PARÓQUIAS
DE NISA
Quarta,
27 de novembro de 2019
Quarta-feira da XXXIV
semana do tempo comum
QUARTA-FEIRA
da semana XXXIV
Verde – Ofício da féria.
L 1 Dan 5, 1-6. 13-14. 16-17. 23-28; Sal Dan 3,62.63.64.65.66.67
Ev Lc 21, 12-19
* Na Diocese de Beja – Aniversário da tomada de posse de D. José João dos Santos Marcos.
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – Manifestação de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa – FESTA
L 1 Dan 5, 1-6. 13-14. 16-17. 23-28; Sal Dan 3,62.63.64.65.66.67
Ev Lc 21, 12-19
* Na Diocese de Beja – Aniversário da tomada de posse de D. José João dos Santos Marcos.
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – Manifestação de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa – FESTA
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 84, 9
O Senhor fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis
e a todos os que a Ele se convertem de coração sincero.
ORAÇÃO COLECTA
Despertai, Senhor, a vontade dos vossos fiéis,
para que, correspondendo mais generosamente
à acção da graça divina,
recebamos maiores auxílios da vossa bondade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da palavra: páginas seguintes
LEITURA I (anos ímpares) Dan 5, 1-6.13-14.16-17.23-28
«Apareceram dedos de mão humana e escreveram»
Leitura da Profecia de Daniel
O Senhor fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis
e a todos os que a Ele se convertem de coração sincero.
ORAÇÃO COLECTA
Despertai, Senhor, a vontade dos vossos fiéis,
para que, correspondendo mais generosamente
à acção da graça divina,
recebamos maiores auxílios da vossa bondade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da palavra: páginas seguintes
LEITURA I (anos ímpares) Dan 5, 1-6.13-14.16-17.23-28
«Apareceram dedos de mão humana e escreveram»
Leitura da Profecia de Daniel
Naqueles dias, o rei Baltasar ofereceu um grande banquete a um milhar dos seus dignitários, na presença dos quais bebeu vinho. Sob a ação do vinho, Baltasar mandou buscar os vasos de ouro e de prata que seu pai, Nabucodonosor, tinha tirado do templo de Jerusalém, para beberem por eles o rei, os seus dignitários, as suas mulheres e as suas concubinas. Trouxeram então os vasos de ouro que tinham sido tirados do templo de Deus, em Jerusalém, e beberam por eles o rei, os seus dignitários, as suas mulheres e as suas concubinas. Beberam vinho e entoavam louvores aos seus deuses de ouro e de prata, de bronze e de ferro, de madeira e de pedra. De repente, apareceram dedos de mão humana, que escreveram em frente do candelabro, na cal da parede do palácio real. Ao ver essa mão que escrevia, o rei mudou de cor e os seus pensamentos perturbaram-no; cederam as articulações dos seus quadris e os joelhos batiam um contra o outro. Daniel foi introduzido à presença do rei e o rei dirigiu-lhe estas palavras: «És tu Daniel, um dos exilados de Judá, que o rei meu pai trouxe de Judá para aqui? Ouvi dizer que está em ti o espírito divino e que tens uma luz, uma inteligência e uma sabedoria superiores. Ouvi dizer também que podes interpretar e decifrar os enigmas. Se conseguires ler esta escrita e dar-me a sua interpretação, vestir-te-ás de púrpura, trarás ao pescoço o colar de ouro e serás o terceiro no governo do reino». Então Daniel tomou a palavra e disse ao rei: «Podes ficar com os teus dons e dar a outros os teus presentes. Contudo, vou ler ao rei essa escrita e dar a sua interpretação. Foi contra o Senhor do Céu que te ergueste, ao mandares buscar os vasos do seu templo, pelos quais bebeste vinho, com os teus dignitários, as tuas mulheres e as tuas concubinas. E entoaste louvores aos deuses de ouro e de prata, de bronze e de ferro, de madeira e de pedra, que não ouvem, não veem nem entendem, mas não glorificaste o Deus que domina a tua respiração e dirige os teus caminhos. Por isso Ele enviou aquela mão que escreveu essas palavras. Eis a escrita que foi traçada: ‘Mené, Téquel, Parsin’: e esta é a sua interpretação: ‘Mené’, quer dizer, ‘Contado’: Deus contou o tempo do teu reinado e pôs-lhe termo; ‘Téquel’, quer dizer, ‘Pesado’: foste pesado na balança e achado sem peso; ‘Parsin’, quer dizer, ‘Dividido’: o teu reino foi dividido e dado aos medos e aos persas».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Dan 3, 62.63.64.65.66.67 (R. 59b)
Refrão: Louvai o Senhor, exaltai-O para sempre. Repete-se
Sol e lua, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Estrelas do céu, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Todos os ventos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Fogo e calor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Frio e geada, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
ALELUIA Ap 2, 10c
Refrão: Aleluia. Repete-se
Sê fiel até à morte, diz o Senhor,
e dar-te-ei a coroa da vida. Refrão
EVANGELHO Lc 21, 12-19
« Todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim tereis ocasião de dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, estes dons sagrados
que nos mandastes oferecer em honra do vosso nome
e fazei que, obedecendo sempre aos vossos mandamentos,
nos tornemos também nós
uma oblação agradável aos vossos olhos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 116, 1-2
Louvai o Senhor, povos de toda a terra,
porque é eterna a sua misericórdia.
Ou Mt 28, 20
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso e eterno,
não permitais que se separem de Vós
aqueles a quem destes a graça
de participar neste divino sacramento.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«Eu sou a Videira e vós os ramos. Quem
permanece em Mim dará muito fruto».
Jesus
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1. Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS - Dan 5, 1-6.13-14.16-17.23-28: A
estranha aparição, que Daniel vai interpretar para o rei, revela a justiça de
Deus, que não deixa impune a ação sacrílega da profanação do templo, anuncia o
fim do império caldeu e manifesta Deus como o Senhor da história dos homens.
Lc
21, 12-19: A
destruição do templo e da cidade será acompanhada da perseguição. O que
aconteceu aos habitantes de Jerusalém, como é descrito nesta leitura,
repetiu-se, algum tempo depois, em todo o império romano. Nesta passagem
anuncia-se um fim, fim que o foi para os perseguidores, não para os
perseguidos, que, a esses, o Nome do Senhor por quem sofriam os salvou. Deste
modo, o fim deste tempo litúrgico, que nos recorda o fim dos tempos,
anuncia-nos a vitória pascal do Senhor, que, depois de crucificado, ressuscitou
e vive para sempre.
ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.
AGENDA DO DIA
17.00 horas: Missa
em Gáfete
18.00 horas: Missa
em Tolosa
18.00 horas: Missa
em Nisa.
A VOZ DO PASTOR
EUTANÁSIA: O SILÊNCIO DE TANTOS
ATEMORIZA!...
Portugal foi o primeiro Estado soberano da Europa a exarar na Constituição
a abolição da pena de morte, embora não tivesse sido o primeiro a assumir tal
princípio. Foi um passo histórico em que Portugal se tornava paladino na defesa
da vida humana como um direito fundamental inviolável. A Constituição
Portuguesa continua a proclamar que “a vida humana é inviolável”, que “em caso
algum haverá pena de morte”, que “a integridade moral e física das pessoas é
inviolável”, que “ninguém pode ser submetido a tortura, nem a tratos ou penas
cruéis, degradantes ou desumanos” (Artigos 24º e 25º). Pelo protocolo n.º 6 à
Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais,
de abril de 1983, a pena de morte foi abolida e proibida em praticamente toda a
Europa. Portugal, porém, se foi dos primeiros na defesa da vida como o primeiro
dos direitos humanos e fundamento de todos os outros direitos, tem agora, mais
uma vez, quem queira remar em sentido contrário. É um caranguejar reforçado
pelo silêncio de tantos que, embora discordando, se limitam a ver passar a
banda ou se calam sob as subserviências ideológicas, partidárias ou outras.
Cento e quarenta anos depois daquele passo civilizacional, já Portugal, em
2007, abriu as portas ao aborto, podendo ser realizado no serviço Nacional de
Saúde e em estabelecimentos de saúde privados autorizados, facilitando, assim,
a destruição da vida de milhares e milhares de crianças por ano e promovendo a
cultura da morte. Se antes acreditara que até o mais terrível dos criminosos
poderia ser recuperado, poupando-lhe a vida, agora, abre a porta à morte dos
inocentes, dos mais frágeis e indefesos da sociedade, os que nem sequer podem
ser julgados!... Até o próprio “inverno demográfico” do país aconselharia a
respeitar mais e melhor a primavera da vida!...
Como se isso fosse uma grande proeza civilizacional e não bastasse, há quem
se esmere agora pela eutanásia e pelo suicídio assistido! Isto é, pela
provocação intencional da morte de uma pessoa, a seu pedido (homicídio) ou por
si própria (suicídio). Para tal, faz-se crer na opinião pública que os
defensores da vida são ignorantes e retrógrados. Faz-se passar a ideia de que a
defesa da vida é uma questão meramente religiosa e, por isso, sem sentido numa
sociedade pluralista. Que é uma necessidade urgente e própria dos progressos
culturais do tempo. Que é só para casos limite e em favor de uma morte digna.
Que a dignidade da pessoa que sofre e a sua autonomia e liberdade o reclamam.
Esquece-se, porém, que a autonomia pressupõe a vida como bem indisponível e
como pressuposto de todos os direitos. Sabemos que só é livre quem vive e que a
dignidade do ser humano não depende de qualquer circunstância, é objetiva, a
doença não a diminui. Pedir que o matem ou matar-se não é um exercício da
liberdade, mas a supressão da própria raiz da liberdade. São muitos os
problemas éticos, jurídicos, médicos, morais e sociais que esta decisão
arrasta.
Eliminar-se ou eliminar a pessoa para acabar com a dor é um absurdo,
não é cuidar nem amar, pode ser consequência de quem foge às responsabilidades
de cuidar e acompanhar. Além disso, como o sofrimento pode prejudicar a
capacidade de tomar decisões, ninguém ficaria com a certeza de que o desejo de
morrer possa expressar a vontade livre e consciente do doente em causa.
No artigo 64ª da Constituição da República Portuguesa, os cuidados da saúde a que todos têm direito, não podem estar à mercê da vontade dos governos de turno. Eles revestem a natureza de uma imposição constitucional, e devem ser realizados “através de um serviço nacional de saúde (SNS) universal, geral e (...) tendencialmente gratuito”. E mesmo que se afirme que a eutanásia será apenas para casos muito excecionais, há dados conhecidos que em alguns Estados em que se liberalizou, os critérios para a sua aplicação estão em constante alargamento, e sempre em nome da perda da dignidade da pessoa como se isso fosse assim tão linear. Nunca a pessoa perde a sua dignidade seja qual for a circunstância. O que será indigno é não lhe garantir os direitos já tantas vezes repetidos de um fim de vida digno, isto é, o direito aos cuidados paliativos que aliviem o sofrimento físico e psíquico, que lhe seja respeitada a sua liberdade de consciência, que seja devidamente informado com verdade sobre a sua situação clínica, o direito de decidir sobre as intervenções terapêuticas a que se irá sujeitar, o direito a recusar a obstinação terapêutica, os tratamentos inúteis e desproporcionados ou fúteis, o direito a estabelecer o diálogo esclarecedor e sincero com os médicos, familiares e amigos, o direito a receber a assistência espiritual e religiosa.
E embora as comunidades religiosas existentes no nosso país - comunidade Islâmica, Israelita, Budista, Hindu e Bahá’í, as Igrejas Adventista, Ortodoxa e Católica, a Aliança Evangélica e o Conselho Português de Igrejas Cristãs - sejam, de facto, a favor da vida, não se trata de um debate confessional ou religioso como alguns querem fazer crer. Trata-se, isso sim, é de um combate e debate cívico em prol dos direitos humanos. A nossa própria Constituição, que é laica, define a vida humana como “inviolável”. A Associação Médica Mundial reafirma o seu “firme compromisso” a favor do respeito pela vida humana, rejeitando desta forma a eutanásia e o suicídio assistido. O Conselho Nacional de Ética e Deontologia Médica da Ordem dos Médicos vai no mesmo sentido. A eutanásia não é um ato médico. O doente não pode perder a confiança no médico. Os médicos podem invocar a objeção de consciência. Ouvi há dias que há países em que Instituições recusaram os acordos com o Estado porque este os obrigava a aplicar a eutanásia. Destruir os outros ou a si próprio não é um direito nem um dever, é um temível mal social do qual o Estado se pode tornar cúmplice ao insinuar às pessoas quando e como podem ou não decidir morrer. Se assim for, de facto, também se pode colocar a questão já por aí apresentada: qualquer um de nós, quando se encontrar improdutivo, doente ou dependente, mesmo que no uso das suas qualidades mentais, poderá vir a perguntar-se o que é que deve fazer da sua vida. E pode sentir a necessidade de colocar a própria eutanásia, não como um direito da sua liberdade ou autonomia, que nunca o será, mas como um dever para si, para que não seja considerado um egoísta, um inútil que só dá trabalho e despesa, um tropeço para os outros. E será que a ninguém pesará esta responsabilidade? Nem àqueles que legislaram? Nem àqueles que não garantiram os cuidados paliativos? Nem àqueles que fogem com os apoios financeiros?... Nem àqueles que prescindiram da solidariedade e do amor?
O Partido Comunista Português tem defendido o “valor intrínseco da vida”.
Para ele, a legalização da eutanásia “não pode ser apresentada como matéria de opção
ou reserva individual”. Inscrever na lei “o direito a matar ou a matar-se não é
um sinal de progresso mas um passo no sentido do retrocesso civilizacional”. E
que, para além desta discussão convocar “princípios constitucionais evidentes,
como a inviolabilidade da vida humana, o direito à vida ou a responsabilidade
de o Estado assegurar e respeitar a vida humana”, não temos em Portugal “uma
situação do ponto de vista social, médico e clínico que coloque esta discussão
como prioritária ou estas medidas como absolutamente necessárias para dar
resposta a um problema social”. A solução “não é a de desresponsabilizar a
sociedade promovendo a morte antecipada das pessoas nessas circunstâncias, mas
sim a do progresso social no sentido de assegurar condições para uma vida
digna, mobilizando todos os meios e capacidades sociais, a ciência e a
tecnologia para debelar o sofrimento e a doença e assegurar a inclusão social e
o apoio familiar”. Não se pode classificar a morte antecipada como um “ato de
dignidade”. E embora se possam “expressar em alguns casos juízos motivados por
vivência própria, conceções individuais que se devem respeitar”, não deixa de
ser “para uma parte dos seus promotores, uma inscrição do tema em busca de
protagonismos e de agendas políticas promocionais.”
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-11-2019.
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