segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Terça-feira, 02 de fevereiro de 2021 

 

 

LITURGIA

 

Terça-feira da semana IV

Apresentação do Senhor – FESTA
Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. próprio.

L 1 Mal 3, 1-4 ou Hebr 2, 14-18; Sal 23 (24), 7. 8. 9. 10
Ev Lc 2, 22-40 ou Lc 2, 22-32

* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Dia do Consagrado.
* Na Ordem de Cister – Apresentação do Senhor – SOLENIDADE
* Na Congregação da Aliança de Santa Maria – Apresentação do Senhor, Titular – SOLENIDADE; Aniversário da fundação (1966).
* Na Congregação das Filhas de São Camilo – Aniversário da fundação (1892).
* Na Congregação das Irmãs da Caridade do Sagrado Coração de Jesus – Aniversário da fundação (1877).

 

APRESENTAÇÃO DO SENHOR

 Nota Histórica:

Quarenta dias após o nascimento de Jesus, em obediência à lei de Moisés (Ex. 13, 11-13), Maria leva o Menino ao templo, a fim de ser oferecido ao Senhor. Toda a oferta implica uma renúncia. Por isso, a Apresentação do Senhor não é um mistério gozoso, mas doloroso. Começa, nesse dia, o mistério de sofrimento, que atingirá o seu ponto culminante no Calvário, quando Jesus, que não foi «poupado» pelo Pai, oferecer o Seu Sangue como sinal da nova e definitiva Aliança. Ao oferecer Jesus, Maria oferece-Se também com Ele. Durante toda a vida de Jesus, estará sempre ao lado do Filho, dando a Sua colaboração para a obra da Redenção.

O gesto de Maria, que «oferece», traduz-se em gesto litúrgico, quando ao celebrarmos a Eucaristia, oferecemos «os frutos da terra e do trabalho do homem», símbolo da nossa vida.
Antes da Missa, está prevista no Missal a procissão das velas, acesas em honra de Cristo que vem como luz das nações, e ao encontro de quem a Igreja caminha guiada já por essa mesma luz.

 

MISSA


ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 47, 10-11
Recordamos, Senhor, a vossa misericórdia
no meio do vosso templo.
Toda a terra proclama o louvor do vosso nome,
porque sois justo e santo, Senhor nosso Deus.

Diz-se o Glória.

ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
humildemente Vos suplicamos
que, assim como o vosso Filho Unigénito
foi neste dia apresentado no templo,
revestido da natureza humana,
assim também, de alma purificada,
nos apresentemos diante de Vós.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Mal 3, 1-4
«Entrará no seu templo o Senhor a quem buscais»


Leitura da Profecia de Malaquias

Assim fala o Senhor Deus:
«Vou enviar o meu mensageiro,
para preparar o caminho diante de Mim.
Imediatamente entrará no seu templo
o Senhor a quem buscais,
o Anjo da Aliança por quem suspirais.
Ele aí vem – diz o Senhor do Universo –.
Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda,
quem resistirá quando Ele aparecer?
Ele é como o fogo do fundidor
e como a lixívia dos lavandeiros.
Sentar-Se-á para fundir e purificar:
purificará os filhos de Levi,
como se purifica o ouro e a prata,
e eles serão para o Senhor
os que apresentam a oblação segundo a justiça.
Então a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor,
como nos dias antigos, como nos anos de outrora.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 23 (24), 7.8.9.10 (R. 10b)
Refrão: O Senhor do Universo é o Rei da glória.

Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos,
e entrará o Rei da glória.

Quem é esse Rei da glória?
O Senhor forte e poderoso,
o Senhor poderoso nas batalhas.

Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos,
e entrará o Rei da glória.

Quem é esse Rei da glória?
O Senhor dos Exércitos,
é Ele o Rei da glória.


LEITURA II Hebr 2, 14-18
«Devia tornar-Se semelhante em tudo aos seus irmãos»


Leitura da Epístola aos Hebreus

 Uma vez que os filhos dos homens
têm o mesmo sangue e a mesma carne,
também Jesus participou igualmente da mesma natureza,
para destruir, pela sua morte,
aquele que tinha poder sobre a morte, isto é, o diabo,
e libertar aqueles que estavam a vida inteira
sujeitos à servidão,
pelo temor da morte.
Porque Ele não veio em auxílio dos Anjos,
mas dos descendentes de Abraão.
Por isso devia tornar-Se semelhante em tudo aos seus irmãos,
para ser um sumo sacerdote misericordioso e fiel
no serviço de Deus,
e assim expiar os pecados do povo.
De facto, porque Ele próprio foi provado pelo sofrimento,
pode socorrer aqueles que sofrem provação.

 
Palavra do Senhor.



ALELUIA Lc 2, 32
Refrão: Aleluia. Repete-se
Luz para se revelar às nações
e glória de Israel, vosso povo. Refrão


EVANGELHO Forma longa Lc 2, 22-40
«Os meus olhos viram a vossa salvação»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés,
Maria e José levaram Jesus a Jerusalém,
para O apresentarem ao Senhor,
como está escrito na Lei do Senhor:
«Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor»,
e para oferecerem em sacrifício
um par de rolas ou duas pombinhas,
como se diz na Lei do Senhor.
Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão,
homem justo e piedoso,
que esperava a consolação de Israel;
e o Espírito Santo estava nele.
O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria
antes de ver o Messias do Senhor;
e veio ao templo, movido pelo Espírito.
Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino
para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito,
Simeão recebeu-O em seus braços
e bendisse a Deus, exclamando:
«Agora, Senhor, segundo a vossa palavra,
deixareis ir em paz o vosso servo,
porque os meus olhos viram a vossa salvação,
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações
e glória de Israel, vosso povo».
O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados
com o que d’Ele se dizia.
Simeão abençoou-os
e disse a Maria, sua Mãe:
«Este Menino foi estabelecido
para que muitos caiam ou se levantem em Israel
e para ser sinal de contradição;
– e uma espada trespassará a tua alma –
assim se revelarão os pensamentos de todos os corações».
Havia também uma profetiza,
Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser.
Era de idade muito avançada
e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela
e viúva até aos oitenta e quatro.
Não se afastava do templo,
servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião,
começou também a louvar a Deus
e a falar acerca do Menino
a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor,
voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
Entretanto, o Menino crescia
e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria.
E a graça de Deus estava com Ele.


Palavra da salvação.


EVANGELHO Forma breve Lc 2, 22-32
«Os meus olhos viram a vossa salvação»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés,
Maria e José levaram Jesus a Jerusalém,
para O apresentarem ao Senhor,
como está escrito na Lei do Senhor:
«Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor»,
e para oferecerem em sacrifício
um par de rolas ou duas pombinhas,
como se diz na Lei do Senhor.
Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão,
homem justo e piedoso,
que esperava a consolação de Israel;
e o Espírito Santo estava nele.
O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria
antes de ver o Messias do Senhor;
e veio ao templo, movido pelo Espírito.
Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino
para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito,
Simeão recebeu-O em seus braços
e bendisse a Deus, exclamando:
«Agora, Senhor, segundo a vossa palavra,
deixareis ir em paz o vosso servo,
porque os meus olhos viram a vossa salvação,
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações
e glória de Israel, vosso povo».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor, que na vossa bondade
quisestes que o vosso Filho Unigénito Se oferecesse a Vós
como Cordeiro sem mancha pela vida do mundo,
fazei que Vos seja agradável a oblação da vossa Igreja em festa.
Por Nosso Senhor.


PREFÁCIO Cristo, luz das nações

V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.


Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte.
Hoje o vosso Filho, eterno como Vós,
é apresentado no templo
e proclamado pelo Espírito Santo
glória de Israel e luz das nações.
Por isso, vamos com alegria ao encontro do Salvador
e com os Anjos e os Santos proclamamos a vossa glória,
cantando numa só voz:


Santo, Santo, Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 2, 30-31
Os meus olhos viram a salvação
que oferecestes a todos os povos.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de bondade,
que respondestes à esperança do santo Simeão,
confirmai em nós a obra da vossa graça:
assim como lhe destes a alegria de receber em seus braços, antes de morrer, a Cristo vosso Filho,
concedei que também nós, fortalecidos por estes sacramentos, caminhemos ao encontro do Senhor
e alcancemos a vida eterna.
Por Nosso Senhor.

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 

 2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

 

LEITURAS :



AGENDA DO DIA

 

11-00 horas: Funeral em Arez

11.45 horas Funeral em Nisa

18.00 horas: Celebração da Missa transmitida por facebook


A VOZ DO PASTOR:

 

 

JOVENS, SE VOS CALARDES, GRITARÃO AS PEDRAS

Cruzes, abrenúncio!... Será mesmo que as pedras agora vão falar?!... Não?!... Mas olham que foi o Papa quem o recordou!... No tempo em que se andava descalço, as pedras nunca falavam, mas faziam falar quem nelas tropeçava, e que galanteios tão bem sonantes!...

Bem, com calma, vamos lá falar de algumas pedras famosas, mais famosas que a pedra de dois olhos em Vila Velha, Brasil. Com certeza que o leitor já alguma vez disse ou ouviu suspirar: “ai se estas pedras falassem!... Quantos segredos não teriam a revelar!... Quantas correções à história não se haveriam de fazer!...”. Até “as pedras das paredes gritarão vingança e as vigas do telhado te reprovarão”, diz Habacuc sobre quem constrói a casa (a vida) com dinheiro e materiais rapinados (cf. Hab 2,14). Com a sua serenidade de jovem feliz e empenhado, David, com uma pequena pedra na sua funda, fez os filisteus dar às de vila-diogo e defendeu a honra dos israelitas (1Sam 17, 49). João Batista, em pose de jovem zeloso, bravo e austero, salta do deserto a apelar à coerência de vida: “Porque eu vos digo: até destas pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão” (Mt 3,8-9). Porque apedrejou, matou e desprezou o apelo dos profetas, Jesus chorou sobre a cidade de Jerusalém (Lc 19, 41-44), pois iria ser de tal forma espremida pelos seus inimigos que não ficaria pedra sobre pedra. E as pedras como que “falaram”, confirmando as palavras de Jesus: Jerusalém foi totalmente arrasada (Lc 21,6). Aquando da morte de Jesus, a própria natureza associou-se àquele triste mas solene pontifical da Cruz. As pedras do Calvário fenderam-se, como que “falaram” também elas, testemunhando a morte do Salvador. O oficial do exército arregalou os olhos e, boquiaberto, exclamou: “Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!” (Mt 27, 54). Julgando-se exceção, os pides ou espiões do comportamento alheio, já de pedras na mão, apresentaram a Jesus uma senhora que, segundo as leis, deveria ser morta à pedrada. Jesus, com delicadeza, levou-os a reconhecer que eles eram muito piores do que ela, largaram as pedras e afastaram-se envergonhados. Paulo, ainda jovem safadinho, foi quem guardou os mantos de quem arregaçou as mangas para matar Santo Estevão à pedrada (At 7, 54-60). Essas pedras, porém, fizeram acordar muitos para o discipulado de Cristo, inclusive o próprio Paulo. Infelizmente, a pena de morte, por lapidação, ainda hoje é praticada em alguns países, sem que as pedras sejam capazes de mover os corações de pedra ou inverter a marcha e atingir quem as pedras manda usar. Entre nós, para exprimir a rudeza da fraca hospitalidade, usamos a expressão: “fui recebido de pedras na mão”! “Fui recebido à pedrada!”. Também há quem saiba “atirar pedras e esconder a mão”, o que, em bom português, de antes e depois do acordo ortográfico, se traduz por cobardia! Outros há que apedrejam com invenções, calúnias, intrigas, deturpações da verdade ou meias verdades, apenas para humilhar e denegrir, pensando que assim se elevam a si próprios. Também há quem manqueje “com pedras no sapato” contra alguém, com ou sem razão. Não falta quem viva na ilusão de colocar pedras sobre assuntos mal resolvidos. Mas muito, muito mais importante e proveitoso, é que haja cada vez mais gente que goste de “sopa da pedra”, isso é que sim, dá cor e genica!.

Na entrega dos símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude aos jovens de Portugal, em 22 de novembro passado, o Papa Francisco disse-lhes: “Queridos jovens, gritai com a vossa vida que Cristo vive, que Cristo reina, que Cristo é o Senhor! Se vos calardes, garanto-vos que gritarão as pedras!” (cf. Lc 19, 40). Mas será mesmo que o Papa fez acordar as pedras e vão falar?

Bem, tudo seria possível. Aquele que tudo criou e pode, bem poderia ordenar que as pedras falassem. Mas não é isso que está em causa. Falar é uma prerrogativa humana, dotada de inteligência, vontade e capacidade para amar, pensar e comunicar. O Senhor criou-nos à sua imagem e semelhança, fez de nós pedras vivas da sua Igreja, uma Igreja edificada sobre a Pedra firme que é Pedro, sendo Cristo a Pedra angular. Chamou-nos, confiou em nós, enviou-nos em seu nome, sem pedras na mão, mas com a certeza da sua presença para nos ajudar a saltar, contornar ou retirar as pedras do caminho! Ele é a plenitude da Vida, assim se apresentou quando mandou retirar a pedra do sepulcro de Lázaro! (Jo 11, 41). As mulheres que queriam ungir o corpo de Jesus morto, pelo caminho perguntavam-se quem é que lhes iria retirar a pedra do sepulcro, pois era grande e pesada para as suas forças. Porque não desistiram perante a dificuldade, o milagre deu-se, encontraram a pedra removida e foi excelente o raiar daquela madrugada (Mc 16,4).

Seguros nas nossas capacidades, nem sempre queremos perceber o amor e os sinais que o Senhor nos dá para nos chamar à pedra!... Facilmente viramos resmungões. O Senhor, porém, deve rir-se destas nossas subtilezas, mas não desiste de nós, serve-se de tudo, às vezes de coisas insignificantes, impensáveis, estranhas até. A título de exemplo, recordo o que aconteceu a Balaão quando teimava em seguir por caminho errado. A sua jumenta - ora vejam lá! -, a sua jumenta viu primeiro do que ele que por aí é que não deveria ir, e não foi, deitou-se debaixo do assanhado Balaão. Acasmurrado com tão asinina atitude, logo pulou, de bastão na mão, furioso, a zurzir nos costados da pobre e fiel burrita. Com ameaças de morte, despejou nela uma forte carga de porrada em três atos de furibunda e intervalada raiva. A façanha durou tanto tempo quanto Balaão precisou para ver e reconhecer os sinais que Deus lhe dava para que mudasse de rumo e não se encaminhasse para a morte. Se fosse hoje, não se esquivaria dos tribunais humanos do bom senso, nem da impertinência dos caçadores de notícias quais abelhas à volta da colmeia com perguntas de lhe moer o toutiço, tampouco faltaria quem dissesse que ele é que merecia um arraial de pancadaria a colocá-lo entre a cruz e a caldeirinha!... (cf. Nm 22, 1-41).

Aquela frase, recordada pelo Santo Padre aos jovens, é uma bonita forma de exprimir a força e a certeza de que a vontade de Deus não pode ser calada. Essa expressão situa-se no contexto da entrada solene de Jesus em Jerusalém. O povo acompanhava e aclamava Jesus, maravilhado com o que Ele dizia e fazia. A multidão, de ramos na mão e capas pelo chão, aclamava-o entusiasticamente. Os fariseus, assaltados por uma terrível dor de cotovelo, ficaram com ciúmes, não viram com bons olhos esse entusiasmo do povo, reconhecendo Jesus como o Messias. No entanto, se incomodados com a aclamação e adesão do povo a Jesus, eles não tinham coragem para agir, sabiam as consequências se o viessem a fazer. Então, com cara de caso e de quem manda, dirigiram-se a Jesus para que Ele repreendesse os seus discípulos e acabasse com toda aquela festiva algazarra: “Mestre, repreende os teus discípulos”. Jesus, porém, respondeu: “Eu vos digo, se eles se calarem, as pedras gritarão” (Lc 19, 35-40). Não era que isso fosse acontecer, mas a sua hora é que tinha chegado e ninguém a poderia silenciar. O entusiasmo do povo era inevitável, tinha chegado a hora de Jesus se manifestar, Ele era o enviado de Deus, o Messias, aquele de quem as Escrituras falavam. Ninguém o poderia esconder, ninguém o poderia calar, nem que fosse necessário que as pedras gritassem.

Essa Hora e Hoje de Jesus é também o nosso hoje. Por isso, caro jovem e menos jovem, não te canses de gritar com a tua vida “que Cristo vive, que Cristo reina, que Cristo é o Senhor!” (cf. Lc 19, 40). “Proclama a Palavra, insiste, no tempo oportuno e inoportuno, refuta, adverte, exorta com toda a paciência e doutrina. Pois virá um tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, desejosos de ouvir novidades, rodear-se-ão de mestres a seu bel-prazer. Desviarão os ouvidos da verdade, orientando-se para as fábulas” (2Tm 4, 2-5).

Se, com Deus, até das pedras podem nascer filhos de Abraão, os filhos de Abraão, sem Deus, podem virar em pedras. Tudo o que o homem é e tem, tem-no e é por graça de Deus. Por isso, aquele que se gloria, glorie-se no Senhor, diz São Paulo.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 29-01-2021.

 

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Comunicado do Conselho Permanente da CEP face à aprovação da eutanásia

Os bispos portugueses exprimem a sua tristeza e indignação diante da aprovação parlamentar da lei que autoriza a eutanásia e o suicídio assistido. Essa tristeza e indignação são acrescidas pelo facto de se legalizar uma forma de morte provocada no momento do maior agravamento de uma pandemia mortífera, em que todos queremos empenhar-nos em salvar o maior número de vidas, para tal aceitando restrições da liberdade e sacrifícios económicos sem paralelo. É um contrassenso legalizar a morte provocada neste contexto, recusando as lições que esta pandemia nos tem dado sobre o valor precioso da vida humana, que a comunidade em geral e nomeadamente os profissionais de saúde tentam salvar de modo sobrehumano. Salientamos que a lei aprovada poderá ainda ser sujeita a fiscalização da constitucionalidade, por ofender o princípio da inviolabilidade da vida humana consagrado na nossa Lei fundamental. Não podemos aceitar que a morte provocada seja resposta à doença e ao sofrimento. Aceitar que o seja é desistir de combater e aliviar o sofrimento e veicular a ideia errada de que a vida marcada pela doença e pelo sofrimento deixa de merecer proteção e se torna um peso para o próprio, para os que o rodeiam, para os serviços de saúde e para a sociedade no seu todo. Não podemos nunca desistir de combater e aliviar o sofrimento, físico, psicológico ou existencial, e aceitar que a morte provocada seja resposta para essas situações. A resposta à doença e ao sofrimento deverá ser, antes, a proteção da vida sobretudo quando ela é mais frágil por todos os meios e, nomeadamente pelo acesso aos cuidados paliativos, de que a maioria da população portuguesa está ainda privada. Para além da política legislativa lesiva da dignidade de toda a vida humana, somos confrontados com um retrocesso cultural sem precedentes, caraterizado pela absolutização da autonomia e autodeterminação da pessoa. A ele temos de reagir energicamente. Por isso, agora, mais do que nunca, reforçamos o nosso propósito de acompanhar com solicitude e amor todos os doentes, em todas as etapas da sua vida terrena e, de modo especial, na sua etapa final.

Lisboa, 29 de janeiro de 2021

 

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