quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020






PARÓQUIAS DE NISA



Quinta, 20 de fevereiro de 2020














Quinta-feira da VI semana do tempo comum






QUINTA-FEIRA da semana VI
Ss. Francisco e Jacinta Marto – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).

L 1 Tg 2, 1-9; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7
Ev Mc 8, 27-33

* Na Diocese de Leiria-Fátima – Ss. Francisco e Jacinta Marto – FESTA


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 30, 3-4
Sede a rocha do meu refúgio, Senhor,
e a fortaleza da minha salvação.
Para glória do vosso nome, guiai-me e conduzi-me.


ORAÇÃO COLECTA

Senhor, que prometestes estar presente
nos corações rectos e sinceros,
ajudai-nos com a vossa graça
a viver de tal modo que mereçamos ser vossa morada.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Tg 2, 1-9
«Não escolheu Deus os pobres?
Vós, porém, desprezais o pobre»




Leitura da Epístola de São Tiago

Meus irmãos: A fé em Nosso Senhor Jesus Cristo não deve admitir acepção de pessoas. Pode acontecer que na vossa assembleia entre um homem bem vestido e com anéis de ouro e entre também um pobre e mal vestido. Talvez olheis para o homem bem vestido e lhe digais: «Tu, senta-te aqui em bom lugar»; e ao pobre: «Tu, fica aí de pé»; ou então: «Senta-te aí, abaixo do estrado dos meus pés». Não estareis a estabelecer distinções entre vós e a tornar-vos juízes com maus critérios? Escutai, meus caríssimos irmãos: Não escolheu Deus os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu àqueles que O amam? Vós, porém, desprezais o pobre. Não são os ricos que vos oprimem e arrastam aos tribunais? Não são eles que ultrajam o nome sublime que sobre vós foi invocado? Assim, se cumprirdes a lei régia da Escritura: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo», procedeis bem. Mas se fizerdes distinção de pessoas, cometeis pecado, porque a Lei vos acusa como transgressores.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 33 (34), 2-3.4-5.6-7 (R. cf. 7a)
Refrão: O pobre clamou e o Senhor ouviu a sua voz. Repete-se
Ou: O Senhor ouviu o clamor do pobre. Repete-se

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes. Refrão

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade. Refrão

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias. Refrão


ALELUIA cf. Jo 6, 63c.68c
Refrão: Aleluia Repete-se
As vossas palavras, Senhor, são Espírito e vida:
Vós tendes palavras de vida eterna. Refrão


EVANGELHO Mc 8, 27-33
«Tu és o Messias... O Filho do homem tem de sofrer muito»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, Jesus partiu com os seus discípulos para as povoações de Cesareia de Filipe. No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?». Eles responderam: «Uns dizem João Baptista; outros, Elias; e outros, um dos profetas». Jesus então perguntou-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias». Ordenou-lhes então severamente que não falassem d’Ele a ninguém. Depois, começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito, de ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser morto e ressuscitar três dias depois. E Jesus dizia-lhes claramente estas coisas. Então, Pedro tomou-O à parte e começou a contestá-l’O. Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor,
que estes dons sagrados
nos purifiquem e renovem,
para que, obedecendo sempre à vossa vontade,
alcancemos a recompensa eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 77, 24.29
O Senhor deu-lhes o pão do Céu:
comeram e ficaram saciados.

Ou Jo 3, 16
Deus amou tanto o mundo que lhe deu
o seu Filho Unigénito.
Quem acredita n’Ele tem a vida eterna.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão do Céu,
concedei-nos a graça de buscarmos sempre
aquelas realidades que nos dão a verdadeira vida.
Por Nosso Senhor.
___________________
Missa da Festa:


SS. FRANCISCO E JACINTA MARTO


Nota Histórica

Francisco Marto nasceu em Aljustrel, Fátima, no dia 11 de Junho de 1908, e sua irmã Jacinta Marto nasceu na mesma localidade, no dia 11 de Março de 1910. Na sua humilde família aprenderam a conhecer e louvar a Deus e a Virgem Maria. Em 1916 viram três vezes um Anjo e em 1917 seis vezes a Santíssima Virgem que os exortavam a rezar e a fazer penitência pela remissão dos pecados, para obter a conversão dos pecadores e a paz para o mundo. Ambos quiseram imediatamente responder com todas as suas forças a estas exortações. Inflamados cada vez mais no amor a Deus e às almas, tinham uma só aspiração: rezar e sofrer de acordo com os pedidos do Anjo e da Virgem Maria. Francisco faleceu no dia 4 de Abril de 1919 e Jacinta no dia 20 de Fevereiro de 1920. O papa S. João Paulo II deslocou-se a Fátima no dia 13 de Maio de 2000 para os beatificar. O papa Francisco deslocou-se a Fátima no dia 13 de Maio de 2017, no centenário das aparições e canonizou as duas primeiras crianças não mártires.

MISSA



ANTÍFONA DE ENTRADA Mt 18, 3

Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças,
não entrareis no reino dos Céus.


ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita bondade,
que amais a inocência e exaltais os humildes,
concedei, pela intercessão da Imaculada Mãe do vosso Filho,
que, à imitação dos Santos Francisco e Jacinta,
Vos sirvamos na simplicidade de coração,
para podermos entrar no reino dos céus.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 1 Sam 3, 1.3-10
«Falai, Senhor, que o vosso servo escuta»


Leitura do Primeiro Livro de Samuel
Naqueles dias,
o jovem Samuel servia o Senhor
sob a direcção do sumo sacerdote Heli.
Samuel dormia no templo do Senhor,
no lugar onde se encontrava a arca de Deus.
O Senhor chamou Samuel
e ele respondeu: «Aqui estou».
E, correndo para junto de Heli, disse:
«Aqui estou, porque me chamaste».
Mas Heli respondeu:
«Eu não te chamei; torna a deitar-te».
E ele foi deitar-se.
O Senhor voltou a chamar Samuel.
Samuel levantou-se, foi ter com Heli e disse:
«Aqui estou, porque me chamaste».
Heli respondeu:
«Não te chamei, meu filho; torna a deitar-te».
Samuel ainda não conhecia o Senhor,
porque, até então,
nunca se lhe tinha manifestado a palavra do Senhor.
O Senhor chamou Samuel pela terceira vez.
Ele levantou-se, foi ter com Heli e disse:
«Aqui estou, porque me chamaste».
Então Heli compreendeu que era o Senhor
que chamava pelo jovem.
Disse Heli a Samuel:
«Vai deitar-te; e se te chamarem outra vez, responde:
‘Falai, Senhor, que o vosso servo escuta’».
Samuel voltou para o seu lugar e deitou-se.
O Senhor veio, aproximou-Se e chamou como das outras vezes:
«Samuel, Samuel!».
E Samuel respondeu:
«Falai, Senhor, que o vosso servo escuta».
 
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Lc 1, 46-48.49-52 (R. 52b)
Refrão: O Senhor exaltou os humildes.

A minha alma glorifica o Senhor,
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva,
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada
todas as gerações.

O todo-poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.

Manifestou o poder do seu braço
e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.


ALELUIA Salmo 118 (119), 130
Refrão: Aleluia Repete-se
A manifestação das vossas palavra ilumina
e dá a sabedoria aos simples. Refrão


EVANGELHO Mt 18, 1-5.10
«Quem for humilde como esta criança
esse será o maior no reino dos Céus.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
os discípulos aproximaram-se de Jesus
e perguntaram-Lhe:
«Quem é o maior no reino dos Céus?».
Jesus chamou uma criança,
colocou-a no meio deles e disse-lhes:
«Em verdade vos digo:
Se não vos converterdes
e não vos tornardes como as crianças,
não entrareis no reino dos Céus.
Quem for humilde como esta criança
esse será o maior no reino dos Céus.
E quem acolher em meu nome uma criança como esta
acolhe-Me a Mim.
Vede bem. Não desprezeis um só destes pequeninos.
Eu vos digo que os seus Anjos veem continuamente
o rosto de meu Pai que está nos Céus».
 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Humildemente Vos pedimos, Senhor,
que aceiteis a homenagem das nossas preces e oblações,
para obtermos o perdão das nossas culpas
e a conversão dos pecadores.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Mt 11, 25

Bendito sejais, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Por este divino sacramento que recebemos, Senhor,
acendei em nós o amor admirável
que levou os Santos Francisco e Jacinta
a entregar-se inteiramente a Vós
e a apaixonar-se pela salvação de todos os homens.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.





«Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças,
não entrareis no reino dos Céus»


Jesus






ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS: Tg 2, 1-9: Por esta passagem se vê que desde os tempos apostólicos existem tensões e dificuldades no seio da comunidade cristã, particularmente a respeito da união entre os ricos e os pobres, entre pessoas mais consideradas e outras tidas como de menos consideração. É tentação bem humana, esta. Mas, à luz da fé cristã, todos os membros da Igreja se hão de considerar e amar, sem aceção de pessoas; é esta a “lei real”, a caridade.

Mc 8, 27-33 :A pessoa de Jesus é grande mistério que só a luz de Deus pode desvendar. Foi esta luz que abriu os olhos a Pedro e o levou direito ao essencial: “Tu és o Messias”, o Cristo, o Ungido de Deus. E foi esta revelação que lhe mereceu ser depois enviado por Jesus ao meio dos homens para os reconduzir a Deus, e finalmente lhe mereceu a graça suprema do testemunho até ao sangue, no seguimento do seu Senhor, que, primeiro do que ele, foi imolado na Cruz. Mas quem poderia desde já acreditá-lo? Nem Pedro; para ele, o Messias não poderia vir a sofrer e, muito menos, a ser morto pelos homens. Faltava-lhe ainda longo caminho de fé. Não tinha ainda em vista os caminhos de Deus, mas apenas os dos homens. Faltava-lhe subir do homem até Deus; isso, só a ressurreição o viria a realizar.





AGENDA DO DIA


Toda o dia: Visita Pastoral de D. Antonino a Gáfete
10.30 horas: Missa no Lar de Gáfete
16.30 horas: Missa em Nisa – Santa Casa
16.30 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
21.00 horas: Adoração ao Santíssimo em Nisa.





A VOZ DO PASTOR


NAMORADOS INTERPELAM O PAPA

Sim, já foi em tempos idos. O Papa Francisco, na Praça de São Pedro, no Vaticano, respondeu a três perguntas que uns noivos lhe fizeram. Sei que o texto é um pouco longo. No entanto, porque vamos viver o dia de São Valentim, Dia dos Namorados, e só o lê quem quiser, vou arriscar, publicando, na íntegra, as perguntas que lhe fizeram e as respostas que Francisco deu. Há sempre jovens espiões do futuro que gostam de percorrer e consolidar caminhos que ajudem a construir e a solidificar a vida sobre a rocha firme. 

*

1ª PERGUNTA: O medo do «para sempre»
Santidade, hoje em dia numerosas pessoas pensam que prometer a fidelidade um ao outro para a vida inteira constitui um empreendimento demasiado difícil; muitos sentem que o desafio de viver juntos para sempre é bonito e até fascinante, mas demasiado exigente, praticamente impossível. Pedir-lhe-íamos uma palavra para nos iluminar a este propósito.

É importante interrogar-se se é possível amar-se «para sempre». Trata-se de uma pergunta que temos o dever de formular: é possível amar-se «para sempre»? Hoje em dia, muitas pessoas têm medo de fazer escolhas definitivas. Certo dia um jovem disse ao seu bispo: «Eu quero tornar-me sacerdote, mas somente por dez anos!». Ele tinha medo de uma escolha definitiva. Mas trata-se de um medo geral, próprio da nossa cultura. Parece impossível fazer escolhas para a vida inteira. Hoje tudo muda rapidamente, nada dura no tempo. E esta mentalidade leva muitas pessoas que se preparam para o matrimónio a afirmar: «permaneçamos juntos, enquanto o amor durar»; e depois? Muitas saudações e até à vista! E assim termina o matrimónio. Mas o que entendemos por «amor»? Apenas um sentimento, uma condição psicofísica? Sem dúvida, se for assim, não será possível construir sobre ele algo de sólido. Ao contrário, se o amor for uma relação, então será uma realidade que cresce, e como exemplo até podemos dizer que se constrói como uma casa. E a casa constrói-se juntos, não sozinhos! Aqui, construir significa favorecer e ajudar o crescimento. Estimados noivos, vós estais a preparar-vos para crescer juntos, para construir esta casa, para viver juntos para sempre. E não desejais alicerçá-la sobre a areia dos sentimentos que vão e voltam, mas sobre a rocha do amor autêntico, do amor que provém de Deus. A família nasce deste desígnio de amor, que quer crescer como se constrói uma casa que se torne um lugar de carinho, de ajuda, de esperança e de apoio. Do mesmo modo como o amor de Deus é estável e para sempre, assim também no caso do amor que funda a família, desejamos que ele seja estável e para sempre. Por favor, não devemos deixar-nos dominar pela «cultura do provisório»! Esta cultura que hoje invade todos nós, esta cultura do provisório. Não pode ser assim!

          Portanto, como se cura este medo do «para sempre»? Cura-se dia após dia, confiando-se ao Senhor Jesus numa vida que se torna um caminho espiritual quotidiano, feito de passos, de pequenos passos, de passos de crescimento comum, feito de compromisso a tornarmo-nos mulheres e homens maduros na fé. Porque, queridos noivos, o «para sempre» não é apenas um problema de duração! Um matrimónio não é bem sucedido unicamente quando dura, mas é importante a sua qualidade. Estar juntos e saber amar-se para sempre, eis no que consiste o desafio dos esposos cristãos. Vem ao meu pensamento o milagre da multiplicação dos pães: também para vós, o Senhor pode multiplicar o vosso amor e conceder-vo-lo vigoroso e bom todos os dias. Ele possui uma reserva infinita de amor! E oferece-vos o amor que está no fundamento da vossa união, enquanto o renova todos os dias, fortalecendo-o. Além disso, torna-o ainda maior quando a família cresce com os filhos. Neste caminho é importante, é sempre necessária a oração. Ele por ela, ela por ele, e ambos juntos. Pedi a Jesus que multiplique o vosso amor. Na oração do Pai-Nosso, nós dizemos: «O pão nosso de cada dia nos dai hoje». Os cônjuges podem aprender a rezar com estas palavras: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje», porque o amor quotidiano dos esposos é o pão, o verdadeiro pão da alma, o pão que os sustenta a fim de que possam ir em frente. E a oração: podemos fazer a prova para saber se sabemos recitá-la? «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje». Todos juntos! [noivos: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje»]. Mais uma vez! [noivos: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje»]. Esta é a prece dos namorados e dos esposos. Ensinai-nos a amar-nos, a querer o bem um do outro! Quanto mais vos confiardes a Ele, tanto mais o vosso amor será «para sempre», ou seja, capaz de se renovar, superando assim todas as dificuldades. Era precisamente isto que eu vos queria dizer, respondendo à vossa pergunta. Obrigado!

2ª PERGUNTA: Viver juntos: o «estilo» da vida matrimonial
Santidade, viver juntos todos os dias é bom, enche de alegria e ampara. No entanto, constitui um desafio que deve ser enfrentado. Cremos que é necessário aprender a amar-nos. Existe um «estilo» da vida de casal, uma espiritualidade da vida quotidiana que gostaríamos de aprender. Santo Padre, pode ajudar-nos nisto?

        Viver juntos é uma arte, um caminho paciente, bonito e fascinante. Ele não termina quando vos conquistastes um ao outro... Pelo contrário, é precisamente neste momento que ele tem início! Este caminho de cada dia possui regras que podem ser resumidas naquelas três palavras que tu disseste, palavras que eu já dirigi inúmeras vezes às famílias, e que vós já podeis aprender a utilizar entre vós: com licença, ou seja, «posso», como tu dissestes, e desculpa. 

         «Posso, com licença?». É o pedido amável para poder entrar na vida de outra pessoa, com respeito e atenção. É necessário aprender a pedir: posso fazer isto? É do teu agrado, se fizermos assim, que tomemos esta iniciativa, que eduquemos os nossos filhos desta maneira? Gostarias de sair comigo esta noite?... Em síntese, pedir licença significa saber entrar com amabilidade na vida dos outros. Contudo, ouvi bem isto: saber entrar com amabilidade na vida dos outros. E não é fácil, isto não é fácil. Por vezes, recorremos a maneiras um pouco pesadas, como determinadas botas de montanha! O amor autêntico não se impõe com aspereza nem com agressividade. Nas chamadas Florinhas de são Francisco encontra-se a seguinte expressão: «Deves saber que a cortesia é uma das propriedades de Deus... e a cortesia é irmã da caridade, a qual extingue o ódio e conserva o amor!» (Cap. 37). Sim, a amabilidade conserva o amor. E hoje, no seio das nossas famílias, no nosso mundo muitas vezes violento e arrogante, há necessidade de muito mais amabilidade. E isto pode começar a partir de casa.

        «Obrigado!». Parece fácil pronunciar esta palavra, mas sabemos que não é assim. No entanto, ela é importante! Nós ensinamo-la às crianças, mas depois nós mesmos a esquecemos! A gratidão é um sentimento importante: recordai-vos do Evangelho de Lucas? Certa vez, uma senhora idosa disse-me em Buenos Aires: «A gratidão é uma flor que cresce em terra nobre!». É necessária a nobreza da alma para que esta flor possa crescer. Recordais-vos do Evangelho de Lucas? Jesus cura dez doentes de lepra, e em seguida só um deles volta atrás para agradecer a Jesus. E o Senhor diz-lhe: e onde estão os outros nove? Isto é válido também para nós: sabemos agradecer? Nos nossos relacionamentos, e amanhã na nossa vida matrimonial, é importante manter viva a consciência de que a outra pessoa constitui uma dádiva de Deus, e aos dons de Deus é necessário dizer obrigado! Devemos sempre dar graças por eles. E nesta atitude interior é preciso dizer obrigado um ao outro, por todas as coisas. Não se trata de uma palavra amável para ser utilizada com os estranhos, para sermos educados. É necessário saber dizer obrigado um ao outro, para poder caminhar em frente, bem e juntos, na vida matrimonial.

       A terceira palavra: «Desculpa». Na vida cometemos numerosos erros, enganamo-nos muitas vezes. E isto acontece com todos nós. Mas aqui está porventura presente alguém que nunca cometeu um erro? Se houver alguém assim, que levante a mão: uma pessoa que nunca cometeu erros? Todos nós os cometemos. Todos! Talvez não passe nem sequer um só dia sem que os cometamos. A Bíblia recorda que a pessoa mais justa comete sete pecados por dia. Por isso, todos nós cometemos erros... Eis, então, por que motivo é necessário utilizar esta palavra tão simples: «desculpa». Em geral, cada um de nós está pronto para acusar o nosso próximo, justificando-nos assim a nós mesmos. Isto teve início a partir do nosso pai Adão, quando Deus lhe perguntou: «Adão, comeste por acaso daquele fruto?». «Eu? Não! Foi ela que me mo deu!». Acusar o outro para não dizer «desculpa», «perdão». Trata-se de uma história antiga! É um instinto que se encontra na origem de muitas calamidades. Aprendamos a reconhecer os nossos erros e a pedir desculpa. «Desculpa, se hoje levantei a minha voz»; «desculpa, se passei sem cumprimentar»; «desculpa, se cheguei atrasado», «desculpa, se esta semana estive tão silencioso», «desculpa, se falei demais, sem nunca escutar»; «desculpa, se me esqueci»; «desculpa, se eu estava com raiva e te tratei mal». Cada dia podemos pedir muitas vezes «desculpa». É também deste modo que uma família cristã prospera. Todos nós sabemos que não existe uma família perfeita, ou um marido perfeito, ou uma esposa perfeita. Nem sequer falemos de uma sogra perfeita... Existimos nós, pecadores. Jesus, que nos conhece bem, ensina-nos um segredo: nunca devemos terminar o dia sem pedir perdão, sem que a paz volte ao nosso lar, à nossa família. É normal que os esposos discutam, há sempre algo sobre o que discutir. Talvez tenhais discutido entre vós, talvez tenha voado um prato, mas por favor, recordai-vos disto: nunca termineis o dia sem fazer as pazes! Nunca, nunca, nunca! Este é um segredo, um segredo para conservar o amor e fazer as pazes. Não é necessário fazer um bonito discurso. Por vezes é suficiente um simples gesto... e a paz volta a instaurar-se. Nunca deixeis que termine o dia... pois se tu permitires que termine o dia sem que as pazes se restabeleçam, aquilo que tens dentro de ti, no dia seguinte, será frio e empedernido, e assim será mais difícil fazer as pazes. Recordai bem: nunca termineis o dia sem fazer as pazes! Se aprendermos a pedir desculpa e a perdoar-nos reciprocamente, o matrimónio durará e irá em frente. Quando vêm às audiências ou às Santas Missas aqui em Santa Marta, casais idosos, que celebram as bodas de ouro, eu pergunto-lhes: «Quem suportou quem?». E isto é bonito! Todos olham uns para os outros, depois olham para mim e dizem-me: «Ambos!». E isto é bonito! Trata-se de um bonito testemunho!

3 ª PERGUNTA: O estilo da celebração do Matrimónio
Santidade, ao longo destes meses estamos a fazer muitos preparativos para as nossas núpcias. Pode dar-nos alguns conselhos para celebrar bem o nosso casamento?

       Fazei com que se trate de uma festa verdadeira — porque o matrimónio é uma festa — uma festa cristã, e não uma festa mundana! O motivo mais profundo da alegria daquele dia é-nos indicado pelo Evangelho de João: recordai-vos do milagre das bodas de Caná? Numa certa altura veio a faltar vinho, e a festa parece estragada. Imaginai se tivessem que terminar a festa a beber chá! Não, não pode ser! Sem vinho não há festa! Por sugestão de Maria, naquele momento Jesus revela-se pela primeira vez e realiza um sinal: transforma a água em vinho e, agindo assim, salva a festa nupcial. O que aconteceu em Caná há dois mil anos acontece na realidade em cada festa de casamento: aquilo que tornará completo e profundamente verdadeiro o vosso matrimónio será a presença do Senhor, que se revela e concede a sua graça. É a sua presença que oferece o «vinho bom», Ele é o segredo da alegria completa, do júbilo que aquece verdadeiramente o nosso coração. Disto se vê a presença de Jesus naquela festa. Que seja uma festa bonita, mas com Jesus! Não com o espírito do mundo, não! E sente-se quando o Senhor está presente!

        Mas ao mesmo tempo, é bom que o vosso matrimónio seja sóbrio e permita salientar aquilo que é verdadeiramente importante. Algumas pessoas estão mais preocupadas com os sinais exteriores, com o banquete, com as fotografias, com as roupas e com as flores... Trata-se de elementos importantes numa festa, mas somente se forem capazes de indicar o motivo autêntico da vossa alegria: a bênção do Senhor sobre o vosso amor! Fazei com que, como no caso do vinho das bodas de Caná, os sinais exteriores da vossa festa revelem a presença do Senhor e vos recordem, tanto a vós como a todos os presentes, a origem e o motivo da vossa alegria.

         No entanto, há algo do que tu disseste que desejo frisar imediatamente, porque não quero deixar passar. O matrimónio é também um trabalho para realizar em cada dia, poderia dizer um trabalho artesanal, uma obra de ourivesaria, uma vez que o marido tem a tarefa de fazer com a sua esposa seja mais mulher, e a esposa tem o dever de fazer que com que o marido seja mais homem. É preciso crescer também em humanidade, como homem e como mulher. É isto que deveis fazer entre vós. E isto chama-se crescer juntos. Isto não provém do ar! É o Senhor que o abençoa, mas deriva das vossas mãos, das vossas atitudes, do vosso estilo de vida, do modo como vos amais um ao outro. Deveis fazer-vos crescer um ao outro! Fazer com que o outro prospere sempre. Trabalhar para isto. E assim, sei lá, penso em ti que um dia caminharás pela rua da tua cidade e as pessoas dirão: «Mas olha como é bonita aquela mulher, como é exemplar! ...». «Com o marido que tem, compreende-se!». E também a ti: «Olha como ele é!». «Com a esposa que tem, compreende-se!». É isto, é preciso chegar a isto: fazer crescer um ao outro. E os filhos receberão esta herança de ter tido um pai e uma mãe que cresceram juntos, fazendo-se — reciprocamente — mais homem e mais mulher!”.
+++
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 13-02-2020.



SOBRE A EUTANÁSIA

Comunicado do Conselho Permanente da CEP

Voltando a pôr-se a hipótese da despenalização da eutanásia na Assembleia da República, a Conferência Episcopal Portuguesa recorda as suas anteriores tomadas de posição, nomeadamente na Nota Pastoral «Eutanásia: o que está em causa? Para um diálogo sereno e humanizador» de 8 de março de 2016, e as afirmações do Papa Francisco na Mensagem para o Dia Mundial do Doente, que ocorre neste dia 11 de fevereiro, que aqui citamos:

«Queridos profissionais da saúde: qualquer intervenção de diagnóstico, de prevenção, de terapêutica, de investigação, de tratamento e de reabilitação há de ter por objetivo a pessoa doente, onde o substantivo “pessoa” venha sempre antes do adjetivo “doente”. Por isso, a vossa ação tenha em vista constantemente a dignidade e a vida da pessoa, sem qualquer cedência a atos como a eutanásia, o suicídio assistido ou a supressão da vida, mesmo se o estado da doença for irreversível».

A opção mais digna contra a eutanásia está nos cuidados paliativos como compromisso de proximidade, respeito e cuidado da vida humana até ao seu fim natural.

Nestas circunstâncias, a Conferência Episcopal acompanha e apoia as iniciativas em curso contra a despenalização da eutanásia, nomeadamente a realização de um referendo.

Fátima, 11 de fevereiro de 2020




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