PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 20 de fevereiro de 2021
Sábado depois das
Cinzas
LITURGIA
Sábado depois das Cinzas
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.
L 1 Is 58, 9b-14; Sal 85 (86), 1-2. 3-4. 5-6
Ev Lc 5, 27-32
* Pode celebrar-se a memória de Ss. Francisco e Jacinta Marto, como se indica
na p. 33, n.9.
* Na Diocese de Leiria-Fátima – Ss. Francisco e Jacinta Marto FESTA
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
68, 17
Ouvi-me, Senhor, pela vossa bondade.
Respondei-me, Senhor, pela vossa misericórdia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, olhai benigno para a nossa fraqueza e protegei-nos
com o poder do vosso braço. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é
Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 58, 9b-14
«Se deres do teu pão ao faminto, brilhará na escuridão a tua luz»
Leitura do Livro
de Isaías
Eis o que diz o Senhor: «Se tirares do meio de ti toda a opressão, os gestos de
ameaça e as palavras ofensivas, se deres do teu pão ao faminto e matares a fome
ao indigente, brilhará na escuridão a tua luz e a tua noite será como o
meio-dia. O Se¬-nhor será sempre o teu guia e saciará a tua alma nos lugares
desertos. Dará vigor aos teus ossos e tu serás como o jardim bem regado, como
nascente cujas águas nunca faltam. Reconstruirás as ruínas antigas e levantarás
os alicerces seculares; e serás chamado ‘reparador de brechas’, ‘restaurador de
casas em ruínas’. Se te abstiveres de profanar o sábado e de tratar de negócios
no dia santificado, se chamares ao sábado as tuas delícias e o consagrares à
glória do Senhor, se o respeitares não fazendo viagens, evitando os teus
negócios e empreendimentos, então encontrarás no Senhor as tuas delícias; Eu te
levarei em triunfo às alturas da terra e farei que te alimentes da herança de
teu pai Jacob». Assim falou a boca do Senhor.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 85 (86), 1-2.3-4.5-6 (R. 11a)
Refrão: Ensinai-me, Senhor, o vosso
caminho
para que eu ande na vossa presença. Repete-se
Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e atendei-me,
porque sou pobre e desvalido.
Defendei a minha vida, pois Vos sou fiel,
salvai o vosso servo que em Vós confia, meu Deus. Refrão
Tende piedade de mim, Senhor,
que a Vós clamo todo o dia.
Alegrai a alma do vosso servo,
porque a Vós, Senhor, elevo a minha alma. Refrão
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para com todos
os que Vos invocam.
Ouvi, Senhor, a minha oração,
atendei a voz da minha súplica. Refrão
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Ez 33, 11
Refrão: Glória a Vós, Senhor, Filho do
Deus vivo. Repete-se
Eu não quero a morte do pecador, diz o Senhor,
mas que se converta e viva. Refrão
EVANGELHO Lc 5, 27-32
«Eu não vim chamar os justos,
vim chamar os pecadores, para que se arrependam»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus viu um publicano chamado Levi, sentado no posto de
cobrança, e disse-lhe: «Segue-Me». Ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu
Jesus. Levi ofereceu-lhe um grande banquete em sua casa. Havia grande número de
publicanos e de outras pessoas com eles à mesa. Os fariseus e os escribas murmuravam,
dizendo aos discípulos: «Porque comeis e bebeis com os publicanos e os
pecadores?» Então Jesus, tomando a palavra, disse-lhes: «Não são os que têm
saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar os justos,
vim chamar os pecadores, para que se arrependam».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Por este sacrifício de reconciliação e de louvor, purificai, Senhor, os nossos
corações para que se tornem uma oblação agradável a vossos olhos. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
Prefácio da Quaresma
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 9, 13
Antes quero a misericórdia que o sacrifício,
diz o Senhor.
Eu não vim chamar os justos mas os pecadores.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos fortificais com o pão do Céu, fazei que a celebração deste
mistério na vida presente seja para nós penhor de vida eterna. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1.
Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te
no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: - Interioriza,
dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa
que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28
3.
Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Is 58, 9b-14: Na
primeira parte desta leitura, insiste-se na prática da caridade para com o
próximo, caridade que, muitas vezes, será até exigência da própria justiça. As
formas ascéticas da Quaresma devem começar por aqui. A segunda parte, refere-se
à santificação, por parte do homem, do dia consagrado ao Senhor, que, na antiga
Lei, foi o sábado, e, na nova Lei, é o Domingo. O amor de Deus e o amor do
próximo são, de facto, as duas asas do espírito, com que ele para Deus se eleva.
Lc 5, 27-32: A história do
chamamento de Levi lê-se no início da Quaresma para nos inculcar o sentido
último deste tempo litúrgico e nos ajudar a descobrir a intenção profunda do
apelo que o Senhor dirige neste tempo à sua Igreja, e, por ela, a todos os
homens. O Senhor olha para nós hoje como olhou outrora para Levi, com olhar de
misericórdia; e chama-nos como a ele o chamou. A Quaresma é tempo favorável
para escutar o seu apelo. E a resposta de Levi é modelo para a nossa resposta.
AGENDA DO DIA
18.00 horas: Missa em Nisa (Via
Facebook. Endereço: Zona pastoral de Nisa).
A VOZ DO PASTOR:
QUARESMA -
“SAÍA D’ELE UMA FORÇA QUE A TODOS CURAVA”
Na Igreja, a
Quaresma é, por natureza, um tempo catecumenal, um tempo de descoberta e
redescoberta da fé cristã como relação vital de absoluta confiança no Senhor
Jesus Cristo. Aliás, a Páscoa, celebração da revelação plena de Cristo para
onde a Quaresma nos conduz, só ganhará densidade espiritual e existencial se a
Quaresma se assumir como caminho e exercício de descoberta e redescoberta da
relação com Jesus Cristo. A condição humana, cada um de nós, surpreende-se,
comove-se diante de Jesus Cristo. Ele é, ao mesmo tempo, tão nosso e tão de
Deus, tão humano e tão divino, tão histórico e tão do Céu e da eternidade.
Antes de nos dizermos, já Ele nos conhece. Antes de lhe pedirmos, já Ele se nos
disponibilizou. Com a sua palavra e os seus gestos de proximidade, cativa-nos.
Com o mistério da sua Pessoa, colhe o nosso afeto, a nossa inteligência, a
nossa vontade. Tocados pela sua humanidade, tornamo-nos, por bênção sua,
capazes de tocar a sua divindade. Assim, rendidos e livres, estabelecemos com
Ele uma relação vital de absoluta confiança, por onde, doravante, passará a
vida toda. D’Ele brota uma força que não deixa ninguém indiferente e cura todos
os males.
A fé não é,
portanto, uma invenção de religiões. Nenhuma imposição a conseguiria legitimar.
Nenhuma lei a conseguiria impor. Nenhum moralismo a conseguiria justificar e
ser seu alicerce. Nenhuma tradição, por si só, a conseguiria manter. Tudo isso
seriam insuficiências, andaimes solitários sem construção a erguer. Dom
recebido e resposta dada, a fé cristã vai buscar muitas das suas dinâmicas mais
elementares à vida humana. Mas é na surpresa graciosa do encontro com o dom de
Deus em Jesus Cristo que ela se radica como atitude e ritmo. É esta fé, vivida
como bênção, presença de Cristo sentida ao nosso lado, é esta fé que vai
atravessar a nossa vida com as suas graças e desgraças, os seus encantos e
desesperos, as suas alegrias e tristezas. É esta fé, vivida como bênção, que
purifica a nossa vida com paixão, com graciosidade e com ousadia profética de
batizados. É o nosso batismo, que o mesmo é dizer a nossa fé, que está em causa
em cada Quaresma. Conversão e penitência, jejum, esmola e oração são exercícios
batismais da nossa vida cristã porque são expressão da nossa vital confiança em
Jesus Cristo e da nossa reação ao tempo e aos modos da vida.
A pandemia
que atravessamos pode ser bem o contexto de humanidade em que a nossa fé é
chamada a redescobrir-se e a dar fruto. Exigidas pela situação de crise, há um
conjunto de ações que, nos crentes, são autênticos imperativos de consciência
da vida cristã: na solidão, saber ser presença construtiva e não escravo da
desconfiança; no desespero, saber ser força de esperança; na doença, saber ser
cuidador; na dificuldade económica ou social, saber partilhar e promover; na
prossecução do bem comum, saber comprometer-se e fazer caminho em comum; nas
palavras, saber edificar e promover a verdade; nas atitudes quotidianas, saber
eleger e construir a justiça; nas relações pessoais e de cidadania, saber
respeitar e acolher. A pandemia, com a doença e a pressão que exerce em toda a
sociedade, pode tornar-nos hipersensíveis, facilmente descarriláveis e
irascíveis. Pode pressionar-nos e trazer constrangimentos vários à nossa vida.
E é aí que é necessário ter sempre Cristo diante dos olhos, ter sempre Cristo
no coração e nas mãos. Os cristãos não temos de ser uma maioria social,
percentual, para sermos uma maioria virtuosa. Podemos até ser uma minoria, mas,
sem nos acanharmos e ganharmos complexo de seita, saberemos ser Igreja à
dimensão do mundo e à dimensão do próprio Cristo.
Este ano, e
por vontade do Papa Francisco, conjugam-se com a nossa Quaresma o Ano da
“Família Amoris Laetitia” e o Ano de S. José. Na sua Carta Apostólica para este
ano, o Papa Francisco diz-nos que foi com “coração de pai” que José amou Jesus.
Humilde, discreto, trabalhador, sempre pronto a realizar a vontade de Deus,
homem do silêncio como escuta, atento aos sinais de Deus e aos sinais dos
tempos, corajoso, pedagogo e, sobretudo, justo. Em José confrontamo-nos com um
homem que é justo porque se ajustou a Deus. E é por se ajustar a Deus que cedo
aprendeu a pensar como Deus, a agir como Deus, a amar como Deus. A sua fé e a
alegria do seu amor foram o grande motor da sua vida. É também a alegria do
amor que o Papa Francisco nos convida a encontrar na família cristã quando
promove o Ano “Família Amoris Laetitia”. Ele insiste na leitura da Exortação
Apostólica Amoris Laetitia e deseja levar ao aprofundamento da identidade da
família cristã como dom de pessoas e como dom à Igreja e ao mundo. Deseja
promover o acompanhamento dos esposos, a educação integral dos filhos, a
reflexão sobre as luzes e sombras da vida da família cristã, as crises
familiares, a participação das famílias nas estruturas de evangelização e da
Igreja. Tempo de redescoberta e revitalização da nossa fé, a Quaresma deste ano
faz com que se cruzem a fé e a pandemia, a fé e a família, a fé e a gratidão
pelo dom da santidade de S. José.
De Jesus, na
sua Palavra, nos seus gestos, na vida da Igreja como Comunidade, brota uma
força que não deixa ninguém indiferente. Como discípulos de Jesus sempre em
processo de conversão, somos, pois, desafiados a viver mais uma Quaresma, mais
um dom que acontece ao longo da nossa existência. Se a mundaneidade convida ao
ter, ao parecer e ao poder, a Quaresma pede especial atenção ao ser. É um tempo
de penitência e conversão. Um tempo de oração filial que nos ajuda a limpar, arrumar
e romper a dureza do coração, convertendo-nos a Deus e aos irmãos. Uma oração
que leve ao jejum do pecado, à mudança menos boa de estar, pensar e falar, à
privação do que não é essencial, à penitência e austeridade pessoal, ao
sacrifício que liberta. Uma oração que converta e leve àquela partilha a que
chamamos “renúncia quaresmal” e que tem um destino determinado por cada Bispo
diocesano, tornado público no início da Quaresma e, ao longo da Quaresma,
entregue em cada paróquia. Não se trata de renunciar para poupar, não se trata
de um peditório, não se trata de uma recolha de fundos, não se trata de dar
para ficar arrumado e não me incomodarem mais, não se trata de pagar, não se
trata tanto de dar uma esmola a quem a pede ou necessita, embora não se deva
permanecer indiferente e fazer vista grossa. Trata-se duma caminhada espiritual
disciplinada e vivida na alegria da oração, da conversão interior, do pensar em
Deus e nos outros, do sentir a importância da gratuidade e da fraternidade.
Trata-se da mudança de mentalidade e de coração que também se pode traduzir em
renunciar a isto ou àquilo, que, embora se julgue apetecível, não é necessário,
e o seu custo se coloca de parte para a causa social anunciada. Para além
disso, a conversão pode mesmo implicar o aliviar dos bolsos (Lc 19, 1-10; Lc
18, 18-23). É uma pedagogia familiar de que tantas crianças e tantos jovens nos
dão tão belos testemunhos, renunciando a um bolo, a um cigarro, a um café, a um
programa televisivo, a ser escravo das redes socias... ou os leva a estudar
mais e melhor, a programar momentos de oração, a visitar o vizinho acamado ou a
viver mais comprometido nas causas da fé e do bem comum, a respeitar os apelos
ao confinamento e a vivê-lo com esperança, pensando na própria saúde e saúde
dos outros... Enfim, trata-se de cada um, pelos caminhos possíveis, viver a
Quaresma de tal forma que o conduza à Páscoa, descobrindo e redescobrindo cada
vez mais o gesto do amor de Deus para connosco manifestado em Cristo Jesus seu
Filho.
A Renúncia
Quaresmal de 2020, em toda a Diocese, e devido ao ambiente de confinamento
rigoroso, foi mesmo mesmo residual (1.769,34€). Tinha como destino ajudar à
construção de um Centro de Acolhimento e Saúde na Arquidiocese de Kananga,
República Democrática do Congo, donde temos dois sacerdotes a trabalhar nesta
nossa Diocese. Este ano de 2021, destinamos 60% para o mesmo fim e 40% para o
Fundo Social Diocesano, gerido pela Cáritas. De um Arciprestado, chegou à Cúria
Diocesana uma verba de renúncia quaresmal atrasada, a qual será enviada para o
destino anunciado nessa altura.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 12-02-2021.
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