terça-feira, 4 de fevereiro de 2020






PARÓQUIAS DE NISA



Quarta, 5 de fevereiro de 2020












Quarta-feira da IV semana do tempo comum









QUARTA-FEIRA da semana IV

S. Águeda, virgem e mártir – MO

Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 2 Sam 24, 2. 8b-17; Sal 31 (32), 1-2. 5. 6-7
Ev Mc 6, 1-6.







S. ÁGUEDA, virgem e mártir



Nota Histórica:
Sofreu o martírio em Catânia (Sicília), provavelmente na perseguição de Décio. O seu culto propagou-se desde a antiguidade por toda a Igreja e o seu nome foi inserido no Cânon Romano.



MISSA


ANTÍFONA DE ENTRADA
Esta á a gloriosa virgem mártir que derramou o seu sangue por Cristo, não temeu as ameaças dos juízes e assim alcançou o reino dos Céus

ORAÇÃO
Concedei-nos, Senhor os dons da vossa misericórdia, por intercessão de Santa Águeda, que soube agradar-Vos pela consagração da sua virgindade e pela coragem no seu martírio. Por Nosso Senhor.



LEITURA I 2 Sam 24, 2.8b-17
«Fui eu que pequei, ao recensear o povo.
Mas estes, que são o rebanho, que fizeram?»



Leitura do Segundo Livro de Samuel

Naqueles dias, David ordenou a Joab e aos chefes do seu exército: «Ide por todas as tribos de Israel, desde Dan até Bersabé, e fazei o recenseamento da população, para que eu saiba qual é o seu número». Nove meses e vinte dias depois, Joab apresentou ao rei o resultado do recenseamento: Israel contava oitocentos mil homens capazes de combater e Judá contava quinhentos mil. Feito o recenseamento do povo, David sentiu remorsos e disse ao Senhor: «Pequei gravemente ao proceder deste modo. Mas agora, Senhor, dignai-Vos perdoar a falta do vosso servo, pois cometi uma grave loucura». Na manhã seguinte, quando o rei se levantava, o Senhor dirigiu a palavra ao profeta Gad, vidente de David: «Vai dizer a David: Assim fala o Senhor: Proponho-te três castigos. Escolhe aquele que preferes e Eu o executarei». Gad foi ter com David e referiu-lhe esta mensagem: «Preferes três anos de fome no teu país, três anos de derrotas ante o inimigo que te perseguirá, ou três dias de peste no teu reino? Agora reflecte e vê o que devo responder Àquele que me enviou». David respondeu a Gad: «Sinto-me em grande ansiedade. Antes cair nas mãos do Senhor, porque é grande a sua misericórdia, do que cair nas mãos dos homens». Então o Senhor enviou a peste a Israel, desde aquela manhã até ao dia fixado. Morreram setenta mil homens do povo, desde Dan até Bersabé. O Anjo estendeu também a mão sobre Jerusalém para a destruir, mas o Senhor compadeceu-se de tanta desgraça e disse ao Anjo que exterminava o povo: «Basta! Agora retira a tua mão!». O Anjo do Senhor estava junto à eira de Araúna, o jebuseu. Ao ver como o Anjo exterminava o povo, David disse ao Senhor: «Fui eu que pequei, sou eu o culpado. Mas estes, que são o rebanho, que mal fizeram? A vossa mão caia sobre mim e a minha família».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 31 (32), 1-2.5.6.7 (R. cf. 5c)
Refrão: Perdoai, Senhor, a culpa do meu pecado. Repete-se

Feliz daquele a quem foi perdoada a culpa
e absolvido o pecado.
Feliz o homem a quem o Senhor
não acusa de iniquidade
e em cujo espírito não há engano. Refrão

Confessei-vos o meu pecado
e não escondi a minha culpa.
Disse: «Vou confessar ao Senhor a minha falta»,
e logo me perdoastes a culpa do pecado. Refrão

Por isso a Vós se dirige todo o fiel
no tempo da tribulação.
Quando transbordarem as águas caudalosas,
só a ele não hão de atingir. Refrão

Vós sois o meu refúgio, defendei-me dos perigos,
fazei que à minha volta só haja hinos de vitória. Refrão


ALELUIA Lc 10, 27
Refrão: Aleluia Repete-se
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão
 

EVANGELHO Mc 6, 1-6
«Um profeta só é desprezado na sua terra»



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se à sua terra e os discípulos acompanharam-n’O. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos? Não é Ele o carpinteiro, Filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?». E ficavam perplexos a seu respeito. Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa». E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé daquela gente. E percorria as aldeias dos arredores, ensinando.

Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS         :
Os dons que Vos apresentamos na festa memória de Santa Águeda
Vos sejam agradáveis, Senhor, como foi agradável a vossos olhos
o combate do seu martírio. Por Nosso Senhor.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 16,24
Quem quiser seguir-Me, diz o Senhor,
renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que glorificastes Santa Águeda com a dupla coroa da virgindade e do martírio, concedei-nos, por este sacramento, a graça de vencermos corajosamente todo o mal e de chegarmos à glória do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.






« A falta de amor é a maior de todas as pobrezas»


Santa Teresa de Calcutá






ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS: 2 Sam 24, 2.8b-17: David comete novo pecado, o de ter feito o recenseamento do povo contra a vontade de Deus, levado certamente pelo orgulho de conhecer sobre quantos súbditos exercia o seu poder. O profeta de Deus logo lhe anuncia o castigo, e David acaba por interceder pelo povo, para quem pede a misericórdia do Senhor.

Mc 6, 1-6: Jesus começa a sua pregação em Nazaré, a terra onde Se tinha criado. A convivência, ao fim de tantos anos, no meio daquela gente não foi capaz de a levar a ver em Jesus mais do que o Filho do carpinteiro e a subir até ao Filho de Deus. Mas, em Nazaré, a terra onde viveu e Se criou, não encontrou Jesus estas disposições nos seus vizinhos e compatriotas; por isso, “não pôde fazer ali qualquer milagre”! A fé é o único meio de reconhecer o Senhor. A experiência dos sentidos pode ser caminho para a fé, e normalmente é, se houver retidão de coração, humildade de espírito e não existirem obstáculos vindos sobretudo de preconceitos e respeitos humanos injustificados.



AGENDA DO DIA


Todo o dia, visita Pastoral do Senhor Bispo, D. Antonino a Alpalhão
09.00 horas: Funeral em Nisa – Mártir e Santo
11,00 horas: Dois Funerais em Alpalhão
17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa em Alpalhão.





A VOZ DO PASTOR

EM POUCO TEMPO OS MATARAM A TODOS

O cristão não se mata por nacionalismos doentios ou outra qualquer razão. Isso é suicídio. Ele respeita a sua e a vida dos outros. O martírio, porém, é outra coisa. Não é uma vocação, não se procura, não se provoca. Mas pode acontecer e acontece quando o cristão, perante os adversários da fé, prefere ser morto do que negar ou ser infiel ao Evangelho. É o mais alto testemunho prestado à verdade da fé. O mártir dá testemunho de Cristo, morto e ressuscitado, ao qual está unido pela caridade. É a maior prova de amor, imita o próprio Cristo que livremente aceitou a morte e se entregou pela salvação do mundo. E o sangue destas testemunhas da verdade da fé e da doutrina cristã, destas pessoas que aceitam livremente a morte por causa da fidelidade a Cristo, foi sempre semente de cristãos, como soe dizer-se e realmente tem acontecido. Hoje, se uns são terrivelmente perseguidos, outros há que continuam a fazer crescer o número dos verdadeiros mártires da fé.

Dentro de dias vamos celebrar o martírio de vários cristãos em Nagazáki, no Japão: Paulo Miki e outros companheiros. Recordando-os, rezemos por todos os cristãos perseguidos para que, com a força do Espírito, eles possam permanecer fortes e firmes na fé e os seus perseguidores se arrependam e convertam à tolerância e ao amor.

Paulo Miki nasceu em 1564 numa família Samurai de Harima, no Japão, filho de um nobre e reconhecido militar, uma família convertida ao cristianismo por São Francisco Xavier, o primeiro que levou a fé ao Japão. Foi educado no colégio dos jesuítas em Anziquiama. Homem de oração profunda e catequista de grande zelo, veio a ingressar na Companhia de Jesus. Foi o primeiro sacerdote jesuíta no Japão, um pregador e orador fora de série.

         O imperador Toyotomi Hideyoshi, um senhor feudal que unificou o Japão, começou por ser simpatizante do catolicismo. Não demorou, porém, que, por razões políticas, rompesse com o ocidente em geral e se tornasse forte perseguidor dos cristãos. Primeiro foram presos seis franciscanos, logo depois Paulo Miki com outros dois jesuítas e dezassete leigos. Todos sofreram terríveis humilhações e torturas públicas a caminho do Monte dos Mártires, na colina de Nishizaka, onde iriam enfrentar a pena de morte. Alguns eram muito jovens, adolescentes ainda. Tomás Cozaki tinha catorze anos; António, treze, Luis Ibaraki apenas onze anos.

Outros cristãos dispersaram e estabeleceram-se clandestinamente noutros locais, continuando a viver a sua fé, apesar da ausência de sacerdotes. Na clandestinidade perderam todo o contacto com a Igreja Católica, mas, na esperança de que as coisas mudassem, guardavam três princípios que os primeiros evangelizadores lhes haviam dado para, se e quando esse momento chegasse, eles pudessem reconhecer se, quem se apresentava, era, de facto, líder da Igreja Católica ou não estavam a ser enganados, coisa que só aconteceu duzentos e cinquenta anos depois, tendo eles mantido a chama da fé sempre acesa. Tais princípios eram os seguintes: Os Padres não são casados, haverá uma imagem de Maria, esta Igreja obedecerá ao Bispo de Roma.

No Ofício das Horas do dia 6 de fevereiro, memória litúrgica de São Paulo Miki e Companheiros, é-nos apresentada uma parte da História do seu martírio escrita por um autor do tempo, assim: “Quando as cruzes foram levantadas, foi coisa admirável ver a constância de todos, à qual eram exortados pelo Padre Passos e pelo Padre Rodrigues. O Padre Comissário permaneceu sempre de pé, sem se mexer e com os olhos fixos no céu. O Irmão Martinho cantava salmos de ação de graças à bondade divina, e juntava-lhes o versículo seguinte: Nas tuas mãos, Senhor. Também o Irmão Francisco Branco dava graças a Deus com voz clara. O Irmão Gonçalo recitava em voz alta o “Pai-nosso” e a “Ave-Maria”. O nosso Irmão Paulo Miki, vendo-se elevado diante de todos a uma tribuna que nunca tivera, começou por afirmar aos circunstantes que era japonês e pertencia à Companhia de Jesus, que ia morrer por haver anunciado o Evangelho e que dava graças a Deus por lhe conceder tão elevado benefício. E por fim disse estas palavras: “Agora que cheguei a este ponto extremo da minha vida, nenhum de vós há de acreditar que eu queira esconder a verdade. Declaro-vos portanto que não há outro caminho para a salvação do que aquele que possuem os cristãos. E como este caminho me ensina a perdoar aos inimigos e a todos os que me ofenderam, eu livremente perdoo ao imperador e a todos os autores da minha morte e peço a todos que se batizem”.


          Então, voltando os olhos para os companheiros, começou a animá-los. Nos rostos de todos transparecia uma grande alegria, mas Luís era aquele em que isso se via de modo mais claro: quando outro cristão o animou gritando que em breve estaria com ele no paraíso, fez com as mãos e todo o corpo um gesto tão cheio de contentamento que os olhos de todos os presentes se fixaram nele. António estava ao lado de Luís, com os olhos fitos no céu. Depois de invocar o Santíssimo Nomes de Jesus e de Maria, entoou o salmo Louvai o Senhor, servos do Senhor (Sl 112,1), que tinha aprendido em Nagasáki no catecismo; é que no catecismo costumam ensinar alguns salmos às crianças. Alguns repetiam com rosto sereno: “Jesus, Maria”; outros exortavam os presentes a levarem uma vida digna de cristãos; e por estas e outras ações semelhantes demonstravam que estavam prontos para a morte. Então, os quatro carrascos começaram a tirar as espadas daquelas bainhas que costumam usar os japoneses. Ao verem o seu aspeto terrível todos os fiéis gritaram: “Jesus! Maria!”, e soltaram um grito de tristeza que chegou ao céu. E os carrascos, com dois golpes, em pouco tempo os mataram a todos”.

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-01-2020.



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