PARÓQUIAS
DE NISA
Segunda-feira,
04 de janeiro de 2021
LITURGIA
Segunda-feira
depois da Epifania
Branco – Ofício da féria (Semana II
do Saltério).
Missa da féria, pf. da Epifania ou do Natal.
L 1 1 Jo 3, 22 – 4, 6; Sal 2, 7-8. 10-11
Ev Mt 4, 12-17. 23-25
* Na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. Ciríaco Elias Chavara, presbítero – MF
* Na Ordem Franciscana (III Ordem) – B. Ângela de Folinho, religiosa, da III
Ordem – MF
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – S. Isabel
Ana Seton, religiosa – MO
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA
Um dia sagrado brilhou para nós.
Vinde, ó povos, adorar o Senhor,
porque uma grande luz desceu sobre a terra.
ORAÇÃO COLECTA
Iluminai, Senhor, os nossos corações com o esplendor da vossa divindade, para
que, através das trevas deste mundo, caminhemos com segurança para a pátria da
luz eterna. Por Nosso Senhor.
LEITURA I 1 Jo 3, 22 - 4, 6
«Examinai os espíritos, para ver se são de Deus»
Leitura da
Primeira Epístola de São João
Caríssimos: Nós recebemos de Deus tudo o que Lhe pedirmos, porque cumprimos os
seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável. É este o seu mandamento:
acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amar-nos uns aos outros, como
Ele nos mandou. Quem observa os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele.
E sabemos que permanece em nós pelo Espírito que nos concedeu. Caríssimos, não
deis crédito a qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de
Deus, porque surgiram no mundo muitos falsos profetas. Nisto conhecereis o
espírito de Deus: todo o espírito que confessa a Jesus Cristo feito homem é de
Deus; e todo o espírito que não confessa a Jesus não é de Deus. Este é o
espírito do Anticristo, do qual ouvistes dizer que havia de vir e agora já está
no mundo. Vós, meus filhos, sois de Deus e já os vencestes, porque Aquele que
está no meio de vós é maior do que aquele que está no mundo. Eles são do mundo;
por isso falam a linguagem do mundo e o mundo escuta-os. Nós somos de Deus e
quem conhece a Deus escuta-nos; quem não é de Deus não nos escuta. Nisto
distinguimos o espírito da verdade e o espírito do erro.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 2, 7-8.10-11 (R. 8a)
Refrão: Eu te darei os povos em herança.
Repete-se
Vou proclamar o decreto do Senhor.
Ele disse-me: ‘Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e te darei as nações em herança
e os confins da terra para teu domínio’. Refrão
Agora, ó reis, tomai sentido,
atendei, vós que julgais a terra.
Servi o Senhor com temor,
aclamai-O com reverência. Refrão
ALELUIA cf. Mt 4, 23
Refrão: Aleluia Repete-se
Jesus proclamava o Evangelho do reino
e curava todas as doenças entre o povo. Refrão
EVANGELHO Mt 4, 12-17.23-25
«Está próximo o reino dos Céus»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, quando Jesus ouviu dizer que João Baptista fora preso,
retirou-Se para a Galileia. Deixou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, terra à
beira-mar, no território de Zabulão e Neftali. Assim se cumpria o que o profeta
Isaías anunciara, ao dizer: «Terra de Zabulão e terra de Neftali, estrada do
mar, além do Jordão, Galileia dos gentios: o povo que vivia nas trevas viu uma
grande luz; para aqueles que habitavam na sombria região da morte uma luz se
levantou». Desde então, Jesus começou a pregar: «Arrependei-vos, porque está
próximo o reino dos Céus». Depois percorria toda a Galileia, ensinando nas
sinagogas, proclamando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e
enfermidades entre o povo. A sua fama propagou-se por toda a Síria: traziam-Lhe
todos os que estavam doentes, atingidos de diversos males e sofrimentos,
possessos, epilépticos e paralíticos, e Jesus curava-os. Seguiram-n’O grandes
multidões, que tinham vindo da Galileia e da Decápole, de Jerusalém, da Judeia
e de Além-Jordão.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, a oblação que trazemos ao vosso altar, nesta admirável permuta
de dons, de modo que, oferecendo-Vos o que nos destes, mereçamos receber-Vos a
Vós mesmo. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 1, 14
Nós vimos a sua glória,
a glória do Filho Unigénito do Pai,
cheio de graça e de verdade.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei-nos, Deus todo-poderoso, que a nossa vida seja cons¬tantemente
fortalecida pela comunhão nos vossos santos mistérios. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS – 1 Jo 3, 22 - 4, 6: O mistério da Encarnação do Filho de
Deus é tão extraordinário, que os homens têm muita dificuldade em o aceitar.
Por isso, desde o princípio, houve quem o deturpasse, por fazerem mais fé no
seu próprio pensar do que no Espírito de Deus que lho manifestava. É este
Espírito Santo, que nos ilumina sobre o mistério de Jesus e nos leva a
confessar que Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus.
Mt 4, 12-17.23-25: A manifestação do reino de Deus começou a
realizar-se na pessoa de Jesus. Pela sua pregação e pelas obras que fazia, Ele
manifestava já que esse reino tinha chegado ao meio dos homens. Neste reino
entra-se pela resposta de fé à palavra de Jesus, resposta que exige humildade,
conversão, vida toda iluminada pela luz que Ele nos trouxe e que d’Ele para nós
irradia.
AGENDA DO DIA
A VOZ DO PASTOR:
A CULTURA DO CUIDADO E O DOM DA PAZ
Ano novo vida nova, para todos e em toda a parte, sem
exceção, com muita saúde, alegria e paz! O ano 2020 causou muitos estragos e dissabores.
Embora a ciência esteja a indicar a porta de saída a essa coisa a que se deu o
nome de Covid-19, é de prever que, enquanto não a obrigarem a fazer as malas e
a partir definitivamente, ainda vá continuar a esgotar quem a combate, a fazer
perder mais vidas, a forçar a porta para entrar e fazer sofrer, a prejudicar a
economia, a cultura, o emprego, a alegria, a liberdade, o convívio, a vida.
Todos alimentamos a esperança de que a vacina a consiga vencer e varrer, e que,
quem de direito, garanta o acesso de todos à vacina, promovendo a cultura do
cuidado por esse mundo além, sem exceção de pessoa e lugar.
Para este primeiro dia do ano, Dia Litúrgico de Santa
Maria Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco escolheu como tema «a cultura
do cuidado como percurso de paz». Entende que a cultura do cuidado, “enquanto compromisso comum,
solidário e participativo para proteger e promover a dignidade e o bem de
todos, enquanto disposição a interessar-se, a prestar atenção, disposição à compaixão,
à reconciliação e à cura, ao respeito mútuo e ao acolhimento recíproco,
constitui uma via privilegiada para a construção da paz”. É mais um contributo do Papa “para erradicar a cultura
da indiferença, do descarte e do conflito, que hoje muitas vezes parece
prevalecer”. Se em todas as tradições religiosas há referências à origem do
homem, “à sua relação com o Criador, com a natureza e com os seus semelhantes”,
também na Bíblia, desde o início, “já estava contida a convicção atual de que
tudo está inter-relacionado e o cuidado autêntico da nossa própria vida e das
nossas relações com a natureza é inseparável da fraternidade, da justiça e da
fidelidade aos outros», acentua o Papa, para quem “a paz e a violência não
podem habitar na mesma morada” e “o auge da compreensão bíblica da justiça se
manifesta na forma como uma comunidade trata os mais frágeis no seu seio”.
A própria vida e o ministério de Jesus foram pautados
pelo gosto de cuidar e ensinar a cuidar dos outros, sobretudo dos mais frágeis,
até culminar na doação de si próprio, por todos, na Cruz. Cumpriu plenamente a
missão que o amor do Pai pela humanidade lhe confiou e abriu-nos “o caminho do
amor e disse a cada um: ‘Segue-Me! Faz tu também o mesmo’ (cf. Lc 10,
37).
As obras de misericórdia espirituais e corporais e o
serviço social da Igreja, que existe desde as origens e tem sido enriquecido ao
longo dos tempos, proporcionam “a todas as pessoas de boa vontade um precioso
património de princípios, critérios e indicações, donde se pode haurir a ‘gramática’
do cuidado: a promoção da dignidade de toda a pessoa humana, a solidariedade
com os pobres e indefesos, a solicitude pelo bem comum e a salvaguarda da
criação”.
Além disso, “o conceito de pessoa, que surgiu e
amadureceu no cristianismo, ajuda a promover um desenvolvimento plenamente
humano. Porque a pessoa exige sempre a relação e não o individualismo, afirma a
inclusão e não a exclusão, a dignidade singular, inviolável e não a
exploração”. Da dignidade da pessoa “derivam os direitos humanos, bem como
os deveres, que recordam, por exemplo, a responsabilidade de acolher e socorrer
os pobres, os doentes, os marginalizados, o nosso ‘próximo, vizinho ou distante
no espaço e no tempo’.
Francisco fala, pois, de Deus como modelo do cuidado,
do cuidado no ministério de Jesus, da cultura do cuidado na vida dos seguidores
de Jesus, dos princípios da doutrina social da Igreja como base da cultura do
cuidado, do cuidado como promoção da dignidade e dos direitos da pessoa, do
cuidado pelo bem comum, do cuidado através da solidariedade, do cuidado e da
salvaguarda da criação. E desafia “os responsáveis das Organizações
internacionais e dos Governos, dos mundos económico e científico, da
comunicação social e das instituições educativas a pegarem nesta ‘bússola’ dos
princípios acima lembrados para dar um rumo comum ao processo de
globalização, ‘um rumo verdadeiramente humano’. Este rumo “permitiria
estimar o valor e a dignidade de cada pessoa, agir conjunta e solidariamente em
prol do bem comum, aliviando quantos padecem por causa da pobreza, da doença,
da escravidão, da discriminação e dos conflitos”.
Através desta bússola, Francisco encoraja “todos a
tornarem-se profetas e testemunhas da cultura do cuidado, a fim de preencher
tantas desigualdades sociais”, coisa que só será possível “com um forte e
generalizado protagonismo das mulheres na família e em todas as esferas
sociais, políticas e institucionais”.
Mas esta bússola dos princípios sociais,
necessária para promover a cultura do cuidado, “vale também para as
relações entre as nações, que deveriam ser inspiradas pela fraternidade, o
respeito mútuo, a solidariedade e a observância do direito internacional”,
reafirmando “a proteção e a promoção dos direitos humanos fundamentais, que são
inalienáveis, universais e indivisíveis”.
A promoção da cultura do cuidado requer
um processo educativo que nasce na família e se prolonga na escola,
na universidade, nos meios da comunicação social, no papel das religiões na
medida em que transmitem aos fiéis e à sociedade os “valores da solidariedade,
do respeito pelas diferenças, do acolhimento e do cuidado dos irmãos mais
frágeis”.
Para todos os leitores, ao iniciarmos o Novo Ano,
torno presente a bênção da primeira leitura da Solenidade de Santa Maria Mãe de
Deus: “O Senhor te abençoe e proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face
e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz”.
Que a Sagrada Família de Nazaré proteja todas as
famílias e a todas ajude a compreender o verdadeiro valor e beleza da família,
o seu caráter sagrado e inviolável, o seu valor como berço da vida e primeira
instância educativa na cultura do cuidado, bem como o seu importante papel no
âmbito da solidariedade social.
Por iniciativa do Papa Francisco, desde o dia 8 de dezembro
passado, Dia da Imaculada Conceição, até 8 de dezembro de 2021, estamos a viver
um especial Ano dedicado a São José, comemorando os 150 anos desde que foi
proclamado Patrono da Igreja Católica. De 19 de março de 2021, Dia de São José,
até 26 de junho de 2022, acumularemos a vivência de um Ano “Família Amoris
Laetitia”, para avaliar e continuar a promover a receção da Carta Apostólica
Amoris Laetitia, publicada por Francisco há cinco anos.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-12-2020.
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