PARÓQUIAS
DE NISA
Quinta-feira,
04 de fevereiro de 2021
LITURGIA
Quinta-feira
da semana IV
S.
João de Brito, presbítero e mártir – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Hebr 12, 18-19. 21-24; Sal 47 (48), 2-3a. 3b-4. 9. 10-11
Ev Mc 6, 7-13
* No Patriarcado de Lisboa – S. João de Brito, Padroeiro secundário da cidade
de Lisboa – MO
* Na Ordem dos Carmelitas Descalços – Beato Maria Eugénio do Menino Jesus,
presbítero – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. José de Leonessa, presbítero, da I
Ordem – MO
* Na Ordem de São Domingos – S. Catarina de Ricci, virgem – MO
* Na Companhia de Jesus – S. João de Brito, Patrono da Província Portuguesa –
FESTA
* Na Congregação dos Missionários do Preciosíssimo Sangue – S. Maria de
Mattias, Fundadora da Congregação das Irmãs Adoradoras do Preciosíssimo Sangue
– MO
* Nos Missionários Combonianos do Coração de Jesus – S. João de Brito – FESTA
S.
JOÃO DE BRITO, presbítero e mártir
Nota
Histórica:
Nasceu em Lisboa (Portugal) no dia
1 de Março de 1647, de família nobre. Depois de uma piedosa adolescência,
entrou na Companhia de Jesus e, ordenado sacerdote, embarcou para as missões da
Índia, onde trabalhou no meio de grandes sofrimentos e perseguições, mas também
com grande fruto apostólico. Foi de lá enviado à Europa como Procurador das
Missões e de novo partiu para a Índia; no dia 4 de Fevereiro de 1693 alcançou a
glória do martírio.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Salmo 39,
10
Proclamei a vossa justiça na grande assembleia,
anunciei a vossa bondade e fidelidade, Senhor.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fortalecestes com invencível constância o mártir São João de Brito
para pregar a fé entre os povos da Índia, concedei-nos, por seus méritos e
intercessão, que, celebrando a memória do seu triunfo, imitemos os exemplos da
sua fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Hebr 12, 18-19.21-24
«Aproximastes-vos do monte Sião, da cidade do Deus vivo»
Leitura da
Epístola aos Hebreus
Irmãos: Vós não vos aproximastes de uma realidade sensível, como os israelitas
no monte Sinai: o fogo ardente, a nuvem escura, as trevas densas ou a
tempestade, o som da trombeta e aquela voz tão retumbante que os ouvintes suplicaram
que não lhes falasse mais. Era tão terrível o espetáculo que Moisés exclamou:
«Estou aterrorizado e a tremer». Vós aproximastes-vos do monte Sião, da cidade
do Deus vivo, a Jerusalém celeste, de muitos milhares de Anjos em reunião
festiva, de uma assembleia de primogénitos inscritos no Céu, de Deus, juiz do
universo, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição e de Jesus,
mediador da nova aliança.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 47 (48), 2-3a.3b-4.9.10-11 (R. cf. 10)
Refrão: Recordamos, Senhor, a vossa
misericórdia
no meio do vosso templo. Repete-se
Grande é o Senhor e digno de louvor
na cidade do nosso Deus.
A sua montanha sagrada é a mais bela das montanhas,
a alegria de toda a terra. Refrão
O monte Sião, no extremo norte,
é a cidade do grande Rei.
Deus Se mostrou em seus palácios
um baluarte seguro. Refrão
Como nos contaram, assim o vimos,
na cidade do Senhor dos Exércitos,
na cidade do nosso Deus,
Deus a consolidou para sempre. Refrão
Recordamos, ó Deus, a vossa misericórdia
no interior do vosso templo.
Como o vosso nome, ó Deus,
assim o vosso louvor chega aos confins da terra. Refrão
ALELUIA Mt 5, 10
Refrão: Aleluia Repete-se
Bem-aventurados os que sofrem perseguição
por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus. Refrão
EVANGELHO Mc 6, 7-17
«Começou a enviá-los»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a
dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros e ordenou-lhes que nada
levassem para o caminho, a não ser o bastão: nem pão, nem alforge, nem
dinheiro; que fossem calçados com sandálias, e não levassem duas túnicas.
Disse-lhes também: «Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes
dali. E se não fordes recebidos em alguma localidade, se os habitantes não vos
ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés como testemunho contra
eles». Os Apóstolos partiram e pregaram o arrependimento, expulsaram muitos
demónios, ungiram com óleo muitos doentes e curaram-nos. Entretanto, o rei
Herodes ouviu falar de Jesus, pois a sua fama chegara a toda a parte e
dizia-se: «João Baptista ressuscitou dos mortos; por isso ele tem o poder de
fazer milagres». Outros diziam: «É Elias». Outros diziam ainda: «É um profeta
como os antigos profetas». Mas Herodes, ao ouvir falar de tudo isto, dizia:
«João, a quem mandei cortar a cabeça, ressuscitou». De facto, Herodes mandara
prender João e algemá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, a esposa do seu
irmão Filipe, que ele tinha tomado por sua mulher.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, os dons que humildemente Vos apresentamos e concedei-nos,
pelos méritos do vosso mártir São João de Brito, que sejamos configurados à
paixão e morte do vosso Filho, para merecermos tomar parte na glória da sua
ressurreição. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. 2 Tim 4, 8
O Senhor, justo juiz, me dará a coroa de glória.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus, que nestes santos mistérios nos dais uma vida nova, fazei
que, imitando a admirável constância de São João de Brito, mereçamos alcançar o
prémio eterno prometido aos que sofrem por vosso amor. Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS : Hebr
12, 18-19.21-24: Estabelece-se aqui a comparação entre a
manifestação de Deus no monte Sinai a Moisés e a atual situação da Igreja.
Diferentemente do povo do Antigo Testamento, os cristãos têm agora acesso a
Deus por Cristo. Sião é aqui a cidade de Deus, a Jerusalém celeste, onde se
reúne a assembleia festiva dos eleitos, aqueles cujos nomes estão inscritos nos
Céus e que, pelo Sangue de Jesus, o Cordeiro imolado e Mediador da nova
Aliança, vivem, para sempre, na intimidade de Deus.
Mc
6, 7-17: A semelhança de S. João Baptista, o heroico
missionário português foi martirizado precisamente por defender a unidade e
indissolubilidade do matrimónio. Fiel à Palavra de Deus, durante toda a sua
vida, S. João de Brito deu o supremo testemunho pela Verdade, morrendo por ela.
«Agora espero padecer a morte por meu Deus e meu Senhor...
A culpa de que me acusam vem a ser que ensino a Lei de Deus Nosso Senhor...
Quando a culpa é virtude, o padecer é glória» (Carta escrita do cárcere, na
véspera da sua morte).
AGENDA DO DIA
18.00 horas: Celebração
da Missa transmitida por facebook.
A VOZ DO PASTOR:
JOVENS,
SE VOS CALARDES, GRITARÃO AS PEDRAS
Cruzes,
abrenúncio!... Será mesmo que as pedras agora vão falar?!... Não?!... Mas olham
que foi o Papa quem o recordou!... No tempo em que se andava descalço, as
pedras nunca falavam, mas faziam falar quem nelas tropeçava, e que galanteios
tão bem sonantes!...
Bem,
com calma, vamos lá falar de algumas pedras famosas, mais famosas que a pedra de
dois olhos em Vila Velha, Brasil. Com certeza que o leitor já alguma vez disse
ou ouviu suspirar: “ai se estas pedras falassem!... Quantos segredos não teriam
a revelar!... Quantas correções à história não se haveriam de fazer!...”. Até
“as pedras das paredes gritarão vingança e as vigas do telhado te reprovarão”,
diz Habacuc sobre quem constrói a casa (a vida) com dinheiro e materiais
rapinados (cf. Hab 2,14). Com a sua serenidade de jovem feliz e empenhado,
David, com uma pequena pedra na sua funda, fez os filisteus dar às de
vila-diogo e defendeu a honra dos israelitas (1Sam 17, 49). João Batista, em
pose de jovem zeloso, bravo e austero, salta do deserto a apelar à coerência de
vida: “Porque eu vos digo: até destas pedras Deus pode fazer nascer filhos de
Abraão” (Mt 3,8-9). Porque apedrejou, matou e desprezou o apelo dos profetas,
Jesus chorou sobre a cidade de Jerusalém (Lc 19, 41-44), pois iria ser de tal
forma espremida pelos seus inimigos que não ficaria pedra sobre pedra. E as
pedras como que “falaram”, confirmando as palavras de Jesus: Jerusalém foi
totalmente arrasada (Lc 21,6). Aquando da morte de Jesus, a própria natureza
associou-se àquele triste mas solene pontifical da Cruz. As pedras do Calvário
fenderam-se, como que “falaram” também elas, testemunhando a morte do Salvador.
O oficial do exército arregalou os olhos e, boquiaberto, exclamou:
“Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!” (Mt 27, 54). Julgando-se
exceção, os pides ou espiões do comportamento alheio, já de pedras na mão, apresentaram
a Jesus uma senhora que, segundo as leis, deveria ser morta à pedrada. Jesus,
com delicadeza, levou-os a reconhecer que eles eram muito piores do que ela,
largaram as pedras e afastaram-se envergonhados. Paulo, ainda jovem safadinho,
foi quem guardou os mantos de quem arregaçou as mangas para matar Santo Estevão
à pedrada (At 7, 54-60). Essas pedras, porém, fizeram acordar muitos para o
discipulado de Cristo, inclusive o próprio Paulo. Infelizmente, a pena de
morte, por lapidação, ainda hoje é praticada em alguns países, sem que as
pedras sejam capazes de mover os corações de pedra ou inverter a marcha e
atingir quem as pedras manda usar. Entre nós, para exprimir a rudeza da fraca
hospitalidade, usamos a expressão: “fui recebido de pedras na mão”! “Fui
recebido à pedrada!”. Também há quem saiba “atirar pedras e esconder a mão”, o
que, em bom português, de antes e depois do acordo ortográfico, se traduz por
cobardia! Outros há que apedrejam com invenções, calúnias, intrigas,
deturpações da verdade ou meias verdades, apenas para humilhar e denegrir,
pensando que assim se elevam a si próprios. Também há quem manqueje “com pedras
no sapato” contra alguém, com ou sem razão. Não falta quem viva na ilusão de
colocar pedras sobre assuntos mal resolvidos. Mas muito, muito mais importante
e proveitoso, é que haja cada vez mais gente que goste de “sopa da pedra”, isso
é que sim, dá cor e genica!.
Na
entrega dos símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude aos jovens de Portugal,
em 22 de novembro passado, o Papa Francisco disse-lhes: “Queridos jovens,
gritai com a vossa vida que Cristo vive, que Cristo reina, que Cristo é o
Senhor! Se vos calardes, garanto-vos que gritarão as pedras!” (cf. Lc 19, 40).
Mas será mesmo que o Papa fez acordar as pedras e vão falar?
Bem,
tudo seria possível. Aquele que tudo criou e pode, bem poderia ordenar que as
pedras falassem. Mas não é isso que está em causa. Falar é uma prerrogativa
humana, dotada de inteligência, vontade e capacidade para amar, pensar e
comunicar. O Senhor criou-nos à sua imagem e semelhança, fez de nós pedras
vivas da sua Igreja, uma Igreja edificada sobre a Pedra firme que é Pedro,
sendo Cristo a Pedra angular. Chamou-nos, confiou em nós, enviou-nos em seu
nome, sem pedras na mão, mas com a certeza da sua presença para nos ajudar a
saltar, contornar ou retirar as pedras do caminho! Ele é a plenitude da Vida,
assim se apresentou quando mandou retirar a pedra do sepulcro de Lázaro! (Jo
11, 41). As mulheres que queriam ungir o corpo de Jesus morto, pelo caminho perguntavam-se
quem é que lhes iria retirar a pedra do sepulcro, pois era grande e pesada para
as suas forças. Porque não desistiram perante a dificuldade, o milagre deu-se,
encontraram a pedra removida e foi excelente o raiar daquela madrugada (Mc
16,4).
Seguros
nas nossas capacidades, nem sempre queremos perceber o amor e os sinais que o
Senhor nos dá para nos chamar à pedra!... Facilmente viramos resmungões. O
Senhor, porém, deve rir-se destas nossas subtilezas, mas não desiste de nós,
serve-se de tudo, às vezes de coisas insignificantes, impensáveis, estranhas
até. A título de exemplo, recordo o que aconteceu a Balaão quando teimava em
seguir por caminho errado. A sua jumenta - ora vejam lá! -, a sua jumenta viu
primeiro do que ele que por aí é que não deveria ir, e não foi, deitou-se
debaixo do assanhado Balaão. Acasmurrado com tão asinina atitude, logo pulou,
de bastão na mão, furioso, a zurzir nos costados da pobre e fiel burrita. Com
ameaças de morte, despejou nela uma forte carga de porrada em três atos de
furibunda e intervalada raiva. A façanha durou tanto tempo quanto Balaão
precisou para ver e reconhecer os sinais que Deus lhe dava para que mudasse de
rumo e não se encaminhasse para a morte. Se fosse hoje, não se esquivaria dos
tribunais humanos do bom senso, nem da impertinência dos caçadores de notícias
quais abelhas à volta da colmeia com perguntas de lhe moer o toutiço, tampouco
faltaria quem dissesse que ele é que merecia um arraial de pancadaria a
colocá-lo entre a cruz e a caldeirinha!... (cf. Nm 22, 1-41).
Aquela
frase, recordada pelo Santo Padre aos jovens, é uma bonita forma de exprimir a
força e a certeza de que a vontade de Deus não pode ser calada. Essa expressão
situa-se no contexto da entrada solene de Jesus em Jerusalém. O povo acompanhava
e aclamava Jesus, maravilhado com o que Ele dizia e fazia. A multidão, de ramos
na mão e capas pelo chão, aclamava-o entusiasticamente. Os fariseus, assaltados
por uma terrível dor de cotovelo, ficaram com ciúmes, não viram com bons olhos
esse entusiasmo do povo, reconhecendo Jesus como o Messias. No entanto, se
incomodados com a aclamação e adesão do povo a Jesus, eles não tinham coragem
para agir, sabiam as consequências se o viessem a fazer. Então, com cara de
caso e de quem manda, dirigiram-se a Jesus para que Ele repreendesse os seus
discípulos e acabasse com toda aquela festiva algazarra: “Mestre, repreende os
teus discípulos”. Jesus, porém, respondeu: “Eu vos digo, se eles se calarem, as
pedras gritarão” (Lc 19, 35-40). Não era que isso fosse acontecer, mas a sua
hora é que tinha chegado e ninguém a poderia silenciar. O entusiasmo do povo
era inevitável, tinha chegado a hora de Jesus se manifestar, Ele era o enviado
de Deus, o Messias, aquele de quem as Escrituras falavam. Ninguém o poderia
esconder, ninguém o poderia calar, nem que fosse necessário que as pedras
gritassem.
Essa
Hora e Hoje de Jesus é também o nosso hoje. Por isso, caro jovem e menos jovem,
não te canses de gritar com a tua vida “que Cristo vive, que Cristo reina, que
Cristo é o Senhor!” (cf. Lc 19, 40). “Proclama a Palavra, insiste, no tempo
oportuno e inoportuno, refuta, adverte, exorta com toda a paciência e doutrina.
Pois virá um tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrário,
desejosos de ouvir novidades, rodear-se-ão de mestres a seu bel-prazer.
Desviarão os ouvidos da verdade, orientando-se para as fábulas” (2Tm 4, 2-5).
Se,
com Deus, até das pedras podem nascer filhos de Abraão, os filhos de Abraão,
sem Deus, podem virar em pedras. Tudo o que o homem é e tem, tem-no e é por
graça de Deus. Por isso, aquele que se gloria, glorie-se no Senhor, diz São
Paulo.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 29-01-2021.
*****************
Comunicado
do Conselho Permanente da CEP face à aprovação da eutanásia
Os bispos portugueses exprimem a sua tristeza e
indignação diante da aprovação parlamentar da lei que autoriza a eutanásia e o
suicídio assistido. Essa tristeza e indignação são acrescidas pelo facto de se
legalizar uma forma de morte provocada no momento do maior agravamento de uma
pandemia mortífera, em que todos queremos empenhar-nos em salvar o maior número
de vidas, para tal aceitando restrições da liberdade e sacrifícios económicos
sem paralelo. É um contrassenso legalizar a morte provocada neste contexto,
recusando as lições que esta pandemia nos tem dado sobre o valor precioso da
vida humana, que a comunidade em geral e nomeadamente os profissionais de saúde
tentam salvar de modo sobrehumano. Salientamos que a lei aprovada poderá ainda
ser sujeita a fiscalização da constitucionalidade, por ofender o princípio da
inviolabilidade da vida humana consagrado na nossa Lei fundamental. Não podemos
aceitar que a morte provocada seja resposta à doença e ao sofrimento. Aceitar
que o seja é desistir de combater e aliviar o sofrimento e veicular a ideia
errada de que a vida marcada pela doença e pelo sofrimento deixa de merecer
proteção e se torna um peso para o próprio, para os que o rodeiam, para os
serviços de saúde e para a sociedade no seu todo. Não podemos nunca desistir de
combater e aliviar o sofrimento, físico, psicológico ou existencial, e aceitar
que a morte provocada seja resposta para essas situações. A resposta à doença e
ao sofrimento deverá ser, antes, a proteção da vida sobretudo quando ela é mais
frágil por todos os meios e, nomeadamente pelo acesso aos cuidados paliativos,
de que a maioria da população portuguesa está ainda privada. Para além da
política legislativa lesiva da dignidade de toda a vida humana, somos
confrontados com um retrocesso cultural sem precedentes, caraterizado pela
absolutização da autonomia e autodeterminação da pessoa. A ele temos de reagir
energicamente. Por isso, agora, mais do que nunca, reforçamos o nosso propósito
de acompanhar com solicitude e amor todos os doentes, em todas as etapas da sua
vida terrena e, de modo especial, na sua etapa final.
Lisboa, 29 de janeiro de 2021
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