quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020






PARÓQUIAS DE NISA



Sexta, 07 de fevereiro de 2020











Sexta-feira da IV semana do tempo comum





SEXTA-FEIRA da semana IV

Cinco Chagas do Senhor – FESTA
Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.

Missa própria, Glória, pf. da Cruz.


L 1 Is 53, 1-10; Sal 21 (22), 7-8. 15. 17-18a. 22-23
Ev Jo 19, 28-37 ou Jo 20, 24-29

* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Na Congregação Salesiana – B. Pio IX, Papa – MF
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria.
* Na Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor – I Vésp. do Imaculado Coração da Bem-Aventurada Virgem Maria.




AS CINCO CHAGAS DO SENHOR

Nota Histórica
O culto das Cinco Chagas do Senhor, isto é, as feridas que Cristo recebeu na cruz e manifestou aos Apóstolos depois da ressurreição, foi sempre uma devoção muito viva entre os portugueses, desde os começos da nacionalidade. São disso testemunho a literatura religiosa e a onomástica referente a pessoas e instituições. Os Lusíadas sintetizam (I, 7) o simbolismo que tradicionalmente relaciona as armas da bandeira nacional com as Chagas de Cristo. Assim, os Romanos Pontífices, a partir de Bento XIV, concederam para Portugal uma festa particular, que ultimamente veio a ser fixada neste dia.

_______________________

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Is 53, 5
Cristo foi trespassado por causa das nossas culpas
e esmagado por causa das nossas iniquidades.
Pelas suas Chagas fomos curados.

Diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita misericórdia,
que por meio do vosso Filho Unigénito, pregado na cruz, quisestes salvar todos os homens,
concedei-nos que, venerando na terra as suas santas Chagas, mereçamos gozar no Céu o fruto redentor do seu Sangue.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Is 53, 1-10
Foi trespassado por causa das nossas culpas»
(Quarto cântico do servo do Senhor)


Leitura do Livro de Isaías

Quem acreditou no que ouvimos dizer?
A quem se revelou o braço do Senhor?
O meu servo cresceu diante do Senhor como um rebento,
como raiz numa terra árida,
sem distinção nem beleza para atrair o nosso olhar
nem aspecto agradável que possa cativar-nos.
Desprezado e repelido pelos homens,
homem de dores, acostumado ao sofrimento,
era como aquele de quem se desvia o rosto,
pessoa desprezível e sem valor para nós.
Ele suportou as nossas enfermidades
e tomou sobre si as nossas dores.
Mas nós víamos nele um homem castigado,
ferido por Deus e humilhado.
Ele foi trespassado por causa das nossas culpas
e esmagado por causa das nossas iniquidades.
Caiu sobre ele o castigo que nos salva:
pelas suas chagas fomos curados.
Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes,
cada qual seguia o seu caminho.
E o Senhor fez cair sobre ele as faltas de todos nós.
Maltratado, humilhou-se voluntariamente
e não abriu a boca.
Como cordeiro levado ao matadouro,
como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam,
ele não abriu a boca.
Foi eliminado por sentença iníqua,
mas, quem se preocupa com a sua sorte?
Foi arrancado da terra dos vivos
e ferido de morte pelos pecados do seu povo.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios
e um túmulo no meio de malfeitores,
embora não tivesse cometido injustiça
nem se tivesse encontrado mentira na sua boca.
Aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento.
Mas se oferecer a sua vida como sacrifício de expiação,
terá uma descendência duradoira,
viverá longos dias
e a obra do Senhor prosperará em suas mãos.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 21 (22), 7-8.15.17-18a.22-23 (R. 18ab)
Refrão: Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.

Eu sou um verme e não um homem,
o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.
Todos os que me veem escarnecem de mim,
estendem os lábios e meneiam a cabeça.

Sou como água derramada,
desconjuntam-se todos os meus ossos.
O meu coração tornou-se como cera
e derreteu-se dentro do meu peito.

Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.
Salvai-me das fauces do leão
e dos chifres dos búfalos livrai este infeliz.
Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.


ALELUIA Jo 19, 34
Refrão: Aleluia. Repete-se
Um dos soldados trespassou o lado do Senhor
e logo saiu sangue e água. Refrão

Em vez deste Evangelho, pode utilizar-se o que se lhe segue.


EVANGELHO Jo 19, 28-37
«Hão de olhar para Aquele que trespassaram»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,
sabendo que tudo estava consumado
e para que se cumprisse a Escritura,
Jesus disse:
«Tenho sede».
Estava ali um vaso cheio de vinagre.
Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre
e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou:
«Tudo está consumado».
E, inclinando a cabeça, expirou.
Por ser a Preparação da Páscoa,
e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado
– era um grande dia aquele sábado –
os judeus pediram a Pilatos
que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro,
depois ao outro que tinha sido crucificado com ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto,
não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança,
e logo saiu sangue e água.
Aquele que viu é que dá testemunho
e o seu testemunho é verdadeiro.
Ele sabe que diz a verdade,
para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz:
«Nenhum osso lhe será quebrado».
Diz ainda outra passagem da Escritura:
«Hão de olhar para Aquele que trespassaram».
 
Palavra da salvação.


Em vez do Evangelho precedente, pode ler-se o seguinte:


EVANGELHO Jo 20, 24-29
«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,
Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo,
não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe os outros discípulos:
«Vimos o Senhor».
Mas ele respondeu-lhes:
«Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos,
se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado,
não acreditarei».
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa
e Tomé com eles.
Veio Jesus, estando as portas fechadas,
apresentou-Se no meio deles e disse:
«A paz esteja convosco».
Depois disse a Tomé:
«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado;
e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe:
«Meu Senhor e meu Deus!».
Disse-lhe Jesus:
«Porque Me viste acreditaste:
felizes os que acreditam sem terem visto».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, os dons que trazemos ao vosso altar
e fazei que, unidos a Jesus, mediador da nova aliança,
renovemos nestes santos mistérios
a aspersão redentora do seu Sangue
que brota das suas santas Chagas.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


PREFÁCIO As santas Chagas de Cristo na cruz

V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por Cristo nosso Senhor.
Ele foi trespassado por causa das nossas culpas
e suportou as nossas enfermidades em seu Corpo,
sobre o madeiro da cruz,
para que, mortos para o pecado,
vivamos, pelo seu Sangue, para a justiça e santidade
e, fortalecidos na fé,
enraizados na caridade,
firmes na esperança,
alcancemos a herança da vida eterna.
Por isso, com os Anjos e os Santos,
proclamamos a vossa glória,
cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 24, 38
Vede as minhas mãos e os meus pés, diz o Senhor.
Sou Eu.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da vida,
concedei-nos que, celebrando dignamente
as gloriosas Chagas do nosso Salvador,
dêmos testemunho do seu mistério pascal na nossa vida.
Por Nosso Senhor.







« O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá»


Santa Teresa de Calcutá






ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS:


AGENDA DO DIA


Todo o dia, visita Pastoral do Senhor Bispo, D. Antonino a Alpalhão
11.00 horas: Missa na Santa Casa de Amieira
18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
18.00 horas: Missa em Alpalhão
21.00 horas: Reunião com casais em Alpalhão.





A VOZ DO PASTOR

EM POUCO TEMPO OS MATARAM A TODOS

O cristão não se mata por nacionalismos doentios ou outra qualquer razão. Isso é suicídio. Ele respeita a sua e a vida dos outros. O martírio, porém, é outra coisa. Não é uma vocação, não se procura, não se provoca. Mas pode acontecer e acontece quando o cristão, perante os adversários da fé, prefere ser morto do que negar ou ser infiel ao Evangelho. É o mais alto testemunho prestado à verdade da fé. O mártir dá testemunho de Cristo, morto e ressuscitado, ao qual está unido pela caridade. É a maior prova de amor, imita o próprio Cristo que livremente aceitou a morte e se entregou pela salvação do mundo. E o sangue destas testemunhas da verdade da fé e da doutrina cristã, destas pessoas que aceitam livremente a morte por causa da fidelidade a Cristo, foi sempre semente de cristãos, como soe dizer-se e realmente tem acontecido. Hoje, se uns são terrivelmente perseguidos, outros há que continuam a fazer crescer o número dos verdadeiros mártires da fé.

Dentro de dias vamos celebrar o martírio de vários cristãos em Nagazáki, no Japão: Paulo Miki e outros companheiros. Recordando-os, rezemos por todos os cristãos perseguidos para que, com a força do Espírito, eles possam permanecer fortes e firmes na fé e os seus perseguidores se arrependam e convertam à tolerância e ao amor.

Paulo Miki nasceu em 1564 numa família Samurai de Harima, no Japão, filho de um nobre e reconhecido militar, uma família convertida ao cristianismo por São Francisco Xavier, o primeiro que levou a fé ao Japão. Foi educado no colégio dos jesuítas em Anziquiama. Homem de oração profunda e catequista de grande zelo, veio a ingressar na Companhia de Jesus. Foi o primeiro sacerdote jesuíta no Japão, um pregador e orador fora de série.

         O imperador Toyotomi Hideyoshi, um senhor feudal que unificou o Japão, começou por ser simpatizante do catolicismo. Não demorou, porém, que, por razões políticas, rompesse com o ocidente em geral e se tornasse forte perseguidor dos cristãos. Primeiro foram presos seis franciscanos, logo depois Paulo Miki com outros dois jesuítas e dezassete leigos. Todos sofreram terríveis humilhações e torturas públicas a caminho do Monte dos Mártires, na colina de Nishizaka, onde iriam enfrentar a pena de morte. Alguns eram muito jovens, adolescentes ainda. Tomás Cozaki tinha catorze anos; António, treze, Luis Ibaraki apenas onze anos.

Outros cristãos dispersaram e estabeleceram-se clandestinamente noutros locais, continuando a viver a sua fé, apesar da ausência de sacerdotes. Na clandestinidade perderam todo o contacto com a Igreja Católica, mas, na esperança de que as coisas mudassem, guardavam três princípios que os primeiros evangelizadores lhes haviam dado para, se e quando esse momento chegasse, eles pudessem reconhecer se, quem se apresentava, era, de facto, líder da Igreja Católica ou não estavam a ser enganados, coisa que só aconteceu duzentos e cinquenta anos depois, tendo eles mantido a chama da fé sempre acesa. Tais princípios eram os seguintes: Os Padres não são casados, haverá uma imagem de Maria, esta Igreja obedecerá ao Bispo de Roma.

No Ofício das Horas do dia 6 de fevereiro, memória litúrgica de São Paulo Miki e Companheiros, é-nos apresentada uma parte da História do seu martírio escrita por um autor do tempo, assim: “Quando as cruzes foram levantadas, foi coisa admirável ver a constância de todos, à qual eram exortados pelo Padre Passos e pelo Padre Rodrigues. O Padre Comissário permaneceu sempre de pé, sem se mexer e com os olhos fixos no céu. O Irmão Martinho cantava salmos de ação de graças à bondade divina, e juntava-lhes o versículo seguinte: Nas tuas mãos, Senhor. Também o Irmão Francisco Branco dava graças a Deus com voz clara. O Irmão Gonçalo recitava em voz alta o “Pai-nosso” e a “Ave-Maria”. O nosso Irmão Paulo Miki, vendo-se elevado diante de todos a uma tribuna que nunca tivera, começou por afirmar aos circunstantes que era japonês e pertencia à Companhia de Jesus, que ia morrer por haver anunciado o Evangelho e que dava graças a Deus por lhe conceder tão elevado benefício. E por fim disse estas palavras: “Agora que cheguei a este ponto extremo da minha vida, nenhum de vós há de acreditar que eu queira esconder a verdade. Declaro-vos portanto que não há outro caminho para a salvação do que aquele que possuem os cristãos. E como este caminho me ensina a perdoar aos inimigos e a todos os que me ofenderam, eu livremente perdoo ao imperador e a todos os autores da minha morte e peço a todos que se batizem”.

          Então, voltando os olhos para os companheiros, começou a animá-los. Nos rostos de todos transparecia uma grande alegria, mas Luís era aquele em que isso se via de modo mais claro: quando outro cristão o animou gritando que em breve estaria com ele no paraíso, fez com as mãos e todo o corpo um gesto tão cheio de contentamento que os olhos de todos os presentes se fixaram nele. António estava ao lado de Luís, com os olhos fitos no céu. Depois de invocar o Santíssimo Nomes de Jesus e de Maria, entoou o salmo Louvai o Senhor, servos do Senhor (Sl 112,1), que tinha aprendido em Nagasáki no catecismo; é que no catecismo costumam ensinar alguns salmos às crianças. Alguns repetiam com rosto sereno: “Jesus, Maria”; outros exortavam os presentes a levarem uma vida digna de cristãos; e por estas e outras ações semelhantes demonstravam que estavam prontos para a morte. Então, os quatro carrascos começaram a tirar as espadas daquelas bainhas que costumam usar os japoneses. Ao verem o seu aspeto terrível todos os fiéis gritaram: “Jesus! Maria!”, e soltaram um grito de tristeza que chegou ao céu. E os carrascos, com dois golpes, em pouco tempo os mataram a todos”.

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-01-2020.




Sem comentários:

Enviar um comentário