode a fraqueza humana,
concedei-nos sempre o auxílio da vossa graça,
para que as nossas vontades e acções Vos sejam agradáveis
no cumprimento fiel dos vossos mandamentos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ez 17, 22-24
«Elevo a árvore modesta»
Leitura da profecia
de Ezequiel
Eis o que diz o Senhor Deus: «Do cimo do cedro frondoso, dos seus ramos mais
altos, Eu próprio arrancarei um ramo novo e vou plantá-lo num monte muito alto.
Na excelsa montanha de Israel o plantarei e ele lançará ramos e dará frutos e
tornar-se-á um cedro majestoso. Nele farão ninho todas as aves, toda a espécie
de pássaros habitará à sombra dos seus ramos. E todas as árvores do campo hão de
saber que Eu sou o Senhor; humilho a árvore elevada e elevo a árvore modesta,
faço secar a árvore verde e reverdeço a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e
faço».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 91 (92), 2-3.13-14.15-16 (R. cf. 2a)
Refrão: É bom louvar-Vos, Senhor. Repete-se
É bom louvar o Senhor
e cantar salmos ao vosso nome, ó Altíssimo,
proclamar pela manhã a vossa bondade
e durante a noite a vossa fidelidade. Refrão
O justo florescerá como a palmeira,
crescerá como o cedro do Líbano;
plantado na casa do Senhor,
florescerá nos átrios do nosso Deus. Refrão
Mesmo na velhice dará o seu fruto,
cheio de seiva e de vigor,
para proclamar que o Senhor é justo:
n’Ele, que é o meu refúgio, não há iniquidade. R.
LEITURA II 2 Cor 5, 6-10
«Empenhamo-nos em agradar ao Senhor,
quer continuemos a habitar neste corpo, quer tenhamos de sair dele»
Leitura da
Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Nós estamos sempre cheios de confiança, sabendo que, enquanto
habitarmos neste corpo, vivemos como exilados, longe do Senhor, pois caminhamos
à luz da fé e não da visão clara. E com esta confiança, preferíamos exilar-nos
do corpo, para irmos habitar junto do Senhor. Por isso nos empenhamos em
ser-Lhe agradáveis, quer continuemos a habitar no corpo, quer tenhamos de sair
dele. Todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que
receba cada qual o que tiver merecido, enquanto esteve no corpo, quer o bem,
quer o mal.
Palavra do Senhor.
ALELUIA
Refrão: Aleluia. Repete-se
A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo:
quem O encontrar permanecerá para sempre. Refrão
EVANGELHO Mc 4, 26-34
«A menor de todas as sementes torna-se a
maior
de todas as plantas da horta»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O reino de Deus é como um homem que
lançou a semente à terra. Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente
germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro a planta,
depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga. E quando o trigo o permite,
logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita». Jesus dizia ainda:
«A que havemos de comparar o reino de Deus? Em que parábola o havemos de
apresentar? É como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra, é a menor
de todas as sementes que há sobre a terra; mas, depois de semeado, começa a
crescer e torna-se a maior de todas as plantas da horta, estendendo de tal
forma os seus ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra». Jesus
pregava-lhes a palavra de Deus com muitas parábolas como estas, conforme eram capazes
de entender. E não lhes falava senão em parábolas; mas, em particular, tudo
explicava aos seus discípulos.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que pelo pão e o vinho apresentados ao vosso altar
dais ao homem o alimento que o sustenta
e o sacramento que o renova,
fazei que nunca falte este auxílio
ao nosso corpo e à nossa alma.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 26, 4
Uma só coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida.
Ou Jo 17, 11
Pai santo, guarda no teu nome os que Me deste,
para que sejam em nós confirmados na unidade,
diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que a sagrada comunhão nos vossos mistérios,
sinal da nossa união convosco,
realize a unidade na vossa Igreja.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
Ez 17, 22-24: Foi
talvez esta passagem do profeta que ofereceu a Jesus ocasião para anunciar as
duas pequenas parábolas que vamos escutar no Evangelho. O profeta mostra-nos
como de um pequeno ramo Deus pode fazer o começo de uma árvore frondosa. Assim
foram os princípios e depois o desenvolvimento do reino de Deus, porque o vigor
da vida de Deus aí estava.
2
Cor 5, 6-10: O cristão vive neste mundo sempre numa
grande tensão entre a experiência diária desta vida e a como que a saudade da
vida futura, como exilado mas cheio de esperança, sem nunca perder de vista o
termo para onde caminha. Lá há de encontrar toda a sua vida nas mãos de Deus,
com o que nela tiver feito de bom ou de mau.
Mc
4, 26-34: A pregação de Jesus, ao apresentar o mistério do
reino de Deus, e, depois, a pregação continuada na Igreja, é comparada a uma
sementeira. O seu desenvolvimento é lento, mas constante e vigoroso, porque é
forte a vitalidade da semente, que é a Palavra de Deus. É essa a vitalidade que
a faz germinar, crescer, chegar à hora da colheita. A humildade dos começos não
é obstáculo à grandeza que o reino de Deus há de atingir na hora da ceifa.
.
AGENDA DO DIA:
09.30 horas: Missa em
Amieira
10.45 horas: Missa em
Tolosa
10.00 horas: Missa em
Arez
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão.
12.00 horas: Missa em
Gáfete
15.30 horas: Missa no
Arneiro
15.30 horas: Missa em
Montalvão.
A VOZ DO
PASTOR:
ATIROU FORA A CAPA E DEU UM SALTO!...
E daí?!... E daí
não sei. Se querem saber se a capa do homem ficou no chão ou se alguém a
rapinou e se pisgou com ela, isso não lhes sei dizer! Quem o poderia ter dito,
não se chegou à frente para no-lo explicar. Infelizmente, também não havia
câmaras de vigilância nem, por perto, os coca-bichinhos para vídeos de
telemóvel! No entanto, o resto que ali se passou, isso sim, foi muito bonito e
digno de registo, ficou escrito. É possível que alguém, sob curiosidade
mórbida, queira apenas explorar o que realmente aconteceu à capa. No entanto,
se isso lhes serve de algum conforto, posso dizer-lhes que aquela capa não era
a capa preta do homem que, com a sua metralhadora lurdinha, desafiava os
corruptos e os poderosos fluminenses. Tampouco era a capa negra do homem das
bebidas Sandeman. Também lhes posso garantir que não era a capa vermelha do
super homem nem a capa rosa e amarela dos toureiros. Muito menos a capa que São
Martinho partilhou com o pobre ou o manto de Jesus que aqueles figurões
sortearam entre si. Era a capa do filho de Timeu, não sei se preta ou vermelha,
se negra, rosa ou amarela, não sei se já esfarrapada pelo uso e pela pobreza,
se leve ou pesada. Mas, lembram-se? Lembram-se desse homem da capa?
Chamava-se
Bartimeu. Se me dão licença, eu estico-lhes a
memória. Era um cego que tinha por ocupação estender a mão à caridade,
lá para as bandas de Jericó, a terra das tâmaras, pedindo o pão nosso de cada
dia. Com certeza que o pobre coitado já tinha ouvido falar de Jesus e das
mirabolâncias que Ele dizia e fazia. É de esperar que alimentasse a ideia de um
dia se encontrar com Jesus para ser confirmado na fé e na esperança que já
fervilhavam no seu coração. E eis senão quando, chega-lhe aos ouvidos o
crescente burburinho duma multidão que se aproximava, e que, segundo se
presume, não vinha a falar de futebol nem de buracos bancários ou bazucas para
coesões territoriais. Intrigado sobre o que realmente seria aquilo, o cego veio
a saber que era Jesus que se aproximava, acompanhado por discípulos, curiosos e
alguns amigos da onça. Bartimeu logo viu ali uma excelente possibilidade de dar
um salto para a felicidade. E não esteve com meias medidas nem perdeu tempo. Lá
do seu canto à beira do caminho plantado, começou a gritar: “Jesus, Filho de
David, tem piedade de mim”, “Jesus, Filho de David, tem piedade de mim”. Mas
eis que uns tantos, - muitos, diz o Evangelista São Marcos -, muitos
repreenderam-no para que se calasse. São Lucas refere que quem o mandava calar
eram os que iam à frente. Também hoje há muita gente que, do alto do escadote
do seu ego, se julga ir à frente em tudo, com o direito de mandar calar os
outros. Mas o cego é que não estava pelos ajustes e muito menos acatava ordens
de quem nunca tinha visto mais gordo e continuava a não ver. E se quem o
mandava calar tinha os olhos no sítio, esses olhos estavam muito sujos e
demasiadamente remelados, não eram capazes de enxergar o que significava estar
cego e depender da generosidade alheia. Por isso, quanto mais repreendiam o
cego mais o cego atestava os pulmões de ar para gritar à boca cheia: “Jesus,
Filho de David, tem piedade de mim”. Indiferente às repreensões de quem apenas
fazia monte e barulho à volta de Jesus, o cego não desarmou, não baixou a
guarda: resistiu, insistiu e persistiu. Entretanto, Jesus não se fez esperar.
Perante quem não percebia o sofrimento da pessoa em causa, parou e disse àquela
malta: “Chamai-o”.
E se muitos o
mandavam calar, outros houve que se adiantaram para o animar a ter confiança:
“Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar por ti”. E o extraordinário
aconteceu! “O cego atirou fora a capa,
deu um salto e foi ter com Jesus”. O Senhor, fazendo-se estranho e curioso,
perguntou-lhe: “Que queres que Eu te faça?” O cego logo respondeu com fé e
confiança: “Mestre, que eu veja”. Os contra a gritaria meteram a viola ao saco,
Jesus elogiou a fé do cego que logo recuperou a vista e seguiu Jesus pelo
caminho (cf. Mc 10, 46-52; Lc 18, 35-43).
Foi há dois mil
anos, mas continua a acontecer. Há quem, à margem dos caminhos da vida – as
“cegueiras” são muitas e muito diversas! -, há quem, sempre confiante e com
esperança, continue a gritar por Jesus. Discernir qual a melhor resposta a dar
às exigências da fé e da vida, descobrir os verdadeiros caminhos a seguir, nem
sempre é empresa fácil. Muito mais difícil se torna se se prescinde de ajuda e
apenas se confia nas próprias forças e capacidade. E tal como outrora, também
hoje não falta quem mande calar ou tente ridicularizar ou desanimar quem deseja
dar um passo em frente na conquista de novos mundos e novos desafios pelos
caminhos da fidelidade ao Senhor e à vida. Estas pessoas que presumem ir muito
à frente desta maneira de sonhar, pensar e estar, nem sempre precisam de
palavras para mandar calar. Usam silêncios reprovadores, sorrisos sarcásticos e
destruidores, gestos cínicos e mordazes, querem fazer opinião e influenciar.
Porque, por vezes, não querem estar sozinhas em situações pouco coerentes,
preferem ver os outros do seu lado ou à margem dos caminhos da vida. Magoados
no seu íntimo com tais chacotas e piadinhas, os atingidos ora se calam, ora
respondem com um sorriso amarelo, ora fingem tudo encaixar na desportiva!...
Regra geral, são pessoas que também não deitam mão do “mimimi”, isolam-se,
sofrem sozinhas. E quem lhes provoca este sofrimento, porque julga que é
superior, não tem a coragem de arremessar fora a capa da sua hipocrisia – uma
cegueira incrível! -, e de dar um salto em frente que o livre de preconceitos
daninhos, de aparências existenciais, de molestar os outros com a sua
autossuficiência, de pensar que já está muito à frente. Mesmo que julguem ter
os olhos bem abertos e saudáveis, acrescentam à sua cegueira a dureza de
coração, destruindo sonhos e ideais, amofinando quem procura ser fiel aos
compromissos assumidos e orientar a vida por valores que realizem e salvem.
Feliz de quem encontra no seu caminho a voz de alguém a dizer-lhe: “Coragem,
Ele está a chamar por ti”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 07-06-2021.
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