segunda-feira, 25 de novembro de 2019






PARÓQUIAS DE NISA



Terça, 26 de novembro de 2019











Terça-feira da  XXXIV semana do tempo comum








TERÇA-FEIRA da semana XXXIV
Verde – Ofício da féria.

L 1 Dan 2, 31-45; Sal Dan 3, 57. 58. 59. 60. 61
Ev Lc 21, 5-11


* Na Diocese de Santarém – Aniversário da entrada solene de D. José Augusto Traquina Maria.
* Na Ordem Beneditina – S. Silvestre, abade – MF
* Na Ordem Franciscana – S. Leonardo de Porto Maurício, presbítero, da I Ordem – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Leonardo de Porto Maurício, presbítero, da I Ordem – MF
* Na Companhia de Jesus – S. João Berchmans, religioso – MO
* Nas Congregações e Institutos da Família Paulista – B. Tiago Alberione, presbítero, Fundador – FESTA


MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 84, 9
O Senhor fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis
e a todos os que a Ele se convertem de coração sincero.


ORAÇÃO COLECTA
Despertai, Senhor, a vontade dos vossos fiéis,
para que, correspondendo mais generosamente
à acção da graça divina,
recebamos maiores auxílios da vossa bondade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da palavra: páginas seguintes


LEITURA I (anos ímpares) Dan 2, 31-45
«Deus fará surgir um reino que jamais será destruído
e reduzirá a nada todos os reinos»


Leitura da Profecia de Daniel

Naqueles dias, Daniel disse ao rei Nabucodonosor: «Tu, ó rei, tiveste esta visão: apareceu uma grande estátua, uma estátua gigantesca e de extraordinário esplendor: erguia-se diante de ti e o seu aspeto era terrível. A cabeça da estátua era de ouro fino, o peito e os braços eram de prata, o ventre e as coxas eram de bronze, as pernas eram de ferro e os pés eram em parte de ferro e em parte de barro. Estavas a olhar para ela, quando uma pedra se deslocou sem intervenção de mão alguma e foi bater nos pés da estátua, que eram de ferro e de barro, e reduziu-os a pó. Então pulverizaram-se ao mesmo tempo o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, e ficaram como a moinha das eiras no verão: levou-os o vento e não ficou rasto deles. A pedra que tinha batido na estátua tornou-se uma grande montanha e encheu toda a terra. Foi esse o sonho; e daremos a sua interpretação diante do rei: Tu, ó rei, és o rei dos reis, a quem o Deus do Céu deu a realeza, o poder, a força e a glória. Ele entregou-te nas mãos os filhos dos homens, os animais dos campos e as aves do céu, onde quer que eles habitem, e fez-te senhor de todos eles. És tu a cabeça de ouro. Depois de ti surgirá outro reino, inferior ao teu; a seguir, um terceiro reino, um reino de bronze, que dominará toda a terra. E haverá um quarto reino, duro como o ferro. Assim como o ferro tudo esmaga e despedaça, esse reino esmagará e despedaçará todos os outros. Os pés e os dedos que viste, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, significam um reino dividido. Terá a solidez do ferro e por isso viste o ferro misturado com o barro mole. Mas se os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, é porque o reino será em parte forte e em parte frágil. Viste o ferro misturado com a argila: assim também as duas partes se hão de ligar por geração humana; mas não se hão de unir solidamente, como o ferro não pode misturar-se com o barro. No tempo desses reis, o Deus do Céu fará surgir um reino que jamais será destruído e cuja soberania nunca passará a outro povo. Esmagará e reduzirá a nada todos esses reinos, mas ele permanecerá para sempre. É o que significa a pedra que viste desprender-se da montanha sem intervenção de mão alguma e pulverizar o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O grande Deus fez saber ao rei o que vai acontecer em seguida. O sonho é verdadeiro e fidedigna a sua explicação».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Dan 3, 57.58.59.60.61 (R. 59b)
Refrão: Louvai o Senhor, exaltai-O para sempre. Repete-se


Obras do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão

Céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão

Anjos do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão

Águas que estais sobre os céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão

Poderes do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão


ALELUIA Ap 2, 10c
Refrão: Aleluia. Repete-se

Sê fiel até à morte, diz o Senhor,
e dar-te-ei a coroa da vida. Refrão


EVANGELHO Lc 21, 5-11
«Não ficará pedra sobre pedra»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
 
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?». Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».
 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, estes dons sagrados
que nos mandastes oferecer em honra do vosso nome
e fazei que, obedecendo sempre aos vossos mandamentos,
nos tornemos também nós
uma oblação agradável aos vossos olhos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 116, 1-2
Louvai o Senhor, povos de toda a terra,
porque é eterna a sua misericórdia.

Ou Mt 28, 20
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos, diz o Senhor.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso e eterno,
não permitais que se separem de Vós
aqueles a quem destes a graça
de participar neste divino sacramento.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.




«Sempre que nos pomos ao serviço dos pobres e dos doentes, nos estamos pondo ao serviço de Jesus.».

Santa Rosa de Lima




ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS - Dan 2, 31-45: Ao fazer a interpretação do sonho do rei, Daniel anuncia a sucessão dos reinos terrenos e a sua destruição até ao aparecimento do reino do Messias, o qual jamais passará, porque é definitivo e eterno. De novo, a palavra de Deus, hoje por meio do profeta Daniel, nos revela o mistério da história, que é algo de muito mais profundo do que a simples enumeração dos acontecimentos ou até a sua interpretação puramente racional. A história encerra realmente um mistério: nela se vai revelando o desígnio de Deus sobre o mundo, que só a própria palavra de Deus nos pode fazer compreender.
Lc 21, 5-11: Jesus anuncia a ruína de Jerusalém, a partir da observação que alguns fazem, chamando-Lhe a atenção para a beleza do templo. De facto, o templo e a cidade foram destruídos, pisados pelos pagãos, e o culto de Deus substituído, pelo menos durante algum tempo, pelo culto de ídolos. É que, antes de os lugares terem sido profanados, já o coração dos homens o tinha sido.

ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.





AGENDA DO DIA


18.00 horas: Missa em Alpalhão
18.00 horas: Missa em Nisa.




A VOZ DO PASTOR


EUTANÁSIA: O SILÊNCIO DE TANTOS ATEMORIZA!...

Portugal foi o primeiro Estado soberano da Europa a exarar na Constituição a abolição da pena de morte, embora não tivesse sido o primeiro a assumir tal princípio. Foi um passo histórico em que Portugal se tornava paladino na defesa da vida humana como um direito fundamental inviolável. A Constituição Portuguesa continua a proclamar que “a vida humana é inviolável”, que “em caso algum haverá pena de morte”, que “a integridade moral e física das pessoas é inviolável”, que “ninguém pode ser submetido a tortura, nem a tratos ou penas cruéis, degradantes ou desumanos” (Artigos 24º e 25º). Pelo protocolo n.º 6 à Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, de abril de 1983, a pena de morte foi abolida e proibida em praticamente toda a Europa. Portugal, porém, se foi dos primeiros na defesa da vida como o primeiro dos direitos humanos e fundamento de todos os outros direitos, tem agora, mais uma vez, quem queira remar em sentido contrário. É um caranguejar reforçado pelo silêncio de tantos que, embora discordando, se limitam a ver passar a banda ou se calam sob as subserviências ideológicas, partidárias ou outras. Cento e quarenta anos depois daquele passo civilizacional, já Portugal, em 2007, abriu as portas ao aborto, podendo ser realizado no serviço Nacional de Saúde e em estabelecimentos de saúde privados autorizados, facilitando, assim, a destruição da vida de milhares e milhares de crianças por ano e promovendo a cultura da morte. Se antes acreditara que até o mais terrível dos criminosos poderia ser recuperado, poupando-lhe a vida, agora, abre a porta à morte dos inocentes, dos mais frágeis e indefesos da sociedade, os que nem sequer podem ser julgados!... Até o próprio “inverno demográfico” do país aconselharia a respeitar mais e melhor a primavera da vida!...

Como se isso fosse uma grande proeza civilizacional e não bastasse, há quem se esmere agora pela eutanásia e pelo suicídio assistido! Isto é, pela provocação intencional da morte de uma pessoa, a seu pedido (homicídio) ou por si própria (suicídio). Para tal, faz-se crer na opinião pública que os defensores da vida são ignorantes e retrógrados. Faz-se passar a ideia de que a defesa da vida é uma questão meramente religiosa e, por isso, sem sentido numa sociedade pluralista. Que é uma necessidade urgente e própria dos progressos culturais do tempo. Que é só para casos limite e em favor de uma morte digna. Que a dignidade da pessoa que sofre e a sua autonomia e liberdade o reclamam. Esquece-se, porém, que a autonomia pressupõe a vida como bem indisponível e como pressuposto de todos os direitos. Sabemos que só é livre quem vive e que a dignidade do ser humano não depende de qualquer circunstância, é objetiva, a doença não a diminui. Pedir que o matem ou matar-se não é um exercício da liberdade, mas a supressão da própria raiz da liberdade. São muitos os problemas éticos, jurídicos, médicos, morais e sociais que esta decisão arrasta.

 Eliminar-se ou eliminar a pessoa para acabar com a dor é um absurdo, não é cuidar nem amar, pode ser consequência de quem foge às responsabilidades de cuidar e acompanhar. Além disso, como o sofrimento pode prejudicar a capacidade de tomar decisões, ninguém ficaria com a certeza de que o desejo de morrer possa expressar a vontade livre e consciente do doente em causa. 

No artigo 64ª da Constituição da República Portuguesa, os cuidados da saúde a que todos têm direito, não podem estar à mercê da vontade dos governos de turno. Eles revestem a natureza de uma imposição constitucional, e devem ser realizados “através de um serviço nacional de saúde (SNS) universal, geral e (...) tendencialmente gratuito”. E mesmo que se afirme que a eutanásia será apenas para casos muito excecionais, há dados conhecidos que em alguns Estados em que se liberalizou, os critérios para a sua aplicação estão em constante alargamento, e sempre em nome da perda da dignidade da pessoa como se isso fosse assim tão linear. Nunca a pessoa perde a sua dignidade seja qual for a circunstância. O que será indigno é não lhe garantir os direitos já tantas vezes repetidos de um fim de vida digno, isto é, o direito aos cuidados paliativos que aliviem o sofrimento físico e psíquico, que lhe seja respeitada a sua liberdade de consciência, que seja devidamente informado com verdade sobre a sua situação clínica, o direito de decidir sobre as intervenções terapêuticas a que se irá sujeitar, o direito a recusar a obstinação terapêutica, os tratamentos inúteis e desproporcionados ou fúteis, o direito a estabelecer o diálogo esclarecedor e sincero com os médicos, familiares e amigos, o direito a receber a assistência espiritual e religiosa.

E embora as comunidades religiosas existentes no nosso país - comunidade Islâmica, Israelita, Budista, Hindu e Bahá’í, as Igrejas Adventista, Ortodoxa e Católica, a Aliança Evangélica e o Conselho Português de Igrejas Cristãs - sejam, de facto, a favor da vida, não se trata de um debate confessional ou religioso como alguns querem fazer crer. Trata-se, isso sim, é de um combate e debate cívico em prol dos direitos humanos. A nossa própria Constituição, que é laica, define a vida humana como “inviolável”. A Associação Médica Mundial reafirma o seu “firme compromisso” a favor do respeito pela vida humana, rejeitando desta forma a eutanásia e o suicídio assistido. O Conselho Nacional de Ética e Deontologia Médica da Ordem dos Médicos vai no mesmo sentido. A eutanásia não é um ato médico. O doente não pode perder a confiança no médico. Os médicos podem invocar a objeção de consciência. Ouvi há dias que há países em que Instituições recusaram os acordos com o Estado porque este os obrigava a aplicar a eutanásia. Destruir os outros ou a si próprio não é um direito nem um dever, é um temível mal social do qual o Estado se pode tornar cúmplice ao insinuar às pessoas quando e como podem ou não decidir morrer. Se assim for, de facto, também se pode colocar a questão já por aí apresentada: qualquer um de nós, quando se encontrar improdutivo, doente ou dependente, mesmo que no uso das suas qualidades mentais, poderá vir a perguntar-se o que é que deve fazer da sua vida. E pode sentir a necessidade de colocar a própria eutanásia, não como um direito da sua liberdade ou autonomia, que nunca o será, mas como um dever para si, para que não seja considerado um egoísta, um inútil que só dá trabalho e despesa, um tropeço para os outros. E será que a ninguém pesará esta responsabilidade? Nem àqueles que legislaram? Nem àqueles que não garantiram os cuidados paliativos? Nem àqueles que fogem com os apoios financeiros?... Nem àqueles que prescindiram da solidariedade e do amor?

O Partido Comunista Português tem defendido o “valor intrínseco da vida”. Para ele, a legalização da eutanásia “não pode ser apresentada como matéria de opção ou reserva individual”. Inscrever na lei “o direito a matar ou a matar-se não é um sinal de progresso mas um passo no sentido do retrocesso civilizacional”. E que, para além desta discussão convocar “princípios constitucionais evidentes, como a inviolabilidade da vida humana, o direito à vida ou a responsabilidade de o Estado assegurar e respeitar a vida humana”, não temos em Portugal “uma situação do ponto de vista social, médico e clínico que coloque esta discussão como prioritária ou estas medidas como absolutamente necessárias para dar resposta a um problema social”. A solução “não é a de desresponsabilizar a sociedade promovendo a morte antecipada das pessoas nessas circunstâncias, mas sim a do progresso social no sentido de assegurar condições para uma vida digna, mobilizando todos os meios e capacidades sociais, a ciência e a tecnologia para debelar o sofrimento e a doença e assegurar a inclusão social e o apoio familiar”. Não se pode classificar a morte antecipada como um “ato de dignidade”. E embora se possam “expressar em alguns casos juízos motivados por vivência própria, conceções individuais que se devem respeitar”, não deixa de ser “para uma parte dos seus promotores, uma inscrição do tema em busca de protagonismos e de agendas políticas promocionais.” 

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-11-2019.




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