PARÓQUIAS
DE NISA
Quarta-feira,
23 de junho de 2021
Quata
da XII semana do tempo comum
LITURGIA
Quarta-feira da semana XII
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Gen 15, 1-12. 17-18; Sal 104 (105), 1-2. 3-4. 6-7. 8-9
Ev Mt 7, 15-20
* Na Congregação Salesiana e no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – S.
José Cafasso, presbítero – MO
* No Instituto Missionário da Consolata – S. José Cafasso, presbítero,
Padroeiro secundário do Instituto – MO
L 1 Jer 1, 4-10; Sal 70, 1-2. 3-4a. 5-6ab. 15ab e 17
L2 1 Pedro 1, 8-12
Ev Lc 1, 5-17
* I Vésp. do Nascimento de S. João Batista – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 27, 8-9
O Senhor é a força do seu povo,
o baluarte salvador do seu Ungido.
Salvai o vosso povo, Senhor, abençoai a vossa herança,
sede o seu pastor e guia através dos tempos.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, fazei-nos viver a cada instante
no temor e no amor do vosso Santo nome,
porque nunca a vossa providência abandona
aqueles que formais solidamente no vosso amor.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Gen 15, 1-12.17-18
«Abrão acreditou no Senhor,
o que lhe foi atribuído como justiça»
«e o Senhor estabeleceu uma aliança com ele»
Leitura do Livro do Génesis
Naqueles dias, foi dirigida a Abrão a palavra do Senhor numa visão: «Não temas,
Abrão: Eu sou o teu escudo; será grande a tua recompensa». Abrão respondeu:
«Senhor, meu Deus, que me dareis? Vou partir desta vida sem descendência e o
herdeiro da minha casa é Eliezer de Damasco». E continuou: «Vós não me destes
descendência e um servo nascido na minha casa é que será o meu herdeiro». Então
a palavra do Senhor foi-lhe dirigida nestes termos: «Não é ele que será o teu
herdeiro; o teu herdeiro vai ser alguém nascido do teu sangue». Deus levou
Abrão para fora de casa e disse-lhe: «Olha para o céu e conta as estrelas, se
as puderes contar». E acrescentou: «Assim será a tua descendência». Abrão
acreditou no Senhor, o que lhe foi atribuído como justiça. Disse-lhe Deus: «Eu
sou o Senhor que te mandou sair de Ur dos caldeus, para te dar a posse desta
terra». Abrão perguntou: «Senhor, meu Deus, como saberei que a vou possuir?» O
Senhor respondeu-lhe: «Toma uma vitela de três anos, uma cabra de três anos e
um carneiro de três anos, uma rola e um pombinho». Abrão foi buscar todos esses
animais, cortou-os ao meio e pôs cada metade em frente da outra metade; mas não
cortou as aves. Os abutres desceram sobre os cadáveres, mas Abrão pô-los em fuga.
Ao pôr do sol, apoderou-se de Abrão um sono profundo, enquanto o assaltava um
grande e escuro terror. Quando o sol desapareceu e caíram as trevas, um brasido
fumegante e um archote de fogo passaram entre os animais cortados. Nesse dia, o
Senhor estabeleceu com Abrão uma aliança, dizendo: «Darei esta terra aos teus
descendentes, desde o rio do Egipto até ao grande rio Eufrates».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 104 (105), 1-2.3-4.6-7.8-9 (R. 8a)
Refrão: O Senhor recorda a sua aliança para sempre. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Aclamai o nome do Senhor,
anunciai entre os povos as suas obras.
Cantai-Lhe salmos e hinos,
proclamai todas as suas maravilhas. Refrão
Gloriai-vos no seu santo nome,
exulte o coração dos que procuram o Senhor.
Considerai o Senhor e o seu poder,
procurai sempre a sua face. Refrão
Descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito,
O Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a terra. Refrão
Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac. Refrão
ALELUIA Jo 15, 4a.5b
Refrão: Aleluia Repete-se
Permanecei em Mim e Eu em vós, diz o Senhor:
quem permanece em Mim dá muito fruto. Refrão
EVANGELHO Mt 7, 15-20
«Pelos frutos os conhecereis»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos dos falsos
profetas, que andam vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes.
Pelos frutos os conhecereis. Poderão colher-se uvas dos espinheiros ou figos
dos cardos? Assim, toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus
frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons
frutos. Toda a árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
Portanto, pelos frutos os conhecereis».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Por este sacrifício de reconciliação e de louvor,
purificai, Senhor, os nossos corações,
para que se tornem uma oblação agradável a vossos olhos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 144, 15
Os olhos de todos esperam em Vós, Senhor,
e a seu tempo lhes dais o alimento.
Ou Jo 10, 11.15
Eu sou o Bom Pastor
e dou a vida pelas minhas ovelhas, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos renovastes
pela comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo,
fazei que a participação nestes mistérios
nos alcance a plenitude da redenção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
NASCIMENTO DE S. JOÃO BATISTA
SOLENIDADE
23Quarta-feira à tarde
Branco.
Missa própria da vigília, Glória, Credo, pf. próprio.
NASCIMENTO
DE S. JOÃO BAPTISTA
Nota
Histórica
João Baptista é o único santo, com a
Virgem Maria, de quem a Liturgia celebra o nascimento para a terra. Isso
deve-se certamente, à missão única, que, na História da Salvação, foi confiada
a este homem, santificado, no seio de sua mãe, pela presença do Salvador, que
mais tarde, dele fará um belo elogio (Lc. 7, 28).
Anel de ligação entre a Antiga e a Nova Aliança, João foi acima de tudo, o
enviado de Deus, uma testemunha fiel da Luz, aquele que anunciou Cristo e o
apresentou ao mundo. Profeta por excelência, a ponto de não ser senão uma «Voz»
de Deus, ele é o Precursor imediato de Cristo: vai à Sua frente, apontando, com
a sua palavra e com o exemplo da sua vida, as condições necessários para se
conseguir a Salvação.
A Solenidade do Precursor é um convite para que conheçamos a Cristo, Sol que
nos vem visitar na Eucaristia, e dêmos testemunho d’Ele, com o ardor, o
desinteresse e a generosidade de João Baptista.
MISSA
Missa
da Vigília
Esta Missa
diz-se na tarde do dia 23 de Junho, antes ou depois das Vésperas I da
solenidade.
ANTÍFONA DE ENTRADA Lc 1 , 15.14
Será grande aos olhos do Senhor
e cheio do Espírito Santo desde o seio materno.
Muitos se hão-de alegrar pelo seu nascimento.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Conduzi, Senhor, a vossa família pelo caminho da salvação,
para que, fiel aos ensinamentos do Precursor, São João Baptista,
possa ir confiadamente ao encontro de Cristo, por ele anunciado.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Jer 1, 4-10
«Antes de te formar no seio materno, Eu te escolhi»
Leitura do Livro de Jeremias
No tempo de Josias, rei de Judá,
o Senhor dirigiu-me a palavra, dizendo:
«Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi;
antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei
e te constituí profeta entre as nações».
Então eu disse:
«Ah, Senhor Deus, mas eu não sei falar,
porque sou uma criança».
O Senhor respondeu-me:
«Não digas: ‘Sou uma criança’,
porque irás ao encontro daqueles a quem Eu te enviar
e dirás tudo quanto Eu te mandar dizer.
Não tenhas receio diante deles,
porque Eu estou contigo, para te salvar __ diz o Senhor».
Depois o Senhor estendeu a mão,
tocou-me na boca e disse-me:
«Eu ponho as minhas palavras na tua boca.
Hoje dou-te poder sobre os povos e os reinos,
para arrancar e destruir,
para arruinar e demolir,
para edificar e plantar».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 70 (71), 1-2.3-4a.5-6ab.15ab e 17 (R. cf. 6b)
Refrão: Desde o meu nascimento, sois a minha esperança.
Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela vossa justiça, defendei-me e salvai-me,
prestai ouvidos e libertai-me.
Sede para mim um refúgio seguro,
a fortaleza da minha salvação.
Vós sois a minha defesa e o meu refúgio,
meu Deus, salvai-me do pecador.
Sois Vós, Senhor, a minha esperança,
a minha confiança desde a juventude.
Desde o nascimento Vós me sustentais,
desde o seio materno sois o meu protetor.
A minha boca proclamará a vossa justiça,
dia após dia a vossa infinita salvação.
Desde a juventude Vós me ensinais
e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.
LEITURA II 1 Pedro 1, 8-12
«Esta salvação foi objeto das investigações e meditações dos Profetas»
Leitura da Primeira Epístola de São Pedro
Caríssimos:
Vós amais Cristo Jesus sem O terdes visto,
acreditais n’Ele sem O verdes ainda.
Isto é para vós fonte de uma alegria inefável e gloriosa,
porque conseguis o fim da vossa fé:
a salvação das vossas almas.
Esta salvação foi objecto das investigações
e meditações dos Profetas
que predisseram a graça a vós destinada.
Procuraram descobrir
a que tempos e circunstâncias se referia o Espírito de Cristo
que estava neles,
quando predizia os sofrimentos de Cristo
e as glórias que se lhes haviam de seguir.
Foi-lhes revelado que não era para eles, mas para vós,
que no seu ministério transmitiam essa mensagem.
É essa mensagem que agora vos anunciam
aqueles que, movidos pelo Espírito Santo enviado do Céu,
vos pregam o Evangelho,
a qual os próprios Anjos desejam contemplar.
Palavra do Senhor.
ALELUIA cf. Jo 1, 7; Lc 1, 17
Refrão: Aleluia. Repete-se
Ele veio para dar testemunho da luz
e preparar o povo para a vinda do Senhor. Refrão
EVANGELHO Lc 1, 5-17
«Dar-te-á um filho, ao qual porás o nome de João»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Nos dias de Herodes, rei da Judeia,
vivia um sacerdote chamado Zacarias,
da classe de Abias,
cuja esposa era descendente de Aarão e se chamava Isabel.
Eram ambos justos aos olhos de Deus
e cumpriam irrepreensivelmente
todos os mandamentos e leis do Senhor.
Não tinham filhos, porque Isabel era estéril
e os dois eram de idade avançada.
Quando Zacarias exercia as funções sacerdotais diante de Deus,
no turno da sua classe,
coube-lhe em sorte, segundo o costume sacerdotal,
entrar no Santuário do Senhor para oferecer o incenso.
Toda a assembleia do povo, durante a oblação do incenso,
estava cá fora em oração.
Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor,
de pé, à direita do altar do incenso.
Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e encheu-se de temor.
Mas o Anjo disse-lhe:
«Não temas, Zacarias,
porque a tua súplica foi atendida.
Isabel, tua esposa, dar-te-á um filho,
ao qual porás o nome de João.
Será para ti motivo de grande alegria
e muitos hão-de alegrar-se com o seu nascimento,
porque será grande aos olhos do Senhor.
Não beberá vinho nem bebida alcoólica;
será cheio do Espírito Santo desde o seio materno
e reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.
Irá à frente do Senhor, com o espírito e o poder de Elias,
para fazer voltar os corações dos pais a seus filhos
e os rebeldes à sabedoria dos justos,
a fim de preparar um povo para o Senhor».
Palavra da salvação.
Diz-se o Credo.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai com bondade, Senhor,
para as ofertas que o vosso povo Vos apresenta
na solenidade de São João Baptista
e fazei que a nossa vida dê testemunho
dos santos mistérios que celebramos.
Por Nosso Senhor.
Prefácio próprio, como na Missa seguinte: p. 873
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 1, 16
Bendito o Senhor, Deus de Israel,
que visitou e redimiu o seu povo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor,
que nos alimentastes neste banquete sagrado,
fazei que a poderosa intercessão de São João Baptista,
que anunciou o Cordeiro que vinha tirar o pecado do mundo,
nos alcance do vosso Filho o perdão e a paz.
Por Nosso Senhor
.
Esta Missa pode utilizar-se também como
votiva.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Gen
15, 1-12.17-18: Abraão é chamado “pai
da nossa fé”, porque acreditou na palavra de Deus, desde o princípio, antes de
a ter visto realizada. Foi esta fé que o tornou justo aos olhos de Deus, antes
mesmo de ter praticado as obras da fé. É Deus quem justifica, como é Deus que
tem a iniciativa da Aliança com os homens, como já a teve na Aliança que fez
com Abraão.
Mt
7, 15-20: Os falsos Profetas são os doutores da mentira, que seduzem o povo com
falsas aparências de piedade, enquanto, no íntimo, buscam os seus interesses.
Este íntimo há-de revelar-se mais nas obras do que nas palavras. A comparação
da árvore e dos seus frutos é fácil de compreender, e cheia de sabedoria
nascida da experiência. A doutrina de Jesus Cristo é princípio de vida, se é
perfeitamente acreditada e perfeitamente vivida. Jesus é o Verbo de Deus, a
Palavra por quem tudo foi feito; as suas palavras são também agora em nós
criadoras e fonte de vida.
AGENDA DO DIA:
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em Tolosa
A VOZ DO
PASTOR:
UMA FAMÍLIA DE SE LHE TIRAR O CHAPÉU!...
Todos apreciamos as
pessoas que se dedicam de alma e coração a causas nobres, sobretudo em
voluntariado alegre e feliz. Uns, sempre disponíveis, conseguem fazê-lo em
acumulação com as suas ocupações diárias. Outros, com pena sua, só o poderão
fazer após a aposentação. A sua profissão, o tempo, as distâncias, o vai e vem
da vida nunca lho permitem. Mesmo assim, sempre que podem, lá estão eles a dar
uma mãozinha. De facto, ninguém se deveria ocupar a fazer versos à lua, quais
poetas de água doce. Tampouco a burilar a maledicência para zurzir em quem
participa e colabora. As formas de cooperar são muitas e variadas, é verdade. A
fé não nos tira do mundo, compromete-nos ainda mais com ele, há deveres sociais
e outros a cumprir. Mas hoje, de entre todos eles, refiro-me apenas àquele que
brota da própria fé. No conjunto do trabalho eclesial e do apostolado dos
leigos, o testemunho de participação, se é de louvar em cada batizado, não o é
menos quando é dado por um casal, por uma família que se torna sujeito de ação pastoral através do anúncio do
Evangelho e de outras formas de testemunho, quer no compromisso social quer
como cireneu de terceiros nas dificuldades da vida.
A nova
evangelização precisa de famílias cuja
alegria do Evangelho lhes encha o coração e a vida. Só assim poderão levar Cristo a outras famílias e ser verdadeiros
suportes do crescimento das comunidades. De pouco adiantarão belos discursos e
inteligentes esquemas pastorais se as famílias não deitarem as mãos ao arado.
Tantas famílias com saúde, disponibilidade, talento e saber, que, se não
vivessem fechadas em si próprias, poderiam revolucionar as suas comunidades tão
carentes de quem as faça viver com alegria e esperança, fazendo delas uma
família de famílias. Há paredes a derrubar para que as famílias se deem as
mãos, reflitam juntas, rezem juntas, cresçam na fé juntas, debatam temas
juntas, programem juntas e juntas metam mãos à obra, deixando-se conduzir pelo
Espírito, pela Palavra e pela Alegria de servir, em comunhão. Tenho para mim
que, se, numa comunidade, um casal mais sensível à evangelização se decidisse a
constituir um grupo de seis/sete casais abertos a fazer caminhada, como isso
seria uma bola de neve a, no futuro, fazer ramificar novas equipas, novas
dinâmicas de ação e entusiasmo contagiante. Ai se as famílias quisessem!...
Como tudo seria diferente!...
O Livro dos Atos
dos Apóstolos apresenta-nos um casal que se tornou fermento evangelizador na
sociedade do seu tempo e cujos frutos ainda perduram. Ao recordá-lo, tenho dois
objetivos. Em primeiro lugar, aplaudir as famílias que se organizam a si
próprias, dando as mãos, e se dedicam à causa do Evangelho e ao serviço das
comunidades, de forma discreta e eficaz, gerando empatia e admiração do povo.
Em segundo lugar, alertar muitas outras famílias para o tanto bem que poderiam
fazer, em fidelidade ao seu batismo e ao sacramento do matrimónio. Sim, a
família não é só um campo de autoevangelização e de graça salvadora. Não é só
destinatária ou recetora da evangelização. É uma escola donde irradia o anúncio
do Evangelho, qual igreja em saída a tornar-se fonte de alegria para tantas
famílias ao levar-lhes a certeza de que Deus as ama, as toma
pela mão, as conduz a bom porto e conta com elas para se fazer encontrado junto
de quem o procura de coração sincero.
São Lucas
apresenta-nos esse casal ao dizer que “Paulo deixou Atenas e foi para Corinto.
Encontrou ali um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, que acabara de chegar
da Itália com a esposa Priscila, pois o imperador Cláudio tinha decretado que
todos os judeus saíssem de Roma. Paulo entrou em contacto com eles. E como eram
da mesma profissão – fabricantes de tendas -, Paulo passou a morar com eles e
trabalhavam juntos (At 18, 1-3).
Depois de algum
tempo em Corinto, Paulo, juntamente com Áquila e Priscila, partiram para a
província da Síria, tendo chegado a Éfeso. Com o seu zelo e entusiasmo
apostólico, Paulo falava desassombradamente aos judeus na sinagoga local.
Priscila e Áquila também o ouviam pregar e iam-se instruindo cada vez mais nos
caminhos do Senhor. A alegria do Evangelho acabou por lhes encher o coração e a
vida toda, ficando sempre muito amigos de Paulo, ao ponto de, em certa ocasião,
terem arriscado a sua própria vida para salvar a de Paulo (cf. Rom 16,4).
Também na 1ª Carta aos Coríntios e na 2ª a Timóteo Paulo manda saudações para Áquila
e Priscila (1Cor 16,19; 2Tim 4, 19).
Mas retomando a
conversa, depois de algum tempo em Éfeso, Paulo, sempre imparável – ai de mim
se não evangelizar! -, prosseguiu a sua viagem missionária. Áquila e Priscila,
porém, ficaram em Éfeso como alicerce daquela crescente comunidade cristã. Era
em sua casa que se reunia a Igreja em crescimento. A sua hospitalidade, o seu
bem fazer e dedicação aos outros fez deles pessoas muito estimadas pela
comunidade envolvente. Entretanto, chegou aqui, a Éfeso, um judeu chamado
Apolo, natural da Alexandria. Era um homem muito culto, orador de largos
recursos humanos e muito instruído nas Escrituras. Falava com convicção na
sinagoga e ensinava com precisão o que se referia a Jesus. A sua base cristã,
porém, não era famosa, só conhecia o batismo de João. Áquila e Priscila,
cristãos atentos e a sentir responsabilidades pelo crescimento da comunidade,
ao escutá-lo, logo viram nele alguém que muito podia dar ao serviço da
evangelização. Levaram-no consigo e ajudaram-no a crescer no conhecimento de
Cristo. De tal forma o souberam fazer que Apolo passou a rebater “vigorosamente
os judeus em público, demonstrando pelas Escrituras que Jesus é o Messias” (At
18, 24-28). Isto mostra-nos como Áquila e Priscila, para além do seu trabalho evangelizador,
estavam atentos aos possíveis líderes da comunidade. Perceberam que Apolo seria
um bom trunfo para o serviço da evangelização e logo o desafiaram. Hoje, como
sempre, também é preciso estar atento aos líderes. Os servidores das
comunidades fariam um trabalho valiosíssimo em prol do futuro das mesmas
comunidades se se dedicassem, com prioridade, à formação de líderes,
partilhando tarefas, responsabilizando, aceitando êxitos e fracassos, sempre em
proximidade amiga e estimulante. Sei que, no terreno, nem sempre é fácil, mas
esse é um grande e prioritário desafio da pastoral! Quando em família se vive e
ensina a perceber as razões e a beleza da fé, a família torna-se
verdadeiramente evangelizadora, missionária. Os filhos, regra geral, não ficam
atrás nesse processo do compromisso missionário. Mesmo que, porventura, em
certos momentos da vida pareça que se afastaram, eles sabem que Deus os ama,
que Jesus se entregou também por eles, que Jesus está vivo, se faz companheiro
de viagem de cada um e de cada um quis precisar para que fosse dado a conhecer
a muitos outros, com alegria e esperança.
Ai se, pelo menos,
algumas famílias o quisessem!... Como tudo seria diferente!...
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-06-2021.
Sem comentários:
Enviar um comentário