domingo, 3 de novembro de 2019





PARÓQUIAS DE NISA



Segunda, 04 de novembro de 2019











Segunda-feira da XXXI semanado tempo comum




SEGUNDA-FEIRA da semana XXXI
S. Carlos Borromeu, bispo – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Rom 11, 29-36; Sal 68 (69), 30-31. 33-34. 36-37
Ev Lc 14, 12-14

* Na Congregação dos Missionários e Missionárias de S. Carlos (Scalabrinianos/as) – S. Carlos Borromeu – SOLENIDADE

 

S. CARLOS BORROMEU, bispo


Nota Histórica:


Nasceu em Arona (Lombardia) no ano 1538; depois de ter conseguido o doutoramento In utroque iure, foi nomeado cardeal por Pio IV, seu tio, e eleito bispo de Milão. Foi um verdadeiro pastor da Igreja no exercício desta missão: visitou várias vezes toda a diocese, convocou sínodos e desenvolveu a mais intensa actividade, em todos os sectores, para a salvação das almas, promovendo por todos os meios a renovação da vida cristã. Morreu no dia 3 de Novembro de 1584.

MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Ez 34, 11.23.24
Eu cuidarei das minhas ovelhas, diz o Senhor.
Escolherei um pastor que as apascente.
Eu, o Senhor, serei o seu Deus.


ORAÇÃO COLECTA
Conservai, Senhor, no vosso povo o espírito que animava São Carlos, para que a Igreja se renove sem cessar e, reproduzindo fielmente a imagem de Cristo, possa mostrar ao mundo o verdadeiro rosto do vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I (anos ímpares) Rom 11, 29-36
«Deus encerrou a todos na desobediência,
para usar de misericórdia para com todos»

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos: Os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis. Na verdade, vós fostes outrora desobedientes a Deus e agora alcançastes misericórdia, devido à desobediência dos judeus. Assim também eles desobedeceram agora, de modo que, devido à misericórdia obtida por vós, também eles alcancem agora misericórdia. Efetivamente, Deus encerrou a todos na desobediência, para usar de misericórdia para com todos. Como é profunda a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus! Como são insondáveis os seus desígnios e incompreensíveis os seus caminhos! Quem conheceu o pensamento do Senhor? Quem foi o seu conselheiro? Quem Lhe deu primeiro, para que tenha de receber retribuição? D’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Glória a Deus para sempre. Amen.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 68 (69), 30-31.33-34.36-37 (R. 14c)
Refrão: Pela vossa bondade, ouvi-me, Senhor. Repete-se

Eu sou pobre e miserável:
defendei-me com a vossa proteção.
Louvarei com cânticos o nome de Deus
e em ação de graças O glorificarei. Refrão

Vós, humildes, olhai e alegrai-vos,
buscai o Senhor e o vosso coração se reanimará.
O Senhor ouve os pobres
e não despreza os cativos. Refrão

Deus protegerá Sião, reconstruirá as cidades de Judá
e voltarão a ocupá-la os cativos.
Os seus servos a receberão em herança
e nela hão-de morar os que amam o seu nome. Refrão


ALELUIA Jo 8, 31b-32
Refrão: Aleluia. Repete-se
Se permanecerdes na minha palavra,
sereis verdadeiramente meus discípulos
e conhecereis a verdade, diz o Senhor. Refrão


EVANGELHO Lc 14, 12-14
«Não convides os teus amigos, mas os pobres e os doentes»:

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus a um dos principais fariseus, que O tinha convidado para uma refeição: «Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos nem os teus irmãos, nem os teus parentes nem os teus vizinhos ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. Mas quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Olhai, Senhor, para os dons que trazemos ao vosso altar, ao celebrar a memória de São Carlos, pastor vigilante e exemplo admirável de santidade, e, pela virtude deste sacrifício, dai-nos a graça de produzir também nós, frutos abundantes de boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 10, 10
Eu vim para que tenham vida
e a tenham em abundância, diz o Senhor.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
A comunhão nos santos mistérios nos dê, Senhor, a fortaleza de alma que tornou São Carlos fiel à sua missão e exemplo admirável de caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



«A paz define-se, com toda a razão, como obra da justiça».

Guaudium et Spes, 78




ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS : Rom 11, 29-36: São Paulo coloca frente a frente duas situações: a dos judeus, o antigo povo eleito, que não acolheu a misericórdia de Deus e ficou fora da Igreja de Deus, e a dos pagãos, a quem não tinha chegado a mensagem do Evangelho de Cristo e que, por isso, também estavam de fora. Quando os judeus descobrirem o que a misericórdia de Deus fez aos pagãos, chamando-os ao Evangelho, também eles aceitarão a misericórdia de Deus e serão todos um só e mesmo povo de Deus. Caminhos da sabedoria de Deus insondáveis e incompreensíveis!
Lc 19, 1-10 : A predileção de S. Lucas pelos pecadores, em razão da atenção que Jesus lhes dá, é patente, uma vez mais, na passagem que hoje lemos. Com este episódio, somos todos convidados, a tomar parte na mesa do Senhor, particularmente na Eucaristia, com os sentimentos de Zaqueu. A salvação também quer entrar em nossa casa. Seremos capazes de abrir as portas do nosso coração a Cristo, nosso Redentor?

ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.





AGENDA DO DIA



21.00 horas: Oração de louvor no Calvário





A VOZ DO PASTOR



O DESAFIO DA SOLIDARIEDADE GLOBAL

Não é por mal que algumas coisas se dizem, sei. E de vez em quando isso acontece, quer porque não se foi muito feliz na maneira de abordar a questão, quer porque os termos ou a linguagem usada não foi a melhor, quer porque se quer agradar a algum auditório, quer porque a pessoa que fala está um pouco em jejum no assunto em causa. Muitas vezes, porém, é o suficiente para desclassificar e impressionar menos bem.
 Na última situação destas a que assisti, a caridade não me pareceu bem abordada, nem a mim nem a outros que primaram pela presença. Mas a forma como ali foi trazida à baila tem sido bastante recorrente, apesar de acontecer em lugares onde ela deveria marcar a diferença, sendo promovida e atuada na ação em prol de serviços cada vez mais humanos e humanizadores e da boa convivência entre responsáveis, colaboradores, utentes e voluntários. De facto, por vezes, puxa-se pela palavra caridade para depreciar ou minimizar o seu significado e conteúdo. Declara-se a sua insignificância para realçar a solidariedade, como se aquela fosse inimiga desta, como se esta fosse muito mais importante sem aquela, ou como se alguém não pudesse falar da solidariedade sem zurzir na caridade, isto é, sem faltar à caridade para com a caridade!
 Aplaudimos a solidariedade familiar e de vizinhança. Aplaudimos a solidariedade económica, política, social, ecológica, cultural e a que mais quisermos juntar como meio necessário para a construção do bem comum. É um valor e uma necessidade urgente e sempre inacabada. Em cada tempo, o bem comum vai exigindo novas formas de solidariedade, é uma exigência da justiça. Mais: não é só uma exigência da justiça, também é uma exigência da caridade. Quando “o empenho pelo bem comum é animado pela caridade, tem uma valência superior à do empenho simplesmente secular e político” (Caritas in Veritate,7).
Porque se desconhece a natureza, o valor e a sua estreita ligação com a verdade e a justiça, a caridade, sempre iluminada pela luz da razão e da fé, continua a ser rodeada de preconceitos, esvaziada de sentido. No entanto, como por vezes se deixa transparecer, ela não é uma espécie de humanismo piegas, não é sentimentalismo estéril, não é filantropia para a promoção do ego, não se identifica com aquele bem-fazer que brota de sentimentos de pena ou dó ou de interesses subjacentes de quem quer que o reconheçam e lhe batam palmas, não é um meio ao serviço de proselitismos ou para manter situações existenciais injustas, não está dependente de partidos e ideologias, deve sentir-se escrita e avivada no coração de cada um seja quem for. A caridade reclama a verdade, exige e supera a justiça, “não se move apenas por relações feitas de direitos e deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e perdão” (id.6).
A própria Assembleia-Geral das Nações Unidas, em 2012, pela Resolução 67/105, proclamou o Dia Internacional da Caridade a celebrar no dia 5 de setembro de cada ano. O objetivo deste Dia é, entre outros e segundo os seus promotores, reconhecer o papel da caridade no alívio às crises humanitárias e ao sofrimento humano em todo o mundo, homenagear o extraordinário trabalho de inúmeras organizações e indivíduos, fomentar e promover o diálogo, a solidariedade, o entendimento mútuo e os valores universais. Como expressão de “solidariedade global”, a caridade sente o carinho e o encorajamento de todos os Estados-membros, organizações regionais e internacionais e os vários atores da sociedade civil, nomeadamente através da educação e de atividades que contribuam para a sensibilização da sociedade para este “enorme potencial de amor que vence o mal com o bem e abre à reciprocidade das consciências e das liberdades” (id.9).
Quando ela está ausente da vida pública e familiar, quando, por exemplo, a caridade falta em qualquer instituição ou estrutura social, mesmo que haja abundância de tudo e uma logística digna de se lhe tirar o chapéu, a solidariedade pode ser um corpo sem alma. Pode haver gente a usufruir da solidariedade de muita gente, em abundância de muitas coisas e boas condições, mas a sentir-se indesejada, não amada, abandonada, a morrer de fome de atenção, de caridade. Se assim for, mesmo que as instalações e os serviços prestados sejam de luxo, de cinco estrelas para cima, tudo não passará de mero assistencialismo, não liberta, não promove, não satisfaz, não gera família. Como sabemos, mesmo as Obras de Misericórdia não são apenas corporais, também são espirituais. E, não raro, estas são muito mais importantes que aquelas. O critério de ação, para nós cristãos, foi-nos dado por Cristo que nos mandou amar uns aos outros como Ele nos amou: atenta e dedicadamente, sem fingimento, gratuitamente, incondicionalmente, sem fazer aceção de pessoas, dando a vida, por Caridade... Como lembra Bento XVI na Encíclica Deus Caritas est, a consciência de que, em Jesus, o próprio Deus Se entregou por nós até à morte, deve levar-nos a viver para Ele, e com Ele para os outros (cf.DCe33).
Relembremos o texto de São Paulo: “Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se eu não tivesse caridade, seria como um bronze que soa ou como um símbolo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, eu nada seria. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse a caridade, isso nada me adiantaria. A caridade é paciente, a caridade é prestativa; não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais passará (...) Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade. A maior delas, porém, é a caridade” (1Cor 13, 1-8.13).

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 01-11-2019.


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