PARÓQUIAS
DE NISA
Sábado,
05 de junho de 2021
LITURGIA
Sábado
da semana IX
S.
Bonifácio, bispo e mártir – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Tob 12, 1. 5-15. 20; Sal Tob 13, 2.
6. 7. 8
Ev Mc 12, 38-44
* Na Congregação dos Irmãos Maristas – I Vésp. de S. Marcelino Champagnat.
* Nas Dioceses de Cabo Verde – I Vésp. do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
S.
BONIFÁCIO, bispo e mártir
Nota
Histórica:
Nasceu na Inglaterra, cerca do ano 673. Fez a profissão religiosa e viveu
como monge no mosteiro de Exeter. No ano 719 partiu para a Alemanha a pregar o
Evangelho e obteve excelentes resultados. Consagrado bispo, governou a Igreja
de Mogúncia e, com a ajuda de vários colaboradores, fundou ou restaurou
diversas Igrejas na Baviera, na Turíngia e na Francónia; também convocou
concílios e promulgou leis. Quando evangelizava os frisões, foi assassinado
pelos pagãos; o seu corpo foi sepultado no mosteiro de Fulda.
MISSA
ORAÇÃO
Permiti, Senhor, que, por intercessão de São Bonifácio, possamos manter sem
desfalecimento e proclamar na nossa vida a fé que ele ensinou com a palavra e
confirmou com o sangue do martírio. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Tob 12, 1.5-15.20
«Agora bendizei o Senhor. Eu vou subir
para Deus»
Leitura do Livro
de Tobias
Naqueles dias, Tobit chamou seu filho
Tobias e disse-lhe: «Filho, agora deves pagar o salário ao homem que foi
contigo e acrescentar alguma gratificação». Tobias chamou-o e disse-lhe: «Toma
como salário metade de todos os bens que trouxemos e vai em paz». Então Rafael
chamou-os à parte e disse-lhes: «Bendizei a Deus e louvai-O diante de todos os
seres vivos, pelo bem que vos fez. Glorificai e exaltai o seu nome. Anunciai
dignamente as obras de Deus a todos os homens e não vos canseis de O louvar. É
bom guardar o segredo do rei, mas é uma honra manifestar e proclamar as obras
de Deus. Praticai o bem e nenhum mal vos atingirá. É boa a oração com o jejum,
é boa a esmola com justiça. É melhor possuir pouco com justiça, do que muito
com injustiça. É melhor dar esmola do que acumular muito ouro. A esmola salva
da morte e purifica de todo o pecado. Quem distribui esmola viverá longa vida,
mas quem comete pecados e injustiças é inimigo da própria vida.
Manifestar-vos-ei toda a verdade, sem nada vos ocultar. Já vos disse e repito:
é bom guardar o segredo do rei, mas é uma honra manifestar e proclamar as obras
de Deus. Pois bem. Quando oráveis, tu e Sara, eu apresentava o memorial da
vossa oração diante da glória do Senhor e o mesmo fazia quando sepultavas os
mortos. E quando te levantaste sem hesitar para ir sepultar aquele morto, então
fui enviado para te pôr à prova. Mas Deus enviou-me também para te curar, a ti
e a Sara, tua nora. Eu sou Rafael, um dos sete Anjos que estão ao serviço de
Deus, na presença da glória do Senhor. E agora, bendizei o Senhor sobre a terra
e louvai a Deus. Eu vou subir para junto d’Aquele que me enviou».
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Tob 13, 2.6.7.8 (R. 2a)
Refrão: Bendito seja Deus, que vive
eternamente. Repete-se
Bendito seja Deus, que vive eternamente:
o seu reino permanece por todos os séculos.
Nas suas mãos está o castigo e o perdão,
a vida e a morte,
nada e ninguém escapa ao seu poder. Refrão
Se vos converterdes a Ele de todo o coração
e praticardes a verdade na sua presença,
Ele voltar-Se-á para vós
e não mais vos esconderá a sua face. Refrão
Considerai
o que Ele fez por vós
e proclamai bem alto a vossa gratidão.
Bendizei o Senhor da justiça
e glorificai o Rei dos séculos. Refrão
Na terra do meu exílio louvarei o Senhor,
anunciarei o seu poder e a sua grandeza
a um povo de pecadores.
Voltai-vos para Ele, pecadores,
e praticai a justiça na sua presença.
talvez vos mostre a sua benevolência
e use de misericórdia para convosco. Refrão
ALELUIA Mt 5, 3
Refrão: Aleluia Repete-se
Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus. Refrão
EVANGELHO Mc 12, 38-44
«Esta pobre viúva deu mais do que todos os outros»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus ensinava a multidão,
dizendo: «Acautelai-vos dos escribas, que gostam de exibir longas vestes, de
receber cumprimentos nas praças, de ocupar os primeiros assentos nas sinagogas
e os primeiros lugares nos banquetes. Devoram as casas das viúvas com pretexto
de fazerem longas rezas. Estes receberão uma sentença mais severa». Jesus
sentou-Se em frente da arca do tesouro a observar como a multidão deitava o
dinheiro na caixa. Muitos ricos deitavam quantias avultadas. Veio uma pobre
viúva e deitou duas pequenas moedas, isto é, um quadrante. Jesus chamou os
discípulos e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Esta pobre viúva deitou na caixa
mais do que todos os outros. Eles deitaram do que lhes sobrava, mas ela, na sua
pobreza, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, com
a vossa bênção estes dons e acendei em nós o fogo do vosso amor que fortaleceu
São Bonifácio para vencer os
tormentos do martírio. Por Nosso Senhor.
Ou:
Aceitai, Senhor os dons
que Vos apresentamos, ao celebrar a memória do vosso mártir São Bonifácio e
fazei que vos sejam agradáveis como foi precioso a vossos olhos o sangue do seu
martírio. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO (Mt
16,24)
Quem quiser seguir-Me,
diz o Senhor, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
A comunhão nos santos mistérios
nos dê, Senhor, a fortaleza de alma
que tornou o vosso mártir São Bonifácio fiel no vosso serviço e vitorioso no
martírio. Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS: Tob 12, 1.5-15.20
:O Anjo Rafael, cujo nome significa
«remédio de Deus», revela o sentido de tudo o que acaba de acontecer. A oração
e as boas obras de Tobit subiram à presença de Deus, como sacrifício agradável
a seus olhos. E Deus enviou-lhes o seu mensageiro para os salvar. E tudo
termina, de novo, em ambiente de oração de louvor e acção de graças.
Mc 12, 38-44: Jesus
põe em contraste as atitudes ostensivas dos escribas e a simplicidade sincera
dos humildes, onde não há lugar para vaidades. O que dá sentido às nossas
atitudes, particularmente em relação à vida religiosa, é a atitude interior do
coração. Os homens não a podem observar, nem a saberiam julgar, mas Deus vê no
fundo do coração do homem!
AGENDA DO DIA:
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão.
A VOZ DO
PASTOR:
NÃO ADORES NUNCA NINGUÉM MAIS...
Celebramos “o mistério central da
fé e da vida cristã”, o mistério da Santíssima Trindade! Porque é um mistério,
por mais que nele penetremos, permanecerá sempre mistério. O mistério, porém,
não é uma parede contra a qual esbarremos. É antes, um mar saudável onde
mergulhamos, explorando, com serenidade contemplativa, a sua beleza
inesgotável, a sua profundidade sem pé. A Trindade experimenta-se, vive-se,
reza-se, ama-se.
Com os judeus e os muçulmanos,
nós, cristãos, proclamamos que o nosso Deus é o único e verdadeiro Deus, não há
outro. Mas este Deus verdadeiro e único, na sua condescendência e pedagogia sem
igual, enviou o seu Filho ao mundo, Jesus Cristo, Deus amor total no centro da
história. Jesus falou-nos de Deus Pai, origem e causa do amor. Enviou-nos o
Espírito Santo, Espírito de vida e comunhão. É, pois, através da vida e dos
ensinamentos de Jesus, que nós, cristãos, tivemos conhecimento, tanto quanto
nos é possível entender, do mistério da Santíssima Trindade. Basta recordar a
Anunciação, o Batismo de Jesus, a Transfiguração e tantas outras palavras,
atitudes e promessas de Jesus, bem como o mandato que Ele nos deu de ir por
todo o mundo a anunciar e a batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo. Nós, cristãos, professamos, pois, a nossa fé em Deus Pai, eterno e
omnipotente, mas que, com o seu Filho Unigénito e o Espírito Santo, são um só
Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só
natureza. Mesmo que esta afirmação nos faça parar e olhar para trás para reler
e tentar saber como isso jogará - um só Deus, um só Senhor, não na unidade de
uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza -, mesmo que isso aconteça,
é-nos revelado que Deus é relação, é comunidade, é família. Não uma família ou
comunidade cujos membros vivam de costas voltadas uns para os outros, isolados,
amuados, ciumentos, ingratos, desinteressados, indiferentes, só valentes em
gritarias e violência. Mas uma família comunidade de vida e de amor, com tudo o
que isso implica de pura relação.
Fomos criados à imagem e
semelhança deste Deus que é único e família. Por isso, também cada um de nós é
único, todos iguais mas todos diferentes, ninguém pode ser em vez do outro, o
outro não pode ser em vez de mim, cada um é cada qual, é ele mesmo, único. Ao
mesmo tempo, porém, porque criados à imagem deste Deus único, mas comunidade de
pessoas, também somos seres sociais, só nos realizamos em comunidade, em
relação com os outros. Mais: mesmo que Deus não tenha definição possível, São
João Evangelista indicou-nos uma maneira de penetrarmos no seu mistério, de
falar d’Ele e sobre Ele, dizendo-nos que “Deus é amor”. O amor, porém, afirmou
Bento XVI, “é sempre um mistério, uma realidade que supera a razão sem a
contradizer, antes exalta as suas potencialidades”. Ora, se fomos criados à
imagem deste Deus único e social que é Amor, fomos criados por amor e só nos
realizaremos amando. São João, ao dizer que Deus é amor, acrescenta uma espécie
de recado para nós: “amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus. Quem
não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor” (Jo 4,8). Essa é a novidade
cristã: o amor é a experiência original e originante de toda a vida deveras
vivida: “quem não ama permanece na morte” (1Jo 3,14).
Na experiência do amor há sempre
qualquer coisa de uno e trino. Há sempre qualquer coisa de unidade e de
alteridade, tão exigente para a comunidade como para o indivíduo. Há um EU que
ama, há um TU que é amado, há o AMOR que une esse eu e esse tu, dando origem ao
nós. É assim connosco, em nós e entre nós. Apesar de diferentes, somos com os
outros, para os outros e a partir dos outros. Os outros não são o inferno,
contrariando Sartre. Não são o inferno para nós e nós não podemos ser o inferno
para os outros. Se o amor é verdadeiro, se as pessoas se amam verdadeiramente,
cada uma acolhe e reconhece a outra como outra, como dom, não se diluem, não se
assimilam, não se invadem, mantêm a sua alteridade pessoal, são um valor em si
mesmas, nenhuma pode ser usada ou sacrificada por qualquer interesse seja ele
qual for. Há respeito mútuo, corresponsabilidade, participação, diálogo,
atenção constante ao bem do outro. Em Deus único, há três pessoas que não se
diluem, nem se assimilam, mantêm a sua alteridade e missão distinta, em
liberdade comum e criatividade amorosa, num dinamismo constante de mútuo dar-se
e receber-se. É na experiência do outro e, sobretudo, na experiência do amor ao
outro que está muito daquilo que confessamos em Deus Trindade. Esta analogia
trinitária do amor não pretende esgotar nem será, por certo, a única
possibilidade da experiência do amor. Ela permanece aberta a que sempre se
possa dizer muito mais, mas ajuda-nos a entrar nos dinamismos do amor da
Santíssima Trindade. Há o Pai, aquele que ama. Há o Filho, aquele que é amado.
Há o Espírito Santo, o amor que tudo unifica, renova e transforma.
Acreditar, celebrar, falar,
refletir, rezar e contemplar a Santíssima Trindade deveria levar a pessoa, a
Igreja, a família, a sociedade e os diversos setores da atividade humana, não
só a pastoral, mas também a economia, a cultura, a vida social, etc., a tirarem
conclusões para a sua maneira de ser, estar e agir. Não que a Santíssima
Trindade seja uma espécie de guião pastoral, político, económico ou cultural.
Não para esperar que ela dite soluções ou dispense alguém do que deve fazer.
Mas para que se busque a sua inspiração e a experiência do outro seja, para
todos, tudo o que idealmente pode ser, dentro dos dinamismos do amor.
A Igreja tem a sua origem fundamental no mistério da
Trindade e existe para a realização do desígnio de Deus na história: o Deus
amor que criou o universo e gerou um povo, o Deus que se fez homem, morreu e
ressuscitou por todos nós, o Deus que, pelo seu Espírito, tudo transforma e
leva à plenitude, o Deus Criador, Salvador e Santificador. Ela nasceu do
coração de Deus Pai, foi prefigurada desde toda a eternidade, foi preparada ao
longo de todo o Velho Testamento, foi instituída por Cristo, foi manifestada
pelo Espírito Santo, há de ser consumada no fim dos tempos, na glória (cf.LG2).
Se ela é obra do Pai e do Filho e do Espírito Santo, se a vida que existe em
Deus, no seio da Trindade, é o Amor, a Igreja não tem outra missão senão a de
reproduzir no mundo a vida que existe no seio da Trindade, Ela é extensão da
Trindade no tempo. Por isso, a Igreja será tanto mais fiel a si mesma, quanto
mais for, no tempo, agente fomentador do amor, isto é, da proximidade, da
cultura do diálogo, da corresponsabilidade, da participação, da delicadeza, do
perdão, do compromisso, da justiça, da verdade, da alegria, da paz, do
entendimento. Mas esta Igreja não são os outros, melhor, também são os outros,
mas esta Igreja é cada um de nós. Por isso, cada um de nós será tanto mais fiel
a Deus e à Igreja, quanto mais for, individual e coletivamente, fomentador
dessa mesma cultura no mundo em que vive.
De igual modo a família. Também
ela é ícone da Trindade, devendo deixar-se inspirar na sua maneira de ser,
estar, agir, viver e conviver. E que bom seria se toda a sociedade humana
descobrisse que é na Trindade que também se encontra a sua origem e o seu
modelo social! Haveria mais amor, amor desinteressado, de uns para com os
outros, lutar-se-ia mais abnegadamente pela justiça, inverter-se-iam tantos
procedimentos e estruturas em favor dos mais desfavorecidos, fomentar-se-ia a
reciprocidade entre todos, sempre em testemunho alegre mesmo que por entre
adversidades e perseguições.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 28-05-2021.
Sem comentários:
Enviar um comentário