PARÓQUIAS
DE NISA
Terça,
09 de fevereiro de 2021
LITURGIA
Terça-feira da semana V
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha
L 1 Gen 1, 20 – 2, 4a; Sal 8, 4-5. 6-7. 8-9
Ev Mc 7, 1-13
* Na Ordem de Cister – S. Conrado da Baviera, eremita – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Leopoldo de Alpandeire, religioso,
da I Ordem – MF
* Na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas/La Salle) – S.
Miguel Febres Cordero, religioso – MO
* Na Congregação Salesiana e no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – B.
Eusébia Palomino Yenes, virgem – MF e MO
* Na Ordem Beneditina (Comunidades femininas) – I Vésp. de S. Escolástica.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
94, 6-7
Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou.
O Senhor é o nosso Deus.
ORAÇÃO COLECTA
Guardai, Senhor, com paternal bondade a vossa família;
e, porque só em Vós põe a sua confiança,
defendei-a sempre com a vossa protecção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Gen 1, 20 – 2, 4a
«Façamos o homem à nossa imagem e semelhança»
Leitura do Livro
do Génesis
Disse Deus: «Povoem as águas inúmeros seres vivos e voem as aves na terra sob o
firmamento do céu». Deus criou os monstros marinhos e todos os seres vivos que
se movem nas águas, segundo as suas espécies, e todos os animais voadores,
segundo as suas espécies. Deus viu que isto era bom; e abençoou-os, dizendo:
«Crescei e multiplicai-vos, enchei as águas dos mares e multipliquem-se as aves
sobre a terra». Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quinto dia. Disse
Deus: «Produza a terra seres vivos, segundo as suas espécies: animais
domésticos, répteis e animais selvagens, segundo as suas espécies». E assim
sucedeu. Deus fez os animais selvagens, segundo as suas espécies, os animais
domésticos, segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra, segundo as
suas espécies. Deus viu que isto era bom. Disse Deus: «Façamos o homem à nossa
imagem e semelhança. Domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre
os animais domésticos, sobre os animais selvagens e sobre todos os répteis que
rastejam pela terra». Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de
Deus. Ele o criou homem e mulher. Deus abençoou-os, dizendo: «Crescei e
multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os peixes do mar,
sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem na terra». Disse
Deus: «Dou-vos todas as plantas com semente que existem em toda a superfície da
terra, assim como todas as árvores de fruto com semente, para que vos sirvam de
alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os
seres vivos que se movem na terra dou as plantas verdes como alimento». E assim
sucedeu. Deus viu tudo o que tinha feito: era tudo muito bom. Veio a tarde e,
em seguida, a manhã: foi o sexto dia. Assim se completaram o céu e a terra e
tudo o que eles contêm. Deus concluiu, no sétimo dia, a obra que fizera e, no
sétimo dia, descansou do trabalho que tinha realizado. Deus abençoou e
santificou o sétimo dia, porque nele descansou de todo o trabalho da criação.
Esta é a origem do céu e da terra, quando foram criados.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 8, 4-5.6-7.8-9 (R. 2a)
Refrão: Como é admirável o vosso nome em toda a terra,
Senhor, nosso Deus! Repete-se
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,
a lua e as estrelas que lá colocastes,
Que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes? Refrão
Fizestes dele quase um ser divino,
de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés: Refrão
Ovelhas e bois, todos os rebanhos,
e até os animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos. Refrão
ALELUIA Salmo 118 (119), 36a.29b
Refrão: Aleluia Repete-se
Inclinai o meu coração para as vossas ordens
e dai-me a graça de cumprir a vossa lei. Refrão
EVANGELHO Mc 7, 1-13
«Deixais o mandamento de Deus
para vos prenderdes à tradição dos homens»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, reuniu-se à volta de Jesus um grupo de fariseus e alguns
escribas que tinham vindo de Jerusalém. Viram que alguns dos discípulos de
Jesus comiam com as mãos impuras, isto é, sem as lavar. – Na verdade, os
fariseus e os judeus em geral só comem depois de lavar cuidadosamente as mãos,
conforme a tradição dos antigos. Ao voltarem da praça pública, não comem sem
antes se terem lavado. E seguem muitos outros costumes a que se prenderam por
tradição, como lavar os copos, os jarros e as vasilhas de cobre –. Os fariseus
e os escribas perguntaram a Jesus: «Porque não seguem os teus discípulos a
tradição dos antigos, e comem sem lavar as mãos?». Jesus respondeu-lhes: «Bem
profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo
honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que
Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’. Vós
deixais de lado o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos
homens». Jesus acrescentou: «Sabeis muito bem desprezar o mandamento de Deus,
para observar a vossa tradição. Porque Moisés disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’;
e ainda: ‘Quem amaldiçoar o seu pai ou a sua mãe deve morrer’. Mas vós dizeis
que se alguém tiver bens para ajudar os seus pais necessitados, mas declarar
esses bens como oferta sagrada, nesse caso fica dispensado de ajudar o pai ou a
mãe. Deste modo anulais a palavra de Deus com a tradição que transmitis. E
fazeis muitas coisas deste género».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que criastes o pão e o vinho
para auxílio da nossa fraqueza
concedei que eles se tornem para nós
sacramento de vida eterna.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 106, 8-9
Dêmos graças ao Senhor pela sua misericórdia,
pelos seus prodígios em favor dos homens,
porque Ele deu de beber aos que tinham sede
e saciou os que tinham fome.
Ou Mt 5, 5-6
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de bondade,
que nos fizestes participantes do mesmo pão e do mesmo cálice,
concedei que, unidos na alegria e no amor de Cristo,
dêmos fruto abundante para a salvação do mundo.
Por Nosso Senhor..
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS : Gen
1, 20 – 2, 4a : No vértice da criação está o homem. De
todas as criaturas, é ele a mais perfeita imagem do seu Criador. E é sua missão
conduzir a criação inteira até àquele grau de desenvolvimento que Deus para ela
sonhou, e para atingir o qual lhe imprimiu dinamismos nunca assaz conhecidos.
Por isso, só com os olhos postos em Deus é que o homem conseguirá realizar-se
como homem no meio da criação e continuá-la, desenvolvendo-a e aperfeiçoando-a
cada vez mais, porque tudo está em gérmen no ato criador saído das mãos de
Deus.
Mc
7, 1-13: Jesus procura fazer compreender a diferença que
existe entre o mandamento de Deus e a tradição dos homens, porque, no tempo em
que estes factos se passavam, os usos e costumes que os homens tinham
acrescentado à lei de Deus chegavam a deturpar a própria lei, como no caso
citado; certos hábitos religiosos de invenção humana passavam à frente da
justiça e da caridade. É sempre uma grande tentação ficar preso à letra, e não
conseguir, por isso, chegar até ao espírito; mas «a letra mata, o espírito é
que dá a vida».
AGENDA DO DIA
18.00 horas: Missa
transmitida por facebook (Endereço: Zona
Pastoral de Nisa)
A VOZ DO PASTOR:
UM HOMEM SINGULAR QUE APONTA CAMINHOS
Com
a guerra Franco-Prussiana e as pelejas pela unificação da Itália, o Concílio
Ecuménico Vaticano I teve de encerrar portas. Durou apenas um ano, de dezembro
de 1869 a dezembro de 1870. Eram tempos conturbados e a Igreja precisava de
respostas colegiais, debatidas em ambiente sinodal. Para além do prato forte
sobre a mesa dos debates, os Padres conciliares ainda apresentaram duas
propostas relacionadas com São José. Numa dessas propostas, pediam que ele
tivesse um culto mais valorizado na Liturgia. Noutra, que fosse proclamado
Padroeiro da Igreja Universal. Pio IX, que convocara o Concílio e já, em 1854,
indicara São José como, depois de Maria, a esperança mais segura da Igreja, acolhe de bom grado as duas propostas. Por
Decreto de 8 de dezembro de 1870, Dia da Imaculada Conceição, declara São José
Padroeiro da Igreja Católica e valoriza a festa de 19 de março, que já fazia
parte do calendário litúrgico romano desde finais do século XV. Sem falar nos
anteriores, os onze Papas que, até hoje, sucederam a Pio IX, jamais deixaram de
enriquecer e promover o culto a São José. No entanto, ao longo da história,
nunca houve um Papa que adotasse o nome de José.
Leão
XIII dedicou-lhe uma Carta Encíclica em que exalta as suas virtudes,
apresenta-o como exemplo a toda a Igreja, insiste em que se lhe consagre o mês
de março e convida os fiéis à sua devoção, inclusive pedindo que se rezasse
também durante o mês do Rosário, em outubro, uma oração que ele propôs.
São Pio X acrescentou outras formas de devoção, inclusive a recitação das
ladainhas em honra de S. José. Bento XV continuou a promover o culto a S. José, introduziu dois novos prefácios
no cânone da missa e, por moto próprio de 25 de julho de 1920, no
cinquentenário da proclamação de S. José como Patrono da Igreja, também
lhe consagrou uma Carta Encíclica. E pede
a todos que implorem com maior empenho o auxílio de São José, reforça a devoção
de todas as quartas-feiras do ano e do mês de março, bem como pede que se tenha
como eficaz protetor dos agonizantes e moribundos, no sofrimento e na morte.
Pio XI, muitas vezes realçou as virtudes de
S. José, sobretudo nos dias 19 de março, seguindo na mesma linha de devoção ao
Santo Patriarca. O Papa
seguinte, Pio XII, divulgou orações em sua honra, e, para salientar o
poder de intercessão de S. José, apresentou-o como «Padroeiro dos operários»,
instituiu uma segunda festa, a Festa de S. José Operário, que se celebra no Dia
Internacional do Trabalhador, primeiro dia de maio, ficando a festa de 19 de
março como a mais solene.
São João XXIII, em 19 de março de 1961,
confia o Concílio Vaticano II à proteção de São José e pede aos fiéis que
participem por meio de oração mais viva, ardente e contínua, nessa confiança em
S. José e em Nossa Senhora, sua Esposa. Durante o Concílio, introduziu o nome
de São José no antigo Cânone Romano.
São Paulo VI, pelo facto de a Igreja estar
“sujeita a tantas atribulações, ameaças, suspeitas e contestações”, exortava a
que a Igreja permanecesse “fiel à escola de Nazaré, pobre e laboriosa, mas
viva, sempre consciente e forte, para poder realizar a sua vocação messiânica”.
E confiava a Igreja à proteção de São José para que “este humilde e grande
Santo” continuasse a missão que exerceu no quadro histórico da Encarnação. São
João Paulo II falou de São José
em muitíssimas ocasiões, afirmou que lhe rezava todos os dias, e dedicou-lhe
uma Exortação Apostólica realçando a missão de São José na vida de Cristo e da
Igreja. Bento XVI várias vezes enalteceu São José pela “riqueza de uma vida completa, de um homem fundamental
que, com o seu exemplo, sem proclamações, marcou o crescimento de Jesus o
homem-Deus”, um homem do silêncio, “marcado pela oração constante” e pela sua
confiança sem reservas à providência.
Francisco
constata e afirma que “depois de Maria, nenhum santo ocupa tanto espaço no
magistério pontifício como São José”. Ele próprio, a fim de perpetuar a confiança de toda a Igreja
em São José e ao celebrarmos os cento e cinquenta anos da sua proclamação como
Padroeiro da Igreja Universal, estabeleceu que, a partir do dia 8 de dezembro
passado e a terminar em 8 de dezembro de 2021, seja celebrado um especial Ano
de São José, em que todos os fiéis, seguindo o seu exemplo, possam reforçar a
sua vida de fé. A esse propósito, com data de 8 de dezembro passado, Francisco
publicou uma Carta Apostólica a que deu o título de “Com Coração de Pai”. Nessa
Carta, são lembrados os traços da vida de São José transmitidos pelos
Evangelhos. Francisco afirma “falar da abundância do coração” para partilhar
connosco “algumas reflexões pessoais sobre esta figura
extraordinária, tão próxima da condição humana de cada um de nós”. Um homem que
apesar de ter uma presença quotidiana discreta e despercebida, tem um
protagonismo sem paralelo na história da salvação. E o Papa tem presente o
facto de, ao longo destes tempos de crise pandêmica, todos poderem “encontrar
em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana
discreta e escondida – um intercessor, um amparo e um guia nos momentos de
dificuldade”. Dirigindo uma palavra de gratidão pelos seus serviços de tantos,
Francisco lembra que «as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas
comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e
revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão,
sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos,
enfermeiras e enfermeiros, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza,
curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes,
religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se
salva sozinho. (…) Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem
esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos
pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos
gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando
hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se
imolam e intercedem pelo bem de todos».
São José “foi sempre amado pelo povo cristão,
como prova o facto de lhe terem sido dedicadas numerosas igrejas por todo o
mundo; de muitos institutos religiosos, confrarias e grupos eclesiais se terem
inspirado na sua espiritualidade e adotado o seu nome; e de, há séculos, se
realizarem em sua honra várias representações sacras. Muitos Santos e Santas
foram seus devotos apaixonados”.
Seria interessante que as pessoas que têm o
nome de José ajudassem a promover a sua devoção, tomassem iniciativas neste ano
a ele dedicado, formassem grupos de reflexão, e, em vez de os pais darem aos
filhos nomes que nem os avós os sabem pronunciar, honrassem São José,
dando-lhes o seu nome e colocando-os sobre a sua proteção.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 05-02-2021.
++++
P. S. : No dia 11, dia de
Nossa Senhora de Lurdes, decorre o Dia Mundial do Doente. A Conferência Episcopal Portuguesa vai
assinalar este dia com uma Missa na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de
Fátima, às 11h00, presidida pelo Cardeal D. António Marto. Não tendo a presença
de pessoas, será transmitida pelos meios de comunicação social (Rádio
Renascença e TV Canção Nova) e digital (Santuário de Fátima e Agência
Ecclesia). Haverá também uma referência especial com uma
prece pelos profissionais de saúde e por todos os cuidadores formais e
informais que neste contexto estão na linha da frente na luta contra a pandemia
e no cuidado ao próximo. Aconselhamos a ler a
Mensagem do Papa Francisco para esse dia. Pode-o fazer neste link:
XXIX Dia Mundial do Doente, 2021 |
Francisco - vatican.va
****************
Nota
do Secretariado Geral da CEP
sobre
o processo de vacinação
A Conferência Episcopal
Portuguesa congratula-se com o início da vacinação para a Covid-19 em Portugal,
confiando na adesão de todos ao processo em curso para podermos recuperar da
situação pandémica que estamos a viver.
É essencial que a
vacina chegue a todos, com justiça, cuidado e transparência, começando pelos
mais vulneráveis, mas também pelas pessoas que, nas mais diversas instituições
sociais e de saúde, são fundamentais para o seu funcionamento.
Os ministros e
colaboradores da Igreja Católica em Portugal, sejam eclesiásticos ou leigos,
têm acesso à vacinação como qualquer outro cidadão e seguem as disposições
estabelecidas pelas autoridades competentes para as diversas fases deste
processo.
Reafirmamos o
necessário envolvimento de todos no combate à pandemia e a nossa certeza de que
nenhum outro interesse deve ser colocado acima dos esforços conjuntos que somos
chamados a fazer, para encontrar a melhor forma de utilizar os recursos que
temos e assim superar a pandemia.
Lisboa, 4 de fevereiro
de 2021
*****************
Comunicado
do Conselho Permanente da CEP face à aprovação da eutanásia
Os bispos portugueses exprimem a sua tristeza e
indignação diante da aprovação parlamentar da lei que autoriza a eutanásia e o
suicídio assistido. Essa tristeza e indignação são acrescidas pelo facto de se
legalizar uma forma de morte provocada no momento do maior agravamento de uma
pandemia mortífera, em que todos queremos empenhar-nos em salvar o maior número
de vidas, para tal aceitando restrições da liberdade e sacrifícios económicos
sem paralelo. É um contrassenso legalizar a morte provocada neste contexto,
recusando as lições que esta pandemia nos tem dado sobre o valor precioso da
vida humana, que a comunidade em geral e nomeadamente os profissionais de saúde
tentam salvar de modo sobrehumano. Salientamos que a lei aprovada poderá ainda
ser sujeita a fiscalização da constitucionalidade, por ofender o princípio da
inviolabilidade da vida humana consagrado na nossa Lei fundamental. Não podemos
aceitar que a morte provocada seja resposta à doença e ao sofrimento. Aceitar
que o seja é desistir de combater e aliviar o sofrimento e veicular a ideia
errada de que a vida marcada pela doença e pelo sofrimento deixa de merecer
proteção e se torna um peso para o próprio, para os que o rodeiam, para os
serviços de saúde e para a sociedade no seu todo. Não podemos nunca desistir de
combater e aliviar o sofrimento, físico, psicológico ou existencial, e aceitar
que a morte provocada seja resposta para essas situações. A resposta à doença e
ao sofrimento deverá ser, antes, a proteção da vida sobretudo quando ela é mais
frágil por todos os meios e, nomeadamente pelo acesso aos cuidados paliativos,
de que a maioria da população portuguesa está ainda privada. Para além da
política legislativa lesiva da dignidade de toda a vida humana, somos
confrontados com um retrocesso cultural sem precedentes, caraterizado pela
absolutização da autonomia e autodeterminação da pessoa. A ele temos de reagir
energicamente. Por isso, agora, mais do que nunca, reforçamos o nosso propósito
de acompanhar com solicitude e amor todos os doentes, em todas as etapas da sua
vida terrena e, de modo especial, na sua etapa final.
Lisboa, 29 de janeiro de 2021
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