sábado, 30 de novembro de 2019






PARÓQUIAS DE NISA



Domingo, 01 de dezembro de 2019











I Domingo do Advento






DOMINGO I DO ADVENTO

Roxo – Ofício próprio (Semana I do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Credo, pf. I do Advento.

Toma-se o Leccionário dominical do Ano A.

L 1 Is 2, 1-5; Sal 121 (122), 1-2. 4-5. 6-7. 8-9
L 2 Rom 13, 11-14
Ev Mt 24, 37-44


* As Missas deste Tempo Litúrgico não têm Glória.
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Na Arquidiocese de Évora – Ofertório para a Pastoral Diocesana.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.

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MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 24, 1-3
Para Vós, Senhor, elevo a minha alma.
Meu Deus, em Vós confio.
Não seja confundido nem de mim escarneçam os inimigos.
Não serão confundidos os que esperam em Vós.


ORAÇÃO COLECTA
Despertai, Senhor, nos vossos fiéis
a vontade firme de se prepararem,
pela prática das boas obras,
para ir ao encontro de Cristo,
de modo que, chamados um dia à sua direita,
mereçam alcançar o reino dos Céus.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Is 2, 1-5
O Senhor chama todos os povos à paz eterna do reino de Deus



Leitura do Livro de Isaías

Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e de Jerusalém: Sucederá, nos dias que hão-de vir, que o monte do templo do Senhor se há-de erguer no cimo das montanhas e se elevará no alto das colinas. Ali afluirão todas as nações e muitos povos acorrerão, dizendo: «Vinde, subamos ao monte do Senhor, ao templo do Deus de Jacob. Ele nos ensinará os seus caminhos e nós andaremos pelas suas veredas. De Sião há-de vir a lei e de Jerusalém a palavra do Senhor». Ele será juiz no meio das nações e árbitro de povos sem número. Converterão as espadas em relhas de arado e as lanças em foices. Não levantará a espada nação contra nação, nem mais se hão de preparar para a guerra. Vinde, ó casa de Jacob, caminhemos à luz do Senhor.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 121 (122), 1-2.4-5.6-7.8-9 (R. cf. 1)
Refrão: Vamos com alegria
para a casa do Senhor. Repete-se

Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém. Refrão

Para lá sobem as tribos, as tribos do Senhor,
segundo o costume de Israel,
para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David. Refrão

Pedi a paz para Jerusalém:
«Vivam seguros quantos te amam.
Haja paz dentro dos teus muros,
tranquilidade em teus palácios». Refrão

Por amor de meus irmãos e amigos,
pedirei a paz para ti.
Por amor da casa do Senhor,
pedirei para ti todos os bens. Refrão


LEITURA II Rom 13, 11-14
Está perto a salvação



Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos: Vós sabeis em que tempo estamos: Chegou a hora de nos levantarmos do sono, porque a salvação está agora mais perto de nós do que quando abraçámos a fé. A noite vai adiantada e o dia está próximo. Abandonemos as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia, evitando comezainas e excessos de bebida, as devassidões e libertinagens, as discórdias e ciúmes; não vos preocupeis com a natureza carnal para satisfazer os seus apetites, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.
 
Palavra do Senhor.


ALELUIA Salmo 84, 8
Refrão: Aleluia. Repete-se

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia
e dai-nos a vossa salvação. Refrão


EVANGELHO Mt 24, 37-44
Vigiai, para que estejais preparados



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como aconteceu nos dias de Noé, assim sucederá na vinda do Filho do homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca; e não deram por nada, até que veio o dilúvio, que a todos levou. Assim será também na vinda do Filho do homem. Então, de dois que estiverem no campo, um será tomado e outro deixado; de duas mulheres que estiverem a moer com a mó, uma será tomada e outra deixada. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem.
 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, estes dons
que recebemos da vossa bondade
e fazei que os sagrados mistérios
que celebramos no tempo presente
sejam para nós penhor de salvação eterna.
Por Nosso Senhor.


Prefácio do Advento I


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 84, 13
O Senhor nos dará todos os bens
e a nossa terra produzirá o seu fruto.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei frutificar em nós, Senhor,
os mistérios que celebramos,
pelos quais, durante a nossa vida na terra,
nos ensinais a amar os bens do Céu
e a viver para os valores eternos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.




« Em cada ano que passa nos aproximamos mais do encontro com o Senhor que vem».

Santo Agostinho




ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS - I Is 2, 1-5: Isaías é o profeta do Advento. Desde este primeiro dia, ele aponta para o monte elevado, no cimo do qual aparece o Templo do Senhor, lugar simbólico do encontro de Deus com o seu povo no reino de Deus, onde reina a paz perpétua. Anunciam-se, assim, desde já, a última vinda do Senhor e as próximas solenidades da manifestação do Filho de Deus no meio dos homens, para onde nos encaminhamos. Qualquer dessas vindas do Senhor há de congregar os homens na paz.

Rom 13, 11-14: É preciso conservar sempre a consciência de que o Senhor vem, de que a sua vinda está agora mais perto ainda do que no momento em que, pelo batismo, entramos na comunidade do povo de Deus. Cada ano nos leva mais ao encontro do Senhor que vem. Foram as palavras da segunda parte desta leitura que decidiram S. Agostinho a dar o passo decisivo da sua conversão (Confiss. 8,12).

Mt 24, 37-44: Com o Advento, começa a organização do ciclo anual das leituras e, de maneira geral, de toda a liturgia. O evangelista donde são tiradas, ao domingo, as leituras, ao longo deste ano, não havendo razões especiais em contrário, é S. Mateus. Sublinha ele de modo muito especial, que Jesus é o Messias, Aquele que realiza em Si tudo o que estava predito a seu respeito no Antigo Testamento. Assim, ele nos aponta hoje aquela atitude fundamental do cristão, sobretudo no Advento, que tanto faltou a muitos dos homens de antes de Cristo: a vigilância, própria de quem está à espera para dar acolhimento.

ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.





AGENDA DO DIA

09.30 horas: Missa em Amieira do Tejo
10.00 horas: Missa em Arez
10.45 horas: Missa em Tolosa
12.00 horas: Missa em Gáfete
12.00 horas: Missa em Alpalhão
15.30 horas: Missa no Arneiro
15.30 horas: Missa em Montalvão





A VOZ DO PASTOR


ADVENTO: DO POPULISMO AO PRESÉPIO

O tempo do Advento conduz-nos ao Natal. Se tem o sabor da expectativa, da esperança, da preparação e da partida ao encontro de quem se espera, também tem o sabor da vida que se disponibiliza, do coração que se abre, das rotinas que se transformam para acolher bem quem chega.

Quem está diante de nós para ser acolhido e Aquele de Quem vamos ao encontro, é Jesus Cristo. Já não é um desconhecido, é verdade. D’Ele já sabemos o que a história nos conta, o que os Evangelhos e a Comunidade Cristã nos testemunham, o que a fé e a oração nos dão a saborear de confiança e de sabedoria. Mesmo assim, Jesus Cristo tem sempre algo de novo a revelar a cada tempo e a cada pessoa. Tem história e é mistério. É conhecido e sempre surpreendente. Se misturarmos a nossa vida com a vida de Jesus, crescemos sempre. Aliás, esse é um dos grandes desafios do Advento. Muitas vezes, talvez procuremos Jesus apenas para que esta ou aquela situação fique resolvida. Jesus, porém, procura-nos, vem ao nosso encontro para permanecer sempre connosco.

A universalidade do acontecimento e do conhecimento de Jesus Cristo poderiam ter feito d’Ele apenas um fenómeno tipo populista, isto é, um fenómeno que aparecesse, desaparecesse e se desvanecesse, tão ao jeito dos nossos tempos. Mas, como a vida tem sempre de ser lida ”por dentro”, percebemos melhor que a universalidade de Jesus Cristo e do seu mistério é a expressão da verdade fundamental e da sabedoria que contém para a vida de todos. Jesus não é apenas uma verdade universal. É, sobretudo, uma verdade que se pode interiorizar e que se pode viver. Tem, nessa medida, outra substância que não apenas o brilho da aparência. Talvez, por isso, no meio de todo um universo a contracenar com a cultura light e populista, tenhamos um pequeno e simples espaço em Belém onde Jesus nasce e por onde Jesus entra na humanidade. Partindo daí, o horizonte é a humanidade inteira. A salvação é mais original que o pecado. Sabendo embora que a cultura light se carateriza pela busca da leveza e com tudo aquilo que isso reclama, também sabemos que o populismo quase sempre manipula ou mascara os olhares e o discernimento das prioridades. Parte de generalizações que absolutiza e incute soluções afuniladas, muitas vezes ao arrepio da realidade. Dá soluções automáticas e não constrói a consciência de “povo” ou de comunidade. Jesus Cristo, ao contrário do populismo, é sempre uma história de humanização. Porque assumiu ser homem, com Ele a humanidade vale muito mais. Assumir significa “fazer sua” a nossa humanidade.

Então é hoje que queremos acolher Jesus. Por muito ou pouco “passado” que tenhamos, por muito ou pouco “futuro” que esperemos, é “hoje” que Jesus vem ao nosso encontro. É hoje que O queremos acolher. Ele é sempre nosso contemporâneo. Como diz o Papa Francisco, dirigindo-se particularmente aos jovens, nós somos o “hoje” e o “agora” de Deus.

“Se és jovem em idade, mas te sentes frágil, cansado ou desiludido, pede a Jesus que te renove. Com Ele, não se extingue a esperança. E o mesmo podes fazer, se te sentires imerso nos vícios, em maus hábitos, no egoísmo ou na comodidade mórbida. Cheio de vida, Jesus quer ajudar-te para que valha a pena ser jovem. Assim, não privarás o mundo daquela contribuição que só tu – único e irrepetível, como és – lhe podes dar” (Francisco, CV, 109).

Ser o “hoje” de Deus significa que nada do que é humano é estranho a Deus. Então, encontrar-se com Jesus é reconstruir a vontade, a inteligência, os afetos, tudo. Quando Deus assume, em Jesus Cristo, a nossa humanidade significa que essa mesma humanidade é confirmada como o lugar onde Deus habita. E é extraordinário que, com as nossas fragilidades, Deus constrói uma história de amor. Nasce e atrai a Si, pastores, magos, homens de boa vontade; percorre os caminhos da Judeia e Galileia e os que O escutam sentem-se por Ele agarrados, sejam cegos, coxos, possessos ou gente em busca da verdade; sobe à cruz, ressuscita e faz entender que Ele é o caminho, a verdade e a vida.

O pequeno e simples espaço de Belém onde Jesus “teima” em nascer pode, pois, ser hoje o coração de tantos, particularmente dos jovens a quem a Igreja quer escutar mais e dedicar maior atenção. Parafraseando o texto da Exortação Cristo Vive, do Papa Francisco, Deus ama-nos, Cristo é o nosso Salvador, Cristo vive. Deixar-se iluminar e transformar pelo encontro com Cristo e com o seu Evangelho é um desafio forte mas que todos, particularmente os jovens, podemos praticar no dia a dia.

O que faria Jesus se estivesse no meu lugar diante deste problema e por este motivo? Como agiria Ele confrontado com estes problemas? Que chamamento me faria?

Às interrogações vai sucedendo, a passo e passo, a resposta da presença de Cristo, presença que procurei, acolhi e me fez sentir encontrado. “O amor de Deus e a nossa relação com Cristo vivo não nos impedem de sonhar, não nos pedem para restringir os nossos horizontes. Pelo contrário, esse amor instiga-nos, estimula-nos, lança-nos para uma vida melhor e mais bela (...) A inquietude insatisfeita, juntamente com a admiração pelas novidades que surgem no horizonte, abrem caminho à ousadia que nos impele a tomar a nossa vida nas próprias mãos e a tornar-nos responsáveis por uma missão. Esta sã inquietude, que surge especialmente na juventude, continua a ser a caraterística de qualquer coração que permanece jovem, disponível, aberto. A verdadeira paz interior convive com esta profunda insatisfação. Dizia Santo Agostinho: «Senhor, criastes-nos para Vós e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Vós» (Francisco, Cristo Vive, 138).

E se este Advento culminasse numa história de amizade mais profunda com Jesus Cristo no Natal? E se deixássemos crescer ainda mais em nós a vontade de viver de Cristo e de experimentar os seus caminhos? E se ousássemos mais caminhos de fraternidade? E se nos comprometêssemos mais e fossemos corajosos anunciadores d’Aquele com Quem nos comprometemos?

A exuberância das nossas manifestações exteriores, para ser autêntica, está na saúde da raiz que, discretamente, nos alimenta porque nos liga ao que pode dar a vida. Vamos, seguramente, encontrar um lugar, dentro de nós, para acolher Cristo. O lugar que Maria e José tanto procuraram somos nós!

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 29-11-2019.





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