PARÓQUIAS DE NISA
Quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021
Quinta-feira depois
das Cinzas
LITURGIA
Quinta-feira
depois das Cinzas
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.
L 1 Deut 30, 15-20; Sal 1, 1-2. 3. 4 e 6
Ev Lc 9, 22-25
* Pode celebrar-se a memória de S. Teotónio, como se indica na p. 33, n.9.
* Na Diocese de Coimbra (Cidade de Coimbra) e na Diocese de Viana do Castelo –
Pode celebrar-se a memória de S. Teotónio, Padroeiro secundário, como se indica
na p. 33, n.9.
* Na Diocese de Viseu – S. Teotónio, presbítero, Padroeiro principal SOLENIDADE
* Na Ordem de São Domingos – Pode celebrar-se a memória de B. João de Fiesole
ou B. Angélico, presbítero, como se indica na p. 33, n.9.
* Na Congregação das Irmãs Servas de Maria Reparadoras – SS. Sete Fundadores
dos Servitas da Virgem Santa Maria – SOLENIDADE (transferida)
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Salmo 54,
17-20.23
Quando clamei ao Senhor, Ele ouviu a minha voz
e livrou-me dos inimigos.
Confia ao Senhor os teus cuidados
e Ele te salvará.
ORAÇÃO COLECTA
Fazei, Senhor, que a vossa graça inspire sempre as nossas obras e as sustente
até ao fim, para que toda a nossa actividade por Vós comece e em Vós acabe. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
LEITURA I Deut 30, 15-20
«Ponho hoje diante de vós a bênção e a maldição»
Leitura do Livro
do Deuteronómio
Moisés falou ao povo, dizendo: «Ponho hoje diante de ti a vida e a felicidade,
a morte e a infelicidade. Se cumprires os mandamentos do Senhor, teu Deus, que
hoje te proponho – amando o Senhor, teu Deus, seguindo os seus caminhos e
observando a sua lei, os seus mandamentos e preceitos – viverás e
multiplicar-te-ás e o Senhor, teu Deus, te abençoará na terra de que vais tomar
posse. Mas se o teu coração se desviar e não quiseres ouvir, se te deixares
seduzir para adorar e servir outros deuses, declaro-te hoje que hás-de perecer
e não prolongarás os teus dias na terra em que vais entrar para dela tomar
posse depois de passares o Jordão. Tomo hoje o céu e a terra como testemunhas
contra vós: proponho-vos a vida e a morte, a bênção e a maldição. Portanto,
escolhe a vida, para que vivas tu e a tua descendência, amando o Senhor, teu
Deus, escutando a sua voz e aderindo a Ele. Disto depende a tua vida e a longa
permanência na terra que o Senhor jurou dar a teus pais Abraão, Isaac e Jacob».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 1, 1-2.3.4.6 (R. Salmo 39, 5a)
Refrão: Feliz o homem que pôs a sua esperança
no Senhor. Repete-se
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite. Refrão
É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido. Refrão
Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição. Refrão
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Mt 4, 17
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo,
Sabedoria do Pai. Repete-se
Arrependei-vos, diz o Senhor;
está próximo o reino dos Céus. Refrão
EVANGELHO Lc 9, 22-25
«Quem perder a vida por minha causa, salvá-la-á»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «O Filho do homem tem de sofrer
muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos
escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». E, dirigindo-Se a
todos, disse: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz
todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, tem de perdê-la;
mas quem perder a vida por minha causa salvá-la-á. Na verdade, que aproveita ao
homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou arruinar-se a si
próprio?».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei benignamente, Senhor, os dons que apresentamos sobre o altar, para que
nos alcancem o perdão e deem glória ao vosso nome. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio da Quaresma
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 50, 12
Criai em mim, Senhor, um coração puro
e renovai em mim a firmeza de alma.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Deus omnipotente, que este alimento celeste que recebemos seja para
nós fonte inesgotável de perdão e de salvação eterna. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1.
Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te
no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: - Interioriza,
dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa
que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28
3.
Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Deut 30, 15-20: A
Quaresma começa por nos propor a espiritualidade dos dois caminhos, o da vida e
o da morte, o da bênção e o da maldição. É esta a espiritualidade do Salmo 1
que serve de abertura a todo o saltério, e que é conhecida dos cristãos desde o
princípio da Igreja. A Quaresma é tempo para se escolher, de novo, o caminho
que leva à comunhão com Deus em Cristo no Espírito Santo.
Lc 9, 22-25 :Desde o
princípio da Quaresma nos é também proposto o Mistério Pascal de Cristo morto e
ressuscitado, mistério que vamos celebrar no Tríduo Pascal. Mas o que a Igreja
celebra na liturgia, ela o vive na vida de cada dia, seguindo o Senhor Jesus
Cristo, o qual deu a vida por nós para nos levar à glória.
AGENDA DO DIA
16.00 horas: Funeral em Nisa
18.00 horas: Missa em Nisa (Via
Facebook. Endereço: Zona pastoral de Nisa).
A VOZ DO PASTOR:
QUARESMA -
“SAÍA D’ELE UMA FORÇA QUE A TODOS CURAVA”
Na Igreja, a
Quaresma é, por natureza, um tempo catecumenal, um tempo de descoberta e
redescoberta da fé cristã como relação vital de absoluta confiança no Senhor
Jesus Cristo. Aliás, a Páscoa, celebração da revelação plena de Cristo para
onde a Quaresma nos conduz, só ganhará densidade espiritual e existencial se a
Quaresma se assumir como caminho e exercício de descoberta e redescoberta da
relação com Jesus Cristo. A condição humana, cada um de nós, surpreende-se,
comove-se diante de Jesus Cristo. Ele é, ao mesmo tempo, tão nosso e tão de
Deus, tão humano e tão divino, tão histórico e tão do Céu e da eternidade.
Antes de nos dizermos, já Ele nos conhece. Antes de lhe pedirmos, já Ele se nos
disponibilizou. Com a sua palavra e os seus gestos de proximidade, cativa-nos. Com
o mistério da sua Pessoa, colhe o nosso afeto, a nossa inteligência, a nossa
vontade. Tocados pela sua humanidade, tornamo-nos, por bênção sua, capazes de
tocar a sua divindade. Assim, rendidos e livres, estabelecemos com Ele uma
relação vital de absoluta confiança, por onde, doravante, passará a vida toda.
D’Ele brota uma força que não deixa ninguém indiferente e cura todos os males.
A fé não é,
portanto, uma invenção de religiões. Nenhuma imposição a conseguiria legitimar.
Nenhuma lei a conseguiria impor. Nenhum moralismo a conseguiria justificar e
ser seu alicerce. Nenhuma tradição, por si só, a conseguiria manter. Tudo isso
seriam insuficiências, andaimes solitários sem construção a erguer. Dom
recebido e resposta dada, a fé cristã vai buscar muitas das suas dinâmicas mais
elementares à vida humana. Mas é na surpresa graciosa do encontro com o dom de
Deus em Jesus Cristo que ela se radica como atitude e ritmo. É esta fé, vivida
como bênção, presença de Cristo sentida ao nosso lado, é esta fé que vai atravessar
a nossa vida com as suas graças e desgraças, os seus encantos e desesperos, as
suas alegrias e tristezas. É esta fé, vivida como bênção, que purifica a nossa
vida com paixão, com graciosidade e com ousadia profética de batizados. É o
nosso batismo, que o mesmo é dizer a nossa fé, que está em causa em cada
Quaresma. Conversão e penitência, jejum, esmola e oração são exercícios
batismais da nossa vida cristã porque são expressão da nossa vital confiança em
Jesus Cristo e da nossa reação ao tempo e aos modos da vida.
A pandemia
que atravessamos pode ser bem o contexto de humanidade em que a nossa fé é
chamada a redescobrir-se e a dar fruto. Exigidas pela situação de crise, há um
conjunto de ações que, nos crentes, são autênticos imperativos de consciência
da vida cristã: na solidão, saber ser presença construtiva e não escravo da
desconfiança; no desespero, saber ser força de esperança; na doença, saber ser
cuidador; na dificuldade económica ou social, saber partilhar e promover; na
prossecução do bem comum, saber comprometer-se e fazer caminho em comum; nas
palavras, saber edificar e promover a verdade; nas atitudes quotidianas, saber
eleger e construir a justiça; nas relações pessoais e de cidadania, saber
respeitar e acolher. A pandemia, com a doença e a pressão que exerce em toda a
sociedade, pode tornar-nos hipersensíveis, facilmente descarriláveis e
irascíveis. Pode pressionar-nos e trazer constrangimentos vários à nossa vida.
E é aí que é necessário ter sempre Cristo diante dos olhos, ter sempre Cristo
no coração e nas mãos. Os cristãos não temos de ser uma maioria social,
percentual, para sermos uma maioria virtuosa. Podemos até ser uma minoria, mas,
sem nos acanharmos e ganharmos complexo de seita, saberemos ser Igreja à
dimensão do mundo e à dimensão do próprio Cristo.
Este ano, e
por vontade do Papa Francisco, conjugam-se com a nossa Quaresma o Ano da
“Família Amoris Laetitia” e o Ano de S. José. Na sua Carta Apostólica para este
ano, o Papa Francisco diz-nos que foi com “coração de pai” que José amou Jesus.
Humilde, discreto, trabalhador, sempre pronto a realizar a vontade de Deus,
homem do silêncio como escuta, atento aos sinais de Deus e aos sinais dos
tempos, corajoso, pedagogo e, sobretudo, justo. Em José confrontamo-nos com um
homem que é justo porque se ajustou a Deus. E é por se ajustar a Deus que cedo
aprendeu a pensar como Deus, a agir como Deus, a amar como Deus. A sua fé e a
alegria do seu amor foram o grande motor da sua vida. É também a alegria do
amor que o Papa Francisco nos convida a encontrar na família cristã quando
promove o Ano “Família Amoris Laetitia”. Ele insiste na leitura da Exortação
Apostólica Amoris Laetitia e deseja levar ao aprofundamento da identidade da
família cristã como dom de pessoas e como dom à Igreja e ao mundo. Deseja
promover o acompanhamento dos esposos, a educação integral dos filhos, a
reflexão sobre as luzes e sombras da vida da família cristã, as crises
familiares, a participação das famílias nas estruturas de evangelização e da
Igreja. Tempo de redescoberta e revitalização da nossa fé, a Quaresma deste ano
faz com que se cruzem a fé e a pandemia, a fé e a família, a fé e a gratidão
pelo dom da santidade de S. José.
De Jesus, na
sua Palavra, nos seus gestos, na vida da Igreja como Comunidade, brota uma
força que não deixa ninguém indiferente. Como discípulos de Jesus sempre em
processo de conversão, somos, pois, desafiados a viver mais uma Quaresma, mais
um dom que acontece ao longo da nossa existência. Se a mundaneidade convida ao
ter, ao parecer e ao poder, a Quaresma pede especial atenção ao ser. É um tempo
de penitência e conversão. Um tempo de oração filial que nos ajuda a limpar,
arrumar e romper a dureza do coração, convertendo-nos a Deus e aos irmãos. Uma
oração que leve ao jejum do pecado, à mudança menos boa de estar, pensar e
falar, à privação do que não é essencial, à penitência e austeridade pessoal,
ao sacrifício que liberta. Uma oração que converta e leve àquela partilha a que
chamamos “renúncia quaresmal” e que tem um destino determinado por cada Bispo
diocesano, tornado público no início da Quaresma e, ao longo da Quaresma,
entregue em cada paróquia. Não se trata de renunciar para poupar, não se trata
de um peditório, não se trata de uma recolha de fundos, não se trata de dar
para ficar arrumado e não me incomodarem mais, não se trata de pagar, não se
trata tanto de dar uma esmola a quem a pede ou necessita, embora não se deva
permanecer indiferente e fazer vista grossa. Trata-se duma caminhada espiritual
disciplinada e vivida na alegria da oração, da conversão interior, do pensar em
Deus e nos outros, do sentir a importância da gratuidade e da fraternidade.
Trata-se da mudança de mentalidade e de coração que também se pode traduzir em
renunciar a isto ou àquilo, que, embora se julgue apetecível, não é necessário,
e o seu custo se coloca de parte para a causa social anunciada. Para além
disso, a conversão pode mesmo implicar o aliviar dos bolsos (Lc 19, 1-10; Lc
18, 18-23). É uma pedagogia familiar de que tantas crianças e tantos jovens nos
dão tão belos testemunhos, renunciando a um bolo, a um cigarro, a um café, a um
programa televisivo, a ser escravo das redes socias... ou os leva a estudar
mais e melhor, a programar momentos de oração, a visitar o vizinho acamado ou a
viver mais comprometido nas causas da fé e do bem comum, a respeitar os apelos
ao confinamento e a vivê-lo com esperança, pensando na própria saúde e saúde
dos outros... Enfim, trata-se de cada um, pelos caminhos possíveis, viver a
Quaresma de tal forma que o conduza à Páscoa, descobrindo e redescobrindo cada
vez mais o gesto do amor de Deus para connosco manifestado em Cristo Jesus seu
Filho.
A Renúncia
Quaresmal de 2020, em toda a Diocese, e devido ao ambiente de confinamento
rigoroso, foi mesmo mesmo residual (1.769,34€). Tinha como destino ajudar à
construção de um Centro de Acolhimento e Saúde na Arquidiocese de Kananga,
República Democrática do Congo, donde temos dois sacerdotes a trabalhar nesta
nossa Diocese. Este ano de 2021, destinamos 60% para o mesmo fim e 40% para o
Fundo Social Diocesano, gerido pela Cáritas. De um Arciprestado, chegou à Cúria
Diocesana uma verba de renúncia quaresmal atrasada, a qual será enviada para o
destino anunciado nessa altura.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 12-02-2021.
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