PARÓQUIAS
DE NISA
Quinta-feira,
03 de junho de 2021
CORPO DE DEUS
SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO
LITURGIA
Quinta-feira da semana IX
SANTÍSSIMO
CORPO E SANGUE DE CRISTO
SOLENIDADE
Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
+ Missa própria, Glória, sequência facultativa, Credo, pf. da Eucaristia.
L 1 Ex 24, 3-8; Sal 115, 12-13. 15 e
16bc. 17-18
L2 Hebr 9, 11-15
Ev Mc 14, 12-16. 22-26
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Em Portugal – Dia santificado e feriado nacional.
* Na Congregação das Irmãs «Filhas da Igreja» – Santíssimo Corpo e Sangue de
Cristo, Titular da Congregação – SOLENIDADE
* No Instituto das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado –
Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, Titular do Instituto – SOLENIDADE
* Nas Dioceses de Cabo Verde – SS. Carlos Lwanga e Companheiros, mártires,
Padroeiros de África – FESTA
* Em Portugal – II Vésp. da solenidade – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
80, 17
O Senhor alimentou o seu povo com a flor da farinha
e saciou-o com o mel do rochedo.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor Jesus Cristo, que neste admirável sacramento
nos deixastes o memorial da vossa paixão,
concedei-nos a graça
de venerar de tal modo os mistérios do vosso Corpo e Sangue
que sintamos continuamente os frutos da vossa redenção.
Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ex 24, 3-8
«Este é o sangue da aliança que Deus firmou convosco»
Leitura do Livro
do Êxodo
Naqueles dias, Moisés veio comunicar ao povo todas as palavras do Senhor e
todas as suas leis. O povo inteiro respondeu numa só voz: «Faremos tudo o que o
Senhor ordenou». Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. No dia seguinte,
levantou-se muito cedo, construiu um altar no sopé do monte e ergueu doze
pedras pelas doze tribos de Israel. Depois mandou que alguns jovens israelitas
oferecessem holocaustos e imolassem novilhos, como sacrifícios pacíficos ao
Senhor. Moisés recolheu metade do sangue, deitou-o em vasilhas e derramou a
outra metade sobre o altar. Depois, tomou o Livro da Aliança e leu-o em voz
alta ao povo, que respondeu: «Faremos quanto o Senhor disse e em tudo
obedeceremos». Então, Moisés tomou o sangue e aspergiu com ele o povo, dizendo:
«Este é o sangue da aliança que o Senhor firmou convosco, mediante todas estas
palavras».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 115 (116), 12-13.15.16bc.17-18 (R.13)
Refrão: Tomarei o cálice da salvação
e invocarei o nome do Senhor. Repete-se
Ou: Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor. Repete-se
Como agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor. Refrão
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias. Refrão
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o povo. Refrão
LEITURA II Hebr 9, 11-15
«O sangue de Cristo purificará a nossa consciência»
Leitura da
Epístola aos Hebreus
Irmãos: Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros. Atravessou o
tabernáculo maior e mais perfeito, que não foi feito por mãos humanas, nem
pertence a este mundo, e entrou de uma vez para sempre no Santuário. Não
derramou sangue de cabritos e novilhos, mas o seu próprio Sangue, e
alcançou-nos uma redenção eterna. Na verdade, se o sangue de cabritos e de
toiros e a cinza de vitela, aspergidos sobre os que estão impuros, os
santificam em ordem à pureza legal, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo
Espírito eterno Se ofereceu a Deus como vítima sem mancha, purificará a nossa
consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Por isso, Ele é
mediador de uma nova aliança, para que, intervindo a sua morte para remissão
das transgressões cometidas durante a primeira aliança, os que são chamados
recebam a herança eterna prometida.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Jo 6, 51
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor.
Quem comer deste pão viverá eternamente. Refrão
EVANGELHO Mc 14, 12-16.22-26
«Isto é o meu Corpo. Este é o meu Sangue»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava o cordeiro pascal, os discípulos
perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a
Páscoa?». Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à cidade. Virá ao
vosso encontro um homem com uma bilha de água. Segui-o e, onde ele entrar,
dizei ao dono da casa: «O Mestre pergunta: Onde está a sala, em que hei-de
comer a Páscoa com os meus discípulos?». Ele vos mostrará uma grande sala no
andar superior, alcatifada e pronta. Preparai-nos lá o que é preciso». Os
discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus lhes tinha
dito e prepararam a Páscoa. Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a
bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse: «Tomai: isto é o meu Corpo».
Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele. Disse
Jesus: «Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão
dos homens. Em verdade vos digo: Não voltarei a beber do fruto da videira, até
ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus». Cantaram os salmos e
saíram para o monte das Oliveiras.
Palavra da salvação.
Diz-se o Credo.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, à vossa Igreja
o dom da unidade e da paz,
que estas oferendas misticamente simbolizam.
Por Nosso Senhor.
Prefácio da Eucaristia
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 6, 57
Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue
permanece em Mim e Eu nele, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei-nos, Senhor Jesus Cristo,
a participação eterna da vossa divindade,
que é prefigurada nesta comunhão
do vosso precioso Corpo e Sangue.
Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
Onde esta solenidade não é dia santo de guarda, celebra-se no Domingo depois da
Santíssima Trindade.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS: Ex 24, 3-8 : O
Santíssimo Sacramento – o Sacramento Santo por excelência – é o sacramento do
Sacrifício que Cristo ofereceu sobre a Cruz. O sacrifício significa e realiza a
aliança entre Deus e o homem. Já Moisés tinha celebrado um sacrifício de
aliança, que esta leitura vem evocar, aliança selada com o Sangue. Tratava-se
então da aliança antiga; mas Jesus dará finalmente o Sangue da nova aliança, o
seu próprio Sangue. Na última ceia, ao entregar aos discípulos o cálice do seu Sangue, Jesus há de
referir-Se àquele sangue da aliança ao dizer que o seu é o Sangue da aliança
“nova”.
Hebr 9, 11-15: A festa de hoje chama-se atualmente
Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. De facto, também o sangue exprime e de
maneira particularmente significativa a vida que o Senhor deu por nós, para
estabelecer, de uma vez para sempre, a nova e eterna Aliança.
Mc 14, 12-16.22-26: No
sacramento do seu Corpo e Sangue, Jesus deixou-nos o memorial do seu sacrifício
para que o celebrássemos em memória d’Ele, até que Ele venha no fim dos tempos.
Por isso, sempre que celebramos a Eucaristia, proclamamos a morte do Senhor e
renovamos a Aliança com Deus, que, na sua morte, Cristo selou em nosso favor.
AGENDA DO DIA:
09.00 horas: Funeral em
Amieira do Tejo
09.30 horas: Missa em
Amieira
10.45 horas: Missa em
Tolosa
10.00 horas: Missa em
Arez
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão.
12.00 horas: Missa em
Gáfete
15.30 horas: Missa em
Montalvão
15.30 horas: Missa no
Arneiro
15.30 horas: Missa no Cacheiro.
A VOZ DO
PASTOR:
NÃO ADORES NUNCA NINGUÉM MAIS...
Celebramos “o mistério central da
fé e da vida cristã”, o mistério da Santíssima Trindade! Porque é um mistério,
por mais que nele penetremos, permanecerá sempre mistério. O mistério, porém,
não é uma parede contra a qual esbarremos. É antes, um mar saudável onde
mergulhamos, explorando, com serenidade contemplativa, a sua beleza
inesgotável, a sua profundidade sem pé. A Trindade experimenta-se, vive-se,
reza-se, ama-se.
Com os judeus e os muçulmanos,
nós, cristãos, proclamamos que o nosso Deus é o único e verdadeiro Deus, não há
outro. Mas este Deus verdadeiro e único, na sua condescendência e pedagogia sem
igual, enviou o seu Filho ao mundo, Jesus Cristo, Deus amor total no centro da
história. Jesus falou-nos de Deus Pai, origem e causa do amor. Enviou-nos o
Espírito Santo, Espírito de vida e comunhão. É, pois, através da vida e dos
ensinamentos de Jesus, que nós, cristãos, tivemos conhecimento, tanto quanto
nos é possível entender, do mistério da Santíssima Trindade. Basta recordar a
Anunciação, o Batismo de Jesus, a Transfiguração e tantas outras palavras,
atitudes e promessas de Jesus, bem como o mandato que Ele nos deu de ir por
todo o mundo a anunciar e a batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo. Nós, cristãos, professamos, pois, a nossa fé em Deus Pai, eterno e
omnipotente, mas que, com o seu Filho Unigénito e o Espírito Santo, são um só
Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só
natureza. Mesmo que esta afirmação nos faça parar e olhar para trás para reler
e tentar saber como isso jogará - um só Deus, um só Senhor, não na unidade de
uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza -, mesmo que isso aconteça,
é-nos revelado que Deus é relação, é comunidade, é família. Não uma família ou
comunidade cujos membros vivam de costas voltadas uns para os outros, isolados,
amuados, ciumentos, ingratos, desinteressados, indiferentes, só valentes em
gritarias e violência. Mas uma família comunidade de vida e de amor, com tudo o
que isso implica de pura relação.
Fomos criados à imagem e
semelhança deste Deus que é único e família. Por isso, também cada um de nós é
único, todos iguais mas todos diferentes, ninguém pode ser em vez do outro, o
outro não pode ser em vez de mim, cada um é cada qual, é ele mesmo, único. Ao
mesmo tempo, porém, porque criados à imagem deste Deus único, mas comunidade de
pessoas, também somos seres sociais, só nos realizamos em comunidade, em
relação com os outros. Mais: mesmo que Deus não tenha definição possível, São
João Evangelista indicou-nos uma maneira de penetrarmos no seu mistério, de
falar d’Ele e sobre Ele, dizendo-nos que “Deus é amor”. O amor, porém, afirmou
Bento XVI, “é sempre um mistério, uma realidade que supera a razão sem a
contradizer, antes exalta as suas potencialidades”. Ora, se fomos criados à
imagem deste Deus único e social que é Amor, fomos criados por amor e só nos
realizaremos amando. São João, ao dizer que Deus é amor, acrescenta uma espécie
de recado para nós: “amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus. Quem
não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor” (Jo 4,8). Essa é a novidade
cristã: o amor é a experiência original e originante de toda a vida deveras
vivida: “quem não ama permanece na morte” (1Jo 3,14).
Na experiência do amor há sempre
qualquer coisa de uno e trino. Há sempre qualquer coisa de unidade e de
alteridade, tão exigente para a comunidade como para o indivíduo. Há um EU que
ama, há um TU que é amado, há o AMOR que une esse eu e esse tu, dando origem ao
nós. É assim connosco, em nós e entre nós. Apesar de diferentes, somos com os
outros, para os outros e a partir dos outros. Os outros não são o inferno,
contrariando Sartre. Não são o inferno para nós e nós não podemos ser o inferno
para os outros. Se o amor é verdadeiro, se as pessoas se amam verdadeiramente,
cada uma acolhe e reconhece a outra como outra, como dom, não se diluem, não se
assimilam, não se invadem, mantêm a sua alteridade pessoal, são um valor em si
mesmas, nenhuma pode ser usada ou sacrificada por qualquer interesse seja ele
qual for. Há respeito mútuo, corresponsabilidade, participação, diálogo,
atenção constante ao bem do outro. Em Deus único, há três pessoas que não se
diluem, nem se assimilam, mantêm a sua alteridade e missão distinta, em
liberdade comum e criatividade amorosa, num dinamismo constante de mútuo dar-se
e receber-se. É na experiência do outro e, sobretudo, na experiência do amor ao
outro que está muito daquilo que confessamos em Deus Trindade. Esta analogia
trinitária do amor não pretende esgotar nem será, por certo, a única
possibilidade da experiência do amor. Ela permanece aberta a que sempre se
possa dizer muito mais, mas ajuda-nos a entrar nos dinamismos do amor da
Santíssima Trindade. Há o Pai, aquele que ama. Há o Filho, aquele que é amado.
Há o Espírito Santo, o amor que tudo unifica, renova e transforma.
Acreditar, celebrar, falar,
refletir, rezar e contemplar a Santíssima Trindade deveria levar a pessoa, a
Igreja, a família, a sociedade e os diversos setores da atividade humana, não
só a pastoral, mas também a economia, a cultura, a vida social, etc., a tirarem
conclusões para a sua maneira de ser, estar e agir. Não que a Santíssima
Trindade seja uma espécie de guião pastoral, político, económico ou cultural.
Não para esperar que ela dite soluções ou dispense alguém do que deve fazer.
Mas para que se busque a sua inspiração e a experiência do outro seja, para
todos, tudo o que idealmente pode ser, dentro dos dinamismos do amor.
A Igreja tem a sua origem fundamental no mistério da
Trindade e existe para a realização do desígnio de Deus na história: o Deus
amor que criou o universo e gerou um povo, o Deus que se fez homem, morreu e
ressuscitou por todos nós, o Deus que, pelo seu Espírito, tudo transforma e
leva à plenitude, o Deus Criador, Salvador e Santificador. Ela nasceu do
coração de Deus Pai, foi prefigurada desde toda a eternidade, foi preparada ao
longo de todo o Velho Testamento, foi instituída por Cristo, foi manifestada
pelo Espírito Santo, há de ser consumada no fim dos tempos, na glória (cf.LG2).
Se ela é obra do Pai e do Filho e do Espírito Santo, se a vida que existe em
Deus, no seio da Trindade, é o Amor, a Igreja não tem outra missão senão a de
reproduzir no mundo a vida que existe no seio da Trindade, Ela é extensão da
Trindade no tempo. Por isso, a Igreja será tanto mais fiel a si mesma, quanto
mais for, no tempo, agente fomentador do amor, isto é, da proximidade, da
cultura do diálogo, da corresponsabilidade, da participação, da delicadeza, do
perdão, do compromisso, da justiça, da verdade, da alegria, da paz, do
entendimento. Mas esta Igreja não são os outros, melhor, também são os outros,
mas esta Igreja é cada um de nós. Por isso, cada um de nós será tanto mais fiel
a Deus e à Igreja, quanto mais for, individual e coletivamente, fomentador
dessa mesma cultura no mundo em que vive.
De igual modo a família. Também
ela é ícone da Trindade, devendo deixar-se inspirar na sua maneira de ser,
estar, agir, viver e conviver. E que bom seria se toda a sociedade humana
descobrisse que é na Trindade que também se encontra a sua origem e o seu modelo
social! Haveria mais amor, amor desinteressado, de uns para com os outros,
lutar-se-ia mais abnegadamente pela justiça, inverter-se-iam tantos
procedimentos e estruturas em favor dos mais desfavorecidos, fomentar-se-ia a
reciprocidade entre todos, sempre em testemunho alegre mesmo que por entre
adversidades e perseguições.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco,
28-05-2021.
Sem comentários:
Enviar um comentário