PARÓQUIAS
DE NISA
Domingo,
06 de junho de 2021
LITURGIA
DOMINGO X DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana II do Saltério).
Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Gen 3, 9-15; Sal 129 (130), 1-2. 3-4ab. 4c-6. 7-8
L2 2 Cor 4, 13 – 5, 1
Ev Mc 3, 20-35
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Na Congregação dos Irmãos Maristas – S. Marcelino Champagnat, presbítero e
Fundador – SOLENIDADE
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – SOLENIDADE
* Em Portugal – II Vésperas do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 26, 1-2
O Senhor é minha luz e salvação:
a quem temerei?
O Senhor é protetor da minha vida:
de quem hei de ter medo?
ORAÇÃO COLECTA
Deus, fonte de todo o bem,
ensinai-nos com a vossa inspiração a pensar o que é recto
e ajudai-nos com a vossa providência a pô-lo em prática.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Gen 3, 9-15
«Estabelecerei inimizade entre a tua descendência e a descendência dela»
Leitura do Livro
do Génesis
Depois de Adão ter comido da árvore, o Senhor Deus chamou-o e disse-lhe: «Onde
estás?». Ele respondeu: «Ouvi o rumor dos vossos passos no jardim e, como
estava nu, tive medo e escondi-me». Disse Deus: «Quem te deu a conhecer que
estavas nu? Terias tu comido dessa árvore, da qual te proibira comer?». Adão
respondeu: «A mulher que me destes por companheira deu-me do fruto da árvore e
eu comi». O Senhor Deus perguntou à mulher: «Que fizeste?». E a mulher
respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi». Disse então o Senhor Deus à
serpente: «Por teres feito semelhante coisa, maldita sejas entre todos os
animais domésticos e todos os animais selvagens. Hás de rastejar e comer do pó
da terra todos os dias da tua vida. Estabelecerei inimizade entre ti e a
mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta há de atingir-te
na cabeça e tu a atingirás no calcanhar».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 129 (130), 1-2.3-4ab.4c-6.7-8 (R. 7)
Refrão: No Senhor está a misericórdia e abundante redenção. Repete-se
Ou: No Senhor está a misericórdia, no Senhor está a plenitude da redenção.
Repete-se
Do profundo abismo chamo por Vós, Senhor,
Senhor, escutai a minha voz.
Estejam os vossos ouvidos atentos
à voz da minha súplica. Refrão
Se tiverdes em conta os nossos pecados,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão
para Vos servirmos com reverência. Refrão
Eu confio no Senhor,
a minha alma confia na sua palavra.
A minha alma espera pelo Senhor
mais do que as sentinelas pela aurora. Refrão
Porque no Senhor está a misericórdia
e com Ele abundante redenção.
Ele há-de libertar Israel
de todas as suas faltas. Refrão
LEITURA II 2 Cor 4, 13 – 5, 1
«Acreditamos; por isso falamos» .
Leitura da
Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Diz a Escritura: «Acreditei; por isso falei». Com este mesmo espírito
de fé, também nós acreditamos, e por isso falamos, sabendo que Aquele que
ressuscitou o Senhor Jesus também nos há de ressuscitar com Jesus e nos levará
convosco para junto d’Ele. Tudo isto é por vossa causa, para que uma graça mais
abundante multiplique as acções de graças de um maior número de cristãos para
glória de Deus. Por isso, não desanimamos. Ainda que em nós o homem exterior se
vá arruinando, o homem interior vai-se renovando de dia para dia. Porque a
ligeira aflição dum momento prepara-nos, para além de toda e qualquer medida,
um peso eterno de glória. Não olhamos para as coisas visíveis, olhamos para as
invisíveis: as coisas visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são
eternas. Bem sabemos que, se esta tenda, que é a nossa morada terrestre, for
desfeita, recebemos nos Céus uma habitação eterna, que é obra de Deus e não é
feita pela mão dos homens.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Jo 12, 31b-32
Refrão: Aleluia. Repete-se
Chegou a hora em que vai ser expulso
o príncipe deste mundo, diz o Senhor;
e quando Eu for levantado da terra,
atrairei todos a Mim. Refrão
EVANGELHO Mc 3, 20-35
«Satanás está perdido»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus chegou a casa com os seus discípulos. E de novo acorreu
tanta gente, que eles nem sequer podiam comer. Ao saberem disto, os parentes de
Jesus puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «Está fora de Si». Os
escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: «Está possesso de Belzebu», e
ainda: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Mas Jesus
chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar
Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode
aguentar-se. E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não pode
durar. Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode
subsistir: está perdido. Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e
roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa. Em
verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e
blasfémias que tiverem proferido; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo
nunca terá perdão: será réu de pecado para sempre». Referia-Se aos que diziam:
«Está possesso dum espírito impuro». Entretanto, chegaram sua Mãe e seus
irmãos, que, ficando fora, O mandaram chamar. A multidão estava sentada em
volta d’Ele, quando Lhe disseram: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua
procura». Mas Jesus respondeu-lhes: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?». E,
olhando para aqueles que estavam à sua volta, disse: «Eis minha Mãe e meus
irmãos. Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai com bondade, Senhor,
para os dons que apresentamos ao vosso altar
e fazei que esta oblação Vos seja agradável
e aumente em nós a caridade.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 17, 3
Sois o meu protetor e o meu refúgio, Senhor;
sois o meu libertador; meu Deus, em Vós confio.
Ou 1 Jo 4, 16
Deus é amor.
Quem permanece no amor permanece em Deus
e Deus permanece nele.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Senhor,
que a acção santificadora deste sacramento
nos liberte das más inclinações
e nos conduza a uma vida santa.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS: Gen 3, 9-15 : Perdida
a amizade divina, pelo pecado, o homem e a mulher encontram-se reduzidos à sua condição
de seres limitados e veem crescer em si o orgulho e a fuga à responsabilidade. O
homem acusa a mulher. Esta desculpa-se com a serpente. Apesar disso, o Senhor
promete o triunfo final do bem que há de vencer a injustiça, o egoísmo. Jesus
Cristo realizará a salvação de cada homem, e de toda a humanidade.
2 Cor 4, 13 – 5, 1: Os
sofrimentos do dia a dia não preocupam o Apóstolo S. Paulo. Nem tão pouco o
atormenta a condição de ser mortal, pois deposita toda a sua esperança no
Senhor que lhe concederá uma morada eterna. Por isso, nos recomenda uma atenção
especial para os bens do espírito, para aquilo que não se vê, mas é duradoiro.
Mc 3, 20-35: Jesus é objeto
de toda a espécie de calúnias. Os escribas vão ao ponto de O acusarem de
pactuar com Belzebu o príncipe dos demónios. Nem por isso Jesus deixou de levar
por diante a missão que o Pai lhe confiara – a implantação do Reino de Deus
entre os homens. Muitos irmãos nossos lutam hoje contra o mal: contra o
racismo, as torturas, as injustiças e a privação de liberdade. E também estes
são acusados de estabelecerem a anarquia entre os homens. Colocamos nós a
vontade de Deus acima de tudo?
AGENDA DO DIA:
09.00 horas: Funeral em
Amieira do Tejo
09.30 horas: Missa em
Amieira
10.45 horas: Missa em
Tolosa
10.00 horas: Missa em
Arez
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão.
12.00 horas: Missa em
Gáfete
15.30 horas: Missa no
Arneiro
17.30 horas: Funeral em
Tolosa.
A VOZ DO
PASTOR:
NÃO ADORES NUNCA NINGUÉM MAIS...
Celebramos “o mistério central da
fé e da vida cristã”, o mistério da Santíssima Trindade! Porque é um mistério,
por mais que nele penetremos, permanecerá sempre mistério. O mistério, porém,
não é uma parede contra a qual esbarremos. É antes, um mar saudável onde
mergulhamos, explorando, com serenidade contemplativa, a sua beleza
inesgotável, a sua profundidade sem pé. A Trindade experimenta-se, vive-se,
reza-se, ama-se.
Com os judeus e os muçulmanos,
nós, cristãos, proclamamos que o nosso Deus é o único e verdadeiro Deus, não há
outro. Mas este Deus verdadeiro e único, na sua condescendência e pedagogia sem
igual, enviou o seu Filho ao mundo, Jesus Cristo, Deus amor total no centro da
história. Jesus falou-nos de Deus Pai, origem e causa do amor. Enviou-nos o
Espírito Santo, Espírito de vida e comunhão. É, pois, através da vida e dos
ensinamentos de Jesus, que nós, cristãos, tivemos conhecimento, tanto quanto
nos é possível entender, do mistério da Santíssima Trindade. Basta recordar a
Anunciação, o Batismo de Jesus, a Transfiguração e tantas outras palavras,
atitudes e promessas de Jesus, bem como o mandato que Ele nos deu de ir por
todo o mundo a anunciar e a batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo. Nós, cristãos, professamos, pois, a nossa fé em Deus Pai, eterno e
omnipotente, mas que, com o seu Filho Unigénito e o Espírito Santo, são um só
Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só
natureza. Mesmo que esta afirmação nos faça parar e olhar para trás para reler
e tentar saber como isso jogará - um só Deus, um só Senhor, não na unidade de
uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza -, mesmo que isso aconteça,
é-nos revelado que Deus é relação, é comunidade, é família. Não uma família ou
comunidade cujos membros vivam de costas voltadas uns para os outros, isolados,
amuados, ciumentos, ingratos, desinteressados, indiferentes, só valentes em
gritarias e violência. Mas uma família comunidade de vida e de amor, com tudo o
que isso implica de pura relação.
Fomos criados à imagem e
semelhança deste Deus que é único e família. Por isso, também cada um de nós é
único, todos iguais mas todos diferentes, ninguém pode ser em vez do outro, o
outro não pode ser em vez de mim, cada um é cada qual, é ele mesmo, único. Ao
mesmo tempo, porém, porque criados à imagem deste Deus único, mas comunidade de
pessoas, também somos seres sociais, só nos realizamos em comunidade, em
relação com os outros. Mais: mesmo que Deus não tenha definição possível, São
João Evangelista indicou-nos uma maneira de penetrarmos no seu mistério, de
falar d’Ele e sobre Ele, dizendo-nos que “Deus é amor”. O amor, porém, afirmou
Bento XVI, “é sempre um mistério, uma realidade que supera a razão sem a
contradizer, antes exalta as suas potencialidades”. Ora, se fomos criados à
imagem deste Deus único e social que é Amor, fomos criados por amor e só nos
realizaremos amando. São João, ao dizer que Deus é amor, acrescenta uma espécie
de recado para nós: “amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus. Quem
não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor” (Jo 4,8). Essa é a novidade
cristã: o amor é a experiência original e originante de toda a vida deveras
vivida: “quem não ama permanece na morte” (1Jo 3,14).
Na experiência do amor há sempre
qualquer coisa de uno e trino. Há sempre qualquer coisa de unidade e de
alteridade, tão exigente para a comunidade como para o indivíduo. Há um EU que
ama, há um TU que é amado, há o AMOR que une esse eu e esse tu, dando origem ao
nós. É assim connosco, em nós e entre nós. Apesar de diferentes, somos com os
outros, para os outros e a partir dos outros. Os outros não são o inferno,
contrariando Sartre. Não são o inferno para nós e nós não podemos ser o inferno
para os outros. Se o amor é verdadeiro, se as pessoas se amam verdadeiramente,
cada uma acolhe e reconhece a outra como outra, como dom, não se diluem, não se
assimilam, não se invadem, mantêm a sua alteridade pessoal, são um valor em si
mesmas, nenhuma pode ser usada ou sacrificada por qualquer interesse seja ele
qual for. Há respeito mútuo, corresponsabilidade, participação, diálogo,
atenção constante ao bem do outro. Em Deus único, há três pessoas que não se
diluem, nem se assimilam, mantêm a sua alteridade e missão distinta, em
liberdade comum e criatividade amorosa, num dinamismo constante de mútuo dar-se
e receber-se. É na experiência do outro e, sobretudo, na experiência do amor ao
outro que está muito daquilo que confessamos em Deus Trindade. Esta analogia
trinitária do amor não pretende esgotar nem será, por certo, a única
possibilidade da experiência do amor. Ela permanece aberta a que sempre se
possa dizer muito mais, mas ajuda-nos a entrar nos dinamismos do amor da
Santíssima Trindade. Há o Pai, aquele que ama. Há o Filho, aquele que é amado.
Há o Espírito Santo, o amor que tudo unifica, renova e transforma.
Acreditar, celebrar, falar,
refletir, rezar e contemplar a Santíssima Trindade deveria levar a pessoa, a
Igreja, a família, a sociedade e os diversos setores da atividade humana, não só
a pastoral, mas também a economia, a cultura, a vida social, etc., a tirarem
conclusões para a sua maneira de ser, estar e agir. Não que a Santíssima
Trindade seja uma espécie de guião pastoral, político, económico ou cultural.
Não para esperar que ela dite soluções ou dispense alguém do que deve fazer.
Mas para que se busque a sua inspiração e a experiência do outro seja, para
todos, tudo o que idealmente pode ser, dentro dos dinamismos do amor.
A Igreja tem a sua origem fundamental no mistério da
Trindade e existe para a realização do desígnio de Deus na história: o Deus
amor que criou o universo e gerou um povo, o Deus que se fez homem, morreu e
ressuscitou por todos nós, o Deus que, pelo seu Espírito, tudo transforma e
leva à plenitude, o Deus Criador, Salvador e Santificador. Ela nasceu do
coração de Deus Pai, foi prefigurada desde toda a eternidade, foi preparada ao
longo de todo o Velho Testamento, foi instituída por Cristo, foi manifestada
pelo Espírito Santo, há de ser consumada no fim dos tempos, na glória (cf.LG2).
Se ela é obra do Pai e do Filho e do Espírito Santo, se a vida que existe em
Deus, no seio da Trindade, é o Amor, a Igreja não tem outra missão senão a de
reproduzir no mundo a vida que existe no seio da Trindade, Ela é extensão da Trindade
no tempo. Por isso, a Igreja será tanto mais fiel a si mesma, quanto mais for,
no tempo, agente fomentador do amor, isto é, da proximidade, da cultura do
diálogo, da corresponsabilidade, da participação, da delicadeza, do perdão, do
compromisso, da justiça, da verdade, da alegria, da paz, do entendimento. Mas
esta Igreja não são os outros, melhor, também são os outros, mas esta Igreja é
cada um de nós. Por isso, cada um de nós será tanto mais fiel a Deus e à
Igreja, quanto mais for, individual e coletivamente, fomentador dessa mesma
cultura no mundo em que vive.
De igual modo a família. Também
ela é ícone da Trindade, devendo deixar-se inspirar na sua maneira de ser,
estar, agir, viver e conviver. E que bom seria se toda a sociedade humana
descobrisse que é na Trindade que também se encontra a sua origem e o seu
modelo social! Haveria mais amor, amor desinteressado, de uns para com os
outros, lutar-se-ia mais abnegadamente pela justiça, inverter-se-iam tantos
procedimentos e estruturas em favor dos mais desfavorecidos, fomentar-se-ia a
reciprocidade entre todos, sempre em testemunho alegre mesmo que por entre
adversidades e perseguições.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 28-05-2021.
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