PARÓQUIAS DE NISA
Terça-feira, 15 de fevereiro de 2021
LITURGIA
Terça-feira
da semana VI
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Gen 6, 5-8 – 7, 1-5. 10; Sal 28 (29), 1 e 2. 3ac-4. 3b e 9b-10
Ev Mc 8, 14-21
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Oração de Jesus Cristo no Horto –
MO
* Na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus – Oração de Jesus Cristo no
Horto – MF
* Na Ordem Agostiniana – B. Simão de Cássia, presbítero – MO
* Na Ordem de Cister – S. Pedro de Castelnau, monge e mártir – MF
* No Instituto Missionário da Consolata – B. José Allamano, presbítero,
Fundador do Instituto – FESTA
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 30, 3-4
Sede a rocha do meu refúgio, Senhor,
e a fortaleza da minha salvação.
Para glória do vosso nome,
guiai-me e conduzi-me.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que prometestes estar presente
nos corações rectos e sinceros,
ajudai-nos com a vossa graça a viver de tal modo
que mereçamos ser vossa morada.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Gen 6, 5-8; 7, 1-5.10
«Farei desaparecer da face da terra o homem que criei»
Leitura do Livro
do Génesis
O Senhor viu que era grande a malícia do homem sobre a terra e que todos os
desígnios do coração humano eram sempre inclinados ao mal. O Senhor
arrependeu-Se de ter feito o homem sobre a terra e o seu coração ficou magoado.
O Senhor disse: «Farei desaparecer da face da terra o homem que criei,
juntamente com os animais domésticos, os répteis e as aves do céu, porque Me
arrependi de os ter feito». Noé, porém, encontrou graça aos olhos do Senhor. O
Senhor disse a Noé: «Entra na arca com toda a tua família, porque a meus olhos
és o único justo no meio desta geração. De todos os animais puros, tomarás sete
pares, macho e fêmea; de todos os animais que não são puros, tomarás um par,
macho e fêmea; tomarás também das aves do céu sete pares, macho e fêmea, para
perpetuarem a raça em toda a terra. Porque daqui a sete dias, farei chover
sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites e farei desaparecer da
terra todos os seres que formei». Noé fez tudo conforme o Senhor lhe ordenara;
e, depois de sete dias, vieram as águas do dilúvio sobre a terra.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 28 (29), 1 e 2.3ac-4.3b e 9b-10 (R.
11b)
Refrão: O Senhor abençoará o seu povo na paz. Repete-se
Tributai ao Senhor, filhos de Deus,
tributai ao Senhor glória e poder.
Tributai ao Senhor a glória do seu nome,
adorai o Senhor com ornamentos sagrados. Refrão
A voz do Senhor ressoa sobre as nuvens,
o Senhor está sobre a vastidão das águas.
A voz do Senhor é poderosa,
a voz do Senhor é majestosa. Refrão
A majestade de Deus faz ecoar o seu trovão
e no seu templo todos clamam: Glória!
Sobre as águas do dilúvio senta-Se o Senhor,
o Senhor senta-Se como Rei eterno. Refrão
ALELUIA Jo 14, 23
Refrão: Aleluia Repete-se
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra,
diz o Senhor:
meu Pai O amará e faremos nele a nossa morada. Refrão
EVANGELHO Mc 8, 14-21
«Tende cuidado com o fermento dos fariseus
e o fermento de Herodes»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, os discípulos esqueceram-se de arranjar comida e só tinham
consigo um pão no barco. Então Jesus recomendou-lhes: «Tende cuidado com o
fermento dos fariseus e o fermento de Herodes». Eles discutiam entre si,
dizendo: «Fala assim porque não temos pão». Mas Jesus ouviu-os e disse-lhes:
«Porque estais a discutir que não tendes pão? Ainda não entendeis nem
compreendeis? Tendes o coração endurecido? Tendes olhos e não vedes, ouvidos e
não ouvis? Não vos lembrais quantos cestos de bocados recolhestes, quando Eu
parti os cinco pães para as cinco mil pessoas?». Eles responderam: «Doze». «E
quantos cestos de bocados recolhestes, quando reparti sete pães para as quatro
mil pessoas?». Eles responderam: «Sete». Disse-lhes então Jesus: «Não entendeis
ainda?».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, que estes dons sagrados
nos purifiquem e renovem,
para que, obedecendo sempre à vossa vontade,
alcancemos a recompensa eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 77, 24.29
O Senhor deu-lhes o pão do Céu:
comeram e ficaram saciados.
Ou Jo 3, 16
Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho Unigénito.
Quem acredita n’Ele tem a vida eterna.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão do Céu,
concedei-nos a graça de buscarmos sempre
aquelas realidades que nos dão a verdadeira vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1.
Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te
no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: - Interioriza,
dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa
que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28
3.
Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Gen 6, 5-8; 7, 1-5.10: A
narração do dilúvio poderá ter por origem a lembrança de determinadas
inundações de especial importância de que o autor sagrado se serviu para dar um
ensinamento sobre a justiça e a misericórdia de Deus, bem como sobre o pecado
do homem e a salvação oferecida pelo Senhor. De facto, o dilúvio é apresentado
como sinal do juízo de Deus, que condena o pecado e salva o justo. É assim que
S. Pedro interpreta o dilúvio como figura do baptismo. (1 Pe 3, 20-21; 2 Pe 2,
5).
Mc 8, 14-21: O
Senhor adverte os seus discípulos de que devem ir além da religião formalista
dos fariseus e das preocupações materialistas e políticas para poderem
compreender, à luz da fé, os seus milagres. Há coisas mais importantes do que o
pão para a boca, e valores que estão antes das cautelas diplomáticas de
Herodes. A pessoa de Jesus é suficiente para inspirar toda a confiança aos seus
discípulos.
AGENDA DO DIA
18.00 horas: Missa em Nia ( Via
Facebook. Endereço: Zona pastoral de Nisa).
A VOZ DO PASTOR:
QUARESMA - “SAÍA
D’ELE UMA FORÇA QUE A TODOS CURAVA”
Na Igreja, a
Quaresma é, por natureza, um tempo catecumenal, um tempo de descoberta e
redescoberta da fé cristã como relação vital de absoluta confiança no Senhor
Jesus Cristo. Aliás, a Páscoa, celebração da revelação plena de Cristo para
onde a Quaresma nos conduz, só ganhará densidade espiritual e existencial se a
Quaresma se assumir como caminho e exercício de descoberta e redescoberta da
relação com Jesus Cristo. A condição humana, cada um de nós, surpreende-se,
comove-se diante de Jesus Cristo. Ele é, ao mesmo tempo, tão nosso e tão de
Deus, tão humano e tão divino, tão histórico e tão do Céu e da eternidade.
Antes de nos dizermos, já Ele nos conhece. Antes de lhe pedirmos, já Ele se nos
disponibilizou. Com a sua palavra e os seus gestos de proximidade, cativa-nos.
Com o mistério da sua Pessoa, colhe o nosso afeto, a nossa inteligência, a
nossa vontade. Tocados pela sua humanidade, tornamo-nos, por bênção sua,
capazes de tocar a sua divindade. Assim, rendidos e livres, estabelecemos com
Ele uma relação vital de absoluta confiança, por onde, doravante, passará a
vida toda. D’Ele brota uma força que não deixa ninguém indiferente e cura todos
os males.
A fé não é,
portanto, uma invenção de religiões. Nenhuma imposição a conseguiria legitimar.
Nenhuma lei a conseguiria impor. Nenhum moralismo a conseguiria justificar e
ser seu alicerce. Nenhuma tradição, por si só, a conseguiria manter. Tudo isso
seriam insuficiências, andaimes solitários sem construção a erguer. Dom
recebido e resposta dada, a fé cristã vai buscar muitas das suas dinâmicas mais
elementares à vida humana. Mas é na surpresa graciosa do encontro com o dom de
Deus em Jesus Cristo que ela se radica como atitude e ritmo. É esta fé, vivida
como bênção, presença de Cristo sentida ao nosso lado, é esta fé que vai
atravessar a nossa vida com as suas graças e desgraças, os seus encantos e
desesperos, as suas alegrias e tristezas. É esta fé, vivida como bênção, que
purifica a nossa vida com paixão, com graciosidade e com ousadia profética de
batizados. É o nosso batismo, que o mesmo é dizer a nossa fé, que está em causa
em cada Quaresma. Conversão e penitência, jejum, esmola e oração são exercícios
batismais da nossa vida cristã porque são expressão da nossa vital confiança em
Jesus Cristo e da nossa reação ao tempo e aos modos da vida.
A pandemia
que atravessamos pode ser bem o contexto de humanidade em que a nossa fé é
chamada a redescobrir-se e a dar fruto. Exigidas pela situação de crise, há um
conjunto de ações que, nos crentes, são autênticos imperativos de consciência
da vida cristã: na solidão, saber ser presença construtiva e não escravo da
desconfiança; no desespero, saber ser força de esperança; na doença, saber ser
cuidador; na dificuldade económica ou social, saber partilhar e promover; na
prossecução do bem comum, saber comprometer-se e fazer caminho em comum; nas
palavras, saber edificar e promover a verdade; nas atitudes quotidianas, saber
eleger e construir a justiça; nas relações pessoais e de cidadania, saber
respeitar e acolher. A pandemia, com a doença e a pressão que exerce em toda a
sociedade, pode tornar-nos hipersensíveis, facilmente descarriláveis e
irascíveis. Pode pressionar-nos e trazer constrangimentos vários à nossa vida.
E é aí que é necessário ter sempre Cristo diante dos olhos, ter sempre Cristo
no coração e nas mãos. Os cristãos não temos de ser uma maioria social,
percentual, para sermos uma maioria virtuosa. Podemos até ser uma minoria, mas,
sem nos acanharmos e ganharmos complexo de seita, saberemos ser Igreja à
dimensão do mundo e à dimensão do próprio Cristo.
Este ano, e
por vontade do Papa Francisco, conjugam-se com a nossa Quaresma o Ano da
“Família Amoris Laetitia” e o Ano de S. José. Na sua Carta Apostólica para este
ano, o Papa Francisco diz-nos que foi com “coração de pai” que José amou Jesus.
Humilde, discreto, trabalhador, sempre pronto a realizar a vontade de Deus,
homem do silêncio como escuta, atento aos sinais de Deus e aos sinais dos
tempos, corajoso, pedagogo e, sobretudo, justo. Em José confrontamo-nos com um
homem que é justo porque se ajustou a Deus. E é por se ajustar a Deus que cedo
aprendeu a pensar como Deus, a agir como Deus, a amar como Deus. A sua fé e a
alegria do seu amor foram o grande motor da sua vida. É também a alegria do
amor que o Papa Francisco nos convida a encontrar na família cristã quando
promove o Ano “Família Amoris Laetitia”. Ele insiste na leitura da Exortação
Apostólica Amoris Laetitia e deseja levar ao aprofundamento da identidade da família
cristã como dom de pessoas e como dom à Igreja e ao mundo. Deseja promover o
acompanhamento dos esposos, a educação integral dos filhos, a reflexão sobre as
luzes e sombras da vida da família cristã, as crises familiares, a participação
das famílias nas estruturas de evangelização e da Igreja. Tempo de redescoberta
e revitalização da nossa fé, a Quaresma deste ano faz com que se cruzem a fé e
a pandemia, a fé e a família, a fé e a gratidão pelo dom da santidade de S.
José.
De Jesus, na
sua Palavra, nos seus gestos, na vida da Igreja como Comunidade, brota uma
força que não deixa ninguém indiferente. Como discípulos de Jesus sempre em
processo de conversão, somos, pois, desafiados a viver mais uma Quaresma, mais
um dom que acontece ao longo da nossa existência. Se a mundaneidade convida ao
ter, ao parecer e ao poder, a Quaresma pede especial atenção ao ser. É um tempo
de penitência e conversão. Um tempo de oração filial que nos ajuda a limpar,
arrumar e romper a dureza do coração, convertendo-nos a Deus e aos irmãos. Uma
oração que leve ao jejum do pecado, à mudança menos boa de estar, pensar e
falar, à privação do que não é essencial, à penitência e austeridade pessoal,
ao sacrifício que liberta. Uma oração que converta e leve àquela partilha a que
chamamos “renúncia quaresmal” e que tem um destino determinado por cada Bispo
diocesano, tornado público no início da Quaresma e, ao longo da Quaresma,
entregue em cada paróquia. Não se trata de renunciar para poupar, não se trata
de um peditório, não se trata de uma recolha de fundos, não se trata de dar
para ficar arrumado e não me incomodarem mais, não se trata de pagar, não se
trata tanto de dar uma esmola a quem a pede ou necessita, embora não se deva
permanecer indiferente e fazer vista grossa. Trata-se duma caminhada espiritual
disciplinada e vivida na alegria da oração, da conversão interior, do pensar em
Deus e nos outros, do sentir a importância da gratuidade e da fraternidade.
Trata-se da mudança de mentalidade e de coração que também se pode traduzir em
renunciar a isto ou àquilo, que, embora se julgue apetecível, não é necessário,
e o seu custo se coloca de parte para a causa social anunciada. Para além
disso, a conversão pode mesmo implicar o aliviar dos bolsos (Lc 19, 1-10; Lc
18, 18-23). É uma pedagogia familiar de que tantas crianças e tantos jovens nos
dão tão belos testemunhos, renunciando a um bolo, a um cigarro, a um café, a um
programa televisivo, a ser escravo das redes socias... ou os leva a estudar
mais e melhor, a programar momentos de oração, a visitar o vizinho acamado ou a
viver mais comprometido nas causas da fé e do bem comum, a respeitar os apelos
ao confinamento e a vivê-lo com esperança, pensando na própria saúde e saúde
dos outros... Enfim, trata-se de cada um, pelos caminhos possíveis, viver a
Quaresma de tal forma que o conduza à Páscoa, descobrindo e redescobrindo cada
vez mais o gesto do amor de Deus para connosco manifestado em Cristo Jesus seu
Filho.
A Renúncia
Quaresmal de 2020, em toda a Diocese, e devido ao ambiente de confinamento
rigoroso, foi mesmo mesmo residual (1.769,34€). Tinha como destino ajudar à
construção de um Centro de Acolhimento e Saúde na Arquidiocese de Kananga,
República Democrática do Congo, donde temos dois sacerdotes a trabalhar nesta nossa
Diocese. Este ano de 2021, destinamos 60% para o mesmo fim e 40% para o Fundo
Social Diocesano, gerido pela Cáritas. De um Arciprestado, chegou à Cúria
Diocesana uma verba de renúncia quaresmal atrasada, a qual será enviada para o
destino anunciado nessa altura.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 12-02-2021.
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