PARÓQUIAS
DE NISA
Quarta-feira,
06 de janeiro de 2021
LITURGIA
Quarta-feira
depois da Epifania
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Epifania ou do Natal.
L 1 1 Jo 4, 11-18; Sal 71 (72), 2. 10-11. 12-13
Ev Mc 6, 45-52
* Aniversário da Ordenação episcopal de D. Amândio José Tomás (2002), Bispo
Emérito de Vila Real.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Is 9, 2
O povo que andava nas trevas viu uma grande luz.
Para aqueles que habitavam nas sombras da morte
uma luz começou a brilhar.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, sol que ilumina todos os homens, concedei ao mundo a paz
duradoira e fazei brilhar em nossos corações a luz admirável que orientou os
passos dos Magos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco
na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Jo 4, 11-18
«Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós»
Leitura da
Primeira Epístola de São João
Caríssimos: Se Deus nos amou tanto, também nós devemos amar-nos uns aos outros.
A Deus ninguém jamais O viu. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em
nós e em nós o seu amor é perfeito. Nisto conhecemos que estamos n’Ele e Ele em
nós: porque nos deu o seu Espírito. E nós vimos e damos testemunho de que o Pai
enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Se alguém confessar que Jesus é o
Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus. Nós conhecemos o amor de Deus
por nós e acreditamos no seu amor. Deus é amor: quem permanece no amor
permanece em Deus e Deus nele. Nisto se realiza a perfeição do amor de Deus em
nós, porque somos neste mundo como é Jesus e assim temos plena confiança no dia
do juízo. No amor não há temor; o amor que é perfeito expulsa o temor, porque o
temor supõe um castigo. Quem teme não é perfeito no amor.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 71 (72), 2.10-11.12-13 (R. cf. 11)
Refrão: Virão adorar-Vos, Senhor,
todos os povos da terra. Repete-se
Deus, concedei ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade. Refrão
Os reis de Társis e das ilhas virão com presentes,
os reis da Arábia e de Sabá trarão suas ofertas.
Prostrar-se-ão diante dele todos os reis,
todos os povos o hão de servir. Refrão
Socorrerá o pobre que pede auxílio
e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos. Refrão
ALELUIA cf. 1 Tim 3, 16
Refrão: Aleluia. Repete-se
Glória a Vós, Jesus Cristo, anunciado aos gentios;
glória a Vós, Jesus Cristo, acreditado no mundo. Refrão
EVANGELHO Mc 6, 45-52
«Viram Jesus caminhando sobre o mar»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Depois de ter matado a fome a cinco mil homens, Jesus obrigou os discípulos a
subirem para o barco e a seguirem antes d’Ele para a outra margem, em direção a
Betsaida, enquanto Ele despedia a multidão. Depois de a ter despedido, subiu a
um monte, para orar. Ao anoitecer, estava o barco no meio do mar e Jesus
sozinho em terra. Ao ver os discípulos cansados de remar, porque o vento lhes
era contrário, pela quarta vigília da noite foi ter com eles, caminhando sobre
o mar, mas ia passar adiante. Ao verem Jesus caminhando sobre o mar, os
discípulos julgaram que era um fantasma e começaram a gritar, porque todos O
viram e ficaram atemorizados. Mas Jesus falou-lhes logo, dizendo: «Tende
confiança. Sou Eu, não temais». Depois subiu para junto deles no barco e o
vento amainou. Todos se encheram de espanto, porque o seu coração estava
endurecido, e não tinham compreendido a multiplicação dos pães.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz, fazei que esta oblação
Vos glorifique dignamente e que a nossa participação nos sagrados mistérios
reforce os laços da nossa unidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. 1 Jo 1, 2
A vida que estava junto do Pai
manifestou-se na terra e nós vimos a sua glória.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, o vosso povo no presente e no futuro com os auxílios da
vossa infinita bondade, para que, com as alegrias que dispondes no seu caminho,
se dirija mais confiadamente para os bens eternos. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS – 1 Jo 4, 11-18: Deus é amor e ama-nos. É no amor que
nós O conhecemos e o amor d’Ele há-de manifestar-se no amor que temos uns aos
outros. Assim mostramos que O conhecemos, e os outros O poderão reconhecer em
nós. Este amor está unido à fé, pela qual reconhecemos que Jesus é o Filho de
Deus, enviado da parte do Pai para nos unir ao Pai no amor perfeito, aquele
amor que expulsa tudo o que é temor.
EVANGELHO
Mc 6, 45-52: Uma nova manifestação ou “epifania” de Jesus revela-O como
Senhor das próprias forças da natureza. Jesus multiplica os sinais para que os
discípulos O reconheçam como o Filho de Deus. E não é fácil consegui-lo, porque
o espírito deles estava embotado, e a multiplicação dos pães não tinha bastado
para que O reconhecessem. A Epifania celebra-se, de facto, na fé, e a sua
celebração, repetida em cada ano, pretende levar-nos a reconhecer, cada vez
mais profundamente, quem é o Senhor Jesus.
AGENDA DO DIA
10.00 horas: Funeral em
Gáfete
17.00 horas: Missa em
Gáfete
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa em
Nisa.
A VOZ DO PASTOR:
A CULTURA DO CUIDADO E O DOM DA PAZ
Ano novo vida nova, para todos e em toda a parte, sem exceção,
com muita saúde, alegria e paz! O ano 2020 causou muitos estragos e dissabores.
Embora a ciência esteja a indicar a porta de saída a essa coisa a que se deu o
nome de Covid-19, é de prever que, enquanto não a obrigarem a fazer as malas e
a partir definitivamente, ainda vá continuar a esgotar quem a combate, a fazer
perder mais vidas, a forçar a porta para entrar e fazer sofrer, a prejudicar a
economia, a cultura, o emprego, a alegria, a liberdade, o convívio, a vida.
Todos alimentamos a esperança de que a vacina a consiga vencer e varrer, e que,
quem de direito, garanta o acesso de todos à vacina, promovendo a cultura do
cuidado por esse mundo além, sem exceção de pessoa e lugar.
Para este primeiro dia do ano, Dia Litúrgico de Santa
Maria Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco escolheu como tema «a
cultura do cuidado como percurso de paz». Entende que a cultura do cuidado, “enquanto compromisso
comum, solidário e participativo para proteger e promover a dignidade e o bem
de todos, enquanto disposição a interessar-se, a prestar atenção, disposição à
compaixão, à reconciliação e à cura, ao respeito mútuo e ao acolhimento
recíproco, constitui uma via privilegiada para a construção da paz”. É mais um contributo do Papa “para erradicar a cultura
da indiferença, do descarte e do conflito, que hoje muitas vezes parece
prevalecer”. Se em todas as tradições religiosas há referências à origem do
homem, “à sua relação com o Criador, com a natureza e com os seus semelhantes”,
também na Bíblia, desde o início, “já estava contida a convicção atual de que
tudo está inter-relacionado e o cuidado autêntico da nossa própria vida e das
nossas relações com a natureza é inseparável da fraternidade, da justiça e da
fidelidade aos outros», acentua o Papa, para quem “a paz e a violência não
podem habitar na mesma morada” e “o auge da compreensão bíblica da justiça se
manifesta na forma como uma comunidade trata os mais frágeis no seu seio”.
A própria vida e o ministério de Jesus foram pautados
pelo gosto de cuidar e ensinar a cuidar dos outros, sobretudo dos mais frágeis,
até culminar na doação de si próprio, por todos, na Cruz. Cumpriu plenamente a
missão que o amor do Pai pela humanidade lhe confiou e abriu-nos “o caminho do
amor e disse a cada um: ‘Segue-Me! Faz tu também o mesmo’ (cf. Lc 10,
37).
As obras de misericórdia espirituais e corporais e o
serviço social da Igreja, que existe desde as origens e tem sido enriquecido ao
longo dos tempos, proporcionam “a todas as pessoas de boa vontade um precioso
património de princípios, critérios e indicações, donde se pode haurir a
‘gramática’ do cuidado: a promoção da dignidade de toda a pessoa humana, a
solidariedade com os pobres e indefesos, a solicitude pelo bem comum e a
salvaguarda da criação”.
Além disso, “o conceito de pessoa, que surgiu e
amadureceu no cristianismo, ajuda a promover um desenvolvimento plenamente
humano. Porque a pessoa exige sempre a relação e não o individualismo, afirma a
inclusão e não a exclusão, a dignidade singular, inviolável e não a exploração”. Da
dignidade da pessoa “derivam os direitos humanos, bem como os deveres, que
recordam, por exemplo, a responsabilidade de acolher e socorrer os pobres, os
doentes, os marginalizados, o nosso ‘próximo, vizinho ou distante no espaço e
no tempo’.
Francisco fala, pois, de Deus como modelo do cuidado,
do cuidado no ministério de Jesus, da cultura do cuidado na vida dos seguidores
de Jesus, dos princípios da doutrina social da Igreja como base da cultura do
cuidado, do cuidado como promoção da dignidade e dos direitos da pessoa, do
cuidado pelo bem comum, do cuidado através da solidariedade, do cuidado e da
salvaguarda da criação. E desafia “os responsáveis das Organizações
internacionais e dos Governos, dos mundos económico e científico, da comunicação
social e das instituições educativas a pegarem nesta ‘bússola’ dos princípios
acima lembrados para dar um rumo comum ao processo de globalização,
‘um rumo verdadeiramente humano’. Este rumo “permitiria estimar o valor e
a dignidade de cada pessoa, agir conjunta e solidariamente em prol do bem
comum, aliviando quantos padecem por causa da pobreza, da doença, da
escravidão, da discriminação e dos conflitos”.
Através desta bússola, Francisco encoraja “todos a
tornarem-se profetas e testemunhas da cultura do cuidado, a fim de preencher
tantas desigualdades sociais”, coisa que só será possível “com um forte e
generalizado protagonismo das mulheres na família e em todas as esferas
sociais, políticas e institucionais”.
Mas esta bússola dos princípios sociais, necessária
para promover a cultura do cuidado, “vale também para as relações entre as
nações, que deveriam ser inspiradas pela fraternidade, o respeito mútuo, a
solidariedade e a observância do direito internacional”, reafirmando “a
proteção e a promoção dos direitos humanos fundamentais, que são inalienáveis,
universais e indivisíveis”.
A promoção da cultura do cuidado requer
um processo educativo que nasce na família e se prolonga na escola,
na universidade, nos meios da comunicação social, no papel das religiões na
medida em que transmitem aos fiéis e à sociedade os “valores da solidariedade,
do respeito pelas diferenças, do acolhimento e do cuidado dos irmãos mais
frágeis”.
Para todos os leitores, ao iniciarmos o Novo Ano,
torno presente a bênção da primeira leitura da Solenidade de Santa Maria Mãe de
Deus: “O Senhor te abençoe e proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face
e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz”.
Que a Sagrada Família de Nazaré proteja todas as famílias
e a todas ajude a compreender o verdadeiro valor e beleza da família, o seu
caráter sagrado e inviolável, o seu valor como berço da vida e primeira
instância educativa na cultura do cuidado, bem como o seu importante papel no
âmbito da solidariedade social.
Por iniciativa do Papa Francisco, desde o dia 8 de
dezembro passado, Dia da Imaculada Conceição, até 8 de dezembro de 2021,
estamos a viver um especial Ano dedicado a São José, comemorando os 150 anos
desde que foi proclamado Patrono da Igreja Católica. De 19 de março de 2021,
Dia de São José, até 26 de junho de 2022, acumularemos a vivência de um Ano
“Família Amoris Laetitia”, para avaliar e continuar a promover a receção da
Carta Apostólica Amoris Laetitia, publicada por Francisco há cinco anos.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-12-2020.
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