PARÓQUIAS
DE NISA
Terça,
18 de fevereiro de 2020
Terça-feira da VI semana do tempo
comum
TERÇA-FEIRA
da semana VI
S. Teotónio, presbítero – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Tg 1, 12-18; Sal 93 (94), 12-13a. 14-15. 18-19
Ev Mc 8, 14-21
* Na Diocese de Coimbra (Cidade de Coimbra) e na Diocese de Viana do Castelo – S. Teotónio, presbítero, Padroeiro secundário – MO
* Na Diocese de Viseu – S. Teotónio, presbítero, Padroeiro principal – SOLENIDADE
* Na Ordem de São Domingos – B. João de Fiesole ou B. Angélico, presbítero – MF
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria.
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Tg 1, 12-18; Sal 93 (94), 12-13a. 14-15. 18-19
Ev Mc 8, 14-21
* Na Diocese de Coimbra (Cidade de Coimbra) e na Diocese de Viana do Castelo – S. Teotónio, presbítero, Padroeiro secundário – MO
* Na Diocese de Viseu – S. Teotónio, presbítero, Padroeiro principal – SOLENIDADE
* Na Ordem de São Domingos – B. João de Fiesole ou B. Angélico, presbítero – MF
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria.
S. TEOTÓNIO, presbítero
Nota
Histórica:
Nasceu
em Ganfei (Valença do Minho) aproximadamente no ano 1082 e foi educado
piedosamente desde a infância. Quando D. Crescónio, seu tio, foi nomeado bispo
de Coimbra, levou-o consigo para esta cidade e confiou ao arcediago D. Telo a
sua formação nas disciplinas eclesiásticas. Depois de ordenado sacerdote, foi
nomeado prior da Igreja da Sé de Viseu. Fez duas peregrinações à Terra Santa.
No regresso da segunda peregrinação, insistentemente convidado por D. Telo e
outros dez homens de grande virtude, fundou com eles o mosteiro da Santa Cruz
em Coimbra, de que foi membro eminente e muito admirado, nomeadamente por S.
Bernardo de Claraval. Teve também papel importante em algumas conjunturas da
pátria. Morreu em 1162.
________________________
MISSA
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que pela palavra e pelo exemplo
de São Teotónio reformastes a disciplina religiosa, concedei-nos, por sua
intercessão, que, escolhendo o caminho estreito da perfeição cristã, mais
facilmente alcancemos a vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Tg 1, 12-18
«Deus não tenta ninguém»
Leitura da
Epístola de São Tiago
Feliz o homem que suporta com paciência a provação, porque, vencida a prova,
receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu àqueles que O amam. Ninguém
diga, ao ser tentado: «É Deus que me tenta». Porque Deus não pode ser tentado
pelo mal, nem tenta ninguém. Cada um é tentado pelos seus maus desejos, que o
arrastam e seduzem. Depois, os maus desejos concebem e geram o pecado e o
pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos deixeis enganar, caríssimos
irmãos. Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descem do Pai das
luzes, no qual não há variação nem sombra de mudança. Foi Ele que nos gerou
pela palavra da verdade, para sermos como primícias das suas criaturas.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 93 (94), 12-13a.14-15.18-19
(R. 12a)
Refrão: Feliz o homem a quem Vós
ensinais, Senhor. Repete-se
Feliz o homem
a quem Vós ensinais, Senhor,
e instruís na vossa lei,
para lhe dar a paz nos dias de angústia. Refrão
O Senhor não rejeita o seu povo
nem abandona a sua herança.
Mas há de julgar com justiça
e hão de segui-la todos os corações rectos. Refrão
Quando digo: «Os meus pés vacilam»,
a vossa bondade, Senhor, me sustenta.
Quando se multiplicam as angústias do meu coração,
as vossas consolações reconfortam a minha alma. Refrão
ALELUIA Jo 14, 23
Refrão: Aleluia Repete-se
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra,
diz o Senhor:
meu Pai O amará e faremos nele a nossa morada. Refrão
EVANGELHO Mc 8, 14-21
«Tende cuidado com o fermento dos fariseus
e o fermento de Herodes»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, os discípulos esqueceram-se de arranjar comida e só tinham
consigo um pão no barco. Então Jesus recomendou-lhes: «Tende cuidado com o
fermento dos fariseus e o fermento de Herodes». Eles discutiam entre si,
dizendo: «Fala assim porque não temos pão». Mas Jesus ouviu-os e disse-lhes:
«Porque estais a discutir que não tendes pão? Ainda não entendeis nem
compreendeis? Tendes o coração endurecido? Tendes olhos e não vedes, ouvidos e
não ouvis? Não vos lembrais quantos cestos de bocados recolhestes, quando Eu parti
os cinco pães para as cinco mil pessoas?». Eles responderam: «Doze». «E quantos
cestos de bocados recolhestes, quando reparti sete pães para as quatro mil
pessoas?». Eles responderam: «Sete». Disse-lhes então Jesus: «Não entendeis
ainda?».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, que, ao celebrarmos os mistérios da santa cruz
na festa de São Teotónio, Vos apresentemos dignamente esta oblação e
participemos na abundância dos seus frutos. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Rom 12, 2
Não vos conformeis com este mundo,
mas renovai o vosso espírito, segundo a vontade de Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Pelos santos mistérios que recebemos, fazei, Senhor, que, a exemplo de São
Teotónio, não nos conformemos com este mundo, mas sigamos fielmente a vossa
vontade. Por Nosso Senhor.
« Nem todos nós podemos fazer grandes
coisas. Mas podemos fazer pequenas coisas com muito amo»
Santa Teresa de Calcutá
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1. Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS:
Tg 1, 12-18: A
vida do homem sobre a terra é uma provação contínua; sentimo-lo na experiência
de cada dia. A essas provações chamamos também tentação, e são-no, venham elas
donde vierem. Em todas as coisas somos provados, experimentados, tentados, mas
o Senhor não nos colocou diante dos seus dons para cairmos na tentação. Se
esses dons acabam, por vezes, por serem ocasião de tentação, é devido ao nosso
coração ambicioso, egoísta, onde “os maus desejos concebem e dão à luz o
pecado”. Por isso, pedimos: “Não nos deixeis cair em tentação”.
Mc 8, 14-21:
O Senhor adverte os seus discípulos de que devem ir além da religião formalista
dos fariseus e das preocupações materialistas e políticas para poderem
compreender, à luz da fé, os seus milagres. Há coisas mais importantes do que o
pão para a boca, e valores que estão antes das cautelas diplomáticas de
Herodes. A pessoa de Jesus é suficiente para inspirar toda a confiança aos seus
discípulos.
AGENDA
DO DIA
Toda a manhã: Reunião arciprestal em Ponte de Sor
18.00 horas: Missa
em Nisa
18.00 horas: Missa
em Alpalhão
21.00 horas: Reunião
de catequistas.
A VOZ DO PASTOR
NAMORADOS INTERPELAM O PAPA
Sim, já foi em tempos idos. O Papa Francisco, na Praça de São Pedro, no
Vaticano, respondeu a três perguntas que uns noivos lhe fizeram. Sei que o
texto é um pouco longo. No entanto, porque vamos viver o dia de São Valentim,
Dia dos Namorados, e só o lê quem quiser, vou arriscar, publicando, na íntegra,
as perguntas que lhe fizeram e as respostas que Francisco deu. Há sempre jovens
espiões do futuro que gostam de percorrer e consolidar caminhos que ajudem a
construir e a solidificar a vida sobre a rocha firme.
*
1ª PERGUNTA: O medo do «para sempre»
Santidade, hoje em dia numerosas pessoas pensam que prometer a fidelidade
um ao outro para a vida inteira constitui um empreendimento demasiado difícil;
muitos sentem que o desafio de viver juntos para sempre é bonito e até
fascinante, mas demasiado exigente, praticamente impossível. Pedir-lhe-íamos
uma palavra para nos iluminar a este propósito.
É importante interrogar-se se é possível
amar-se «para sempre». Trata-se de uma pergunta que temos o dever de formular:
é possível amar-se «para sempre»? Hoje em dia, muitas pessoas têm medo de fazer
escolhas definitivas. Certo dia um jovem disse ao seu bispo: «Eu quero
tornar-me sacerdote, mas somente por dez anos!». Ele tinha medo de uma escolha
definitiva. Mas trata-se de um medo geral, próprio da nossa cultura. Parece
impossível fazer escolhas para a vida inteira. Hoje tudo muda rapidamente, nada
dura no tempo. E esta mentalidade leva muitas pessoas que se preparam para o
matrimónio a afirmar: «permaneçamos juntos, enquanto o amor durar»; e depois?
Muitas saudações e até à vista! E assim termina o matrimónio. Mas o que entendemos
por «amor»? Apenas um sentimento, uma condição psicofísica? Sem dúvida, se for
assim, não será possível construir sobre ele algo de sólido. Ao contrário, se o
amor for uma relação, então será uma realidade que cresce, e como exemplo até
podemos dizer que se constrói como uma casa. E a casa constrói-se juntos, não
sozinhos! Aqui, construir significa favorecer e ajudar o crescimento. Estimados
noivos, vós estais a preparar-vos para crescer juntos, para construir esta
casa, para viver juntos para sempre. E não desejais alicerçá-la sobre a areia
dos sentimentos que vão e voltam, mas sobre a rocha do amor autêntico, do amor
que provém de Deus. A família nasce deste desígnio de amor, que quer crescer
como se constrói uma casa que se torne um lugar de carinho, de ajuda, de
esperança e de apoio. Do mesmo modo como o amor de Deus é estável e para
sempre, assim também no caso do amor que funda a família, desejamos que ele
seja estável e para sempre. Por favor, não devemos deixar-nos dominar pela
«cultura do provisório»! Esta cultura que hoje invade todos nós, esta cultura
do provisório. Não pode ser assim!
Portanto, como se cura este medo do «para sempre»? Cura-se dia após dia, confiando-se ao Senhor Jesus numa vida que se torna um caminho espiritual quotidiano, feito de passos, de pequenos passos, de passos de crescimento comum, feito de compromisso a tornarmo-nos mulheres e homens maduros na fé. Porque, queridos noivos, o «para sempre» não é apenas um problema de duração! Um matrimónio não é bem sucedido unicamente quando dura, mas é importante a sua qualidade. Estar juntos e saber amar-se para sempre, eis no que consiste o desafio dos esposos cristãos. Vem ao meu pensamento o milagre da multiplicação dos pães: também para vós, o Senhor pode multiplicar o vosso amor e conceder-vo-lo vigoroso e bom todos os dias. Ele possui uma reserva infinita de amor! E oferece-vos o amor que está no fundamento da vossa união, enquanto o renova todos os dias, fortalecendo-o. Além disso, torna-o ainda maior quando a família cresce com os filhos. Neste caminho é importante, é sempre necessária a oração. Ele por ela, ela por ele, e ambos juntos. Pedi a Jesus que multiplique o vosso amor. Na oração do Pai-Nosso, nós dizemos: «O pão nosso de cada dia nos dai hoje». Os cônjuges podem aprender a rezar com estas palavras: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje», porque o amor quotidiano dos esposos é o pão, o verdadeiro pão da alma, o pão que os sustenta a fim de que possam ir em frente. E a oração: podemos fazer a prova para saber se sabemos recitá-la? «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje». Todos juntos! [noivos: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje»]. Mais uma vez! [noivos: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje»]. Esta é a prece dos namorados e dos esposos. Ensinai-nos a amar-nos, a querer o bem um do outro! Quanto mais vos confiardes a Ele, tanto mais o vosso amor será «para sempre», ou seja, capaz de se renovar, superando assim todas as dificuldades. Era precisamente isto que eu vos queria dizer, respondendo à vossa pergunta. Obrigado!
2ª PERGUNTA: Viver juntos: o «estilo» da vida matrimonial
Santidade, viver juntos todos os dias é bom, enche de alegria e ampara. No
entanto, constitui um desafio que deve ser enfrentado. Cremos que é necessário
aprender a amar-nos. Existe um «estilo» da vida de casal, uma espiritualidade
da vida quotidiana que gostaríamos de aprender. Santo Padre, pode ajudar-nos
nisto?
Viver juntos é uma arte, um
caminho paciente, bonito e fascinante. Ele não termina quando vos conquistastes
um ao outro... Pelo contrário, é precisamente neste momento que ele tem início!
Este caminho de cada dia possui regras que podem ser resumidas naquelas três
palavras que tu disseste, palavras que eu já dirigi inúmeras vezes às famílias,
e que vós já podeis aprender a utilizar entre vós: com licença, ou seja,
«posso», como tu dissestes, e desculpa.
«Posso, com licença?». É o pedido amável para poder entrar na vida de outra pessoa, com respeito e atenção. É necessário aprender a pedir: posso fazer isto? É do teu agrado, se fizermos assim, que tomemos esta iniciativa, que eduquemos os nossos filhos desta maneira? Gostarias de sair comigo esta noite?... Em síntese, pedir licença significa saber entrar com amabilidade na vida dos outros. Contudo, ouvi bem isto: saber entrar com amabilidade na vida dos outros. E não é fácil, isto não é fácil. Por vezes, recorremos a maneiras um pouco pesadas, como determinadas botas de montanha! O amor autêntico não se impõe com aspereza nem com agressividade. Nas chamadas Florinhas de são Francisco encontra-se a seguinte expressão: «Deves saber que a cortesia é uma das propriedades de Deus... e a cortesia é irmã da caridade, a qual extingue o ódio e conserva o amor!» (Cap. 37). Sim, a amabilidade conserva o amor. E hoje, no seio das nossas famílias, no nosso mundo muitas vezes violento e arrogante, há necessidade de muito mais amabilidade. E isto pode começar a partir de casa.
«Obrigado!». Parece fácil
pronunciar esta palavra, mas sabemos que não é assim. No entanto, ela é
importante! Nós ensinamo-la às crianças, mas depois nós mesmos a esquecemos! A
gratidão é um sentimento importante: recordai-vos do Evangelho de Lucas? Certa
vez, uma senhora idosa disse-me em Buenos Aires: «A gratidão é uma flor que
cresce em terra nobre!». É necessária a nobreza da alma para que esta flor
possa crescer. Recordais-vos do Evangelho de Lucas? Jesus cura dez doentes de
lepra, e em seguida só um deles volta atrás para agradecer a Jesus. E o Senhor
diz-lhe: e onde estão os outros nove? Isto é válido também para nós: sabemos
agradecer? Nos nossos relacionamentos, e amanhã na nossa vida matrimonial, é
importante manter viva a consciência de que a outra pessoa constitui uma dádiva
de Deus, e aos dons de Deus é necessário dizer obrigado! Devemos sempre dar
graças por eles. E nesta atitude interior é preciso dizer obrigado um ao outro,
por todas as coisas. Não se trata de uma palavra amável para ser utilizada com
os estranhos, para sermos educados. É necessário saber dizer obrigado um ao
outro, para poder caminhar em frente, bem e juntos, na vida matrimonial.
A terceira palavra: «Desculpa». Na vida cometemos numerosos erros, enganamo-nos muitas vezes. E isto acontece com todos nós. Mas aqui está porventura presente alguém que nunca cometeu um erro? Se houver alguém assim, que levante a mão: uma pessoa que nunca cometeu erros? Todos nós os cometemos. Todos! Talvez não passe nem sequer um só dia sem que os cometamos. A Bíblia recorda que a pessoa mais justa comete sete pecados por dia. Por isso, todos nós cometemos erros... Eis, então, por que motivo é necessário utilizar esta palavra tão simples: «desculpa». Em geral, cada um de nós está pronto para acusar o nosso próximo, justificando-nos assim a nós mesmos. Isto teve início a partir do nosso pai Adão, quando Deus lhe perguntou: «Adão, comeste por acaso daquele fruto?». «Eu? Não! Foi ela que me mo deu!». Acusar o outro para não dizer «desculpa», «perdão». Trata-se de uma história antiga! É um instinto que se encontra na origem de muitas calamidades. Aprendamos a reconhecer os nossos erros e a pedir desculpa. «Desculpa, se hoje levantei a minha voz»; «desculpa, se passei sem cumprimentar»; «desculpa, se cheguei atrasado», «desculpa, se esta semana estive tão silencioso», «desculpa, se falei demais, sem nunca escutar»; «desculpa, se me esqueci»; «desculpa, se eu estava com raiva e te tratei mal». Cada dia podemos pedir muitas vezes «desculpa». É também deste modo que uma família cristã prospera. Todos nós sabemos que não existe uma família perfeita, ou um marido perfeito, ou uma esposa perfeita. Nem sequer falemos de uma sogra perfeita... Existimos nós, pecadores. Jesus, que nos conhece bem, ensina-nos um segredo: nunca devemos terminar o dia sem pedir perdão, sem que a paz volte ao nosso lar, à nossa família. É normal que os esposos discutam, há sempre algo sobre o que discutir. Talvez tenhais discutido entre vós, talvez tenha voado um prato, mas por favor, recordai-vos disto: nunca termineis o dia sem fazer as pazes! Nunca, nunca, nunca! Este é um segredo, um segredo para conservar o amor e fazer as pazes. Não é necessário fazer um bonito discurso. Por vezes é suficiente um simples gesto... e a paz volta a instaurar-se. Nunca deixeis que termine o dia... pois se tu permitires que termine o dia sem que as pazes se restabeleçam, aquilo que tens dentro de ti, no dia seguinte, será frio e empedernido, e assim será mais difícil fazer as pazes. Recordai bem: nunca termineis o dia sem fazer as pazes! Se aprendermos a pedir desculpa e a perdoar-nos reciprocamente, o matrimónio durará e irá em frente. Quando vêm às audiências ou às Santas Missas aqui em Santa Marta, casais idosos, que celebram as bodas de ouro, eu pergunto-lhes: «Quem suportou quem?». E isto é bonito! Todos olham uns para os outros, depois olham para mim e dizem-me: «Ambos!». E isto é bonito! Trata-se de um bonito testemunho!
3 ª PERGUNTA: O estilo da celebração do Matrimónio
Santidade, ao longo destes meses estamos a fazer muitos preparativos para
as nossas núpcias. Pode dar-nos alguns conselhos para celebrar bem o nosso
casamento?
Fazei com que se trate de uma festa verdadeira — porque o matrimónio é uma festa — uma festa cristã, e não uma festa mundana! O motivo mais profundo da alegria daquele dia é-nos indicado pelo Evangelho de João: recordai-vos do milagre das bodas de Caná? Numa certa altura veio a faltar vinho, e a festa parece estragada. Imaginai se tivessem que terminar a festa a beber chá! Não, não pode ser! Sem vinho não há festa! Por sugestão de Maria, naquele momento Jesus revela-se pela primeira vez e realiza um sinal: transforma a água em vinho e, agindo assim, salva a festa nupcial. O que aconteceu em Caná há dois mil anos acontece na realidade em cada festa de casamento: aquilo que tornará completo e profundamente verdadeiro o vosso matrimónio será a presença do Senhor, que se revela e concede a sua graça. É a sua presença que oferece o «vinho bom», Ele é o segredo da alegria completa, do júbilo que aquece verdadeiramente o nosso coração. Disto se vê a presença de Jesus naquela festa. Que seja uma festa bonita, mas com Jesus! Não com o espírito do mundo, não! E sente-se quando o Senhor está presente!
Mas ao mesmo tempo, é bom que o vosso matrimónio seja sóbrio e permita salientar aquilo que é verdadeiramente importante. Algumas pessoas estão mais preocupadas com os sinais exteriores, com o banquete, com as fotografias, com as roupas e com as flores... Trata-se de elementos importantes numa festa, mas somente se forem capazes de indicar o motivo autêntico da vossa alegria: a bênção do Senhor sobre o vosso amor! Fazei com que, como no caso do vinho das bodas de Caná, os sinais exteriores da vossa festa revelem a presença do Senhor e vos recordem, tanto a vós como a todos os presentes, a origem e o motivo da vossa alegria.
No entanto, há algo do que
tu disseste que desejo frisar imediatamente, porque não quero deixar passar. O
matrimónio é também um trabalho para realizar em cada dia, poderia dizer um
trabalho artesanal, uma obra de ourivesaria, uma vez que o marido tem a tarefa
de fazer com a sua esposa seja mais mulher, e a esposa tem o dever de fazer que
com que o marido seja mais homem. É preciso crescer também em humanidade, como
homem e como mulher. É isto que deveis fazer entre vós. E isto chama-se crescer
juntos. Isto não provém do ar! É o Senhor que o abençoa, mas deriva das vossas
mãos, das vossas atitudes, do vosso estilo de vida, do modo como vos amais um
ao outro. Deveis fazer-vos crescer um ao outro! Fazer com que o outro prospere
sempre. Trabalhar para isto. E assim, sei lá, penso em ti que um dia caminharás
pela rua da tua cidade e as pessoas dirão: «Mas olha como é bonita aquela
mulher, como é exemplar! ...». «Com o marido que tem, compreende-se!». E também
a ti: «Olha como ele é!». «Com a esposa que tem, compreende-se!». É isto, é
preciso chegar a isto: fazer crescer um ao outro. E os filhos receberão esta
herança de ter tido um pai e uma mãe que cresceram juntos, fazendo-se —
reciprocamente — mais homem e mais mulher!”.
+++
Antonino Dias
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 13-02-2020.
SOBRE A EUTANÁSIA
Comunicado do Conselho
Permanente da CEP
Voltando
a pôr-se a hipótese da despenalização da eutanásia na Assembleia da República,
a Conferência Episcopal Portuguesa recorda as suas anteriores tomadas de posição,
nomeadamente na Nota Pastoral «Eutanásia: o que está em causa? Para um diálogo
sereno e humanizador» de 8 de março de 2016, e as afirmações do Papa Francisco
na Mensagem para o Dia Mundial do Doente, que ocorre neste dia 11 de fevereiro,
que aqui citamos:
«Queridos
profissionais da saúde: qualquer intervenção de diagnóstico, de prevenção, de
terapêutica, de investigação, de tratamento e de reabilitação há de ter por
objetivo a pessoa doente, onde o substantivo “pessoa” venha sempre antes do
adjetivo “doente”. Por isso, a vossa ação tenha em vista constantemente a
dignidade e a vida da pessoa, sem qualquer cedência a atos como a eutanásia, o
suicídio assistido ou a supressão da vida, mesmo se o estado da doença for
irreversível».
A
opção mais digna contra a eutanásia está nos cuidados paliativos como
compromisso de proximidade, respeito e cuidado da vida humana até ao seu fim
natural.
Nestas
circunstâncias, a Conferência Episcopal acompanha e apoia as iniciativas em
curso contra a despenalização da eutanásia, nomeadamente a realização de um
referendo.
Fátima,
11 de fevereiro de 2020
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