PARÓQUIAS
DE NISA
Sábado,
09 de janeiro de 2021
LITURGIA
Sábado
depois da Epifania
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Epifania ou do Natal.
L 1 1 Jo 5, 14-21; Sal 149, 1-2. 3-4. 5-6a e 9b
Ev Jo 3, 22-30
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. André Corsini,
bispo – FESTA e MF
* I Vésp. do Batismo do Senhor – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Gal
4, 4-5
Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher,
para nos tornarmos seus filhos adotivos.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que em vosso Filho Unigénito nos tornastes nova
criatura, concedei que a vossa graça nos conforme à imagem de Cristo, em quem a
nossa natureza se uniu à vossa divindade. Ele que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
LEITURA I 1 Jo 5, 14-21
«Escuta-nos em tudo o que Lhe pedirmos»
Leitura da
Primeira Epístola de São João
Caríssimos: Esta é a confiança que temos em Deus: se Lhe pedirmos alguma coisa
segundo a sua vontade, Ele escuta-nos. E sabendo que nos escuta em tudo o que
Lhe pedirmos, sabemos também que alcançaremos o que Lhe tivermos pedido. Se
alguém vir seu irmão cometer um pecado que não o leva à morte, reze e Deus lhe
dará a vida, se de facto o pecado cometido não leva à morte. Há um pecado que
leva à morte; não é por este pecado que eu digo que se reze. Toda a iniquidade
é pecado, mas nem todo o pecado leva à morte. Sabemos que todo aquele que
nasceu de Deus não peca, porque o guarda Aquele que foi gerado por Deus e o
Maligno não o pode atingir. Sabemos que somos de Deus, mas o mundo inteiro está
sujeito ao Maligno. E sabemos também que veio o Filho de Deus e nos deu
inteligência para conhecermos o Verdadeiro. Nós estamos no Verdadeiro, por seu
Filho, Jesus Cristo, que é o Deus verdadeiro e a vida eterna. Meus filhos,
guardai-vos dos falsos deuses.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 149, 1-2.3-4.5-6a.9b (R. 4a ou
Aleluia)
Refrão: O Senhor ama o seu povo.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,
rejubilem os filhos de Sião em seu Rei. Refrão
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara,
porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória. Refrão
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;
em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis. Refrão
ALELUIA Mt 4, 16
Refrão: Aleluia. Repete-se
O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz;
para aqueles que habitavam na sombria região da
morte uma luz se levantou. Refrão
EVANGELHO Jo 3, 22-30
«O amigo do esposo sente muita alegria ao ouvir a sua voz»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, foi Jesus com os seus discípulos para o território da Judeia,
onde Se demorou com eles, e começou a batizar. João batizava em Enon, perto de
Salim, porque ali a água era abundante e aparecia muita gente para se batizar.
João ainda não tinha sido encarcerado. Surgiu uma discussão entre os discípulos
de João e um judeu a respeito da purificação. Foram ter com João e
disseram-lhe: «Mestre, Aquele que estava contigo na outra margem do Jordão e de
quem deste testemunho anda a batizar e todos vão ter com Ele». João respondeu:
«Ninguém pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do Céu. Vós próprios
sois testemunhas de que eu disse: ‘Não sou o Messias, mas aquele que foi
enviado à sua frente’. Quem tem a esposa é o esposo; e o amigo do esposo, que o
acompanha e escuta, sente muita alegria ao ouvir a sua voz. Essa é a minha
alegria, que agora é completa: Ele deve crescer e eu diminuir».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz, fazei que esta oblação
Vos glorifique dignamente e que a nossa participação nos sagrados mistérios
reforce os laços da nossa unidade. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 1, 16
Da plenitude de Cristo todos nós recebemos
graça sobre graça.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, o vosso povo no presente e no futuro com os auxílios da
vossa infinita bondade, para que, com as alegrias que dispondes no seu caminho,
se dirija mais confiadamente para os bens eternos. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS – 1 Jo 5, 14-21: Aquele que crê sabe que Deus o
escuta e o atende, porque, pela fé, ele está em comunhão com Deus, mantendo a
sua vontade em conformidade com a vontade de Deus. Uma das intenções pela qual
se há de rezar é por aquele que não crê, ou que até divide Jesus, negando as
consequências admiráveis do mistério da Encarnação.
Jo 3, 22-30: A imagem das núpcias é
muito tradicional na Sagrada Escritura para significar a união íntima entre
Deus e o seu povo. João Baptista compreendeu muito bem que era precisamente
Jesus quem vinha estabelecer essa aliança de amor. Jesus, é Ele o noivo; João
era apenas o seu Precursor. Por isso, João não só não se incomoda com a
presença de Jesus, mas, até ao contrário, se alegra com ela, e dispõe-se a
desaparecer para que o Senhor cresça, enquanto ele diminui.
AGENDA DO DIA
09.30 horas: Missa na
Igreja do Espírito Santo – Nisa
10.00 horas: Missa no
Pado
10.00 horas: Missa na
Falagueira
11.00 horas: Missa no
Monte Claro
11,30 horas: Missa em
Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR:
A CULTURA DO CUIDADO E O DOM DA PAZ
Ano novo vida nova, para todos e em toda a parte, sem
exceção, com muita saúde, alegria e paz! O ano 2020 causou muitos estragos e
dissabores. Embora a ciência esteja a indicar a porta de saída a essa coisa a
que se deu o nome de Covid-19, é de prever que, enquanto não a obrigarem a
fazer as malas e a partir definitivamente, ainda vá continuar a esgotar quem a
combate, a fazer perder mais vidas, a forçar a porta para entrar e fazer
sofrer, a prejudicar a economia, a cultura, o emprego, a alegria, a liberdade,
o convívio, a vida. Todos alimentamos a esperança de que a vacina a consiga
vencer e varrer, e que, quem de direito, garanta o acesso de todos à vacina,
promovendo a cultura do cuidado por esse mundo além, sem exceção de pessoa e
lugar.
Para este primeiro dia do ano, Dia Litúrgico de Santa
Maria Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco escolheu como tema «a
cultura do cuidado como percurso de paz». Entende que a cultura do cuidado, “enquanto compromisso
comum, solidário e participativo para proteger e promover a dignidade e o bem
de todos, enquanto disposição a interessar-se, a prestar atenção, disposição à
compaixão, à reconciliação e à cura, ao respeito mútuo e ao acolhimento
recíproco, constitui uma via privilegiada para a construção da paz”. É mais um contributo do Papa “para erradicar a cultura
da indiferença, do descarte e do conflito, que hoje muitas vezes parece
prevalecer”. Se em todas as tradições religiosas há referências à origem do
homem, “à sua relação com o Criador, com a natureza e com os seus semelhantes”,
também na Bíblia, desde o início, “já estava contida a convicção atual de que
tudo está inter-relacionado e o cuidado autêntico da nossa própria vida e das
nossas relações com a natureza é inseparável da fraternidade, da justiça e da
fidelidade aos outros», acentua o Papa, para quem “a paz e a violência não
podem habitar na mesma morada” e “o auge da compreensão bíblica da justiça se
manifesta na forma como uma comunidade trata os mais frágeis no seu seio”.
A própria vida e o ministério de Jesus foram pautados
pelo gosto de cuidar e ensinar a cuidar dos outros, sobretudo dos mais frágeis,
até culminar na doação de si próprio, por todos, na Cruz. Cumpriu plenamente a
missão que o amor do Pai pela humanidade lhe confiou e abriu-nos “o caminho do
amor e disse a cada um: ‘Segue-Me! Faz tu também o mesmo’ (cf. Lc 10,
37).
As obras de misericórdia espirituais e corporais e o
serviço social da Igreja, que existe desde as origens e tem sido enriquecido ao
longo dos tempos, proporcionam “a todas as pessoas de boa vontade um precioso
património de princípios, critérios e indicações, donde se pode haurir a
‘gramática’ do cuidado: a promoção da dignidade de toda a pessoa humana, a
solidariedade com os pobres e indefesos, a solicitude pelo bem comum e a
salvaguarda da criação”.
Além disso, “o conceito de pessoa, que surgiu e
amadureceu no cristianismo, ajuda a promover um desenvolvimento plenamente
humano. Porque a pessoa exige sempre a relação e não o individualismo, afirma a
inclusão e não a exclusão, a dignidade singular, inviolável e não a
exploração”. Da dignidade da pessoa “derivam os direitos humanos, bem como
os deveres, que recordam, por exemplo, a responsabilidade de acolher e socorrer
os pobres, os doentes, os marginalizados, o nosso ‘próximo, vizinho ou distante
no espaço e no tempo’.
Francisco fala, pois, de Deus como modelo do cuidado,
do cuidado no ministério de Jesus, da cultura do cuidado na vida dos seguidores
de Jesus, dos princípios da doutrina social da Igreja como base da cultura do
cuidado, do cuidado como promoção da dignidade e dos direitos da pessoa, do
cuidado pelo bem comum, do cuidado através da solidariedade, do cuidado e da
salvaguarda da criação. E desafia “os responsáveis das Organizações
internacionais e dos Governos, dos mundos económico e científico, da
comunicação social e das instituições educativas a pegarem nesta ‘bússola’ dos
princípios acima lembrados para dar um rumo comum ao processo de
globalização, ‘um rumo verdadeiramente humano’. Este rumo “permitiria
estimar o valor e a dignidade de cada pessoa, agir conjunta e solidariamente em
prol do bem comum, aliviando quantos padecem por causa da pobreza, da doença,
da escravidão, da discriminação e dos conflitos”.
Através desta bússola, Francisco encoraja “todos a
tornarem-se profetas e testemunhas da cultura do cuidado, a fim de preencher
tantas desigualdades sociais”, coisa que só será possível “com um forte e
generalizado protagonismo das mulheres na família e em todas as esferas
sociais, políticas e institucionais”.
Mas esta bússola dos princípios sociais,
necessária para promover a cultura do cuidado, “vale também para as
relações entre as nações, que deveriam ser inspiradas pela fraternidade, o
respeito mútuo, a solidariedade e a observância do direito internacional”,
reafirmando “a proteção e a promoção dos direitos humanos fundamentais, que são
inalienáveis, universais e indivisíveis”.
A promoção da cultura do cuidado requer
um processo educativo que nasce na família e se prolonga na escola,
na universidade, nos meios da comunicação social, no papel das religiões na
medida em que transmitem aos fiéis e à sociedade os “valores da solidariedade,
do respeito pelas diferenças, do acolhimento e do cuidado dos irmãos mais
frágeis”.
Para todos os leitores, ao iniciarmos o Novo Ano,
torno presente a bênção da primeira leitura da Solenidade de Santa Maria Mãe de
Deus: “O Senhor te abençoe e proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face
e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz”.
Que a Sagrada Família de Nazaré proteja todas as
famílias e a todas ajude a compreender o verdadeiro valor e beleza da família,
o seu caráter sagrado e inviolável, o seu valor como berço da vida e primeira instância
educativa na cultura do cuidado, bem como o seu importante papel no âmbito da
solidariedade social.
Por iniciativa do Papa Francisco, desde o dia 8 de
dezembro passado, Dia da Imaculada Conceição, até 8 de dezembro de 2021,
estamos a viver um especial Ano dedicado a São José, comemorando os 150 anos
desde que foi proclamado Patrono da Igreja Católica. De 19 de março de 2021,
Dia de São José, até 26 de junho de 2022, acumularemos a vivência de um Ano
“Família Amoris Laetitia”, para avaliar e continuar a promover a receção da
Carta Apostólica Amoris Laetitia, publicada por Francisco há cinco anos.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-12-2020.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS – 1
Jo 5, 5-13 :Na água e no sangue saindo do lado do
Senhor morto na Cruz viu a tradição cristã, que o Concílio de algum modo
assumiu (SC 5), o sinal dos sacramentos do Batismo e da Eucaristia. Os
Sacramentos, pela ação do Espírito Santo, dão testemunho de que Deus comunica a
sua vida, por Cristo, à Igreja, e assim alimenta nela a fé.
Lc 5, 12-16 :As
ações prodigiosas que Jesus faz no meio do povo, como as curas, são também
“sinais” que O manifestam como o Enviado de Deus, o Messias, como Cristo. Deste
modo, as celebrações deste tempo do Natal, sobretudo nestes dias que se seguem
à Epifania, levam-nos a aprofundar o mistério de Jesus de Nazaré, para
reconhecermos, cada vez mais, que Ele é o “Cristo”, o Messias, o Filho de Deus
que o Pai enviou ao meio dos homens para Lh’O revelar e os conduzir até Si. A
fé cristã consiste em reconhecer que Jesus de Nazaré é o Cristo; por isso, ela
se exprime confessando-O o “Senhor Jesus Cristo”.
AGENDA DO DIA
11.00 horas: Funeral no
Pé da Serra
17.00 horas: Adoração
ao Santíssimo em Alpalhão
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR:
A CULTURA DO CUIDADO E O DOM DA PAZ
Ano novo vida nova, para todos e em toda a parte, sem
exceção, com muita saúde, alegria e paz! O ano 2020 causou muitos estragos e
dissabores. Embora a ciência esteja a indicar a porta de saída a essa coisa a
que se deu o nome de Covid-19, é de prever que, enquanto não a obrigarem a
fazer as malas e a partir definitivamente, ainda vá continuar a esgotar quem a
combate, a fazer perder mais vidas, a forçar a porta para entrar e fazer
sofrer, a prejudicar a economia, a cultura, o emprego, a alegria, a liberdade,
o convívio, a vida. Todos alimentamos a esperança de que a vacina a consiga
vencer e varrer, e que, quem de direito, garanta o acesso de todos à vacina,
promovendo a cultura do cuidado por esse mundo além, sem exceção de pessoa e
lugar.
Para este primeiro dia do ano, Dia Litúrgico de Santa
Maria Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco escolheu como tema «a
cultura do cuidado como percurso de paz». Entende que a cultura do cuidado, “enquanto compromisso
comum, solidário e participativo para proteger e promover a dignidade e o bem
de todos, enquanto disposição a interessar-se, a prestar atenção, disposição à
compaixão, à reconciliação e à cura, ao respeito mútuo e ao acolhimento
recíproco, constitui uma via privilegiada para a construção da paz”. É mais um contributo do Papa “para erradicar a cultura
da indiferença, do descarte e do conflito, que hoje muitas vezes parece
prevalecer”. Se em todas as tradições religiosas há referências à origem do
homem, “à sua relação com o Criador, com a natureza e com os seus semelhantes”,
também na Bíblia, desde o início, “já estava contida a convicção atual de que
tudo está inter-relacionado e o cuidado autêntico da nossa própria vida e das
nossas relações com a natureza é inseparável da fraternidade, da justiça e da
fidelidade aos outros», acentua o Papa, para quem “a paz e a violência não
podem habitar na mesma morada” e “o auge da compreensão bíblica da justiça se
manifesta na forma como uma comunidade trata os mais frágeis no seu seio”.
A própria vida e o ministério de Jesus foram pautados
pelo gosto de cuidar e ensinar a cuidar dos outros, sobretudo dos mais frágeis,
até culminar na doação de si próprio, por todos, na Cruz. Cumpriu plenamente a
missão que o amor do Pai pela humanidade lhe confiou e abriu-nos “o caminho do
amor e disse a cada um: ‘Segue-Me! Faz tu também o mesmo’ (cf. Lc 10,
37).
As obras de misericórdia espirituais e corporais e o
serviço social da Igreja, que existe desde as origens e tem sido enriquecido ao
longo dos tempos, proporcionam “a todas as pessoas de boa vontade um precioso
património de princípios, critérios e indicações, donde se pode haurir a
‘gramática’ do cuidado: a promoção da dignidade de toda a pessoa humana, a
solidariedade com os pobres e indefesos, a solicitude pelo bem comum e a
salvaguarda da criação”.
Além disso, “o conceito de pessoa, que surgiu e
amadureceu no cristianismo, ajuda a promover um desenvolvimento plenamente
humano. Porque a pessoa exige sempre a relação e não o individualismo, afirma a
inclusão e não a exclusão, a dignidade singular, inviolável e não a
exploração”. Da dignidade da pessoa “derivam os direitos humanos, bem como
os deveres, que recordam, por exemplo, a responsabilidade de acolher e socorrer
os pobres, os doentes, os marginalizados, o nosso ‘próximo, vizinho ou distante
no espaço e no tempo’.
Francisco fala, pois, de Deus como modelo do cuidado,
do cuidado no ministério de Jesus, da cultura do cuidado na vida dos seguidores
de Jesus, dos princípios da doutrina social da Igreja como base da cultura do
cuidado, do cuidado como promoção da dignidade e dos direitos da pessoa, do
cuidado pelo bem comum, do cuidado através da solidariedade, do cuidado e da
salvaguarda da criação. E desafia “os responsáveis das Organizações
internacionais e dos Governos, dos mundos económico e científico, da
comunicação social e das instituições educativas a pegarem nesta ‘bússola’ dos
princípios acima lembrados para dar um rumo comum ao processo de
globalização, ‘um rumo verdadeiramente humano’. Este rumo “permitiria
estimar o valor e a dignidade de cada pessoa, agir conjunta e solidariamente em
prol do bem comum, aliviando quantos padecem por causa da pobreza, da doença,
da escravidão, da discriminação e dos conflitos”.
Através desta bússola, Francisco encoraja “todos a
tornarem-se profetas e testemunhas da cultura do cuidado, a fim de preencher
tantas desigualdades sociais”, coisa que só será possível “com um forte e
generalizado protagonismo das mulheres na família e em todas as esferas
sociais, políticas e institucionais”.
Mas esta bússola dos princípios sociais,
necessária para promover a cultura do cuidado, “vale também para as
relações entre as nações, que deveriam ser inspiradas pela fraternidade, o
respeito mútuo, a solidariedade e a observância do direito internacional”,
reafirmando “a proteção e a promoção dos direitos humanos fundamentais, que são
inalienáveis, universais e indivisíveis”.
A promoção da cultura do cuidado requer
um processo educativo que nasce na família e se prolonga na escola,
na universidade, nos meios da comunicação social, no papel das religiões na
medida em que transmitem aos fiéis e à sociedade os “valores da solidariedade,
do respeito pelas diferenças, do acolhimento e do cuidado dos irmãos mais
frágeis”.
Para todos os leitores, ao iniciarmos o Novo Ano,
torno presente a bênção da primeira leitura da Solenidade de Santa Maria Mãe de
Deus: “O Senhor te abençoe e proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face
e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz”.
Que a Sagrada Família de Nazaré proteja todas as
famílias e a todas ajude a compreender o verdadeiro valor e beleza da família,
o seu caráter sagrado e inviolável, o seu valor como berço da vida e primeira instância
educativa na cultura do cuidado, bem como o seu importante papel no âmbito da
solidariedade social.
Por iniciativa do Papa Francisco, desde o dia 8 de
dezembro passado, Dia da Imaculada Conceição, até 8 de dezembro de 2021,
estamos a viver um especial Ano dedicado a São José, comemorando os 150 anos
desde que foi proclamado Patrono da Igreja Católica. De 19 de março de 2021,
Dia de São José, até 26 de junho de 2022, acumularemos a vivência de um Ano
“Família Amoris Laetitia”, para avaliar e continuar a promover a receção da
Carta Apostólica Amoris Laetitia, publicada por Francisco há cinco anos.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-12-2020.
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