sexta-feira, 4 de junho de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Sábado, 05 de junho de 2021

 

LITURGIA

 

Sábado da semana IX

S. Bonifácio, bispo e mártir – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Tob 12, 1. 5-15. 20; Sal Tob 13, 2. 6. 7. 8
Ev Mc 12, 38-44


* Na Congregação dos Irmãos Maristas – I Vésp. de S. Marcelino Champagnat.
* Nas Dioceses de Cabo Verde – I Vésp. do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.

 

S. BONIFÁCIO, bispo e mártir

 

Nota Histórica:

Nasceu na Inglaterra, cerca do ano 673. Fez a profissão religiosa e viveu como monge no mosteiro de Exeter. No ano 719 partiu para a Alemanha a pregar o Evangelho e obteve excelentes resultados. Consagrado bispo, governou a Igreja de Mogúncia e, com a ajuda de vários colaboradores, fundou ou restaurou diversas Igrejas na Baviera, na Turíngia e na Francónia; também convocou concílios e promulgou leis. Quando evangelizava os frisões, foi assassinado pelos pagãos; o seu corpo foi sepultado no mosteiro de Fulda.

 

MISSA

ORAÇÃO
Permiti, Senhor, que, por intercessão de São Bonifácio, possamos manter sem desfalecimento e proclamar na nossa vida a fé que ele ensinou com a palavra e confirmou com o sangue do martírio. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I (anos ímpares) Tob 12, 1.5-15.20
«Agora bendizei o Senhor. Eu vou subir para Deus»

Leitura do Livro de Tobias

Naqueles dias, Tobit chamou seu filho Tobias e disse-lhe: «Filho, agora deves pagar o salário ao homem que foi contigo e acrescentar alguma gratificação». Tobias chamou-o e disse-lhe: «Toma como salário metade de todos os bens que trouxemos e vai em paz». Então Rafael chamou-os à parte e disse-lhes: «Bendizei a Deus e louvai-O diante de todos os seres vivos, pelo bem que vos fez. Glorificai e exaltai o seu nome. Anunciai dignamente as obras de Deus a todos os homens e não vos canseis de O louvar. É bom guardar o segredo do rei, mas é uma honra manifestar e proclamar as obras de Deus. Praticai o bem e nenhum mal vos atingirá. É boa a oração com o jejum, é boa a esmola com justiça. É melhor possuir pouco com justiça, do que muito com injustiça. É melhor dar esmola do que acumular muito ouro. A esmola salva da morte e purifica de todo o pecado. Quem distribui esmola viverá longa vida, mas quem comete pecados e injustiças é inimigo da própria vida. Manifestar-vos-ei toda a verdade, sem nada vos ocultar. Já vos disse e repito: é bom guardar o segredo do rei, mas é uma honra manifestar e proclamar as obras de Deus. Pois bem. Quando oráveis, tu e Sara, eu apresentava o memorial da vossa oração diante da glória do Senhor e o mesmo fazia quando sepultavas os mortos. E quando te levantaste sem hesitar para ir sepultar aquele morto, então fui enviado para te pôr à prova. Mas Deus enviou-me também para te curar, a ti e a Sara, tua nora. Eu sou Rafael, um dos sete Anjos que estão ao serviço de Deus, na presença da glória do Senhor. E agora, bendizei o Senhor sobre a terra e louvai a Deus. Eu vou subir para junto d’Aquele que me enviou».

 Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Tob 13, 2.6.7.8 (R. 2a)
Refrão: Bendito seja Deus, que vive eternamente. Repete-se

Bendito seja Deus, que vive eternamente:
o seu reino permanece por todos os séculos.
Nas suas mãos está o castigo e o perdão,
a vida e a morte,
nada e ninguém escapa ao seu poder. Refrão

Se vos converterdes a Ele de todo o coração
e praticardes a verdade na sua presença,
Ele voltar-Se-á para vós
e não mais vos esconderá a sua face. Refrão

Considerai o que Ele fez por vós
e proclamai bem alto a vossa gratidão.
Bendizei o Senhor da justiça
e glorificai o Rei dos séculos. Refrão

Na terra do meu exílio louvarei o Senhor,
anunciarei o seu poder e a sua grandeza
a um povo de pecadores.
Voltai-vos para Ele, pecadores,
e praticai a justiça na sua presença.
talvez vos mostre a sua benevolência
e use de misericórdia para convosco. Refrão

ALELUIA Mt 5, 3
Refrão: Aleluia Repete-se

Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus. Refrão

EVANGELHO Mc 12, 38-44
«Esta pobre viúva deu mais do que todos os outros»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

 Naquele tempo, Jesus ensinava a multidão, dizendo: «Acautelai-vos dos escribas, que gostam de exibir longas vestes, de receber cumprimentos nas praças, de ocupar os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes. Devoram as casas das viúvas com pretexto de fazerem longas rezas. Estes receberão uma sentença mais severa». Jesus sentou-Se em frente da arca do tesouro a observar como a multidão deitava o dinheiro na caixa. Muitos ricos deitavam quantias avultadas. Veio uma pobre viúva e deitou duas pequenas moedas, isto é, um quadrante. Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Esta pobre viúva deitou na caixa mais do que todos os outros. Eles deitaram do que lhes sobrava, mas ela, na sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver».

Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Santificai, Senhor, com a vossa bênção estes dons e acendei em nós o fogo do vosso amor que fortaleceu São Bonifácio para vencer os

 tormentos do martírio. Por Nosso Senhor.

Ou:

Aceitai, Senhor os dons que Vos apresentamos, ao celebrar a memória do vosso mártir São Bonifácio e fazei que vos sejam agradáveis como foi precioso a vossos olhos o sangue do seu martírio. Por Nosso Senhor.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO (Mt 16,24)

Quem quiser seguir-Me, diz o Senhor, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

A comunhão nos santos mistérios nos dê, Senhor, a fortaleza de alma
que tornou o vosso mártir São Bonifácio fiel no vosso serviço e vitorioso no martírio. Por Nosso Senhor.

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra

LEITURAS: Tob 12, 1.5-15.20 :O Anjo Rafael, cujo nome significa «remédio de Deus», revela o sentido de tudo o que acaba de acontecer. A oração e as boas obras de Tobit subiram à presença de Deus, como sacrifício agradável a seus olhos. E Deus enviou-lhes o seu mensageiro para os salvar. E tudo termina, de novo, em ambiente de oração de louvor e acção de graças.

Mc 12, 38-44: Jesus põe em contraste as atitudes ostensivas dos escribas e a simplicidade sincera dos humildes, onde não há lugar para vaidades. O que dá sentido às nossas atitudes, particularmente em relação à vida religiosa, é a atitude interior do coração. Os homens não a podem observar, nem a saberiam julgar, mas Deus vê no fundo do coração do homem!

 

AGENDA DO DIA:

18.00 horas: Missa em Nisa

18.00 horas: Missa em Alpalhão.

 

 

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

NÃO ADORES NUNCA NINGUÉM MAIS...

 

Celebramos “o mistério central da fé e da vida cristã”, o mistério da Santíssima Trindade! Porque é um mistério, por mais que nele penetremos, permanecerá sempre mistério. O mistério, porém, não é uma parede contra a qual esbarremos. É antes, um mar saudável onde mergulhamos, explorando, com serenidade contemplativa, a sua beleza inesgotável, a sua profundidade sem pé. A Trindade experimenta-se, vive-se, reza-se, ama-se.

Com os judeus e os muçulmanos, nós, cristãos, proclamamos que o nosso Deus é o único e verdadeiro Deus, não há outro. Mas este Deus verdadeiro e único, na sua condescendência e pedagogia sem igual, enviou o seu Filho ao mundo, Jesus Cristo, Deus amor total no centro da história. Jesus falou-nos de Deus Pai, origem e causa do amor. Enviou-nos o Espírito Santo, Espírito de vida e comunhão. É, pois, através da vida e dos ensinamentos de Jesus, que nós, cristãos, tivemos conhecimento, tanto quanto nos é possível entender, do mistério da Santíssima Trindade. Basta recordar a Anunciação, o Batismo de Jesus, a Transfiguração e tantas outras palavras, atitudes e promessas de Jesus, bem como o mandato que Ele nos deu de ir por todo o mundo a anunciar e a batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Nós, cristãos, professamos, pois, a nossa fé em Deus Pai, eterno e omnipotente, mas que, com o seu Filho Unigénito e o Espírito Santo, são um só Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza. Mesmo que esta afirmação nos faça parar e olhar para trás para reler e tentar saber como isso jogará - um só Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza -, mesmo que isso aconteça, é-nos revelado que Deus é relação, é comunidade, é família. Não uma família ou comunidade cujos membros vivam de costas voltadas uns para os outros, isolados, amuados, ciumentos, ingratos, desinteressados, indiferentes, só valentes em gritarias e violência. Mas uma família comunidade de vida e de amor, com tudo o que isso implica de pura relação.

Fomos criados à imagem e semelhança deste Deus que é único e família. Por isso, também cada um de nós é único, todos iguais mas todos diferentes, ninguém pode ser em vez do outro, o outro não pode ser em vez de mim, cada um é cada qual, é ele mesmo, único. Ao mesmo tempo, porém, porque criados à imagem deste Deus único, mas comunidade de pessoas, também somos seres sociais, só nos realizamos em comunidade, em relação com os outros. Mais: mesmo que Deus não tenha definição possível, São João Evangelista indicou-nos uma maneira de penetrarmos no seu mistério, de falar d’Ele e sobre Ele, dizendo-nos que “Deus é amor”. O amor, porém, afirmou Bento XVI, “é sempre um mistério, uma realidade que supera a razão sem a contradizer, antes exalta as suas potencialidades”. Ora, se fomos criados à imagem deste Deus único e social que é Amor, fomos criados por amor e só nos realizaremos amando. São João, ao dizer que Deus é amor, acrescenta uma espécie de recado para nós: “amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus. Quem não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor” (Jo 4,8). Essa é a novidade cristã: o amor é a experiência original e originante de toda a vida deveras vivida: “quem não ama permanece na morte” (1Jo 3,14).

Na experiência do amor há sempre qualquer coisa de uno e trino. Há sempre qualquer coisa de unidade e de alteridade, tão exigente para a comunidade como para o indivíduo. Há um EU que ama, há um TU que é amado, há o AMOR que une esse eu e esse tu, dando origem ao nós. É assim connosco, em nós e entre nós. Apesar de diferentes, somos com os outros, para os outros e a partir dos outros. Os outros não são o inferno, contrariando Sartre. Não são o inferno para nós e nós não podemos ser o inferno para os outros. Se o amor é verdadeiro, se as pessoas se amam verdadeiramente, cada uma acolhe e reconhece a outra como outra, como dom, não se diluem, não se assimilam, não se invadem, mantêm a sua alteridade pessoal, são um valor em si mesmas, nenhuma pode ser usada ou sacrificada por qualquer interesse seja ele qual for. Há respeito mútuo, corresponsabilidade, participação, diálogo, atenção constante ao bem do outro. Em Deus único, há três pessoas que não se diluem, nem se assimilam, mantêm a sua alteridade e missão distinta, em liberdade comum e criatividade amorosa, num dinamismo constante de mútuo dar-se e receber-se. É na experiência do outro e, sobretudo, na experiência do amor ao outro que está muito daquilo que confessamos em Deus Trindade. Esta analogia trinitária do amor não pretende esgotar nem será, por certo, a única possibilidade da experiência do amor. Ela permanece aberta a que sempre se possa dizer muito mais, mas ajuda-nos a entrar nos dinamismos do amor da Santíssima Trindade. Há o Pai, aquele que ama. Há o Filho, aquele que é amado. Há o Espírito Santo, o amor que tudo unifica, renova e transforma.

Acreditar, celebrar, falar, refletir, rezar e contemplar a Santíssima Trindade deveria levar a pessoa, a Igreja, a família, a sociedade e os diversos setores da atividade humana, não só a pastoral, mas também a economia, a cultura, a vida social, etc., a tirarem conclusões para a sua maneira de ser, estar e agir. Não que a Santíssima Trindade seja uma espécie de guião pastoral, político, económico ou cultural. Não para esperar que ela dite soluções ou dispense alguém do que deve fazer. Mas para que se busque a sua inspiração e a experiência do outro seja, para todos, tudo o que idealmente pode ser, dentro dos dinamismos do amor.

A Igreja tem a sua origem fundamental no mistério da Trindade e existe para a realização do desígnio de Deus na história: o Deus amor que criou o universo e gerou um povo, o Deus que se fez homem, morreu e ressuscitou por todos nós, o Deus que, pelo seu Espírito, tudo transforma e leva à plenitude, o Deus Criador, Salvador e Santificador. Ela nasceu do coração de Deus Pai, foi prefigurada desde toda a eternidade, foi preparada ao longo de todo o Velho Testamento, foi instituída por Cristo, foi manifestada pelo Espírito Santo, há de ser consumada no fim dos tempos, na glória (cf.LG2). Se ela é obra do Pai e do Filho e do Espírito Santo, se a vida que existe em Deus, no seio da Trindade, é o Amor, a Igreja não tem outra missão senão a de reproduzir no mundo a vida que existe no seio da Trindade, Ela é extensão da Trindade no tempo. Por isso, a Igreja será tanto mais fiel a si mesma, quanto mais for, no tempo, agente fomentador do amor, isto é, da proximidade, da cultura do diálogo, da corresponsabilidade, da participação, da delicadeza, do perdão, do compromisso, da justiça, da verdade, da alegria, da paz, do entendimento. Mas esta Igreja não são os outros, melhor, também são os outros, mas esta Igreja é cada um de nós. Por isso, cada um de nós será tanto mais fiel a Deus e à Igreja, quanto mais for, individual e coletivamente, fomentador dessa mesma cultura no mundo em que vive.

De igual modo a família. Também ela é ícone da Trindade, devendo deixar-se inspirar na sua maneira de ser, estar, agir, viver e conviver. E que bom seria se toda a sociedade humana descobrisse que é na Trindade que também se encontra a sua origem e o seu modelo social! Haveria mais amor, amor desinteressado, de uns para com os outros, lutar-se-ia mais abnegadamente pela justiça, inverter-se-iam tantos procedimentos e estruturas em favor dos mais desfavorecidos, fomentar-se-ia a reciprocidade entre todos, sempre em testemunho alegre mesmo que por entre adversidades e perseguições.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 28-05-2021.

 

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