PARÓQUIAS
DE NISA
Quarta-feira,
06 de novembro de 2019
Quarta da XXXI semana
do tempo comum
QUARTA-FEIRA
da semana XXXI
S. Nuno de Santa Maria, religioso –
MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Rom 13, 8-10; Sal 111 (112), 1-2. 4-5. 8a e 9
Ev Lc 14, 25-33
* No Patriarcado de Lisboa – S. Nuno de Santa Maria, religioso, Padroeiro secundário do Patriarcado – MO
* Na Ordem Agostiniana – Comemoração de todos os Irmãos e Irmãs defuntos da Ordem.
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. Nuno de Santa Maria, religioso – FESTA
* Na Ordem de São Domingos – Bb. Afonso de Navarrete, presbítero e Companheiros, mártires do Japão – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Frederico de Verga e Companheiros, mártires, presbíteros e religiosos da I Ordem – MF
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – Bb. Fortunato Velasco Tobar, Vicente Queralt Lloret, José Fernandez Sánchez, presbíteros, Melchora Adoracion Cortés Bueno, Josefa Martinez Pérez, virgens e companheiras, mártires – MO
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Missa anual pelos pais falecidos dos religiosos da Congregação.
* Na Congregação dos Sagrados Corações – Bb. Teófilo Fernández de Legaria e Companheiros, presbíteros e mártires – MF
* Na Congregação do Santíssimo Redentor – Bb. José Xavier, presbítero e Companheiros, mártires – MO
* Na Congregação dos Irmãos Maristas – Bb. Laurentino, Bernardo, Virgílio, Crisanto, e Companheiros, mártires – MO
* Na Sociedade Missionária da Boa Nova – S. Nuno de Santa Maria, religioso – FESTA
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Rom 13, 8-10; Sal 111 (112), 1-2. 4-5. 8a e 9
Ev Lc 14, 25-33
* No Patriarcado de Lisboa – S. Nuno de Santa Maria, religioso, Padroeiro secundário do Patriarcado – MO
* Na Ordem Agostiniana – Comemoração de todos os Irmãos e Irmãs defuntos da Ordem.
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. Nuno de Santa Maria, religioso – FESTA
* Na Ordem de São Domingos – Bb. Afonso de Navarrete, presbítero e Companheiros, mártires do Japão – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Frederico de Verga e Companheiros, mártires, presbíteros e religiosos da I Ordem – MF
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – Bb. Fortunato Velasco Tobar, Vicente Queralt Lloret, José Fernandez Sánchez, presbíteros, Melchora Adoracion Cortés Bueno, Josefa Martinez Pérez, virgens e companheiras, mártires – MO
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Missa anual pelos pais falecidos dos religiosos da Congregação.
* Na Congregação dos Sagrados Corações – Bb. Teófilo Fernández de Legaria e Companheiros, presbíteros e mártires – MF
* Na Congregação do Santíssimo Redentor – Bb. José Xavier, presbítero e Companheiros, mártires – MO
* Na Congregação dos Irmãos Maristas – Bb. Laurentino, Bernardo, Virgílio, Crisanto, e Companheiros, mártires – MO
* Na Sociedade Missionária da Boa Nova – S. Nuno de Santa Maria, religioso – FESTA
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria
.
S. NUNO DE SANTA
MARIA, religioso
Nota Histórica:
Nuno Álvares Pereira, fundador da Casa de Bragança, nasceu em
Santarém (Portugal) a 24 de Junho de 1360. Como Condestável do reino de
Portugal, foi militar invencível; mas, vencendo se a si mesmo, pediu a
admissão, como irmão leigo, na Ordem do Carmelo. Tinha uma admirável piedade e confiança
para com a Santíssima Virgem Maria. Sentia grande satisfação em pedir esmolas
pelas portas, desempenhar os ofícios mais humildes na casa de Deus, e mostrou
sempre grande compaixão e liberalidade para com os pobres. Morreu no domingo da
Ressurreição do ano 1431 (1 de Abril).
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA cf.
2 Tim 4, 7-8
Combati o bom combate,
terminei a carreira,
guardei a fé.
O Senhor me dará a coroa da justiça.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que destes ao bem-aventurado Nuno de Santa Maria a graça de combater o bom combate e o tornastes exímio vencedor de si mesmo, concedei aos vossos servos que, dominando como ele as seduções do mundo, com ele vivam para sempre na pátria celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Sir 44, 1-3ab.4.6-7.10.13-14
«O seu nome vive através das gerações»
Leitura do Livro de Ben-Sirá
Combati o bom combate,
terminei a carreira,
guardei a fé.
O Senhor me dará a coroa da justiça.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que destes ao bem-aventurado Nuno de Santa Maria a graça de combater o bom combate e o tornastes exímio vencedor de si mesmo, concedei aos vossos servos que, dominando como ele as seduções do mundo, com ele vivam para sempre na pátria celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Sir 44, 1-3ab.4.6-7.10.13-14
«O seu nome vive através das gerações»
Leitura do Livro de Ben-Sirá
Celebremos os louvores dos homens ilustres, dos nossos antepassados através das gerações. O Senhor realizou neles a sua glória, a sua grandeza desde os tempos mais antigos. Eram poderosos nos seus reinos, homens de fama pelos seus feitos grandiosos e bons conselheiros pela sua inteligência. Eram guias do povo pelos seus conselhos, pela sua inteligência na instrução do povo e pelas sábias palavras no seu ensino. Homens ricos e poderosos, viviam em paz em suas casas. Todos eles alcançaram fama entre os seus contemporâneos e glorificados já em seus dias. Foram homens virtuosos e as suas obras não foram esquecidas. A sua descendência permanece para sempre e jamais se apagará a sua memória. Os seus corpos repousam em paz e o seu nome vive através das gerações.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 17 (18), 2b-3. 18a e 19 e 20b. 22 e 24 (Refr. 2b)
Refrão: Eu Vos amo, Senhor: sois a minha força.
Eu Vos amo, Senhor, minha força,
minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador,
meu Deus, auxílio em que ponho a minha confiança,
meu protector, minha defesa e meu salvador.
Salvou-me de inimigos poderosos,
que se levantaram contra mim no dia da adversidade;
mas o Senhor veio em meu auxílio;
salvou-me porque me tem amor.
Porque eu segui o caminho do Senhor
e não pequei contra o meu Deus.
Tenho sido irrepreensível diante d’Ele
e guardei-me de cometer o pecado.
ALELUIA Mt 5, 3
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus. Refrão
EVANGELHO Lc 14, 25-33
«Quem não renunciar a todos os seus bens
não pode ser meu discípulo»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo: ‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».
Palavra da salvação.
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Da féria:
LEITURA I (anos ímpares) Rom 13, 8-10
«A caridade é o pleno cumprimento da lei»
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
«A caridade é o pleno cumprimento da lei»
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Não devais a ninguém coisa alguma, a não ser o amor de uns para com os outros, pois, quem ama o próximo cumpre a lei. De facto, os mandamentos que dizem: «Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás», e todos os outros mandamentos, resumem-se nestas palavras: «Amarás ao próximo como a ti mesmo». A caridade não faz mal ao próximo. A caridade é o pleno cumprimento da lei.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 111 (112), 1-2.4-5.8a e 9 (R. cf. 5a)
Refrão: Ditoso o homem de coração bondoso e compassivo. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Feliz o homem que teme o Senhor
e ama ardentemente os seus preceitos.
A sua descendência será poderosa sobre a terra,
será abençoada a geração dos justos. Refrão
Brilha aos homens rectos, como luz nas trevas,
o homem misericordioso, compassivo e justo.
Ditoso o homem que se compadece e empresta
e dispõe das suas coisas com justiça. Refrão
O seu coração é inabalável, nada teme;
reparte com largueza pelos pobres,
a sua generosidade permanece para sempre
e pode levantar a fronte com dignidade. Refrão
ALELUIA 1 Pedro 4, 14
Refrão: Aleluia. Repete-se
Felizes de vós, se sois ultrajados pelo nome de Cristo,
porque o Espírito de Deus repousa sobre vós. Refrão
EVANGELHO Lc 14, 25-33
«Quem não renunciar a todos os seus bens
não pode ser meu discípulo»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo: ‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».
Palavra da salvação.
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ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Deus de bondade, que no bem-aventurado Nuno de Santa Maria, vencido o homem velho, formastes nele o homem novo à vossa imagem, concedei que também nós nos renovemos para sermos dignos de Vos oferecer este sacrifício de reconciliação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 111, 9
Repartiu com largueza pelos pobres,
a sua generosidade permanece para sempre.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Pela virtude redentora deste sacramento, conduzi-nos sempre, Senhor, pelos caminhos do vosso amor, a exemplo do bem-aventurado Nuno de Santa Maria, e completai até ao dia de Cristo Jesus a boa obra que em nós começastes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«O espírito de pobreza evangélica e de caridade é a
glória e o testemunho da Igreja de Cristo».
Gaudium et
Spes 88
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1. Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS : Sir 44, 1-3ab.4.6-7.10.13-14: O
elogio, que o autor sagrado faz dos homens ilustres de Israel, pode aplicar-se,
com toda a justiça, ao Beato Nuno. Com efeito, ele foi grande não só pelo
heroísmo e generosidade com que serviu o povo e pelas benemerências que lhe
prestou, mas também, e acima de tudo, pelas suas preclaras virtudes morais, em
que foi tão rica a sua vida.
Lc
14, 25-33: No desejo de viver, mais perfeitamente,
o ideal de santidade,
próprio de todo o batizado, o Beato Nuno quis imitar, mais
de perto, a Cristo. Por isso, renunciando às honras e comodidades do mundo,
escolheu um caminho de humildade, pobreza e obediência, para, como Cristo,
servir melhor os homens, seus irmãos. Longe de se tornar inútil, a sua vida
adquiriu uma maior projeção
social. O
seu exemplo ajudou muitos cristãos a alcançar a vitória sobre o mal. O seu
empenho em servir os pobres continua a ser fonte de inspiração para todos
aqueles que trabalham pela liberdade e justiça no mundo.
_______________
Rom
13, 8-10: Qualquer mandamento da Lei de Deus, mesmo da Lei
dada por Deus a Moisés no Antigo Testamento, se resume no amor. Quem ama cumpre
toda a Lei. Mas é preciso entender bem o que é o amor, o qual não é a mesma
coisa que qualquer forma de egoísmo. Amar é dar a vida, no dia a dia, pelos
outros nossos irmãos.
Lc
14, 25-33: O amor de Cristo não é para o Cristão,
um amor ao lado dos outros amores; é o coração de todos os seus amores. Por
isso, todos os seus amores devem caber dentro do amor ao Senhor. Se não
couberem, não são amor verdadeiro. Seguir a Cristo supõe a determinação de
purificar todos os sentimentos do coração no amor a Jesus Cristo. Exigência
forte, mas a única onde cabe o amor total!
ORAÇÃO: Senhor, o teu
caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a
servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a
dar a vida como Tu a deste.
AGENDA DO DIA
17.00 horas: Missa
em Gáfete
18.00 horas: Missa
em Nisa
18.00 horas: Missa
em Tolosa
21.00 horas: Nisa:
reunião de catequistas no Calvário
21.00 horas: Nisa:
reunião dos cursilhistas no Calvário
A VOZ DO PASTOR
O DESAFIO DA SOLIDARIEDADE GLOBAL
Não é por mal que algumas coisas se dizem,
sei. E de vez em quando isso acontece, quer porque não se foi muito feliz na
maneira de abordar a questão, quer porque os termos ou a linguagem usada não
foi a melhor, quer porque se quer agradar a algum auditório, quer porque a
pessoa que fala está um pouco em jejum no assunto em causa. Muitas vezes,
porém, é o suficiente para desclassificar e impressionar menos bem.
Na última situação destas a que
assisti, a caridade não me pareceu bem abordada, nem a mim nem a outros que
primaram pela presença. Mas a forma como ali foi trazida à baila tem sido
bastante recorrente, apesar de acontecer em lugares onde ela deveria marcar a
diferença, sendo promovida e atuada na ação em prol de serviços cada vez mais
humanos e humanizadores e da boa convivência entre responsáveis, colaboradores,
utentes e voluntários. De facto, por vezes, puxa-se pela palavra caridade para
depreciar ou minimizar o seu significado e conteúdo. Declara-se a sua
insignificância para realçar a solidariedade, como se aquela fosse inimiga desta,
como se esta fosse muito mais importante sem aquela, ou como se alguém não
pudesse falar da solidariedade sem zurzir na caridade, isto é, sem faltar à
caridade para com a caridade!
Aplaudimos a solidariedade
familiar e de vizinhança. Aplaudimos a solidariedade económica, política,
social, ecológica, cultural e a que mais quisermos juntar como meio necessário
para a construção do bem comum. É um valor e uma necessidade urgente e sempre
inacabada. Em cada tempo, o bem comum vai exigindo novas formas de solidariedade,
é uma exigência da justiça. Mais: não é só uma exigência da justiça, também é
uma exigência da caridade. Quando “o empenho pelo bem comum é animado pela
caridade, tem uma valência superior à do empenho simplesmente secular e
político” (Caritas in Veritate,7).
Porque se desconhece a natureza, o valor
e a sua estreita ligação com a verdade e a justiça, a caridade, sempre
iluminada pela luz da razão e da fé, continua a ser rodeada de preconceitos,
esvaziada de sentido. No entanto, como por vezes se deixa transparecer, ela não
é uma espécie de humanismo piegas, não é sentimentalismo estéril, não é
filantropia para a promoção do ego, não se identifica com aquele bem-fazer que
brota de sentimentos de pena ou dó ou de interesses subjacentes de quem quer
que o reconheçam e lhe batam palmas, não é um meio ao serviço de proselitismos
ou para manter situações existenciais injustas, não está dependente de partidos
e ideologias, deve sentir-se escrita e avivada no coração de cada um seja quem
for. A caridade reclama a verdade, exige e supera a justiça, “não se move
apenas por relações feitas de direitos e deveres, mas antes e sobretudo por
relações de gratuidade, misericórdia e perdão” (id.6).
A própria Assembleia-Geral das Nações
Unidas, em 2012, pela Resolução 67/105, proclamou o Dia Internacional da
Caridade a celebrar no dia 5 de setembro de cada ano. O objetivo deste Dia é,
entre outros e segundo os seus promotores, reconhecer o papel da caridade no
alívio às crises humanitárias e ao sofrimento humano em todo o mundo,
homenagear o extraordinário trabalho de inúmeras organizações e indivíduos,
fomentar e promover o diálogo, a solidariedade, o entendimento mútuo e os
valores universais. Como expressão de “solidariedade global”, a caridade sente
o carinho e o encorajamento de todos os Estados-membros, organizações regionais
e internacionais e os vários atores da sociedade civil, nomeadamente através da
educação e de atividades que contribuam para a sensibilização da sociedade para
este “enorme potencial de amor que vence o mal com o bem e abre à reciprocidade
das consciências e das liberdades” (id.9).
Quando ela está ausente da vida pública
e familiar, quando, por exemplo, a caridade falta em qualquer instituição ou
estrutura social, mesmo que haja abundância de tudo e uma logística digna de se
lhe tirar o chapéu, a solidariedade pode ser um corpo sem alma. Pode haver
gente a usufruir da solidariedade de muita gente, em abundância de muitas
coisas e boas condições, mas a sentir-se indesejada, não amada, abandonada, a
morrer de fome de atenção, de caridade. Se assim for, mesmo que as instalações
e os serviços prestados sejam de luxo, de cinco estrelas para cima, tudo não
passará de mero assistencialismo, não liberta, não promove, não satisfaz, não
gera família. Como sabemos, mesmo as Obras de Misericórdia não são apenas
corporais, também são espirituais. E, não raro, estas são muito mais
importantes que aquelas. O critério de ação, para nós cristãos, foi-nos dado
por Cristo que nos mandou amar uns aos outros como Ele nos amou: atenta e
dedicadamente, sem fingimento, gratuitamente, incondicionalmente, sem fazer
aceção de pessoas, dando a vida, por Caridade... Como lembra Bento XVI na
Encíclica Deus Caritas est, a consciência de que, em Jesus, o próprio Deus Se
entregou por nós até à morte, deve levar-nos a viver para Ele, e com Ele para
os outros (cf.DCe33).
Relembremos o texto de São Paulo: “Ainda
que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se eu não tivesse caridade,
seria como um bronze que soa ou como um símbolo que tine. Ainda que eu tivesse
o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência,
ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a
caridade, eu nada seria. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos
famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse a
caridade, isso nada me adiantaria. A caridade é paciente, a caridade é
prestativa; não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz
de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não
guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais passará
(...) Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a
caridade. A maior delas, porém, é a caridade” (1Cor 13, 1-8.13).
Portalegre-Castelo Branco, 01-11-2019.
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