PARÓQUIAS
DE NISA
Quinta-feira,
07 de janeiro de 2021
LITURGIA
Quinta-feira
depois da Epifania
S. Raimundo de Penaforte, presbítero – MF
Branco – Ofício da féria ou da
memória.
Missa da féria ou da memória, pf. da Epifania ou do Natal.
L 1 1 Jo 4, 19 – 5, 4; Sal 71 (72), 2. 14-15bc. 17
Ev Lc 4, 14-22a
* Na Ordem de São Domingos – S. Raimundo de Penaforte, presbítero – MO
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – B. Lindalva
Justo de Oliveira, virgem e mártir – MO
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Jo l, l
No princípio, antes da criação do universo,
o Verbo era Deus.
Ele dignou-Se nascer para salvar o mundo.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que por meio do vosso Filho manifestastes a todos os povos a luz da
sabedoria eterna, concedei aos vossos fiéis que, iluminados plenamente pelo
esplendor da redenção de Cristo e progredindo sempre no conhecimento da
verdade, alcancem a claridade da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Jo 4, 19 – 5, 4
«Quem ama a Deus ame também o seu irmão»
Leitura da
Primeira Epístola de São João
Caríssimos: Nós devemos amar, porque Deus nos amou primeiro. Se alguém disser:
«Amo a Deus» e odiar o seu irmão, é mentiroso. Quem não ama o seu irmão, que
vê, não pode amar a Deus, que não vê. É este o mandamento que recebemos d’Ele:
quem ama a Deus ame também o seu irmão. Quem acredita que Jesus é o Messias
nasceu de Deus e quem ama Aquele que gerou ama também o que d’Ele nasceu. Nós
sabemos que amamos os filhos de Deus quando amamos a Deus, cumprindo os seus
mandamentos, porque o amor de Deus consiste em guardar os seus mandamentos. E
os seus mandamentos não são pesados, porque todo o que nasceu de Deus vence o
mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 71 (72), 2.14.15bc.17 (R. cf. 11)
Refrão: Virão adorar-Vos, Senhor,
todos os povos da terra. Repete-se
Deus, concedei ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade. Refrão
Ele os libertará da opressão e da violência
e o sangue deles será precioso a seus olhos;
por ele hão-de rezar sempre
e todos os dias o bendirão. Refrão
O seu nome será eternamente bendito
e durará tanto como a luz do sol;
nele serão abençoadas todas as nações,
todos os povos da terra o hão-de bendizer. Refrão
ALELUIA Lc 4, 18
Refrão: Aleluia Repete-se
O Senhor enviou-me a anunciar aos pobres a boa nova,
a proclamar aos cativos a redenção. Refrão
EVANGELHO Lc 4, 14-22a
«Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e a sua
fama propagou-se por toda a região. Ensinava nas sinagogas e era elogiado por
todos. Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou
na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o
livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava
escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para
anunciar a boa nova aos pobres; Ele Me enviou a proclamar a redenção aos
cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos e a
proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao
ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga.
Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura
que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam da
mensagem da graça que saía da sua boca.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, a oblação que trazemos ao vosso altar nesta admirável permuta
de dons, de modo que, oferecendo-Vos o que nos destes, mereçamos receber-Vos a
Vós mesmo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 3, 16
Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho Unigénito.
Quem acredita n’Ele tem a vida eterna.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei-nos, Deus todo-poderoso, que a nossa vida seja cons¬tantemente
fortalecida pela comunhão nos vossos santos mistérios. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS – 1 Jo 4, 19 – 5, 4: Quem tem fé em Jesus Cristo torna-se
filho de Deus, nasce de Deus. Por isso, quem ama a Deus ame também os seus
filhos, que são nossos irmãos. Amor de Deus e amor do próximo andam sempre
juntos. A fé está na base deste amor, a fé que torna o homem vitorioso sobre o
mundo, como Jesus foi vitorioso sobre o Mundo (Jo 16, 33).
Lc 4, 14-22a: Esta passagem apresenta
a primeira pregação de Jesus. Foi em Nazaré e numa celebração litúrgica. Jesus,
segundo o uso da Sinagoga, fez a leitura, e depois a homilia. Aplicando a Si
próprio a passagem do profeta que acabava de ler, Jesus manifesta-Se como sendo
Ele mesmo o Ungido de Deus, o Messias, o Cristo esperado desde os tempos
antigos. A sua homilia foi aqui, pela primeira vez, a proclamação do Evangelho
na celebração litúrgica.
AGENDA DO DIA
16.30 horas: Funeral em Nisa
18.00 horas: Missa em
Nisa
21.00 horas: Adoração
ao Santíssimo na Igreja do Espírito Santo.
A VOZ DO PASTOR:
A CULTURA DO CUIDADO E O DOM DA PAZ
Ano novo vida nova, para todos e em toda a parte, sem exceção,
com muita saúde, alegria e paz! O ano 2020 causou muitos estragos e dissabores.
Embora a ciência esteja a indicar a porta de saída a essa coisa a que se deu o
nome de Covid-19, é de prever que, enquanto não a obrigarem a fazer as malas e
a partir definitivamente, ainda vá continuar a esgotar quem a combate, a fazer
perder mais vidas, a forçar a porta para entrar e fazer sofrer, a prejudicar a
economia, a cultura, o emprego, a alegria, a liberdade, o convívio, a vida.
Todos alimentamos a esperança de que a vacina a consiga vencer e varrer, e que,
quem de direito, garanta o acesso de todos à vacina, promovendo a cultura do
cuidado por esse mundo além, sem exceção de pessoa e lugar.
Para este primeiro dia do ano, Dia Litúrgico de Santa
Maria Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco escolheu como tema «a
cultura do cuidado como percurso de paz». Entende que a cultura do cuidado, “enquanto compromisso
comum, solidário e participativo para proteger e promover a dignidade e o bem
de todos, enquanto disposição a interessar-se, a prestar atenção, disposição à
compaixão, à reconciliação e à cura, ao respeito mútuo e ao acolhimento
recíproco, constitui uma via privilegiada para a construção da paz”. É mais um contributo do Papa “para erradicar a cultura
da indiferença, do descarte e do conflito, que hoje muitas vezes parece
prevalecer”. Se em todas as tradições religiosas há referências à origem do
homem, “à sua relação com o Criador, com a natureza e com os seus semelhantes”,
também na Bíblia, desde o início, “já estava contida a convicção atual de que
tudo está inter-relacionado e o cuidado autêntico da nossa própria vida e das
nossas relações com a natureza é inseparável da fraternidade, da justiça e da
fidelidade aos outros», acentua o Papa, para quem “a paz e a violência não
podem habitar na mesma morada” e “o auge da compreensão bíblica da justiça se
manifesta na forma como uma comunidade trata os mais frágeis no seu seio”.
A própria vida e o ministério de Jesus foram pautados
pelo gosto de cuidar e ensinar a cuidar dos outros, sobretudo dos mais frágeis,
até culminar na doação de si próprio, por todos, na Cruz. Cumpriu plenamente a
missão que o amor do Pai pela humanidade lhe confiou e abriu-nos “o caminho do
amor e disse a cada um: ‘Segue-Me! Faz tu também o mesmo’ (cf. Lc 10,
37).
As obras de misericórdia espirituais e corporais e o
serviço social da Igreja, que existe desde as origens e tem sido enriquecido ao
longo dos tempos, proporcionam “a todas as pessoas de boa vontade um precioso
património de princípios, critérios e indicações, donde se pode haurir a
‘gramática’ do cuidado: a promoção da dignidade de toda a pessoa humana, a
solidariedade com os pobres e indefesos, a solicitude pelo bem comum e a
salvaguarda da criação”.
Além disso, “o conceito de pessoa, que surgiu e
amadureceu no cristianismo, ajuda a promover um desenvolvimento plenamente
humano. Porque a pessoa exige sempre a relação e não o individualismo, afirma a
inclusão e não a exclusão, a dignidade singular, inviolável e não a exploração”. Da
dignidade da pessoa “derivam os direitos humanos, bem como os deveres, que
recordam, por exemplo, a responsabilidade de acolher e socorrer os pobres, os
doentes, os marginalizados, o nosso ‘próximo, vizinho ou distante no espaço e
no tempo’.
Francisco fala, pois, de Deus como modelo do cuidado,
do cuidado no ministério de Jesus, da cultura do cuidado na vida dos seguidores
de Jesus, dos princípios da doutrina social da Igreja como base da cultura do
cuidado, do cuidado como promoção da dignidade e dos direitos da pessoa, do
cuidado pelo bem comum, do cuidado através da solidariedade, do cuidado e da
salvaguarda da criação. E desafia “os responsáveis das Organizações
internacionais e dos Governos, dos mundos económico e científico, da comunicação
social e das instituições educativas a pegarem nesta ‘bússola’ dos princípios
acima lembrados para dar um rumo comum ao processo de globalização,
‘um rumo verdadeiramente humano’. Este rumo “permitiria estimar o valor e
a dignidade de cada pessoa, agir conjunta e solidariamente em prol do bem
comum, aliviando quantos padecem por causa da pobreza, da doença, da
escravidão, da discriminação e dos conflitos”.
Através desta bússola, Francisco encoraja “todos a
tornarem-se profetas e testemunhas da cultura do cuidado, a fim de preencher
tantas desigualdades sociais”, coisa que só será possível “com um forte e
generalizado protagonismo das mulheres na família e em todas as esferas
sociais, políticas e institucionais”.
Mas esta bússola dos princípios sociais, necessária
para promover a cultura do cuidado, “vale também para as relações entre as
nações, que deveriam ser inspiradas pela fraternidade, o respeito mútuo, a
solidariedade e a observância do direito internacional”, reafirmando “a
proteção e a promoção dos direitos humanos fundamentais, que são inalienáveis,
universais e indivisíveis”.
A promoção da cultura do cuidado requer
um processo educativo que nasce na família e se prolonga na escola,
na universidade, nos meios da comunicação social, no papel das religiões na
medida em que transmitem aos fiéis e à sociedade os “valores da solidariedade,
do respeito pelas diferenças, do acolhimento e do cuidado dos irmãos mais
frágeis”.
Para todos os leitores, ao iniciarmos o Novo Ano,
torno presente a bênção da primeira leitura da Solenidade de Santa Maria Mãe de
Deus: “O Senhor te abençoe e proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face
e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz”.
Que a Sagrada Família de Nazaré proteja todas as famílias
e a todas ajude a compreender o verdadeiro valor e beleza da família, o seu
caráter sagrado e inviolável, o seu valor como berço da vida e primeira
instância educativa na cultura do cuidado, bem como o seu importante papel no
âmbito da solidariedade social.
Por iniciativa do Papa Francisco, desde o dia 8 de
dezembro passado, Dia da Imaculada Conceição, até 8 de dezembro de 2021,
estamos a viver um especial Ano dedicado a São José, comemorando os 150 anos
desde que foi proclamado Patrono da Igreja Católica. De 19 de março de 2021,
Dia de São José, até 26 de junho de 2022, acumularemos a vivência de um Ano
“Família Amoris Laetitia”, para avaliar e continuar a promover a receção da
Carta Apostólica Amoris Laetitia, publicada por Francisco há cinco anos.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-12-2020.
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